31
de Julho de 2014
ANO A

Mt 13,47-53
Comentário do
Evangelho
Jesus é quem revela o mistério de Deus.
A parábola da rede é a última das parábolas do Reino dos céus do
capítulo treze. Há um tempo para tudo sobre a face da terra. A paciência
instruída pelo discernimento é a atitude exigida dos discípulos. Há um tempo
para a pesca e um tempo para a triagem da pesca realizada. Isso significa que,
enquanto se é peregrino neste mundo, se impõe uma dupla atitude: suportar que,
no Reino, mal e bem estão mesclados e confiar em Deus, que, no tempo oportuno,
fará a triagem, separando os bons dos maus. Essa mesma ideia está presente na
parábola do joio e do trigo e no discurso escatológico de 25,31-46. A parábola
não deixa nenhuma margem ao equívoco: a triagem acontecerá no fim do mundo (vv.
49-50). Os versículos 51 e 52 são a conclusão de todo o discurso de Jesus em parábolas.
À pergunta de Jesus, os discípulos respondem afirmativamente. Isso significa
que eles compreenderam a natureza do Reino dos Céus e a sua situação neste
mundo, o seu desenvolvimento e as exigências que ele impõe. A resposta positiva
dos discípulos à pergunta de Jesus mostra que eles reconhecem que Jesus é quem
revela o mistério de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, concede-me suficiente realismo para
perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes
garantir o sucesso final.
Vivendo a Palavra
As metáforas de Jesus vão nos ajudando a penetrar
no Mistério de Amor que é o Reino de Deus. Não para compreendê-lo, pois ele é
insondável para nós, mas para amá-lo mais. Cada parábola coloca em seu lugar
uma seta que nos guia no Caminho de Jesus, o Filho Unigênito que se fez carne
por amor à humanidade.
Reflexão
A presença do Reino de Deus na nossa história não
pode ser obscurecida pela presença do mal no mundo. As pessoas devem ser
capazes de analisar toda a realidade a partir dos critérios do Reino para, à
luz do Espírito Santo, ser capaz discernir o bem do mal e escolher o que
contribui para que ela possa se aproximar cada vez mais de Deus. Mas esta
distinção não dá ao cristão o direito de condenar os que erram, ao contrário,
ele deve ser um instrumento nas mãos de Deus para que todos sejam capazes de
fazer esta distinção e trilhar os caminhos do bem.
Recadinho

Procuro
estar sempre entre os “peixes” bons de Deus? - O que a “rede” de minha vida
recolhe? Bons peixes? - Como somos felizes por podermos avaliar sempre o
conteúdo de nossa “rede”, a rede que nos envolve! - Procuro sempre ser trigo,
mesmo em meio ao joio? - Agradeçamos a Deus por fazermos parte dos bons!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
O ESCRIBA
INSTRUÍDO SOBRE O REINO
Quando Jesus perguntou aos seus discípulos, se
tinham entendido o que lhes tinha ensinado por meio das parábolas, eles
responderam "sim". Portanto, consideravam-se instruídos nos mistérios
do Reino, conhecedores de sua dinâmica e aptos para se tornarem seus
anunciadores. Sua sabedoria consistia em terem participado da revelação feita
pelo Pai e conhecido a novidade do Reino instaurado por Jesus.
Os
novos mestres sabiam combinar o novo e o velho, reconhecendo a continuidade
entre o Antigo Testamento e a novidade cristã. Diferentemente dos antigos
escribas, aferrados ao texto da Lei e preocupados em interpretar-lhe o sentido,
o escriba instruído sobre o Reino dos Céus sabia descobrir a unidade da
História, desde os seus primórdios até a chegada do Messias Jesus. Era sempre o
mesmo Deus quem agia. O mesmo Israel era o destinatário privilegiado do anúncio
do Reino, chamado a se tornar o verdadeiro Israel, não mais escravo da letra da
Lei, mas sim livre para viver segundo o seu espírito. A nova Lei do Reino
consistiu na radicalização da antiga, reinterpretada por Jesus, ao redescobrir
seu sentido original, correspondente ao querer do Pai.
Novo e
velho estariam presentes no ensinamento dos discípulos do Reino. O velho
oferecendo o solo onde o novo pode desenvolver-se. O novo tomando o velho como
referencial de sua articulação, sem tradicionalismos nem saudosismos.
Oração
Espírito que instrui,
faze-me conhecer profundamente os mistérios do Reino revelados por Jesus, e
disponha-me para proclamá-los como convém.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que suscitastes
em vossa Igreja santo Inácio de Loyola para propagar a maior glória do vosso
nome, fazei que, auxiliados por ele, imitemos seu combate na terra, para
partilharmos no céu sua vitória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE

DIA 31 DE JULHO – QUINTA
HOMILIA
O NOSSO FUTURO Mt 13,47-53
Com esta
parábola da rede lançada ao mar, Mateus encerra sua coletânea de dez parábolas
apresentadas como um discurso de Jesus. Há bastante semelhança com a explicação
da parábola do trigo e do joio. Esta curta parábola da rede refere-se ao juízo
final, conforme a breve explicação que a segue. Os pescadores que separam os
bons dos maus certamente não são os evangelizadores, mas os anjos, no
fim do mundo, sob o critério de Deus. "Assim será no fim do mundo: os
anjos virão separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na fornalha, onde
haverá choro e ranger de dentes."
Para aqueles e
aquelas que afirmam que o inferno é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O
inferno existe. E se somos cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus,
e procurar seguir os seus ensinamentos. Ontem Jesus nos falou da ressurreição,
hoje nos fala do inferno, e da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela
Igreja como alguns pensam. É o próprio Jesus que nos anuncia. E a vida eterna
ou "reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar,
recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na
para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não
presta."
O nosso futuro
está sendo traçado nos passos que estamos dando agora. Ou seja, o que acontecerá
naquele dia do juízo final, depende do que estamos fazendo, ou deixando e fazer
neste instante e nos instantes seguintes da nossa vida. Será muito bom para a
nossa alma se fizermos parte daqueles considerados bons. Por isso vamos fazer o
possível e o impossível para não ser jogados fora, por que "assim será no
fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos"
Reparou que
esta parábola é bem parecida com a explicação da parábola do trigo e do joio?
Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero escatológico-apocalíptico do
judaísmo no tempo de Jesus. É exclusiva do autor deste Evangelho, e a expressão
"choro e ranger de dentes" é a referência direta ao inferno. A
referência final ao escriba pode ser uma auto-apresentação do evangelista como
sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida eterna ou do Reino
de Deus.
No reino de
Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com as novas e só um perito
espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento. Dentro de nós há o velho
e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode
realizar é o Espírito Santo. Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar
pelo poder do Seu Espírito a nos despojar de tudo que nos é inútil e está
apodrecendo dentro de nós. Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os
sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a
concórdia e o amor. Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e esmero
a fim de que, gradualmente, nós possamos deixar com que o Senhor nos transforme
no modelo que Ele projetou para nós. Precisamos, então, ter consciência de que
antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo
Espírito que há em nós. Reflita – Você tem buscado o auxílio de Deus para suas
dificuldades? – Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu
coração? – Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo?
Pai concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Pai concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
http://www.liturgiadapalavra.com/
HOMILIA
Que Deus santifique o mundo e o nosso coração
A paciência e a tolerância geram muitos frutos de conversão,
continuemos trabalhando intensamente para que Deus santifique, renove e
purifique o mundo e o nosso coração.
“’Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do
Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e
velhas’” (Mateus 13, 52)
.
Nós, hoje, acompanhamos a conclusão de uma série de parábolas
que Jesus nos conta para nos fazer compreender o Reino dos Céus. Hoje, esse
mesmo Reino é comparado ao homem que lança uma rede ao mar e de lá apanha
peixes de todas as espécies, peixes bons, peixes mais ou menos bons, e peixes
ruins, que não servem para nada. Depois ele vai recolher estes peixes e
separá-los nas cestas.
O Reino de Deus é também
comparado a um pai de família que tem nos seus tesouros coisas novas e
também coisas velhas. Quando nós olhamos para essas duas parábolas nos
recordamos também da parábola do joio e do trigo, que nos ajudam a compreender
o mundo em que vivemos, a Igreja da qual participamos, o trabalho onde estamos
inseridos. Porque em todas as realidades é assim: existem pessoas boas, pessoas
menos boas, pessoas generosas, mas existem também muitas pessoas maldosas,
convivendo lado a lado conosco; algumas vezes até numa mesma casa, numa mesma
família.
Isso acaba gerando
sérios questionamentos dentro de nós: “Como é que Deus tolera tanta
gente má neste mundo? Como é que os maldosos até riem, zombam de Deus, zombam
da Igreja, fazem maldade com as pessoas boas?”
Vamos convivendo e
crescendo num mundo confuso, onde, lado a lado, estão o trigo e o joio, estão
os peixes bons e os peixes ruins. Deus nos pede a paciência, a
tolerância, porque, na verdade, foi e é a mesma paciência que o Senhor teve e
tem conosco. Nenhum
de nós pode dizer que, no nosso coração, só existem coisas boas, o mundo é
um espelho do que, muitas vezes, é o coração de cada um de nós. No
mesmo coração que há sentimentos generosos, bondosos; gestos de bondade e
de ternura e há também coisas maldosas e há sentimentos negativos. Há muita
confusão, mentiras e falsidades dentro de nós.
E o que nós percebemos?
Que Deus, em Sua infinita misericórdia, vai nos lapidando, nos
lavando e nos renovando se nós nos deixarmos ser tocados, renovados e
transformados por Ele. Como Deus age em nosso coração Ele também age no
mundo; quantas pessoas que não valiam nada e Deus Pai, em Sua infinita
misericórdia, as salvou, as renovou e as transformou. Que o digam São Paulo,
Santa Maria Madalena, São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola! Que o
digam tantos homens e mulheres da nossa sociedade que um dia foram peixes de
péssima qualidade e foram transformados pelo poder da Palavra de Deus!
Paciência, nem todo
peixe ruim se transforma num peixe bom, mas no Reino de Deus, quando nós
cremos, o joio pode ser transformado em trigo! A paciência gera muitos frutos
de conversão, continuemos trabalhando intensamente para renovar, purificar,
santificar o mundo e o nosso coração.
Se nós e nem aqueles que
vivem na maldade aceitarmos a conversão e a mudança de vida, nos fim dos tempos
Jesus, em Sua glória, virá para separar o que é bom do que é mau.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE
Mt 13,47-53 - O Reino dos céus é como a rede
Preparo-me para a Leitura Orante,
rezando com todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto Mt 13,47-53, e observo as recomendações de Jesus.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto Mt 13,47-53, e observo as recomendações de Jesus.
O Reino dos Céus é
ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. Quando
ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram
os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. Assim acontecerá
no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os
maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo
isso? – “Sim”, responderam eles. Então ele acrescentou: “Assim, pois, todo
escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que
tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. Quando Jesus terminou de contar
essas parábolas, partiu dali.
Jesus diz que o Reino é como uma rede
lançada ao mar. Deve pescar tudo que for possível. Não importa a qualidade. Não
compete aos pescadores julgar. Jesus fala que no final virão anjos para separar
justos dos maus. E, no final, Jesus compara os escribas aos pescadores ou, ao
pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. O pai de família
"tira" todas as coisas. Não as descarta.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Não é permitido julgar pelas
aparências. Os líderes sabem distinguir isso. Porém, há chefes que podem
confundir e descartar , jogar fora "peixes bons". A ideia da rede
lembra a globalização, lembra solidariedade.
O texto me faz recordar o que
disseram os bispos em Aparecida: "Uma globalização sem
solidariedade afeta negativamente os setores mais pobres. Já não se trata
simplesmente do fenômeno da exploração e opressão, mas de algo novo: a exclusão
social. Com ela a pertença à sociedade na qual se vive fica afetada na raiz,
pois já não está abaixo, na periferia ou sem poder, mas está fora. Os excluídos
não são somente "explorados", mas "supérfluos" e
"descartáveis". (DAp 65).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com a oração que inclui, que reza Deus como Pai de todos:
Pai nosso...
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de inclusão de todos, considerando a globalização com a condição ética de por tudo a serviço a pessoa humana, imagem e semelhança de Deus.
Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
Sugestão: LEITURA ORANTE NAS CARTAS DE PAULO
Ouça pela Rádio 9 de julho AM 1600, o programa Nos passos de Paulo e
faça a Leitura Orante das cartas de Paulo Apóstolo, de 2ª a 6ª feira, das 20 às 21h
Acesse pela internet: http://www.radiosetvs.com/radio9dejulho.html
ou pelo blog: http://www.nospassosdepaulo.com.br/
Oração Final
Pai Santo, celebrando hoje a memória de Inácio de Loyola, nós
damos graças pelos frutos da árvore plantada por ele neste mundo – a Companhia
de Jesus. Que o teu carinho paternal continue acalentando os sonhos dos
Jesuítas – o anúncio glorioso do teu Reinado de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu
Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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