ANO B


12 de Fevereiro de
2015
Mc 7,24-30
A
salvação da qual Jesus é portador é universal
Jesus está sempre a
caminho. A razão da sua peregrinação é dita logo no início do evangelho: “vamos
a outros lugares...” (Mc 1,38). Trata-se da saída não somente de Cafarnaum, onde
ele estava, mas da sua saída de junto do Pai. É uma menção à encarnação. A
salvação da qual Jesus é portador é universal; por isso, ele vai à região dos
pagãos. Não há lugar nem pessoa a quem a salvação não seja oferecida como dom.
Os judeus não são destinatários exclusivos da salvação. A salvação pertence
também aos “cachorrinhos”, uma forma de designar os pagãos. Todo o relato está
centrado no diálogo entre Jesus e a mulher. Na sua resposta, aquela mulher pagã
mostra a sua fé confessando Jesus como Senhor. É com essa designação que os
cristãos se dirigem a Jesus Cristo ressuscitado. Por seus gestos e palavras a
mulher confia em Jesus; ela sabe que somente por meio de Jesus o mal que
aprisiona a sua filha pode ser vencido. Se o mal está presente, está também
presente com maior poder a graça de Jesus Cristo. É por ele que se pode dizer
que “onde abundou o pecado superabundou a graça”.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus, divino Mestre, eu
louvo e agradeço o vosso Coração porque entregastes vossa vida por mim.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
Existem
pessoas que acreditam que somente quem pertence à sua religião ou mesmo apenas
ao seu movimento religioso ou espiritualidade será salvo. Essas pessoas
esquecem que Jesus veio ao mundo para que o mundo fosse salvo por ele, e não
somente os daquela religião ou daquela forma de espiritualidade. Essas pessoas
acabam por fazer do próprio Deus propriedade delas e querem que Deus aja
segundo os seus critérios. A ação divina depende da vontade divina, que quer o
bem e a salvação para todas as pessoas, de todos os povos, de todos os credos,
línguas, etc., pois verdadeiramente Deus não faz distinção de pessoas.
FONTE: CNBB
Meditando o Evangelho
A PERSISTÊNCIA RECOMPENSADA
O
encontro de Jesus com a mulher cananéia contém uma série de elementos atípicos.
O
Mestre encontrava-se em território pagão, dentro de uma casa, pensando poder
passar despercebido. Seu anonimato foi revelado pela presença de uma mulher
que, tendo ouvido falar dele, veio lançar-se-lhe aos pés.
Sendo
mulher, estrangeira e pagã, a atitude mais natural de Jesus seria de mantê-la à
devida distância, porque, segundo a tradição da época, um mestre que se prezava
não contactava com mulheres, com estrangeiros, nem com pagãos. Apesar disso, o
Mestre aceitou dialogar com ela, embora, tenha sido um diálogo um tanto
ríspido.
Jesus
não mostrou nenhuma intenção de atendê-la. Mas a mulher ficou firme no seu
propósito: obter a cura de sua filhinha, vítima de um espírito maligno.
Tampouco se dobrou aos argumentos do Mestre, segundo os quais os destinatários
de seu poder taumatúrgico eram, preferencialmente, os "filhos", ou
seja, os judeus. Sentia-se no direito de partilhar, pelo menos, as migalhas dos
bens oferecidos aos "filhos". Por isso, estava disposta a ser tratada
como os cachorrinhos que comem as migalhas caídas da mesa de seus donos.
Segura
do que queria, e sabendo que tinha recorrido à pessoa certa, a mulher não
cedeu. Resultado: sua persistência foi recompensada.
Oração
Espírito de persistência, não me deixes esmorecer, quando
recorro ao Senhor, por carecer de sua ajuda. Que eu também possa ver minha
persistência recompensada.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório
– Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
FONTE: dom total

13 de Fevereiro de
2015
Mc 7,31-37
Em Cristo Jesus se dá uma nova
criação
A universalidade da
missão da Igreja está enraizada na universalidade da salvação oferecida por
Deus em Jesus. A missão da Igreja é missão de Jesus Cristo, portanto, deve
ultrapassar as fronteiras para se encontrar com o ser humano onde quer que ele
esteja e na situação em que ele se encontra. Nosso texto deixa no anonimato o
nome dos que conduzem o cego a Jesus. Seja como for, são pessoas que confiam no
poder curativo de Jesus. Dois gestos: Jesus põe os dedos nos ouvidos do cego e
saliva nos olhos. Os dedos transmitem o poder (cf. Ex 8,15) que abre os
ouvidos; quanto à saliva, seu poder terapêutico, cicatrizante, é conhecido na
antiguidade. É somente do céu que vem o nosso socorro; por isso, Jesus olha
para o céu com um gemido suplicante. O significado dos dois gestos é
esclarecido pela ordem: “Abre-te!”. O espanto da multidão evoca o relato da
criação. Em Cristo Jesus se dá uma nova criação, pois ele devolve à criatura a
possibilidade de se encantar e de reconhecer que Deus fez tudo muito bem.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Divino
Espírito Santo, vós que dais vida a todo o universo, conservai em mim a saúde,
livrai-me de todas as doenças e de todo mal.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
A
comunicação é fundamental para que a pessoa possa viver em sociedade, e quem
tem dificuldades para se comunicar pode facilmente ser excluído da comunidade à
qual pertence. Quando vemos Jesus curar o surdo-mudo, ele não está simplesmente
resolvendo o problema de saúde de alguém, mas está criando condições para que
essa pessoa possa ser integrada na comunidade em que vive, possa também
discutir os seus valores e deixar de ser uma pessoa com dependência, mas ser
protagonista da sua história e da sua própria vida, portanto os benefícios que
Jesus propicia ao surdo mudo vai muito além da simples cura.
FONTE: CNBB
Meditando o Evangelho
ELE FEZ TUDO BEM
Jesus
"fazia bem todas as coisas". Isto revela o empenho que colocava no
exercício de sua missão. Ele não fazia as coisas pela metade, não concedia
benefícios parcelados e condicionados, nem se contentava com ações malfeitas.
Pelo contrário, seus gestos poderosos traziam a marca da plenitude.
No
caso do surdo-mudo, a plenitude do gesto de Jesus deve ser entendida para além
da cura física. O fato de abrir-lhe os ouvidos, possibilitando-lhe ouvir
perfeitamente, e da libertação da mudez, de modo a poder falar sem dificuldade,
já é, por si, formidável. Contudo, isto ainda seria insuficiente para que a
ação de Jesus fosse declarada bem-feita. Era necessário possibilitar ao
surdo-mudo um "abrir-se" ainda mais radical: desfazer-lhe as outras
prisões, e num nível tal de profundidade, de forma a colocá-lo em plena
sintonia com Deus e com os seus semelhantes.
Sem
esta passagem da cura física à cura espiritual, a primeira não teria muita
importância. Vale a pena alguém ser curado da surdez e da mudez para levar uma
vida egoísta, sem solidarizar-se com os necessitados? Tem sentido ser
privilegiado com um gesto de misericórdia de Jesus, e recusar-se a ser
misericordioso com o próximo?
Só uma
cura radical possibilitaria àquele homem ser misericordioso com os demais. E
era isto que interessava a Jesus.
Oração
Espírito de plenitude, que eu siga o exemplo de Jesus e faça
bem todas as coisas, não me contentando com a mediocridade e a displicência no
agir.
FONTE: dom total

14 de Fevereiro de 2015
Mc 8,1-10
A
compaixão de Jesus pela multidão
Jesus continua em território pagão. Como no primeiro relato da
multiplicação dos pães, a compaixão é o sentimento que move o coração de Jesus.
Como causa da encarnação e da paixão, morte e ressurreição de Jesus está o amor
de Deus pela humanidade; amor que o Senhor viveu e transmitiu até o fim. Mais
do que dois “acontecimentos”, trata-se de apresentar a universalidade da
salvação: o povo que Jesus Cristo reúne é constituído de judeus e pagãos; os
pagãos também são admitidos à mesa da eucaristia. Estando já três dias com
Jesus, a comida acabou. Essa notícia é que permite entrar na mensagem que o
autor quis transmitir com o seu texto. A compaixão de Jesus pela multidão é a
causa de sua entrega em favor de toda a humanidade. A conotação eucarística do
texto é evidente. A notícia de que todos ficaram satisfeitos e a menção da
sobra são maneiras de dizer da abundância do alimento dado e, além disso, de
que esse alimento ultrapassa a materialidade, pois é um alimento espiritual
simbolizado no pão e no peixe que, no início do cristianismo, se referiam a
Cristo e à eucaristia.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor, eu vos louvo e
agradeço pelo grande dom do Evangelho. Que ele seja conhecido, aceito e amado
por todos.
FONTE: PAULINAS
Reflexão
Jesus age por compaixão em relação aos
sofrimentos e dificuldades do povo de sua época. Ele ama com amor eterno e o
seu amor se transforma em solidariedade, em gesto concreto. Jesus não para
diante das dificuldades que são apresentadas, porque sabe que o amor supera
todas as dificuldades. Jesus leva as outras pessoas a sentirem compaixão com
ele e assim colaborarem na superação dos problemas. Os discípulos colaboram na
medida em que organizam o povo e distribuem os pães. Outros contribuem também
doando os sete pães, que poderiam garantir o próprio sustento. Assim, a
compaixão cria uma rede de solidariedade que supera a fome no deserto.
FONTE: CNBB
Meditando o Evangelho
A
COMPAIXÃO OPERANTE
A contemplação da multidão, há três dias
escutando os seus ensinamentos e sendo agraciada com milagres, tocou o coração
de Jesus. Aquele povo corria o risco de desfalecer, se voltasse para casa
faminto. O que fazer?
A
compaixão de Jesus foi operante, ou seja, uma compaixão que não se detém na
simples constatação das misérias do povo. Antes, pergunta-se pelo que é
possível ser feito para minorar a situação de carência.
A
atitude tomada por Jesus tem duas vertentes. Na primeira, ele é quem age e
indica as providências a serem tomadas. Na segunda, ele engaja, na sua ação, os
discípulos e a multidão. Portanto, uma ação conjunta, que exige a participação
de todos.
Tratando-se
de providenciar comida, Jesus promoveu uma grande partilha dos parcos recursos
disponíveis: sete pães e alguns peixinhos. Ordenou ao povo sentar-se no chão, e
começou a distribuir os pães e os peixes aos discípulos, e estes, à multidão.
Ele supervisionou tudo, de forma que todos ficaram saciados, chegando até a
sobrar sete cestos de pedaços.
A
partilha dependeu também dos discípulos e da multidão. Era preciso que
compreendessem a lição da partilha, ensinada pelo Mestre, e a pusessem em
prática, imediatamente. Sem este engajamento efetivo, o milagre não teria sido
realizado.
Oração
Espírito
de comiseração, não permitas que eu veja o sofrimento de meus irmãos mais
pobres, sem manifestar-lhes, com gestos concretos, minha solidariedade.
FONTE:
dom total

15 de Fevereiro de
2015
Mc 1,40-45
Jesus transmite o Espírito
Santo que purifica
O livro do Levítico,
cujo trecho nós temos na primeira leitura, dedica dois capítulos à lepra e nos
mostra como os leprosos eram considerados (Lv 13–14). O capítulo 13 revela como
se fazia o diagnóstico das diferentes formas de lepra, e o capítulo 14, a maneira
como se devia fazer a purificação. A situação dos leprosos era particularmente
dura, pois eram considerados impuros, atingidos, feridos e castigados por Deus
e retirados do convívio social. A lepra, mais que uma doença, era considerada,
do ponto de vista religioso, como uma impureza. Por isso, o leproso que se
aproxima de Jesus pede para ser purificado ou, se quiserem, perdoado. No
evangelho, ao leproso que se aproxima, Jesus não se esquiva, nem se preocupa em
ser contaminado com a impureza. Ao contrário, acolhe a sua súplica e a sua
profissão de fé: “se queres, tu tens o poder de purificar-me”. Somente Deus
pode purificar alguém atingido pela lepra. A lepra, como observamos acima, é
compreendida como um castigo anunciador da morte; ela comunica impureza ao
judeu e a todos os de sua casa, mas não ao pagão. Daí o leproso ter de viver
fora do acampamento ou da cidade e gritar declarando sua impureza a fim de que
ninguém se aproximasse dele, como se pode ver no livro do Levítico. A sua
situação é dramática e profundamente humilhante. Para a mentalidade da época,
ele é um desprezado por Deus e pelos homens. Jesus se enche de compaixão pelo
homem que se aproxima dele suplicando. A compaixão é o sentimento divino que
move o mais íntimo da pessoa e a faz agir em benefício do outro. A prontidão de
Jesus em atendê-lo manifesta o desejo divino de que todo ser humano,
purificado, possa experimentar a vida plena na comunhão com o seu Senhor. A
palavra de Jesus é acompanhada pelo gesto com o qual ele toca o leproso. Tocar
um leproso era proibido, pois tinha por consequência se tornar impuro. Jesus
toca o leproso e não é contaminado, não recebe a impureza do leproso, mas
comunica a sua purificação. A atitude de Jesus, tocando o leproso com a mão,
transmite o “Espírito puro”, o Espírito Santo que purifica, que devolve ao ser
humano o brilho original do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Ao
sacerdote cabia igualmente constatar a purificação da lepra, por isso, Jesus
envia-lhe aquele que havia sido leproso para que a cura fosse constatada, e
este fosse reintegrado no seio da comunidade de fé. A constatação da cura é o
testemunho da intervenção divina, de que em Jesus habita a vida de Deus.
Purificado, o homem pode proclamar o que Jesus fez por ele.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor,
ajudado com a vossa graça, quero usar sempre minha saúde, empregando minhas
forças para a glória de Deus, para o meu próprio bem e para o bem do próximo.
FONTE:
PAULINAS
Meditando o Evangelho
A LIBERDADE DE CURAR
A cura
do leproso sublinha um aspecto importante do ministério taumatúrgico de Jesus. O
homem dirigiu-se a Jesus fazendo-lhe um pedido, de maneira indireta. Sua cura
foi submetida ao querer de Jesus. Se fosse da vontade do Senhor, haveria de ser
curado. E Jesus o curou porque queria ver aquele homem limpo de sua enfermidade.
Curando segundo sua vontade, Jesus não era levado a agir sob pressão de quem se
dirige a ele. Evitava perder o controle da situação e atuar de maneira
automática. Conservava o sentido de seus milagres, enquanto indicadores da
presença do Reino na história humana. Tinha possibilidade de beneficiar a quem,
de fato, carecia de sua ajuda.
A moção da vontade, porém, não diminuia o afeto de Jesus. Seu coração se
compadecia diante de quem realmente precisava ser ajudado por ele. A vontade de
Jesus, neste caso, era mais movida pelo coração do que pela razão. O coração
cheio de misericórdia selecionava os beneficiários de seu poder de operar
milagres. A esses, ele sentia vontade de curar. Quanto mais alguém era vítima
da exclusão e da marginalização, mais o coração de Jesus se inclinava para ele.
A vontade de Jesus, portanto, deixava-se sensibilizar por quem efetivamente
dependia dele, não tendo a quem recorrer. Seu querer era movido apenas pelo
amor.
Oração
Senhor Jesus, mova meu coração para fazer o bem a quem carece
de misericórdia. Seja eu tua presença amorosa junto deles.
FONTE: dom total

16 de Fevereiro de
2015
Mc 8,11-13
A adesão à pessoa de Jesus só
pode vir pela fé
O sinal requerido de
Jesus por parte dos fariseus é uma tentação. O sinal que eles exigem é uma
prova inequívoca e espetacular, vinda do céu, da origem e filiação divina de
Jesus. Tentação a que, como sempre, Jesus não cede. Sem fé não se pode conhecer
que é Jesus. A cena é muito breve, mas suficiente para que o ouvinte ou leitor
do evangelho saiba que Jesus não se deixa enredar pela tentação. É importante
reter que as tentações que acompanharam Jesus ao longo de toda a sua existência
terrestre foram sempre contra a sua missão, buscando fazê-lo utilizar em
benefício próprio a sua condição divina. Jesus rejeita realizar qualquer gesto
em seu favor; ele não está à busca de reconhecimento, aplausos ou poder. Jesus
rejeita, consciente da vontade de Deus, qualquer proposta que o desvie do
messianismo caracterizado pela humildade e pelo serviço; humildade e serviço
que o fizeram entregar a própria vida. A adesão à pessoa de Jesus só pode vir
pela fé. Para o cristão, é necessário reconhecer e reter que toda a vida de
Jesus é o sinal que nos remete a Deus. Subordinar a fé a um sinal espetacular é
incredulidade.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus,
Mestre divino, vós sois o Filho de Deus, caminho que leva ao Pai, nossa única
lei, nossa paz, nossa esperança. Nós vos louvamos pelo exemplo que nos dais.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
Quando
Jesus foi tentado pelo demônio no deserto, a segunda tentação era que ele se
atirasse do pináculo do Templo, uma vez que os anjos cuidariam dele.Mas a
resposta que Jesus deu ao demônio foi: "Não tentarás o Senhor teu
Deus". O Evangelho de hoje nos mostra que existem pessoas que sempre estão
tentando a Deus, pois, assim como os fariseus pediam um sinal do céu para por
Jesus à prova, muitas pessoas querem fazer chantagem com Deus, fazendo uma
série de exigências e pedidos mesquinhos para satisfazer seus desejos e
fundamentam a sua fé não no amor a Deus, mas na satisfação de suas exigências.
FONTE: CNBB
Meditando o Evangelho
O PEDIDO RECUSADO
Jesus
recusou-se terminantemente a fazer exibição de seu poder taumatúrgico, para
satisfazer a curiosidade alheia ou para provar, a quem se recusava aceitá-lo,
sua condição messiânica. Os fariseus tentaram, sem sucesso, arrancar um milagre
de Jesus nestas condições. Jesus não caiu nesta armadilha.
São vários os motivos da recusa de Jesus. Os milagres não têm, por si mesmos, o
poder de convencer ninguém e levá-lo à fé. Fazer um milagre diante dos fariseus
seria perda de tempo e poderia ter o efeito de fazê-los odiar Jesus ainda mais.
Os milagres pressupõem a fé e os fariseus representavam uma categoria de
pessoas refratárias a Jesus e incapazes de perceber o verdadeiro significado de
seu gesto. Os milagres têm como objetivo levar a salvação do Reino a quem é
privado de sua saúde ou tem a vida ameaçada. Esse não era o caso dos fariseus
que não estavam dispostos a abrir mão de seus preconceitos contra Jesus.
Recusando atender o pedido dos fariseus, Jesus manifestou uma atitude de
firmeza diante da tentação de um messianismo espetacular e exibicionista que
mantém as pessoas cativas de seu egoísmo, sem sensibilizá-las para o amor e a
misericórdia. Igualmente, a tentação de um messianismo humanamente
gratificante, pelo sucesso e pelos aplausos. Jesus estava certo de que isto não
correspondia ao querer do Pai.
Oração
Senhor Jesus, que eu jamais caia na tentação do exibicionismo
e da busca do reconhecimento humano fácil, pois não é este o caminho do Pai.
FONTE: dom total

17 de Fevereiro de
2015
Mc 8,14-21
O fechamento à revelação de
Deus em Jesus Cristo
A incompreensão é objeto
de uma das críticas mais importantes que Jesus faz aos seus discípulos. A causa
da incompreensão é a dureza do coração, o fechamento à surpresa e à revelação
de Deus em Jesus Cristo. O texto faz referências aos dois relatos da
multiplicação dos pães, que são sinais que remetem a Deus. Jesus fica indignado
com os seus discípulos, por isso, o tom do relato parece áspero. Jesus vê na
atitude dos seus próprios discípulos o perigo de serem contaminados pelo apego
às tradições humanas e pelo desejo de poder. Daí o alerta contra fermento dos
fariseus e de Herodes. Entenda-se, aqui, a influência maléfica do ensinamento e
da prática dos fariseus e da maldade de Herodes. Os discípulos, como nós, estão
no mundo, e sujeitos a todo tipo de influência e ofertas de facilidades. Os
fariseus e Herodes são para o nosso relato símbolos de má influência e da
oferta de abandonar o caminho de seguimento de Jesus Cristo, que exige a
renúncia da hipocrisia e do poder em benefício próprio. Na tradição bíblica, o
fermento é, ainda, metáfora do pecado e da corrupção. É preciso uma profunda
união com o Senhor para não ser seduzido pelos “tesouros deste mundo”.
Pe. Carlos Alberto Contier
Oração
Senhor,
que nosso coração esteja sempre aberto para compreender os teus sinais. Que não
nos falte o pão do sustento e o pão da Palavra.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
Todos
nós temos uma hierarquia de valores que servem como critério para a nossa vida
e tudo o que temos e fazemos está subordinado a essa hierarquia. A maioria das
pessoas orienta a sua vida para a satisfação das suas necessidades primárias e
instintivas. Assim, os seus valores principais são a comida, a bebida e o sexo,
de modo que essas pessoas, apesar de civilizadas, possuem a mesma hierarquia de
valores que os animais: buscam apenas a satisfação dos próprios instintos.
Essas pessoas não aceitam a Jesus e criticam a sua doutrina porque a sua
dependência aos instintos lhes cega a vista e endurece os seus corações, de
modo que não podem compreender a verdadeira hierarquia de valores que Jesus
veio trazer para que as pessoas não vivam instintivamente, mas tenham vida em
abundância.
FONTE: CNBB
Meditando o Evangelho
CUIDADO COM A HIPOCRISIA
Jesus
procurava precaver seus discípulos contra certas posturas farisaicas, indignas
de um discípulo do Reino. Algumas correntes do farisaísmo haviam tomado rumos
com os quais Jesus não estava de acordo. Eles eram vítimas do vedetismo,
fazendo suas ações para terem o reconhecimento popular. Padeciam também da
hipocrisia. Seu exterior não correspondia ao interior. Por isso, eram falsos
quando davam demonstração de piedade. Eles tinham um apego exagerado às
Escrituras, que eram interpretadas a seu bel prazer, mesmo falseando seu
sentido e fazendo interpretações contrárias ao sentido da Lei. Os fariseus
nutriam profundo desprezo por quem não era "perfeito" como eles. E
acabavam formando um grupo hermético de pretensos puros e santos. Os discípulos
de Jesus não estavam imunes de serem contaminados por este mau espírito, o
fermento dos fariseus. Era preciso estar atento.
Outra mentalidade contra a qual era preciso cuidar-se foi designada como o
fermento de Herodes. Esse rei foi conhecido por sua megalomania, cruel
violência, impiedade, tirania e arrogância. Todas estas são atitudes indignas
dos discípulos do Reino, embora possam se deixar arrastar por elas.
A conduta do discípulo é permeada pelo fermento de Jesus. É na contemplação do
Mestre que os discípulos saberão como ser fiéis à sua fé.
Oração
Senhor Jesus, guarda-me do fermento do mundo que contamina
meu coração e me impede de ser fermentado por ti e pelo teu Espírito.
FONTE: dom total

18 de Fevereiro de
2015
Mt 6,1-6.16-18
Quaresma:
tempo de conversão do coração!
O início da quaresma é
marcado, cada ano, com uma celebração de caráter penitencial. Assim é a
quarta-feira de Cinzas. O texto começa por um alerta, cuja exigência prática
para a vida do discípulo e de toda a comunidade cristã é a rejeição firme da
hipocrisia, como se verá nas considerações das práticas tradicionais de piedade
(jejum, esmola e oração), que eram aspectos importantes da vida religiosa no
tempo de Jesus. Também recomendadas pela Igreja, como meios de uma verdadeira
conversão, essas práticas não podem alimentar a vaidade de uma religião
puramente exterior e se constitui num espetáculo público. Tais práticas, entre
outras, não podem levar as pessoas a se fecharem em si mesmas, pois têm por
finalidade mover as pessoas a saírem de si mesmas e voltarem-se para Deus, que
vê no segredo do coração, e se disporem a servir generosamente seus
semelhantes. O jejum, a caridade fraterna e a oração são a expressão do desejo
de uma profunda e verdadeira conversão; a conversão não é tarefa de um tempo,
mas empenho de toda a vida. As práticas penitenciais deste tempo que nos
prepara para a Páscoa do Senhor devem nos conduzir à solidariedade com inúmeros
de nossos semelhantes que sofrem.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor,
sonda meu coração e faze-me sempre trilhar os teus caminhos.
FONTE:
PAULINAS
Reflexão
O
verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca
simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a
sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra
a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas
imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais
digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça
batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um
templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã
que se encontram feridos na sua dignidade.
FONTE: CNBB
Meditando
o Evangelho
COMO AGRADAR A DEUS
A
prática quaresmal da esmola, da oração e do jejum tem a finalidade de sintonizar-nos
com a vontade do Pai, de forma a preparar-nos, da melhor maneira possível, para
a celebração da Páscoa. As três práticas de piedade visam refazer nossa amizade
com o Pai, enquanto discípulos de Jesus. Têm como objetivo tornar-nos
agradáveis a ele. De onde a importância de serem vividas segundo as orientações
dadas pelo Mestre Jesus.
Existem maneiras incorretas de dar esmolas, rezar e jejuar. Portando, vazias e
inúteis. Isto acontece com quem se serve destes atos para fazer exibição de piedade,
pretendendo passar por santos aos olhos dos outros. Mas, também, com quem dá
esmola de maneira mecânica, sem comprometer-se com o gesto de dar; com quem
transforma a oração num amontoado de palavras, sem interioridade nem unção; com
quem jejua para cumprir um preceito, embora desconheça o valor de seu gesto.
O reverso da medalha corresponde à forma efetiva de agradar a Deus. Neste caso,
a esmola será expressão da misericórdia que existe no coração de quem se faz
solidário com a carência alheia; a oração consistirá mais em escutar do que em
falar; o jejum corresponderá a um esforço sincero de controlar os próprios
instintos e paixões, de forma a não desviarem o ser humano do caminho de Deus.
A melhor forma de agradar a Deus será pôr em prática tudo isto no humilde
escondimento.
Oração
Pai,
durante o tempo da Quaresma, buscarei ser agradável a ti, manifestando esta
minha disposição por meio da esmola, da oração e do jejum feitos de maneira
correta.
FONTE: dom total


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