ANO C

Mt 8,18-22
Comentário do Evangelho
A liberdade diante do seguimento de Jesus
O relato de vocação do evangelho de hoje se
encontra, também no evangelho de Lucas, porém, com diferenças importantes
(9,57-62). Em Lucas há três anônimos que recorrem a Jesus: o primeiro e o
terceiro tomam a iniciativa (vv. 57.61), enquanto o segundo é chamado por Jesus
(v. 59). Em Mateus, um escriba toma a iniciativa (v. 19), e também um entre os
discípulos, que põe uma condição ao chamado de Jesus (v. 21). Ao escriba
disposto a seguir Jesus, ele alerta que a vocação do discípulo é itinerante e
exige desapego: “As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o
Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça” (v. 20). Ao outro, que não
sabemos se a iniciativa foi dele ou de Jesus, o Senhor adverte que não há nada
que possa anteceder ou retardar o seguimento. Se ninguém é excluído do
seguimento de Cristo, é verdade, igualmente, que ninguém pode pôr condições
para segui-lo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, confronta-me, cada dia, com as exigências do
discipulado, e reforça minha disposição para enfrentá-las com a tua graça.
Fonte: Paulinas em 01/07/2013
Vivendo a Palavra
Jesus ensina que a opção pelo Reino de Deus deve
ser radical e não sofrer nenhuma condição. Seguir o Mestre, mesmo sabendo que
Ele não tem onde repousar a cabeça, é o único jeito de fazermos, já agora neste
mundo, a experiência do Amor Misericordioso que um dia será plena no Reino de
Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/07/2013
VIVENDO A PALAVRA
Os ‘mortos’, para Jesus, são aqueles que se
negam a ouvir, a acreditar, a acolher e a viver conformes à Palavra de Deus – o
seu Verbo que se fez Homem. Os frutos da Palavra na vida do discípulo são o
domínio das paixões, a generosidade na partilha, o cuidado com a natureza e a
busca permanente do encontro com o Pai. Jesus nos convida a optar pela Vida – e
vida em plenitude!
Reflexão
O seguimento de Jesus traz consigo uma série de
implicações e exige de todos nós muito mais do que o entusiasmo ou a boa
vontade. Exige disposição de deixar muita coisa para trás, inclusive o
conforto, os costumes, a cultura e até mesmo os grandes valores que norteiam a
nossa vida. Seguir Jesus significa ter a disposição de sempre ir em frente,
sempre ir além, sempre buscar o novo para que a boa nova aconteça, é uma vida
marcada sempre por novos desafios, é sempre atravessar o lago e buscar a outra
margem do lago onde novas pessoas esperam para serem evangelizadas. Seguir
Jesus significa colocar a obra evangelizadora acima de tudo.
Fonte: CNBB em 01/07/2013
Reflexão
O
anúncio do Evangelho é tarefa urgente e exigente. Jesus conhece a realidade e a
revela a duas pessoas que esboçam a intenção de segui-lo. A primeira é um
doutor da Lei. Jesus lhe mostra que, para segui-lo, é necessário viver
despojado, sem apego a pessoas, lugares ou posses: “O Filho do Homem não
tem onde repousar a cabeça”. A segunda pessoa é um de seus discípulos que,
talvez num momento de euforia, parece estar disposto a seguir Jesus, porém não
imediatamente; só quando seus pais falecerem. Jesus lhe responde acentuando a
urgência em relação ao Reino. Trata-se de entregar-se por inteiro, e de
imediato, à causa de Jesus e do Evangelho. Seguir Jesus é estar disposto a
abandonar algumas atividades que, mesmo sendo boas e nobres, tornam-se
obstáculos para o seguimento.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Há muitos modos de seguir a Jesus. Qual é o seu?
- Você apoia e incentiva os que fazem uma opção mais radical no seguimento de
Cristo? - Será que não somos egoístas ao lançarmos mãos de tantas desculpas
para não cuidarmos das coisas de Deus? - Você procura estar sempre vivo para
cuidar das coisas de Deus? - Cite
um caso de alguém que renunciou a muito em favor do Reino de Deus.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 01/07/2013
Meditando o evangelho
DISPOSTOS A SEGUIR JESUS
O seguimento de Jesus tem seus pré-requisitos. Além da disposição de
tornar-se discípulo, é preciso saber o que o seguimento exige de cada categoria
de pessoas. O Evangelho refere-se ao caso de um escriba e de um discípulo. São
dois exemplos ilustrativos do que se passa com quem se predispõe a seguir
Jesus.
O mestre da Lei judaica é advertido para não tomar uma decisão apressada
e superficial. Talvez confundindo Jesus com os rabinos da época, não tinha
consciência de um dado importante: para seguir o Mestre Jesus era preciso estar
pronto para abraçar a pobreza e o despojamento. Seria ilusório escolher
segui-lo, pensando em poder levar uma vida de bem-estar e segurança. As
exigências da pobreza deveriam ser previamente conhecidas e aceitas.
Quanto ao discípulo, parece não ter-se dado conta das reais exigências
de sua opção. Por isso, pede ao Mestre para interromper sua missão e voltar
para casa, a fim de cumprir seu dever de filho, e dar uma sepultura digna a seu
velho pai. O pedido não é aprovado, pois, na família, deve haver quem se
preocupe em fazer este gesto de misericórdia.
Qualquer que seja a questão, Jesus pensa o discipulado como uma escolha
coerente, total e radical, feita para toda a vida, e que se torna a opção
fundamental do discípulo. Diante dela, tudo é relativizado, mesmo as coisas
mais caras ao ser humano.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de afeição ao Reino, predispõe-me a ser discípulo de maneira
radical e coerente, a ponto de relativizar tudo, mesmo aquilo que considero
mais querido.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. COMO
SEGUIR JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Quem quiser tornar-se discípulo deverá
submeter-se às exigências do discipulado estabelecidas por Jesus. As
conveniências e comodidades do discípulo não contam, quando Jesus o chama para
segui-lo. Ao discípulo cabe apenas obedecer.
O discipulado acontece na pobreza. Quem pensa
seguir Jesus para encontrar bem-estar econômico e garantir a própria segurança,
está equivocado. O próprio Jesus não tinha onde reclinar a cabeça. Ele vivia
neste mundo ser nem mesmo possuir uma casa, como se fosse um estrangeiro, peregrino
nesta terra. Não seria diferente com o discípulo. Nada de instalar-se no
bem-bom deste mundo. O discipulado se dá em forma de desapego e liberdade em
relação aos bens materiais, isto é, na pobreza.
O discipulado acontece na ruptura dos laços que
impedem o Reino de tornar-se absoluto na vida do discípulo. Os laços familiares
são tão fortes que, às vezes, chegam a impedir o discípulo de dar os passos
exigidos pelo Reino, fazendo-o adiá-los indefinidamente. O Reino não pode
perder sua primazia na vida do discípulo de forma alguma. Por isso, Jesus deu
ao discípulo a ordem peremptória de segui-lo, sem esperar pela morte e
sepultamento do próprio pai. Haveria quem cuidasse disto. Quanto ao discípulo,
o Reino exigia que ele assumisse imediatamente sua parte na missão.
Oração
Senhor Jesus, faz-me compreender e aceitar as
exigências colocadas por ti
para que eu me torne teu discípulo.
Fonte: NPD Brasil em 01/07/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Discípulo não vive de Euforia e nem de respostas
esfarrapadas
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim – SP)
Primeiro temos neste evangelho um Discípulo
Eufórico, empolgadíssimo com Jesus, e que se mostra um “Pau prá qualquer
obra”.Nas comunidades sempre aparecem tipos assim, saem de um
retiro ou de um encontro “pisando nas nuvens”, Jesus é seu tudo, sua vida,
juram que por ele são capazes de morrer, enfim, estão dispostos a fazerem
qualquer coisa...Mas um belo dia essa euforia vai se esfriando por várias
razões, até que acaba em nada.
O outro tipo que aparece, é aquele que dá eternas desculpas para
não ser discípulo de verdade. “Ah quando eu me aposentar me aguardem, vou fazer
de tudo pela comunidade”. Conheci um que fazia planos de monumentais
obras de caridade, caso acertasse na mega sena acumulada. Outro cismou que o
seu carisma maior estava na política e tentava convencer a comunidade a
Elegê-lo, pois seria o melhor dos políticos. E ainda outro que, só estava
esperando o Padre ser transferido, porque não se dava com ele, mas assim que
ele se fosse, voltaria à vida de doação pela comunidade... Enfim, há sempre um
caminhão de desculpas para se prorrogar o compromisso com Jesus. Mais tarde...
Daqui um tempo... no ano que vem...
Claro que não há nada de mal em alguém ir enterrar o próprio
Pai, é até um belo ato de caridade cristã. Mas o que Jesus censura no sujeito,
é esse “deixar para depois”. O verdadeiro discípulo de Jesus é como jogador de
Futsal, mesmo num espaço pequeno, marcado pelo adversário, ele dribla, faz o
giro e se sai bem da jogada.
O Discípulo autêntico nunca deixa para depois o compromisso
maior com o seu discipulado. O Reino é agora, naquele momento. Ali o discípulo
tem de fazer o Reino acontecer, em seu compromisso com o evangelho. Em, seu dia
a dia, nas relações familiares, no trânsito, no Banco, na rua, enfim, onde
estiver em que circunstância for; o discipulado tem de se tornar uma prática
constante em nossa vida. Não é preciso chegar o dia certo, o tempo certo, o
clima certo, o padre ou o Bispo certo, as pessoas são o que são; Jesus chamou a
todos, com o nosso jeito de ser, para atuarmos nesse “time” de evangelizadores
e evangelizadoras, que nunca irá sofrer uma derrota.
O dia de ontem já é passado, e o de amanhã ainda não chegou,
nosso discipulado é hoje, no agora da vida!
2. Mestre, eu te seguirei!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e
disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
“Eu te seguirei, Senhor, para onde quer que vás.” Esta frase
pode ser muitas vezes repetida até se tornar verdade em nossa vida. O discípulo
se dispõe a seguir o mestre, não qualquer discípulo nem qualquer mestre. O
Mestre é Jesus e o discípulo sou eu. Atenção ao que Jesus diz: “Eu não tenho
onde reclinar a cabeça”. Pense o que significa esta afirmação na boca de Jesus:
ele não tem onde repousar a cabeça. Não venha por interesse. Ele é um homem
livre e me propõe um seguimento livre. Não vou segui-lo para melhorar de vida,
para fazer carreira. Na realidade, minha vida vai melhorar e eu vou fazer
carreira. No fim de seus dias, São Paulo dizia ter completado a carreira.
Começou uma carreira e foi até o fim. É próprio do discípulo seguir o mestre.
“Segue-me”, disse Jesus a quem pediu para enterrar primeiro o seu pai. Quem
disse “Eu te seguirei” foi um escriba. Mateus era escriba e publicano. Os
escribas conheciam e interpretavam as leis de Israel. Os publicanos cobravam
impostos para os romanos. Somos todos chamados ao seguimento de Jesus. Ele
mostra caminhos, sem impor preceitos. Não é uma regra de vida não ter onde
reclinar a cabeça ou não poder enterrar seu pai falecido. São exemplos de um
discipulado radical num caminho de liberdade.
HOMILIA DIÁRIA
O Evangelho da liberdade
A Palavra de hoje é o
Evangelho da liberdade, daqueles que querem ser livres para pregar os
ensinamentos de Jesus, daqueles que querem ser livres para viver o
Evangelho.
Jesus está dizendo: “As raposas têm suas tocas e
as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a
cabeça” (Mt 8,20).
Poderia dizer que a Palavra de hoje é o Evangelho
da liberdade, daqueles que querem ser livres para pregar os ensinamentos de
Jesus, daqueles que querem ser livres para viver o Evangelho, porque se eu
tenho, como a raposa, uma toca, ou como as aves dos céus têm seus ninhos, o
filho do homem não tem nem uma casa própria para morar nem algo para dizer:
‘Isto é meu’.
Quando temos um bem, vivemos por conta de cuidar
dele; e quanto mais bens materiais temos, mais responsabilidades temos de
cuidar. Muitas vezes, não temos liberdade, porque precisamos cuidar dos nossos
bens.
A Palavra não diz que nós não podemos ter bens
materiais; muito pelo contrário, até precisamos deles para ter segurança e
estabilidade. Nós não podemos é ter um coração preso a eles nem podemos deixar
que o nosso coração se prenda a qualquer coisa, porque isso pode e tem tirado a
nossa liberdade de viver o Evangelho de Cristo.
Senhor, permita-nos, primeiro, enterrar meu pai e
minha mãe. Mas Jesus diz: “Deixa que os mortos sepultem os mortos”. Jesus não
nos diz para não cuidarmos de nossos pais. Mas, muitas vezes, ficamos presos
aos parentes, às pessoas que nós gostamos, e, pelas quais deixamos de fazemos a
vontade de Deus em nossa vida, pois estamos presos a elas.
Que o Senhor, hoje, nos dê liberdade para
vivermos o Seu Evangelho e para fazermos a Sua vontade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo –
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 01/07/2013
Oração Final
Pai Santo, dá-nos por teu Espírito o discernimento
para escolhermos o Caminho do teu Reino de Amor; dá-nos também, Pai amado,
força e coragem para fazermos a nossa opção radical por ele. Queremos seguir o
Cristo Jesus, teu Filho que se fez humano como nós e contigo reina na unidade
do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/07/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, concede-nos o dom do discernimento
para que saibamos distinguir as coisas que passam, por muito sedutoras que elas
sejam, das que permanecem para a Vida no teu Reino. Dá-nos coragem e força para
fazer a opção pelo teu Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão
e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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