ANO C

Lc 7,31-35
Comentário do
Evangelho
O discernimento para captar o tempo de Deus.
O trecho do evangelho de hoje é a sequência do
relato em que João Batista envia os seus discípulos a Jesus para perguntarem:
“És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?” (v. 20). A pergunta de
João revela a sua dificuldade de discernir e compreender o novo que se vai
realizando na pessoa de Jesus. Jesus responde apoiando-se em Is 35,5-6; 61,1 e
26,19. Ao mesmo tempo, o leitor vê evocado, na resposta de Jesus, o discurso
programático da Sinagoga de Nazaré (Lc 4,16-30). A resposta de Jesus é suficiente
para fazer João compreender que o “hoje” da salvação se realiza na pessoa de
Jesus, nos seus “atos de poder” e nas suas palavras.
O convite de João Batista à conversão ganhou
muitos adeptos, mas também rejeição: o povo que o ouviu, os publicanos, recebeu
o batismo de João, enquanto os escribas e fariseus, não (cf. vv. 29-30). Na
aceitação/rejeição de João Batista, é prefigurada a aceitação/rejeição de
Jesus. Não se trata de aceitar ou rejeitar a proposta de alguém, mas do próprio
desígnio salvífico de Deus (cf. v. 30).
As parábolas dos vv. 31-32 referem-se e ilustram
essa rejeição por parte dos chefes do povo. O que se afirma é a incompreensão
dos escribas. Falta a eles discernimento para captarem, no tempo, a graça de
Deus.
Fonte: Paulinas em 18/09/2013
Vivendo a Palavra
Aos homens daquele tempo bastava cumprir a letra
da Lei de Moisés. Eles não estavam abertos ao Novo, anunciado pelo Batista e
trazido por Jesus de Nazaré. Cuidemos para que o mesmo não aconteça conosco.
Saibamos discernir a presença sempre criativa do Senhor nos sinais dos tempos
que vivemos.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/09/2013
Vivendo a PalavrA
As pessoas daquele tempo pensavam que bastava
cumprir a letra (as prescrições externas) da Lei de Moisés. Elas não estavam
abertas ao Novo, trazido por Jesus de Nazaré e anunciado por João Batista.
Cuidemos para que o mesmo não aconteça conosco. Saibamos discernir a presença
sempre criativa do Senhor nos sinais dos tempos que vivemos.
Reflexão
Todos nós somos cristãos, e muitas vezes nos
orgulhamos disso, afinal de contas, temos a salvação em Jesus Cristo e a
filiação divina, sem contar que somos templos do Espírito Santo. Porém devemos
nos questionar se a nossa vida é coerente com o que cremos, pois muitas vezes
vivemos uma religião de gestos exteriores, de cumprimento de normas rituais, de
práticas religiosas, mas não vivemos o essencial: não somos capazes de amar,
não temos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo: a misericórdia, a justiça, a
fraternidade, a solidariedade. Com isso, o Evangelho soa todos os dias em
nossos ouvidos, mas não toca os nossos corações, nem transforma as nossas
vidas, e a sabedoria fica longe de nós.
Fonte: CNBB em 18/09/2013
Reflexão
Jesus
faz um desabafo. Seu lamento recai sobre os dirigentes do povo, incluindo as
autoridades religiosas, que buscam desculpas, em vez de se abrirem ao projeto
de Deus. Não se dispuseram a mudar de vida ante os apelos severos do Batista, a
quem tacharam de louco. Agora não se dispõem a converter-se, diante das
palavras de misericórdia de Jesus e de seus grandes prodígios. Até o chamam de
“comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e pecadores”. São como
crianças caprichosas: nada é capaz de despertar-lhes interesse. Nem tudo,
porém, está perdido: muitos discípulos da Sabedoria, (“filhos”) que eram os
desprezados pelas autoridades religiosas, ou seja, o povo simples e os
pecadores, foram inteligentes, aceitando a conversão anunciada por João e o
compromisso com Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
O que pensar daqueles que vivem como se Deus não
existisse? - Já passou por situação de ter de falar de Deus a quem vive
ignorando sua existência? - Quem são os que mais criticam os que frequentam a
Igreja? - Os escribas e fariseus tinham como único objetivo encontrar algum
erro em Jesus. Não acontece o mesmo na sociedade de hoje com aqueles que não
praticam religião alguma? - Procuro ser coerente em meu modo de agir?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 18/09/2013
Meditando o evangelho
OS FILHOS DA SABEDORIA
Tanto João Batista quanto Jesus, foram objeto de rejeição e de acolhida.
Tudo dependia da maneira como as pessoas se aproximavam deles e se deixavam
tocar por suas palavras. Havia gente sinceramente desejosa de converter-se. Mas
havia, também, gente fechada em seus esquemas, que se irritava diante do
convite à conversão.
Os pobres, os excluídos e os pecadores mostravam-se sensíveis às
palavras que Deus lhes dirigia, e davam ouvido a Jesus e a João, reconhecendo
neles a preocupação divina com a salvação de seu povo. Com esta ajuda,
reconstruíam sua própria dignidade.
No polo oposto, estava a liderança judaica, cuja hostilidade Jesus e
João tiveram sempre que enfrentar. Tudo quanto faziam, era mal interpretado.
A vida ascética e dura do Batista era tida como obra do demônio. Só um
possesso podia ser tão anti-social. A vida normal de Jesus, no convívio com as
pessoas, fazia dele um comilão e beberrão, vergonhosamente misturado com gente
de conduta censurável. Esta má vontade persistente da liderança judaica não lhe
permitia deixar-se tocar por quem quer que fosse. Uma semelhante atitude era
grave, pois se opunha ao projeto divino. Urgia comportar-se como filhos da
sabedoria e deixar-se instruir pelos enviados de Deus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE
– e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito que gera filhos da sabedoria, que eu não
demore em deixar-me tocar pela palavra de Jesus, sem interpor dificuldades.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A conversão
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Meninos sentados na praça e que gritam aos outros "Tocamos
flauta e não cantais, cantamos uma lamentação e não chorais..."
Com essa expressão talvez estranha para nós, Jesus diz uma
grande verdade: queremos sempre que as pessoas dancem conforme a nossa música,
isso é, que pensem e ajam como nós, e se for uma religião ou até mesmo aspecto
cultural, que não mudem nada e nem venham com coisas novas.
João Batista, o Precursor de Jesus, tinha algo novo a anunciar,
mas como vivia de um jeito meio estranho e não se alimentava, diziam que ele
estava possesso de um demônio. (Qualquer fenômeno que não conseguimos definir,
atribui-se ao demônio).
Jesus de Nazaré é diferente de João Batista, aliás, não se
encaixa no perfil de Messias anunciado, em vez de acabar com os pecadores e
homens maus, tem amizade com eles, senta-se para tomar refeição com eles, e
come e bebe com eles. Por isso o rotularam de comilão e beberrão.
E assim, o Novo que se encarnou em meio a humanidade, acabou
rejeitado justamente porque era humano demais. Esse evangelho traz um forte
apelo á conversão, mas o que é a conversão? Justamente purificar o olhar e o
coração, para ver e sentir a presença de Jesus e do seu Reino nas pessoas e nos
acontecimentos da história e da nossa vida. Mas tenhamos cautela, Jesus não
está formatado do jeito que nós queremos e o imaginamos, a conversão interior é
primeiramente dom de Deus, que vem com a Graça oferecida em Jesus.
Quando olhamos o mundo e as pessoas com os olhos de Jesus, não
exigimos que as pessoas "dancem só conforme a nossa música", pois o
Reino a todos renova e se refaz nas virtudes e nos valores que cada um tem e
disponibiliza para os irmãos e irmãs.
2. O amigo dos pecadores
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Os filhos da sabedoria sabem discernir a vontade de Deus.
Julgamentos rápidos dirão que quem não come nem bebe tem um demônio. Foi o que
disseram de João Batista. Jesus comia e bebia e dele disseram que era comilão e
beberrão. E eu, afinal, o que penso, qual é a minha posição? Estou do lado de
João que não come nem bebe, ou do lado de Jesus que não tem restrições
alimentares? Quem está certo, quem está errado? Os fariseus raciocinavam em
termos de ‘permitido’ ou ‘proibido’. O que é que Deus quer? O que é que ele
permite e o que é que ele proíbe? Jesus não se sintonizava com este tipo de
pergunta dos fariseus e dos escribas. Como sei, então, qual é a vontade de
Deus? Olhando a Lei? A resposta está no discernimento com sabedoria. São Lucas
escreve que “a sabedoria é reconhecida por todos os seus filhos”. Os filhos da
sabedoria a reconhecem, sabem trabalhar com ela, sabem discernir o que tem
diante de si. O discernimento sábio percebe o que é melhor aqui e agora: comer
ou não comer. Percebe o que mais convém para a glória de Deus e o bem do ser
humano. Na visão de Jesus, a Lei sozinha não basta para adquirir a sabedoria.
Moisés nos deu a Lei, que mostra o caminho. A graça e a verdade vieram por
Jesus Cristo e nos fazem andar.
Liturgia comentada
Alimento aos que o temem... (Sl 111 [110])
No Sermão da Montanha, Jesus disse que os pardais
são alimentados pelo Pai do Céu, o mesmo que veste de esplendor os lírios do
campo. E se ele alimenta humildes pardais, avezitas sem cor e sem canto, com
muito mais razão há de alimentar os filhos! E isto nos ensina algo que devia
ser óbvio, mas costuma “passar batido”. O mesmo Deus que nos cria, também nos
alimenta. Que Pai seria esse que chamasse à vida e, a seguir, deixasse os
filhos morrendo de inanição?
Na história do Povo de Deus, o evento marcante da
ação alimentadora de Deus está registrado no Livro do Êxodo. Caminhando pelo
deserto, em 40 anos de jornada, era impossível plantar e colher. O Senhor
acudiu o seu povo e, com permanente milagre, o alimentou com o maná: “O Senhor
disse a Moisés: ‘Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo e colherá
diariamente a porção de cada dia’”.
Os Padres da Igreja primitiva reconheceram
prontamente no dom gratuito do maná uma figura do futuro sacramento da
Eucaristia, que Jesus anunciaria como “o verdadeiro pão que meu Pai vos dá” (Jo
6,32). E Jesus vai além, apresentando-se como nosso alimento superessencial:
“Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”.
(Jo 6,51)
O Salmo da liturgia de hoje assegura que Deus é
“alimento para os que o temem”. Santo Agostinho comenta este versículo: “Para
que serviram os milagres, a não ser para incutirem temor? De que adiantaria,
porém, o temor se o ‘Senhor, misericordioso e clemente’, não sustentasse ‘os
que o temem’? Desceu o pão do céu (cf. Jo 6,27.51), alimento incorruptível,
dado a quem nada merecia. Pois Cristo morreu pelos ímpios (cf. Rm 5,6). Ninguém
daria tal alimento, a não ser o Senhor misericordioso e clemente. Se deu tanto
nesta vida, se o Verbo feito carne acolheu o pecador para justificá-lo, que não
receberá no futuro século o que for glorificado?”
Houve épocas, em nossa Igreja, em que as pessoas
participavam da assembleia eucarística, mas não comungavam. Em outras épocas,
era preciso ter autorização especial do confessor para chegar à mesa da
comunhão. As crianças só foram autorizadas a receber o Pão da Vida no
pontificado do Papa Pio X [1903-1914]. Mesmo hoje, muitos católicos ainda não
descobriram a importância da comunhão frequente como alimento para a missão.
Creio, mesmo, que muitos cansaços e desistências aconteceram por falta dessa
nutrição espiritual.
Participando da mesa eucarística, nós nos
preparamos para o banquete do Cordeiro.
Orai sem cessar: “Felizes os convidados para o banquete das
núpcias do Cordeiro!” (Ap 19,9)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 18/09/2013
HOMILIA
DIÁRIA
Tenho sido indiferente à Palavra de Deus?
Deixar a vida ser conduzida
de qualquer jeito, como se tivéssemos apenas uma vida material, é ser
indiferente a Deus, é ser indiferente à Sua Palavra.
“Com quem hei de comparar os homens desta
geração? Com quem eles se parecem? São como crianças que se sentam nas praças,
e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes;
fizemos lamentações e não chorastes!’” (Lc 7,31-32).
A Palavra de Deus nos chama à atenção para a
situação da indiferença, para aqueles corações que simplesmente não ligam, para
quem tanto faz ou tanto fez; não dão a menor atenção ao que está acontecendo.
Não ligar para alguém que está ao nosso lado
sofrendo ou chamando a nossa atenção significa dizer que para nós essa situação
não tem a menor diferença, que não nos importamos com isso.
Quando Jesus veio até nós, houve um grupo de
pessoas que pararam para ouvi-Lo e deixaram suas vidas serem transformadas por
causa da Sua Palavra, mas é óbvio que houve aqueles que se opuseram,
colocaram-se contra. Houve também um outro grupo que simplesmente se portou com
total indiferença: “Isso não me diz respeito, eu não estou preocupado e não dou
atenção a isso”.
No meio de nós há muitas pessoas que conhecem
Deus, sabem da Palavra d’Ele, tem até símbolos sagrados na sua casa. De vez em
quando, vão à Igreja, mas se portam e se comportam com total indiferença para
com Ele, para com a Palavra d’Ele.
Uma vez que estamos preocupados com nossos
negócios, estudos e trabalhos, que estamos ocupados em adquirir dinheiro,
fortuna ou seja lá o que for, a nossa vida acaba tendo outras ocupações e nós
não temos tempo de nos ocupar com Deus nem com a Palavra d’Ele.
Uma coisa é certa, o Senhor não está pedindo a
ninguém para deixar as suas ocupações nem as suas responsabilidades com a vida.
Mas deixar a vida ser conduzida de qualquer jeito, como se tivéssemos apenas
uma vida material, como se ela se resumisse apenas a essa Terra; como se nós
não tivéssemos preocupações com as coisas do Alto é ser indiferente a Deus, é
ser indiferente à Sua Palavra.
Que, hoje, essa mesma Palavra chegue ao nosso
coração e o desperte para que saiamos da indiferença e da frieza, para que nos
abramos a ela, a fim de sermos tocados pela Palavra, porque se chegarmos à
situação de que nada que o Senhor fala nos toca, é porque estamos no mau
caminho.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e
colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/09/2013
Oração Final
Pai Santo, que renovas a cada dia a face da
terra, dá-nos abertura de alma para discernirmos tua Presença Paterna em cada
um de nós, filhos que tanto amas, e na história que construímos com a nossa
vida. Ensina-nos a anunciá-la com alegria e gratidão aos irmãos peregrinos. Por
Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/09/2013
Oração FinaL
Pai Santo, que renovas a cada dia a face da
terra, dá-nos abertura de coração e grandeza d’alma para discernir tua Presença
Paterna em cada um de nós, filhos que tanto amas, e na história que construímos
ao longo da nossa existência. Ensina-nos a anunciá-la com alegria e gratidão
aos irmãos peregrinos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.

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