ANO C

Mt 5,33-37
Comentário do
Evangelho
Jesus condena todo tipo de juramento
Trata-se da quarta antítese. “Não jurar” invoca a
sinceridade, outra forma de pureza de coração. É uma forma de pureza de
espírito, pela qual, quando se é “pobre”, não se teme nada. Trata-se de uma
pessoa livre, cuja liberdade se exprime no falar. Esta atitude nasce da
simplicidade, do desapego das coisas, da pureza, como dissemos. Esta antítese diferencia-se das demais por não se
referir às relações humanas, mas a um dever em relação a Deus. O juramento é
uma promessa acompanhada de uma invocação da divindade. Jesus condena todo tipo
de juramento (vv. 34-36). Para não pronunciar o nome de Deus, os judeus juravam
pelo céu, pela Cidade Santa etc. Os falsos juramentos de Levítico 19,12, Jesus
estende-os a todo juramento. Se Jesus prescreve não jurar em hipótese alguma, é
porque o homem não pode engajar na sua própria palavra o que pertence a Deus.
Isto seria uma tentativa de pôr Deus a seuserviço.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, seja o meu sim, sim, e o meu não, não, de
forma que o maligno não contamine o meu coração com a mentira, levando-me a ser
falso no relacionamento com meu próximo.
Fonte: Paulinas em 15/06/2013
Vivendo a Palavra
O Evangelho nos ensina o valor da palavra. Sim ou
não, quando for sim ou não. Sem adjetivos, sem juramentos, apenas com a força
da simplicidade, da transparência, da verdade. A grande tentação que nos cerca
é falarmos muito. O ‘mundo da comunicação’ nos confunde com suas muitas
informações e seus raros momentos de silêncio.
Fonte: Arqwuidiocese BH em 15/06/2013
VIVENDO A PALAVRA
A lição ensinada hoje é a discrição – a
economia, a parcimônia, mesmo! – que devemos manter nas nossas palavras. Não
poucas vezes o entusiasmo nos leva a falar mais do que seria necessário ou
conveniente. E perdemos preciosas oportunidades de ouvir os nossos companheiros
de caminhada. Quando irmãos reconhecerem que, com certeza, o nosso ‘sim’ é
‘sim’ e o ‘não’ é ‘não’, os juramentos perderão a sua razão de ser.
Reflexão
Vós ouvistes o que foi dito aos antigos... Eu,
porém, vos digo. Quem quer conhecer verdadeiramente Jesus não pode se contentar
com as coisas antigas, mas deve buscar sempre a novidade do Evangelho. Isso
significa que até mesmo o Evangelho não pode tornar-se antigo, tornar-se uma
narrativa de fatos passados. O Evangelho deve ser para nós sempre uma novidade,
um desafio à descoberta de novos valores que devem marcar a nossa vida e
renovar a nossa comunidade e a nossa sociedade. A novidade do Evangelho é sempre
atual e insuperável, e aponta para todos nós novos caminhos que devem ser
trilhados a fim de que consigamos uma maturidade cada vez maior na fé.
Fonte: CNBB em 15/06/2013
Reflexão
Jesus
não se contenta em condenar a quebra do juramento ou somente inculcar a
fidelidade a esse juramento, mas ordena: “Não jurem de maneira
nenhuma”. Reprova o juramento que invoca a Deus como testemunha de nossas
afirmações. Põe a salvo, desse modo, o segundo mandamento de Lei de Deus: “Não
tomar o santo Nome de Deus em vão”. O cristão é convidado a ser sincero e
transparente, sem qualquer intenção de enganar o próximo. Jesus abomina as
palavras enganadoras e definitivamente descarta da convivência humana a
mentira, cuja raiz é maligna. Para as comunidades cristãs primitivas, São Tiago
retoma as palavras de Jesus: “Irmãos, não jurem nem pelo céu, nem pela terra,
nem por qualquer outra coisa. Que o “sim” de vocês seja “sim”, e o “não” seja
“não”, para não caírem na condenação” (Tg 5,12).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
A ÉTICA DA PALAVRA
O mandamento antigo permitia o juramento, desde que não fosse falso e se
cumprisse o juramento feito. Para não infringir o 2º mandamento, recorria-se a
certos eufemismos, a fim de encobrir a referência a Deus. Por isso,
jurava-se pelo Céu, pela Terra, por Jerusalém.
A invocação de Deus ou de outros elementos visava reforçar a palavra dada, de
forma a criar confiança e um senso de segurança entre as pessoas. Assim,
dava-se às palavras humanas um tom de seriedade e credibilidade.
Jesus pôs um basta a tudo isto, proibindo o juramento, pura e
simplesmente. O discípulo do Reino não tem necessidade de jurar, pois age com
transparência, sem a menor intenção de enganar seus semelhantes. Daí ser
desnecessário lançar mão de juramentos para fazer-se credível. Sua boca fala o
que traz no coração, sem necessidade de reforçar suas palavras com juramentos.
Na perspectiva do Reino, as palavras supérfluas são intoleráveis, e a mentira,
obra do Maligno. Este é quem move o ser humano a inverter o sentido das
palavras, encobrir-lhes o significado verdadeiro, não permitindo que a verdade
transpareça.
O discípulo do Reino é sóbrio no falar. Cada palavra que pronuncia,
assume seu sentido pleno. Seu sim é sim, seu não é não. As
sugestões do Maligno não encontram guarida em seu coração.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da
FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de sobriedade, sejam minhas palavras plenas de transparência e
sinceridade, a fim de que eu fale sempre o que corresponde à verdade.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Jurar
em Falso
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Meus pais sempre nos chamaram a atenção com rigor, quando na infância ou
adolescência, diante de alguma dúvida, por parte deles, a gente Jurava por
Deus. Era como se fosse um palavrão proibido lá em casa.
Pela vida afora cansei de ouvir juramentos desse tipo, para cobrir mentiras
e enganos pois, jurar por Deus é uma forma de desarmar quem está nos
questionando. É usar de maneira banal e leviana o Santo nome de Deus.
O evangelho de hoje trata dessa questão, pois os antigos de Israel,
dentro do Judaísmo, costumavam jurar por Deus, mas o faziam dentro de um
ritualismo e sem nenhuma falsidade. Jesus vai abolir esse costume antigo e
orienta para que não se jure nem por Deus e por nenhuma coisa sagrada
relacionada com Deus. Talvez porque naquele tempo também havia os espertalhões
que faziam um juramento falso, usando o Santo nome de Deus para trapacear ou
fazer algum negócio escuso.
Jesus parte da premissa de que nas relações fraternas não deve lugar
para a desconfianças, pois elas devem ser pautadas pela sinceridade onde o SIM
é sincero, e o o NÃO também. Como diz em outro evangelho, “seja o vosso sim
sim, o vosso não não”. Nos Sacramentos manteve-se alguns Juramentos feitos
diante de Deus, entre eles o do Matrimônio onde os noivos fazem o consentimento
e dizem SIM um ao outro, diante de Deus.
Como já vimos na reflexão de ontem, em muitos casos esse SIM é ignorado,
esquecido e desprezado, e após a separação se une a outras pessoas, em uma
união adulterada. Há o SIM que pais e padrinhos proferem no rito Batismal de
seus Filhos e afilhados, mas nesses dois sacramentos, quanta falsidade e
enganação! O Santo nome de Deus é banalizado e ridicularizado, na conduta dos
que se apresentam diante dele para receber um Sacramento.
2. Não jureis de modo algum
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva,
‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Não jurar falso. O juramento falso revela a intenção do coração. Eu não
quero dizer a verdade e minto conscientemente para prejudicar os outros. Jesus
vai além e diz: “Não jurem por nada e por ninguém”. Não é preciso jurar. É
preciso ser pessoa de palavra. Se você é uma pessoa cuja palavra tem valor, seu
sim é sim e seu não é não. Se preciso jurar é porque minha palavra está sob
suspeita. Se ela é verdadeira, o juramento também o é. Se chamo Deus, o céu, a
minha vida por testemunha do que afirmo, e o que afirmo é falso, é mentira, meu
testemunho é falso e falsifica Deus, o céu e a vida que invoquei. Deus não pode
ser testemunha de uma mentira. A mentira social, política, informativa pode ser
perniciosa. No entanto, mentira nem sempre significa não dizer a verdade. Há
verdades que não convêm serem ditas. Mentira e verdade acontecem num contexto
no qual há interlocutores com direito ou não de saber a verdade. Falso
testemunho, porém, é sempre mau. Critérios distorcidos por vezes ensinam que a
sua palavra só vale para quem pensa como você, ou só vale para quem tem a mesma
religião, ou só vale para quem tem a mesma nacionalidade. Faço o bem e evito o
mal para os que são do meu círculo de relacionamento. “Fazer o bem sem olhar a
quem”, diz o dito popular.
3. NÃO SE
DEVE JURAR
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom
Total).
A Lei proibia apenas o juramento falso e exigia o cumprimento do
juramento feito. Jesus foi além, proibindo qualquer forma de juramento.
Portanto, o discípulo do Reino deveria evitar servir-se deste expediente para
dar credibilidade à sua palavra.
O rigor de Jesus visava criar no coração do discípulo um clima de
sinceridade e transparência, a ponto de não precisar recorrer ao artifício do
juramento quando falasse ou prometesse algo. A mentira e o dolo são
incompatíveis com o proceder do discípulo do Reino. Quem recorre a expedientes
deste tipo, renega sua adesão ao Senhor.
Outro objetivo da proibição de Jesus era evitar a vulgarização de Deus.
O juramento falso infringe o mandamento que veta usar em vão do nome de Deus. O
discípulo autêntico não tem necessidade de, a cada passo, lançar mão deste recurso
para fazer-se crido. O sim do discípulo é sim e o não é não. Não lhe interessa
enganar. Tudo quanto é dito fora destes limites não vem de Deus, por isso tem
que ser evitado.
A formulação tradicional do mandamento, no pensar de Jesus, não era
suficiente para garantir relações sadias no interior da comunidade cristã. A
necessidade de continuamente invocar o nome de Deus, para garantir o trato
mútuo, podia ser indício de que o Reino ainda não tinha chegado a transformar o
interior do discípulo.
Oração
Senhor Jesus, dá-me a graça da sinceridade e da transparência, para que
eu seja sempre honesto no trato com o meu próximo.
HOMILIA DIÁRIA
Deus nos chama a viver a autenticidade
Aquilo que Deus nos chama a viver, no dia de hoje, é a autenticidade. A
autenticidade de vida nos convida a combater toda duplicidade que o nosso
coração queira viver.
“Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além
disso vem do Maligno”(Mt 5,37).
Que maravilha! Aquilo que Deus nos chama a viver,
no dia de hoje, é a autenticidade. A autenticidade de vida nos convida a
combater toda duplicidade que o nosso coração queira viver, ou seja, termos duas
palavras, duas caras, uma hora dizer uma coisa, outra hora dizer algo
diferente.
Nós temos uma palavra só, temos uma única
afirmação. Não precisamos reforçar nossa palavra, não precisamos de ninguém que
jure por nós.
O mundo de hoje, tão corrompido pela mentira, pela
falsidade e hipocrisia, contamina-nos por esse mal, mas aquele que é de Deus se
purifica, no sentido dúbio das palavras, aquele que é de Deus assume, com
autenticidade, o que pensa, o que diz, o que fala; não usa a palavra de acordo
com os seus interesses. Quando começamos a viver assim, nós estamos vivendo de
acordo com a ação do maligno em nós. A autenticidade de vida quer dizer: ‘ter
uma só palavra’.
Que o Senhor nos ensine a sermos autênticos e não
deixarmos o nosso coração ter dubiedade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a calarmos nossa voz e
guardarmos silêncio em nossos corações para acolher o teu Espírito. E que Ele,
em nós e por nós, diga ao mundo, dentre a profusão de informações disponíveis,
a única necessária: a Boa Notícia do teu Reino de Amor, que já está dentro de
nós! Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/06/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a vencer a sedutora
tentação das longas narrativas. Que mais do que valorizar palavras, nós nos
encantemos pelo respeito ao silêncio. E o Espírito Santo presente em nós não
permita que os silêncios sejam momentos de ócio espiritual, mas sejam
experiências ricas de tua presença em nós, destilando carinho e amor, para
partilharmos com os irmãos. Pelo Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão em
Jesus de Nazaré, na unidade do Espirito Santo.

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