ANO C

Jo 6,60-69
Comentário do Evangelho
“Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?”
A objeção não vem, agora, dos judeus, como é o caso nos
versículos precedentes, mas de muitos dos próprios discípulos de Jesus: “Esta
palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” (v. 60). Trata-se um grupo diferente
e mais amplo que o dos Doze. Não é somente dos judeus que vem a dificuldade de
crer em Jesus, mas também dos discípulos, daqueles que foram atraídos pela
palavra e pelos sinais que Jesus realizava, havia resistência. Em que a palavra
é dura? Ela é difícil de ser compreendida; é dura pelo que exige de quem adere
a Jesus; é dura porque exige abertura à novidade de um novo tempo oferecido por
Deus à humanidade, novo tempo inaugurado pela encarnação do Verbo; é dura
porque exige uma conversão profunda e uma mudança de mentalidade. “É o Espírito
que dá a vida” (v. 63; Gn 2,7). Somente no e pelo Espírito é que se pode
compreender e fazer a experiência de que as palavras de Jesus fazem viver, pois
são um sopro de vida. O abandono de muitos dos discípulos de seguirem Jesus é a
ocasião para Pedro fazer uma verdadeira profissão de fé: “A quem iremos,
Senhor? Tu tens palavras de vida eterna?” (v. 68). Mas o seguimento e a fé só
podem ser autenticamente vividos na liberdade: “Vós também quereis ir embora?”
(v. 67).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, dá-me inteligência para compreender as palavras de Jesus
e aderir a elas, pois só assim estarei seguro de estar acolhendo a salvação que
me ofereces.
Fonte: Paulinas em 20/04/2013
Vivendo a Palavra
Jesus se declarava o Pão da Vida. Alguns se escandalizavam.
Acolher a Verdade continua sendo difícil para o mundo. A Fé é dom concedido
pelo Pai, que deve ser acolhido com gratidão, cultivado com cuidado e carinho,
e partilhado com generosidade entre os irmãos peregrinos desta terra encantada.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/04/2013
VIVENDO A PALAVRA
Jesus Se declarava o Pão da Vida. Alguns se
escandalizavam. Acolher a Verdade continua sendo difícil para o mundo. A Fé é
dom concedido pelo Pai, que deve ser recebido com gratidão, cultivado com
cuidado e carinho, e partilhado com generosidade entre os irmãos peregrinos
desta terra cheia de encantos que nos é emprestada para ser cuidada, desfrutada
e partilhada.
Reflexão
Muitas pessoas querem conhecer Jesus e ouvir tudo o que ele
tem para dizer, mas não querem escutar tudo, mas sim apenas alguns pontos que
lhes interessam para a satisfação dos seus desejos e necessidades. Quando essas
pessoas ouvem tudo o que Jesus tem para dizer, se escandalizam, afastam-se dele
e não querem mais segui-lo. De fato, é muito fácil dizer que Jesus tem palavras
muito bonitas, mas nem sempre é fácil aceitar as exigências do Evangelho.
Porém, não podemos nos esquecer que somente Jesus tem palavras de vida eterna,
e que só consegue ouvir de fato as palavras de vida eterna quem crê firmemente
que ele é o Santo de Deus e busca imitá-lo verdadeiramente na busca da
santidade.
Fonte: CNBB em 20/04/2013
Reflexão
O discurso sobre o pão da vida chega ao ponto em
que até os discípulos de Jesus entram em crise. Incapazes de dar um passo na
fé, afastam-se. Jesus não retira nenhuma palavra do seu discurso, nem procura
adocicar o assunto para torná-lo mais digerível. Apesar das resistências, Jesus
expõe abertamente sua verdade libertadora. Acrescenta que eles ficarão ainda mais
escandalizados quando virem o Filho do Homem voltar para onde estava antes,
fazendo alusão à sua glorificação através da morte. Aos Doze, que permanecem
firmes e solidários, Jesus lhes questiona a fé e adesão. De que lado estão
eles? Por meio de Pedro, os apóstolos reiteram sua fé na pessoa de Jesus: “Só
tu tens palavras de vida eterna”. Esta solene profissão de fé suaviza a
incômoda sombra da incredulidade dos outros discípulos e da já projetada
traição de Judas.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
O ESCÂNDALO DA RESSURREIÇÃO
As palavras de Jesus soavam duras aos ouvidos de seus discípulos, por
não entrarem nos esquemas já conhecidos. E mais, por esvaziá-los totalmente. De
certa forma, Jesus escandalizava os discípulos por apresentar uma imagem
não-convencional de Deus e uma relação tão íntima com o Pai, a ponto de dar a
impressão de falta de respeito para com Deus.
Na verdade, muitos ouviam o Mestre com suspeita e preconceito, e não
estavam dispostos a dar crédito às suas palavras. Estas, longe de atraí-los,
acabava por afastá-los cada vez mais. Jesus, porém, não adaptou sua mensagem ao
gosto de seus interlocutores. E jamais teve a intenção de enganá-los.
Estas dificuldades não foram superadas com o fato da Ressurreição. Não
dava para entender como aquele que fora condenado à morte dos malditos podia
proclamar-se vivo, por obra de Deus! Não valia a pena ir atrás de alguém que,
tendo seus planos frustrados e morrido crucificado, dizia-se, agora,
ressuscitado! Estas ponderações afastaram de Jesus muitos discípulos. Só não
debandou quem acreditou, realmente, que as palavras de Cristo
manifestavam, de fato, sua proximidade com o Pai, e que este dera seu
aval a tudo quanto tinha dito e realizado.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor
em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a
cada mês)
Oração
Senhor Jesus, tira do meu coração toda suspeita acerca de tua
Ressurreição, e ajuda-me a ver nela a manifestação do amor do Pai por ti.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. UMA LINGUAGEM DURA
(O comentário do Evangelho abaixo
é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica,
Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A obstinação dos adversários de Jesus chegou a contaminar os
discípulos. O linguajar acerca do alimento eucarístico parecia-lhes cada vez
menos compreensível. O simbolismo das palavras carne, sangue, comer, beber,
possuir a vida etc., por não ter sido decodificado, não permitia que as pessoas
intuíssem o que Jesus realmente queria dizer.
A situação agravou-se, quando os próprios discípulos de Jesus
começaram a se escandalizar com a linguagem do Mestre. Não se pode ignorar, que
eles viviam no mesmo ambiente cultural e teológico dos adversários de Jesus. A
superação de seus esquemas mentais não era só questão de vontade ou de amizade
com Deus. Era coisa muito mais séria.
Os discípulos eram convidados a abrir mão daquele universo
teológico rígido e contaminado por uma mentalidade demasiado estreita, para
aderir à proposta de Jesus. Esta foi a mesma exigência que o Mestre impôs aos
seus adversários.
Muitos discípulos, incapazes de dar o salto qualitativo da
fé, optaram por afastar-se do Mestre, aliando-se aos seus adversários.
Entretanto, os que permaneceram foram também desafiados a fazer o mesmo. A
intervenção de Pedro foi fundamental para recolocar as coisas nos seus devidos
lugares. Era inútil correr atrás de outros mestres. Só em Jesus encontram-se
palavras de vida eterna.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de convicção, que eu me deixe convencer pelas
palavras de Jesus, e as acolha, na certeza de que, só nelas, conseguirei a vida
eterna.
Fonte: NPD Brasil em 20/04/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Discípulos
em Crise...
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O leitor mais atento vai perceber que nesta semana Jesus insistiu muito
na necessidade da Fé Nele próprio, que é o Filho de Deus descido do céu, uma Fé
que requer intimidade com ele, comendo sua carne e bebendo seu sangue, para ter
a Vida Eterna que ele próprio, revelando-se como alimento que transmite e que
dá a aquele que crê, a Vida Eterna, mesmo com todas as limitações humanas. Que
essas afirmações nos debates com os Judeus, acabou transformando-se em provas
para a sua condenação, porque para os Judeus da "gema", para quem a
referência máxima do Deus da Aliança era Moisés, isso era uma blasfêmia,
passível de condenação.
Hoje alguns discípulos menos preparados também acabam se escandalizando
com essa revelação e a crise está estabelecida na comunidade. Pois estes pensam
exatamente como os Judeus conservadores, Jesus Cristo é bem conceituado entre
eles, como grande profeta enviado por Deus (mas não Deus) homem de grandes
prodígios e de uma sabedoria que causava admiração na comunidade, mas ainda o
conceituavam em um patamar inferior a Moisés, isso é, estavam presos aos laços
da carne e não conheciam outra vida que não fosse a Biológica, onde a grande
bênção de Deus se manifestava na prosperidade material e na descendência,
exatamente como havia prometido a Abraão.
Por isso, diante da afirmativa de Jesus de "O Espírito é que
vivifica, a carne de nada serve, e que suas palavras são espírito e
Vida...." desencadeou-se uma crise entre eles. Isso se aplica tanto ao
grupo dos discípulos, onde a dificuldade de pensar as coisas de Deus, era muito
grande, como também as comunidades do fim do primeiro século do Cristianismo.
E a frase que provocou ainda mais a crise foi esta "Ninguém pode
vir a mim, se por meu Pai não for concedido", esse foi o estopim que
eclodiu na comunidade, onde no pensamento judaico, as boas obras aproximavam o
homem de Deus e o justificava, Deus era estático, o homem é que se move em sua
direção. Jesus havia acabado de dizer que as "boas obras" e a
observância de toda Lei, eram apenas as placas sinalizadoras do Caminho, que
era Ele próprio. A essas alturas do campeonato, muitos fizeram as malas e
deixaram a comunidade, Judas foi o primeiro, atrás dele foram outros da
comunidade de João, no primeiro século da Igreja, e hoje também a toda Hora tem
cristão abandonando o barco, porque não concorda com a Fé proclamada por uma
Igreja Cristocêntrica, institucional e mística, humana e Divina, onde o elo
entre Deus e o Homem é a Eucaristia...quem comer a minha carne e beber do meu
sangue permanece em mim e eu nele...
Diante da crise estabelecida, Jesus fez o contrário de certas lideranças
fajutas, que não querendo perder ovelhas, abranda o discurso, ameniza a prática
cristã, abre um caminho mais fácil e menos exigente, principalmente em nossos
tempos. Mas Jesus encarou os que ficaram, e em vez de parabenizá-los e rasgar
elogios por não terem abandonado a comunidade, endureceu ainda mais o
"jogo" " Quereis vós também retirar-vos? " ou seja, para
quem não aceitar esta verdade, vivendo o cristianismo do jeito que ele é, a
porta da rua é a serventia da casa...
E nesta hora é belíssimo o testemunho de Pedro, que não era nenhum super
apóstolo, tinha muitas limitações, mas em seu coração professava uma Fé
descomunal em Jesus, porque o Via como o próprio Deus "Senhor, a quem
iremos se só tu tens palavras de Vida Eterna".....Talvez muita gente
competente e intelectual, gente importante que poderia fazer a diferença na
comunidade, a tenha abandonado, os que ficaram são simples mas fervorosos, pois
em nossas comunidades o que vale é a Fé em Jesus Cristo, e não o brilho das
pessoas, ou seu status, poder ou prestígio. Uma Fé assim, uma igreja assim, um
Jesus Cristo assim, Real e Verdadeiro como João nos apresenta, é PEGAR ou
LARGAR... Não tem meio termo, ou mais ou menos...
2. Tu
és o Santo!
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia
2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Não foi fácil para os judeus compreenderem a parte final do discurso do
Pão da Vida, quando Jesus fala de comer sua carne e beber o seu sangue. Os
discípulos também tiveram dificuldade em entender as palavras de Jesus, tanto
que muitos o abandonaram. Vendo a reação provocada por suas palavras, Jesus poderia
ter corrigido alguma coisa que não tivesse ficado clara. Jesus não mudou nada
do que tinha dito. Pelo contrário, manteve sua palavra e perguntou aos Doze:
“Vocês também querem ir embora?” Bela foi a resposta de Pedro. Ele não disse:
“Vamos ficar porque entendemos tudo. Compreendemos bem o que é comer o pão, que
é carne, e beber o vinho, que é sangue”. Pedro não disse nada disso. Pedro fez
uma profissão de fé: “Tu tens palavras de vida eterna. Tu és o Santo de Deus”.
Não creio porque compreendi. Creio porque o Senhor disse.
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
abril 20th, 2013
Diante de um abandono quase total de todos aqueles que tinham
comido e visto tantos prodígios, Jesus volta-se para os discípulos e lhes faz
uma pergunta: “Acaso também vós quereis partir?” A debandada foi, ao que
parece, geral. As fileiras ficaram praticamente vazias. Era o momento de Jesus
animar aos que restavam e que Ele tinha escolhido a dedo: os Doze Apóstolos. A
pergunta não deixa de ocultar implicitamente uma recriminação, caso a resposta
fosse negativa. Jesus praticamente lhes diz: “Vós também sois do tipo
pusilânime e covarde que na dificuldade desanima e foge?”
Ante a pergunta de Jesus, Pedro, em nome de todos, rompe o
silêncio e responde: “Senhor, a quem iremos nós? Só tu tens Palavras de vida
eterna”. A resposta de Pedro tem como sujeito a quem interpelar, a palavra
“Senhor”. Evidentemente, não é o mesmo Senhor do Ressuscitado, que recebeu o
poder, segundo Ef 1, 20. Mas indica no caso uma submissão a quem tem
autoridade. Pedro não encontra outro líder, porque as palavras de Jesus
continham uma verdade eterna, a única que propriamente pode ser declarada como
verdade.
Por isso, nós acreditamos e sabemos que Tu és o Ungido, o
Filho do Deus, Aquele que devia vir ao mundo.
Pedro ouviu e interpretou corretamente as palavras de seu
Mestre. Certamente, se Ele afirmava que seu Pai era Deus, o Deus vivo de
Israel, Pedro estava disposto a admitir e acreditar nessas palavras que eram
palavras de vida.
No texto de hoje, se descrevem duas reações opostas ao
discurso – e poderíamos dizer à história – de Jesus. A sua Palavra tem uma
resposta negativa: a incredulidade, porque é palavra difícil e exige uma
submissão prática da vida não só no modo de pensar mas também no modo de atuar.
Ou pode ter uma resposta positiva como a dada por Pedro: a fé. Mas uma fé, não
no homem sábio, brilhante, mas na testemunha que conta o que viveu no seio de
Deus.
A sua Palavra está corroborada por obras admiráveis. Se
nestas não acreditamos, desaparece o Filho de Deus e só fica o homem Jesus,
admirável em palavras e condutas, mas puramente humano, de quem podemos tomar
as palavras que nos convêm e descartar as palavras difíceis que atrapalham o
nosso ideal ou a nossa maneira de vida. Jamais serão vida para nós.
Oxalá, Simão Pedro interceda por nós para que, diante de
tantos profetas da falsidade, possamos sempre reconhecer nas palavras de Jesus,
a Vida, a Verdade e o Caminho que nos conduz à Deus, nosso Pai. Pois elas são
Palavras de Vida Eterna.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 20/04/2013
Oração Final
Pai Santo, guia nossos passos na caminhada rumo
ao teu Reino de Amor. Queremos ser nesta vida, Pai amado, uma Igreja-profeta do
Caminho, da Verdade e da Vida. Faze-nos discípulos missionários do Cristo
Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do
Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 20/04/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, guia nossos passos na caminhada rumo
ao teu Reino de Amor. Ajuda-nos a nos tornarmos, amado Pai, uma Igreja que
anuncie a chegada do Reino do Céu em nós, proclamando o Caminho, a Verdade e a
Vida. Faze-nos discípulos missionários do Cristo Jesus, teu Filho que se fez
nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.

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