ANO C

Lc 6,12-19
Comentário do Evangelho
É na oração que é concebida a escolha dos Doze.
Trata-se de uma segunda etapa no chamado dos doze
apóstolos. O primeiro relato do chamado foi junto ao mar da Galileia (5,1-11).
Os “doze” (v. 13), significa que eles representam todo o Israel, as doze tribos
(ver: Lc 22,28-30). Há, como se pode notar, dois grupos doravante: o grupo
maior dos discípulos e o grupo dos Doze. O auditório amplo, aí presentes
judeus, pagãos e enfermos, já sinaliza para a universalidade da missão da
Igreja.
A escolha dos Doze é precedida de uma longa
oração de Jesus sobre a montanha. A montanha é o lugar do conhecimento de Deus,
lugar de sua revelação; o monte é o lugar onde é dado ao ser humano conhecer os
desígnios salvíficos de Deus. É na oração que é concebida a escolha dos Doze.
Dizer isso não significa que a oração nos exime de equívocos. Ao nome de Judas
é acrescentada a observação de que ele se tornou o traidor. O ser humano é livre e, muitas vezes, submetido a muitos
condicionamentos. Isso pode fazer com que ele não persevere no caminho que,
inicialmente, aceitou trilhar.
Ao tocar Jesus, as pessoas se sentiam tocadas
pela força que saía dele e curava a todos. É a força do Espírito Santo da qual
ele foi revestido e que move toda a sua existência terrestre.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 10/09/2013
Vivendo a Palavra
Os Doze foram escolhidos e chamados depois de uma
noite em oração, isto é, velada na presença do Pai Amado. Também nós fomos
chamados pelo nome e como fruto da perfeita unidade entre o Filho e o Pai. Nós
temos consciência de que a fé, muito mais do que privilégio, é compromisso com
toda a obra do Pai?
Fonte: Arquidiocese BH em 10/09/2013
Vivendo a PalavrA
Os Doze foram escolhidos e chamados depois de uma noite de vigília, em
oração, isto é, toda ela passada na presença do nosso Amado Pai. Também nós
somos chamados pelo nome, como fruto da unidade entre o Filho e o Pai. Será que
nós temos consciência de que a fé, muito mais do que privilégio, é missão e
compromisso com toda a obra do Pai?
Reflexão
Jesus não quis realizar sozinho a obra do Reino,
mas chamou apóstolos e discípulos para serem seus colaboradores. Nós, ao
contrário, muitas vezes queremos fazer tudo sozinhos e afirmamos que os outros
mais atrapalham que ajudam. Com isso, negamos a principal característica da
obra evangelizadora que é a sua dimensão comunitário-participativa, além de nos
fazermos auto-suficientes, perfeccionistas e maquiavélicos, pois em nome do
resultado do trabalho evangelizador, excluímos os próprios evangelizadores, fazendo
com que os fins justifiquem os meios e vivendo a mentalidade do mundo moderno
da política de resultados, isto porque muitas vezes não somos evangelizadores,
mas adoradores de nós mesmos.
Fonte: CNBB em 10/09/2013
Reflexão
Lucas
condensa aqui várias informações importantes sobre o ministério de Jesus. A
primeira é que ele sobe à montanha e passa a noite inteira em oração a Deus.
Nesse colóquio com o Pai, Jesus se prepara para a escolha que está prestes a
fazer: selecionar e nomear, dentre seus discípulos, os doze apóstolos, aos
quais vai dedicar uma formação especial. Era a maneira de garantir a missão da
Igreja. Ao descer da montanha, juntamente com os discípulos, Jesus se depara
com outros discípulos e com imensa multidão, sedentos de ouvir sua palavra e
serem curados de suas doenças. A escolha dos apóstolos não fez Jesus esquecer
as massas aflitas e abandonadas. Uma nota própria de Lucas é a energia boa que
de Jesus procede e que é capaz de curar a todos. Claro que “toda a multidão”
queria tocar nele!
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Jesus passou a noite em oração. Você consegue
encontrar tempo para orar? - A que você se sente chamado na Igreja? - Sente a
força de Deus para cumprir sua missão? - Procura corresponder ao chamado de
Deus em sua vida? - Sente que os outros notam sua vivência da fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 10/09/2013
Meditando o evangelho
UMA NOITE EM ORAÇÃO
Passando uma noite toda em oração, no alto de uma montanha, Jesus
preparou-se para um momento importante de seu ministério: a escolha do grupo de
discípulos, que seriam objeto de sua atenção especial, pois teriam como tarefa
levar adiante a sua missão.
Por que esta longa vigília de oração? Estar em oração significava
recorrer a Deus e deixar-se guiar por ele, em vista de acertar na escolha a ser
feita. Afinal, os discípulos deveriam ficar a serviço do Reino do Pai, e só
este poderia oferecer ao Filho os critérios corretos de discernimento. Era
fundamental fazer uma escolha acertada.
Os nomes sugeridos pelo Pai correspondiam aos de pessoas comuns, sem
qualidades especiais. Humanamente falando, teria sido preferível escolher
pessoas mais inteligentes, mais corajosas e dispostas a enfrentar adversidades,
menos apegadas a certos esquemas mentais inconvenientes, mais sintonizadas com
o modo de pensar de Jesus. Nada disto tinham as doze pessoas que ele escolheu.
Na oração, o Mestre deixou-se convencer pelo Pai a contar com a
companhia de homens limitados, para realizar a grande obra da implantação do
Reino. Aliás o Pai sempre agira assim. Seria cair na tentação, querer pensar de
modo diferente. Neste sentido, a escolha feita por Jesus correspondeu,
realmente, à vontade do Pai.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de docilidade nas mãos do Pai, faze-me escolher sempre o que
corresponde ao querer divino, sem deixar-me influenciar por meu próprio querer.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A alegria de ser convocado...
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Nos meus tempos de menino, como todo garoto tínhamos um campinho
de futebol no final da rua, onde travávamos verdadeiras batalhas campais
correndo atrás de uma bola. Eu gostava de atuar de goleiro, posição não tão
disputada e então sempre tinha um lugar garantido quando íamos iniciar a
partida e dois escolhiam os times. Mas com o tempo surgiu outro goleiro e daí
na hora da escolha eu ficava com o coração na mão, não sabendo se seria
escolhido ou não.
Neste evangelho Jesus convoca o time que terá a missão de
evangelizar e a seleção é feita entre os seus discípulos, ganhando os
escolhidos o nome de apóstolos. Judas Iscariotes estava entre os escolhidos,
porque Jesus não chama só os bons, mas sim os que querem comprometer-se com o
seu projeto da construção do novo reino. Todo homem chamado por Deus para viver
a vocação do amor, esse chamado é natural e está no próprio dom da vida, entretanto,
alguns, o Senhor escolhe para serem os seus colaboradores, estes têm uma
responsabilidade maior, os cristãos batizados são assim convocados para serem
os anunciadores desse Reino Novo, é preciso vestir a camisa, ir a campo para o
combate.
Aos escolhidos Deus dá uma força que não vem do humano, mas do
Divino, antes da escolha, Jesus estava em oração, isso significa dizer que
aquela mesma força libertadora, que saia de Jesus e aliviava as pessoas de seus
males, está também presente em cada discípulo. Vivemos em uma sociedade marcada
por uma multidão de pessoas que não são livres, a alienação de certas
ideologias vem contaminando o coração de muitos, e nesse caso, o anúncio
cristão de Jesus e seu evangelho, é a única saída para tantas opressões. Entretanto,
essa ação libertadora por excelência, depende de nós...
2. Passou a noite em oração
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
No fim do dia, Jesus sobe à montanha e, no dia seguinte, chama
os discípulos e escolhe Doze dentre eles aos quais dá o nome de apóstolos.
Mateus diz que Jesus deu a eles autoridade de expulsar demônios e curar doenças
e todos os males. Marcos diz que Jesus constituiu os apóstolos para expulsarem
os demônios e também para ficarem com ele e para pregarem. Somente Lucas diz
que Jesus passou a noite toda em oração a Deus e só depois, ao amanhecer,
chamou os discípulos e escolheu os Doze. Descendo da montanha, Jesus encontra
muitos discípulos e muita gente que vieram para ouvi-lo e para serem curados.
Não queriam apenas ser curados. Queriam também ouvir o que Jesus ensinava.
Quando se lê no Evangelho de Marcos que Jesus escolheu os Doze para ficarem com
ele, o evangelista nos dá um modelo de Igreja e um caminho de espiritualidade.
Todos juntos com Jesus, isto é a Igreja. A espiritualidade que anima e motiva
os discípulos é também estar com Jesus.
Liturgia comentada
Teu Nome... (Sl 145 [144])
O Nome de Deus é algo tão sublime, que um dos Dez
Mandamentos o envolve de nobreza: “Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus
em vão”.(Dt 5,11) Esta salvaguarda foi levada ao extremo de adotar, para o Nome
do Senhor, uma grafia impronunciável: o Tetragrama sagrado YHWH. No texto da
Escritura, as quatro letras eram lidas como Senhor, Adonai. Mantinha-se
distância entre nossos lábios impuros e a santidade do Nome de Deus. Aliás,
recentemente, um documento da Santa Sé exortava os católicos a não utilizarem a
palavra “Javé” em seus cânticos e preces, como atitude respeitosa para com os
irmãos do judaísmo.
Não se trata, porém, de atribuir a qualquer
palavra um poder mágico deflagrado por sua pronúncia ou sua grafia. Na
mentalidade bíblica, nome e pessoa são duas realidades inseparáveis. Não apenas
como a veste e o homem, mas como a pele e a carne. É neste sentido que Paulo
repete o primitivo hino litúrgico da Igreja: “Ao nome de Jesus, se dobre todo
joelho dos seres celestes, dos terrestres e dos que vivem sob a terra”. (Fl
2,10 – BJ).
Obviamente, Deus não cabe em um nome. Não é
possível encerrá-lo em uma palavra, nem tampouco fazer de seu nome uma espécie
de mantra ao modo dos hindus. No entanto, como observa uma nota da TOB, o nome
de Deus nos serve como um “memorial”, pois nos ajuda a não perder sua memória,
permitindo-nos invocá-lo em nossas preces: “Este é meu nome para sempre, e
assim me invocareis de geração em geração”. (Ex 4,15b)
As coisas ficaram mais fáceis para os cristãos,
que se dirigem ao Pai [Abbá] por Jesus, o Filho, no Espírito Santo. Quando o
Filho de Deus se encarnou, nascendo de Mulher, recebeu um nome humano, Jesus,
que alude diretamente à salvação oferecida por Deus [Jesus = Yahweh salva, Deus
é salvação].
Este nome foi indicado pelo anjo de Deus na
Anunciação a Maria de Nazaré: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe
porás o nome de Jesus”. (Lc 1,31) Como é de praxe na Escritura, o nome aponta
para a missão. No caso de Jesus, a salvação da humanidade. Várias vezes, na
Bíblia, Deus muda o nome de seus enviados: Abrão torna-se Abraão, Simão
torna-se Cefas, Saulo será Paulo. Daí o antigo costume de mudar de nome na
profissão religiosa.
Pessoalmente, prefiro dirigir-me a Deus com o
nome de Pai, tal como Jesus o fez na oração do Pai-Nosso. Muitos o chamam de
“Senhor”, o que pode prender o orante na posição de servo da casa. Ao invocar a
Deus como “Pai”, eu me situo como filho e, naturalmente, disposto a amar e
obedecer. Em nosso batismo cristão, nós recebemos o nome de... filhos...
Orai sem cessar: “Santificado seja o vosso nome!” (Lc 11,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 10/09/2013
HOMILIA
DIÁRIA
Ouvir o Senhor é o bem maior que podemos
conceder à nossa alma
As Palavras de Jesus entram
em nós e fazem a graça de Deus acontecer
“Vieram multidões para ouvir Jesus e serem
curados de suas doenças e suas enfermidades” (Lc 6,18).
Ouvir o Senhor é o bem maior que podemos conceder
à nossa alma, ao nosso coração e à nossa vida. Quando paramos para ouvi-Lo,
nossos ouvidos se dilatam, abrem-se para escutar a Palavra de vida, de
transformação, aquela que faz bem à nossa existência. Ouvir Jesus é permitir
que a palavra d’Ele entre em nós e faça a graça de Deus acontecer.
Nós, muitas vezes, precisamos de uma palavra de
alento, de direção e de esperança, mas, como diz a primeira leitura de hoje, na
Carta de Paulo aos Colossenses, “nós não podemos buscar essa palavra em vãs
filosofias, em doutrinas falsas que se baseiam em tradições humanas”.
Não é lendo horóscopos, buscando cartas, magias
ou qualquer filosofia desse mundo que nós vamos encontrar a palavra de consolo,
de cura, de transformação que precisamos. Pode ser até que, por causa da ânsia
que vivemos de encontrar uma palavra que nos guie, sintamo-nos até bem quando
ouvindo esta ou aquela pessoa, mas ninguém tem palavra de vida eterna a não ser
Jesus! Ninguém pode trazer até nós palavras que deem sentido pleno à nossa
vida, a não ser Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo; é por isso que aquelas
pessoas paravam para ouvi-Lo e eram curadas de suas doenças e enfermidades.
Aquela multidão, além de ouvir o Senhor,
também procurava tocar n’Ele, e cada um que O tocava sentia sair d’Ele uma
força que curava, que dava um novo alento, que trazia uma transformação para o
seu coração.
Além de ouvir Jesus, abra os seus ouvidos e o seu
coração para ouvir as palavras d’Ele, para meditar sobre elas no Evangelho, na
Sagrada Escritura. Permita-se ser tocado por Ele, permita que o amor do Senhor
toque em você, chegue em você e o Seu toque faça toda a diferença em sua vida.
O Seu toque dá uma direção nova para aquilo que estamos precisando.
Hoje, onde quer que você esteja, que um toque de
esperança, um toque de amor, um toque de fé chegue até o seu coração.
Permita-se ser tocado pelo poder misericordioso de Jesus Cristo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 10/09/2013
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos o Amor eficaz. Que não nos
contentemos apenas em nos sentirmos extasiados em Tua Presença, mas que sejamos
sinais vivos do teu cuidado para com todos os irmãos da caminhada. Pelo Cristo
Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/09/2013
Oração FinaL
Pai Santo, ensina-nos o Amor eficaz. Que não
nos contentemos apenas em nos sentirmos extasiados em Tua Presença, mas que
sejamos sinais vivos do teu amoroso cuidado para com os irmãos da caminhada,
todos nós filhos teus, muito amados. Pelo Cristo Jesus, teu Unigênito que se
fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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