ANO B
Mc 9,30-37
Comentário do Evangelho
Criança como modelo a ser seguido
Jesus e seus discípulos seguem a caminho de Jerusalém, sede da teocracia religiosa da Judeia. Os discípulos ainda não entendem as palavras de Jesus. Estão sujeitos à ideologia das tradições do judaísmo. É uma ideologia que gera a segregação social e econômica e favorece as elites religiosas e leigas. Jesus insiste em esclarecer os discípulos de que não veio para assumir o poder, mas para libertar e promover a vida. Revela que ele é vulnerável à repressão dos poderosos, ciente da ameaça de morte da parte daquelas elites. Os discípulos ainda discutem entre si quem é o maior. Jesus apresenta-lhes a criança como modelo a ser seguido. É a simplicidade, a humildade na fragilidade, a admiração e a esperança diante da vida. Somos crianças diante do dom da vida eterna.
José Raimundo Oliva
Oração
Senhor Jesus, tira do meu coração todo ideal humano de grandeza, e faze-me compreender que ela consiste em fazer-me servidor.
Fonte: Paulinas em 21/02/2012
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Jesus acolhe as crianças
Jesus faz o segundo anúncio da sua Paixão, preparando os discípulos para o que vai acontecer depois. Ele anuncia a sua Morte, mas anuncia também a sua Ressurreição. Não é bem compreendido pelos discípulos, que têm receio de perguntar, porque viram a chamada que Jesus deu em Pedro depois do primeiro anúncio. Não perguntam nada, mas discutem entre eles para saber quem era o maior.
A busca do primeiro lugar e do poder estava também presente na vida dos primeiros discípulos. Jesus ensina que daqui para frente o primeiro será o último, será o servidor de todos, e dá o exemplo da criança. Embora a criança represente o futuro de uma família e de uma nação, a ela, enquanto criança, não se dá a devida importância. Jesus se identifica com a criança e enfatiza que, quem acolhe a criança, acolhe a ele e ao Pai que o enviou. A criança representa todos os pequenos deste mundo, inclusive os discípulos.
Cônego Celso Pedro da Silva,
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/jesus-acolhe-as-criancas/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/se-alguem-quiser-ser-o-primeiro-seja-o-ultimo-de-todos-e-o-servidor-de-todos-21052024
Vivendo a Palavra
Também nós, no segredo do coração, somos tentados a nos perguntar quem entre nós será o maior. Procuremos ouvir Jesus: Ele recomenda a humildade verdadeira; que reconheçamos que tudo que somos ou temos é dom de Deus e o modelo a ser seguido não é um homem rico e poderoso, mas uma criança.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/02/2012
VIVENDO A PALAVRA
O mundo contemporâneo valoriza muito o saber, reconhecido com solenes títulos acadêmicos e louvores universitários. Até mesmo nos assuntos da fé… Nós dificilmente nos lembramos da advertência de Jesus para recebermos as crianças como se a Ele estivéssemos recebendo. E para acolhê-las bem, temos que nos tornar simples e alegres como elas são...
Fonte: Arquidiocese BH em 22/05/2018
Reflexão
O que faz com que na maioria das vezes não compreendamos corretamente a mensagem de Jesus geralmente são as diferenças que existem entre os nossos interesses e os dele. Enquanto Jesus estava pensando na necessidade da cruz para a realização do Reino de Deus, seus discípulos estavam pensando em um reino com critérios humanos, fundamentado principalmente nas diferenças, nas relações de poder e na hierarquia social, econômica e política. Sempre que não nos colocamos em sintonia com o projeto de Jesus e não colocamos o amor como o critério último das nossas vidas, podemos nos equivocar na compreensão do Evangelho e buscar interpretações que existem muito mais para legitimar os nossos interesses do que para nos conduzir à verdade e ao Reino.
Fonte: CNBB em 21/02/2012
Reflexão
Os discípulos de Jesus discutem sobre um tema corriqueiro na sociedade de todos os tempos. Conversam sobre negócios: compras, vendas, lucros, sucesso… Sabe-se que, em vista de se tornarem ricas e poderosas, algumas pessoas não hesitam em explorar as outras, lançando mão de propinas e roubos camuflados. Por vezes, usando a posição social, a influência e muito dinheiro. Formam uma sociedade opressora, desprovida de valores éticos e morais. Jesus caminha na direção contrária. Para todos ele quer vida digna, relações fraternas, espírito de partilha e igualdade. Esse é o projeto do Pai. Essa é a bandeira erguida e sustentada pelo Filho do Homem que, por defender essa causa, morre na cruz. Confirmando que Jesus lutou por uma causa justa, o Pai o ressuscita dos mortos. Sua luta não foi em vão.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 22/05/2018
Reflexão
Os discípulos de Jesus discutem sobre um tema corriqueiro na sociedade de todos os tempos. Conversam sobre negócios: compras, vendas, lucros, sucesso… Sabe-se que, em vista de se tornarem ricas e poderosas, algumas pessoas não hesitam em explorar as outras, lançando mão de propinas e roubos camuflados. Por vezes, usando a posição social, a influência e muito dinheiro. Formam uma sociedade opressora, desprovida de valores éticos e morais. Jesus caminha na direção contrária. Para todos ele quer vida digna, relações fraternas, espírito de partilha e igualdade. Esse é o projeto do Pai. Essa é a bandeira erguida e sustentada pelo Filho do Homem, que, por defender essa causa, morre na cruz. Confirmando que Jesus lutou por uma causa justa, o Pai o ressuscita dos mortos. Sua luta não foi em vão.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Reflexão
«O Filho do Homem vai ser entregue»
Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells
(Salt, Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho traz-nos dois ensinamentos de Jesus que estão estreitamente ligados um ao outro. Por um lado, o Senhor ensina que «o matarão e ao terceiro dia ressuscitará» (Mc 9,31). É a vontade do Pai para Ele: por isso veio ao mundo; assim nos vai libertar da escravidão do pecado e da morte eterna; desta forma Jesus nos fará filhos de Deus. A entrega do Senhor até ao extremo de dar a sua vida por nós, mostra a infinidade do Amor de Deus: um Amor sem medida, um Amor que não se importa de se baixar até a loucura e ao escândalo da Cruz.
Parece aterrador ouvir a reação dos Apóstolos, ainda demasiado ocupados em se contemplarem a si próprios e esquecendo-se de aprenderem com o Mestre: «Não entendiam o que dizia» (Mc 9,32), pois pelo caminho iam discutindo qual deles seria o maior e, se por acaso lhes tocasse, não se atreviam a fazer-lhe nenhuma pergunta.
Com delicada paciência, Jesus acrescenta: devemos tornar-nos último e servidor de todos. Devemos acolher o simples e o pequeno, pois o Senhor quis identificar-se com eles. Devemos acolher a Jesus na nossa vida, pois assim abrimos as portas ao próprio Deus. É como um programa de vida para ir caminhando.
Assim o explica com toda clareza o Santo Cura de Ars, João Baptista, Mª Vianney: «Cada vez que podemos renunciar à nossa vontade para fazer a dos outros, sempre que esta não esteja contra a lei de Deus, conseguimos méritos que apenas Deus conhece». Jesus ensina-nos com as suas palavras, mas, sobretudo com as suas obras. Aqueles Apóstolos, num principio duros em aprender, depois da Cruz e da Ressurreição, seguirão as impressões do seu Senhor e do seu Deus. E, acompanhados por Maria Santíssima, se tornarão cada vez menores para que Jesus cresça neles e no mundo.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Bendito sejas tu, meu Senhor Jesus Cristo, que com teu sangue precioso e tua morte sagrada redimiste as almas e, por tua misericórdia, as levaste do exilio à vida eterna» (Santa Brígida)
- «O ascenso a Deus se produz precisamente no descenso do serviço humilde, no descenso do amor» (Bento XVI)
- «Não é fácil, ao homem ferido pelo pecado, manter o equilíbrio moral. O dom da salvação, que nos veio por Cristo, dá-nos a graça necessária para perseverar na busca das virtudes. Cada qual deve pedir constantemente esta graça de luz e de forca, recorrer aos sacramentos, cooperar como o Espírito Santo e seguir os seus apelos a amar o bem e acautelar-se do mal» (Catecismo da Igreja Católica, n° 1811)
Reflexão
Jesus, o “Servo de Deus”, anuncia sua paixão
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje chegamos ao segundo dos três pré-anúncios da paixão que distinguem a subida de Jesus até Jerusalém. A este ensino do Senhor, sempre!, segue a resistência dos discípulos. Jesus os (nos) corrige: a ascensão a Deus se produz precisamente no descenso do serviço humilde, no descenso do amor.
Deus mesmo, em Jesus Cristo, manifesta-se nesse descenso: não fez alarde de sua condição divina, senão que, despojando-se de seu rango, tomou a condição de escravo, até se submeter à “morte de cruz” (cf. Flp 2,6-9). Os anúncios da paixão acham sua culminação na explicação que segue ao último deles: "Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45).
—Jesus é o “servo" de Deus que padece e morre, tal como o profeta Isaías tinha previsto nos seus cantos. “Servir” é a verdadeira forma de reinar e, nos deixa pressentir algo de como Deus é “Senhor”.
Meditação
Jesus falava de sua prisão e de sua morte, mas os discípulos estavam imaginando um final cheio de glória e triunfo. Todos queriam garantir para si os melhores postos no novo Reino. O Senhor deixa claro que, na sua Comunidade, o mais importante é o menor, aquele que se coloca a serviço de todos. Ele não diz que o importante deve fazer-se pequeno e servidor; diz que o pequeno e o servidor é o mais importante. Estamos dispostos a servir desinteressadamente?
Oração
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, meditar sempre as realidades espirituais, e praticar em palavras e ações o que vos agrada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Comentário sobre o Evangelho
Jesus nos diz: «Quem acolher em meu nome uma destas crianças, estará acolhendo a mim mesmo
Hoje, Jesus Cristo anuncia, pela primeira vez, a sua paixão, morte e ressurreição. Será que os discípulos perceberam? Parece que não! Depois da crucifixão não esperavam a ressurreição de Jesus. Não tinham entendido! E o Senhor tinha-o repetido várias vezes.
- Como é que não “percebemos” o que Deus nos diz? Porque andamos distraídos fazendo cálculos e discutindo quem é o maior, o mais importante, o mais…
Meditando o evangelho
QUEM É O MAIOR?
Os discípulos de Jesus deixaram-se contaminar pela busca de grandeza. Por isso, discutiam para saber quem, dentre eles, seria o maior. Mas o ponto de partida deste debate revelava um equívoco. Pensavam na grandeza do Reino que Jesus inauguraria e na possibilidade de ocupar posições de destaque junto ao monarca. De antemão, esses discípulos faziam a partilha dos futuros cargos disponíveis. Jesus, porém, deu um basta a estas considerações indignas de quem quer ser seu um discípulo.
O ensinamento de Jesus centra-se no tema do serviço, bem característico do Reino. A grandeza do discípulo está em sua capacidade de colocar-se a serviço do próximo. Ocupa o primeiro lugar quem se predispõe a servir a todos, sem distinção, vivendo a condição de servo, de maneira plena. A quem é reticente no servir e não prima pela generosidade, estão reservados os últimos lugares no Reino. Portanto, se os discípulos quisessem realmente disputar os primeiros lugares, que o fizessem motivados por um ideal elevado e não por ambições mesquinhas, sem sentido para quem vive a dinâmica do Reino.
Os discípulos tinham em Jesus um exemplo consumado de servidor do Reino. Sua vida definia-se como serviço generoso e gratuito às multidões oprimidas e atribuladas de tantas maneiras. Bastava que se espelhassem no Mestre.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu me lance na busca das grandezas deste mundo. Que eu busque, antes, a grandeza do serviço generoso, e gratuito.
Fonte: Dom Total em 22/05/2018
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “O Êxito humano se contrapõe ao Projeto de Deus...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Não resisti e dei mais uma "olhadinha" no evangelho de ontem, pois dá até para imaginar a atitude dos discípulos de Jesus diante da tentativa de cura do menino possesso, parece que um empurrava o outro e dizia "Deixa comigo que dou um jeito nesse espírito maligno", e após novo fracasso e nova tentativa lá vinha outro "Sai daí seu fracote, que com o meu carisma esse espírito do mal pode vir quente que estou fervendo". E o coitado do menino caído ao chão e nada de cura, daí vinha outro discípulo "Chegou o cara! Vou botar esse espírito mal prá correr e vai ser agora", mas nada... E tiveram que admitir o fracasso.
Entre os discípulos era assim, as comunidades de Marcos também, e nas nossas comunidades do ano de 2012? Há disputas e concorrências para ver qual pastoral ou movimento faz mais sucesso? Por acaso não temos ainda hoje em nossas comunidades grandes e pequenas, duas eclesiologias, dois grupos, duas tendências, que ainda disputam para ver quem está do lado certo, quem está com a razão? Cada um examine a sua consciência e olhe com humildade para sua comunidade. Pelo menos na minha é assim...
Embora de maneira dissimulada, continuam as disputas e concorrências, entre grupos, entre agentes de pastoral, entre ministros. Que chacoalhada Jesus nos dá no evangelho de hoje... Primeiramente anuncia a vitória definitiva contra as forças do mal, mas que irá acontecer em um aparente fracasso. Só isso já deixou os discípulos desiludidos e temerosos, pois não se podia admitir um Messianismo que se realizasse pelo fracasso.
Nos dias de hoje o homem é motivado a ser vencedor em todas as áreas e dimensões da sua vida. A Sociedade é altamente competitiva, queremos que nossos filhos sejam os melhores em tudo e nunca queremos ficar atrás... Esse espírito de disputa e concorrência, como um fermento estragado acaba contaminando nossos trabalhos pastorais onde nos impomos porque queremos dominar as pessoas, onde buscamos autoridade para que a nossa palavra seja a mais importante nas decisões da comunidade, onde não admitimos que outros façam melhor que nós, e onde nunca queremos ficar para trás... QUE TRISTEZA QUANDO NOTAMOS ISSO EM NÓS E NOS OUTROS...
E o pior é que temos vergonha dessas briguinhas nos bastidores da pastoral ou do movimento, ou até mesmo nos bastidores de uma celebração, (quanto arranca rabo já vi acontecer em uma sacristia, durante a missa). Os discípulos sentiram-se envergonhados porque pelo caminho discutiam quem era o "maioral" quem ficaria mandando, caso o Mestre morresse...
"Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos". Continua a nos dizer o Senhor... Tenhamos sempre isso no coração e na mente se quisermos de fato ser cristãos autênticos!
2. NOVO MODO DE SER
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)
No longo processo de sua formação, os discípulos foram sendo instruídos no modo de ser, característico de quem aderiu ao Reino. Jesus ensinou-os a serem solidários, a cultivar a união fraterna, a estarem sempre prontos para servir. Não tinham sido organizados a partir de critérios humanos de superioridade/inferioridade, pois entre eles deveria reinar a igualdade.
As lições do Mestre nem sempre encontraram corações abertos para acolhê-las. Os discípulos mostravam-se reticentes em abrir mão de sua mentalidade. Daí a preocupação em saber quem, dentre eles, seria o maior. Ou seja, quem teria autoridade sobre os outros; quem seria mais importante, objeto da reverência e do respeito dos demais. Tudo ao inverso do que lhes fora ensinado!
Jesus resumiu, numa frase, um princípio de ação que deveria nortear a vida do discípulo: "Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos". Esta era sua pauta de ação. Ele se apresentava como Servo, e sua vida definia-se como serviço a todos, sem distinção. Nunca esteve em busca de grandezas, muito menos reduziu os discípulos à condição de escravos seus. Não se preocupou em granjear a estima e a reverência alheias, a qualquer custo. Simplesmente seguiu o seu caminho de servidor, esforçando-se por remediar as carências e os sofrimentos humanos. Apresentou-se como exemplo a ser imitado!
Oração
Espírito de simplicidade, que eu não caia na tentação de buscar honrarias, porque si que minha vocação é a de ser servir.
Fonte: NPD Brasil em 21/02/2012
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. SERVIR E ACOLHER
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
No mundo de hoje são servidas e acolhidas apenas as pessoas muito importantes, que detêm algum poder no âmbito social, econômico – político, e até religioso. Jesus inverte este quadro quando coloca no meio dos seus discípulos uma criança que é por ele acolhida e abraçada, para exemplificar o ensinamento de que “quem quiser ser o primeiro, que seja o último e o servo de todos”.
Essa lição, precedida de um exemplo, foi necessária porque os discípulos não compreendem o ensinamento da lógica do Reino, que se fundamenta em uma relação diferente das demais e pelo caminho se questionam quem será entre eles o maior, pensando em uma relação a partir do poder e domínio sobre o grupo.
Podemos nos relacionar com as pessoas segundo a lei, as normas ou o formalismo, tratando-as como cada uma merece ser tratada, mas não é este o modo do justo se relacionar, porque ele pauta suas relações a partir da justiça de Deus, que nunca nos tratou segundo nossas faltas, pois a sua misericórdia e o seu amor são sempre sem medida.
Essa relação justa que sempre compreende e aceita o outro em suas necessidades, desmascara o amor da mediocridade, que não é gratuito e nem incondicional, põe em evidência a frieza das relações formais, marcadas pela aparência e farisaísmo. É um modo de viver que acaba pondo a descoberto toda a maldade que o ímpio traz escondido dentro de si “Eis que este menino foi posto para se revelar os pensamentos íntimos de muitos corações” – dirá o velho Simeão aos pais de Jesus, na apresentação no templo.
Por isso vemos, na primeira leitura, que a presença do justo incomoda porque o seu modo de viver e de se relacionar com as pessoas não segue os padrões normais estabelecidos pelo interesse e conveniência, mas sim segundo a Justiça de Deus. O justo não precisa de nenhuma garantia prévia para agir assim, ele confia totalmente em Deus, que o libertará das mãos dos seus inimigos. Enquanto os homens constroem seus projetos a partir da firmeza das relações com os outros, o justo só precisa e tem necessidade de uma coisa: Deus!
O tema do sofrimento, no segundo anúncio da paixão nos introduz no evangelho desse domingo onde os discípulos não compreendem e têm medo de perguntar.
Jesus, o Mestre de Israel, só fez o bem a todos que o buscaram. Os discípulos esperam talvez por um reconhecimento público o que poderia então dar início a uma “virada” na história. Mas as palavras de Jesus causam um certo desconforto e mal estar entre eles.
A Fé coerente com o evangelho, diante da qual precisamos mudar nossa mentalidade e nosso agir, não é de fácil compreensão. Temos medo de pensar no sofrimento e no transtorno que isso nos irá trazer. Podemos ser alvo de perseguições e incompreensões. A conversão não é um bom negócio para quem colocou sua expectativa de felicidade nos valores do mundo, na fama, no prestígio e no poder.
No tempo de Jesus crianças e mulheres nem eram contados no censo, e ao abraçar uma criança, Jesus está mostrando que os pequenos e sem valor, sem vez e nem voz, são os mais importantes diante de Deus, invertendo a ordem estabelecida, pois estes que nunca são lembrados, que nunca são servidos e acolhidos, são sempre os primeiros no Reino de Deus e quem quiser ser discípulo fiel do Senhor deverá adotar a linha do serviço aos pequenos, para que o seu seguimento seja autêntico.
Para isso temos de contar com a sabedoria que vem de cima que é pura, pacífica, condescendente, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade ou fingimento, como nos ensina Tiago na segunda leitura. Que a nossa Igreja – Assembleia dos que creem – seja para toda essa massa de excluídos de nossa sociedade, uma porta aberta para acolher e os servir. Assim seja!
2. Que discutíeis pelo caminho?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Jesus faz o segundo anúncio da sua Paixão, preparando os discípulos para o que vai acontecer depois. Ele anuncia a sua Morte, mas anuncia também a sua Ressurreição. Não é bem compreendido pelos discípulos, que têm receio de perguntar, porque viram a chamada que Jesus deu em Pedro depois do primeiro anúncio. Não perguntam nada, mas discutem entre eles para saber quem era o maior. A busca do primeiro lugar e do poder estava também presente na vida dos primeiros discípulos. Jesus ensina que daqui para frente o primeiro será o último, será o servidor de todos, e dá o exemplo da criança. Embora a criança represente o futuro de uma família e de uma nação, a ela, enquanto criança, não se dá a devida importância. Jesus se identifica com a criança e enfatiza que, quem acolhe a criança, acolhe a ele e ao Pai que o enviou. A criança representa todos os pequenos deste mundo, inclusive os discípulos.
Fonte: NPD Brasil em 22/05/2018
HOMILIA DIÁRIA
Ao servirmos ao próximo encontramos a verdadeira alegria
Postado por: homilia
fevereiro 21st, 2012
No longo processo de sua formação, os discípulos foram sendo instruídos no modo de ser característico de quem aderiu ao Reino de Deus. Jesus ensinou-os a serem solidários, a cultivar a união fraterna, a estarem sempre prontos para servir. Não foram educados com critérios humanos de superioridade ou inferioridade, pois entre eles deveria reinar a igualdade.
As lições do Mestre nem sempre encontraram corações abertos para acolhê-las. Os discípulos mostravam-se reticentes em abrir mão de sua mentalidade. Daí, a preocupação em saber quem, dentre eles, seria o maior, ou seja, quem teria autoridade sobre os outros, quem seria o mais importante objeto da reverência e do respeito dos demais. Tudo ao inverso do que lhes fora ensinado pelo Senhor Jesus!
E então, Jesus resume, numa frase, um princípio de ação que deveria nortear a vida do discípulo: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. Esta era Sua pauta de ação. Ele se apresentava como Servo. E Sua vida definia-se como serviço a todos, sem distinção.
Cristo nunca esteve em busca de grandezas, muito menos reduziu os discípulos à condição de escravos Seus. Não se preocupou em granjear a estima e a reverência alheias, a qualquer custo. Simplesmente seguiu o Seu caminho de servidor, esforçando-se por satisfazer as carências e os sofrimentos humanos. Apresentou-se como exemplo a ser imitado!
Vivemos dias de muita insegurança e decepções com respeito ao comportamento das pessoas. É muito comum, hoje – talvez muitos influenciados pelos meios de comunicação social em geral – a vontade incontestável de crescer socialmente, de “subir na vida”, mas não no sentido espiritual e sim material, para se tornar “celebridade”.
A busca de glória, fama, cargo. Tudo isso, porém, só se pode satisfazer plenamente quando for estruturado na sua raiz, pelo que é bom, pelo que é honesto, alicerçado em Deus.
Você que busca a glória humana, saiba que a celebridade social é muito falsa, fingida e cheia de interesses anexos que vão frustrando aqueles que a alcançam e alcançaram. Até porque num “piscar de olhos” se acaba e a pessoa se sente completamente só e ignorada por aqueles que a aplaudiam enquanto lhes interessava.
Nesse trecho do Evangelho de Marcos, Jesus adverte os apóstolos e lhes diz: “Se algum de vocês quer ser o maior, seja o menor, seja o último, seja aquele que serve.” Quando nos atemos às palavras de Jesus e procuramos segui-las , colocando-as em prática na nossa vida, descobrimos que servir é melhor do que ser servido.
Quando damos um presente como sinal de grande amizade sentimo-nos plenamente realizados só em sentir a alegria e contentamento de quem o recebeu. Ele será, certamente, algo que nunca nos deixará esquecidos por aquele amigo ou por aquela família.
A doação sincera – seja ela material ou espiritual – produz em nós uma alegria inigualável, fruto da presença do nosso Deus, que nos criou, principalmente, para amarmos a todos como Ele nos ama.
A realização pessoal verdadeira não é aquela que faz das pessoas celebridades sociais com um tempo muito curto de glória, mas sim é aquela que nos realiza como verdadeiros seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus.
Os apóstolos tornaram-se verdadeiras “celebridades” para as coisas de Deus. Todos simples, sem estudos e preparo, foram chamados por Jesus e capacitados para a missão de divulgar a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles são e serão até o fim dos tempos as verdadeiras “celebridades”: simples, sem arrogâncias e nunca esquecidas.
Somos também chamados a ser “celebridades”, desde que na humildade, simplicidade e sem aspiração de grandezas. Celebridades do bem!
Peçamos ao Pai celeste que tire do nosso coração os ideais mundanos de glória e nos coloquemos no verdadeiro caminho para sermos glorificados por Ele, fazendo-nos servos de todos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 21/02/2012
HOMILIA DIÁRIA
É importante nos mantermos na presença do Senhor
Nunca nos sintamos mais importantes, mais valorizados e prestigiados, porque esses são conceitos mundano
“Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: ‘Que discutíeis pelo caminho?’ Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior.” (Marcos 9,33-34)
Jesus nosso Mestre e Senhor quer nos ensinar a viver bem. E viver bem a nossa vida é fazer com que o nosso caminho, a estrada que percorremos seja a trilha da humildade.
O coração humano está, muitas vezes, pulsando por realizações maiores, e não há problema nenhum em querermos nos superar, em querermos dar o melhor de nós, podermos, realmente, evoluir naquilo que fazemos e realizamos. O problema maior é quando queremos rivalizar com o outro, quando deixamos o nosso coração competir com o outro. Não precisamos competir com ninguém, passar por cima de ninguém, não podemos nos sentir superiores nem mais importantes que ninguém. Também não vale o complexo de inferioridade: “Eu sou coitado. Sou menos importante. Sou sempre o menor”. Somos o que somos e damos o melhor de nós para superarmos nós mesmos.
Os discípulos estavam discutindo no caminho quem era o maior e o mais importante, quem estava à direita do Senhor, quem ocupava o primeiro lugar. São discussões vãs que não levam a nada.
É perigoso levarmos o nosso coração ao desânimo, ao senso da competição, do êxito que nos leva à vaidade ou do fracasso que nos leva à depressão. O mais importante é nos mantermos na presença do Senhor Nosso Deus com serenidade, humildade, fazendo sempre o melhor que devemos fazer.
Se precisarmos ocupar o último lugar, que demos o melhor de nós. Se estivermos na frente, que tenhamos a mesma humildade de quem está no último lugar. Nunca nos sintamos mais importantes, mais valorizados e prestigiados, porque esses são conceitos mundanos, não são conceitos evangélicos. No Evangelho, o que vale, o que faz com que o nosso coração permaneça na bênção de Deus é não buscarmos ser melhores, mais importantes nem superiores a ninguém.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 22/05/2018
Oração Final
Pai Santo, mostra-nos o caminho da humildade. Dá-nos a simplicidade e a alegria das crianças para acolhermos a Boa Notícia da chegada do teu Reino em nós e o anunciarmos aos companheiros desta grande viagem pelo mundo encantado. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/02/2012
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a esquecer cargos e títulos para assumir a simplicidade e a ternura das crianças. Que não racionalizemos a fé, mas nos que damos diante de Ti, Pai amado, com gratidão, confiança e alegria – próprias de filhos que se sabem muito amados pelo Pai. Pelo Cristo, teu Filho Unigênito, feito nosso Irmão em Jesus de Nazaré, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/05/2018
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