5 de
Agosto de 2014
ANO A

Comentário do
Evangelho
A cegueira é falta de compreensão do desígnio salvífico de Deus.
Trata-se de uma controvérsia entre os fariseus e os escribas, de
uma parte, e Jesus de outra. Objeto da controvérsia é a regra de pureza que os
discípulos de Jesus não cumprem ao comer sem lavar as mãos. “Tradição dos
antigos” refere-se aos costumes que se pretende fazer remontar aos tempos de
Moisés e cuja codificação escrita se dará por volta do ano 200 d.C., na
Mishnah. Lavar as mãos não era uma questão de higiene pessoal, mas um gesto de
purificação ritual com a finalidade de eliminar eventuais impurezas contraídas
do contato com coisas imundas. Ao invés de responder diretamente a questão
posta por seus opositores, Jesus interpela a multidão a compreender o
essencial: não é a pureza ritual, externa, que importa, mas a pureza moral, o
coração, a coerência da vida e da prática da religião. O v. 13, inspirado por
Is 60,21, é um convite à paciência (cf. Mt 13,24-30), pois o que não é de Deus
não permanecerá. O apego à tradição dos antigos, com a convicção de que isso os
salvaria, faz dos fariseus guias cegos. Essa crítica Deus já fazia contra os
responsáveis do povo (Is 29,9-12). A cegueira é falta de compreensão do
desígnio salvífico de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, purifica meu coração de toda
discriminação e de todo preconceito, de modo que eu possa levar os benefícios
do Reino a todos os que de mim precisarem.
Vivendo a Palavra
Jesus, que um dia proibira escandalizar os
pequeninos, assume escandalizar os que se julgam doutores e os poderosos do
Templo. Sua Lei é plantada pelo Pai no coração dos homens e não elaborada em
reuniões de doutores. O mal sai dos corações e não no que nos vem de fora.
Recadinho

Você
sofre muito quando tem que aceitar coisas que não queria de modo algum? -
Consegue ficar calado? - Protesta contra as injustiças que vê? - O que faz para
superar os reveses da vida? - Seu coração procura externar só coisas boas?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
JESUS E A
TRADIÇÃO DOS JUDEUS.
Uma das características dominantes nas
narrativas dos evangelhos é o registro da contradição entre a mensagem de Jesus
e a tradicional mensagem dos chefes religiosos de Israel, particularmente
representados pelos fariseus e escribas. Tal contradição, levantada por Jesus
será o principal motivo para sua perseguição e morte. Mateus, no Sermão da
Montanha já caracterizara esta contradição na sucessiva fala de Jesus, sempre
com a introdução: "Ouviste o que foi dito aos antigos... eu porém vos
digo...". Ao infringir a observância dos sábados e, agora, ao descartar os
critérios legais de pureza, Jesus atinge e remove alguns dos principais
fundamentos da doutrina da Lei. A reação imediata suscitada entre os chefes
religiosos é de indignação, para, em seguida, passar ao projeto da morte de
Jesus. A planta plantada pelo Pai é aquela que dá frutos de amor e
misericórdia, na liberdade dos filhos de Deus que se empenham na construção de
um mundo de justiça e paz.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Manifestai, ó Deus,
vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se
gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e
conservando-a renovada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
Oração Final
Pai Santo, dá-nos um coração
puro e alegria nos olhos por nos sentirmos filhos muito amados. E mais, Pai
amado, coragem para testemunhar ao mundo esse teu Amor inefável que nos enviou
o Filho Unigênito, Cristo feito carne em Jesus de Nazaré – que contigo reina na
unidade do Espírito Santo.

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