23 de Março de
2014
ANO A

Comentário
do Evangelho
Iluminada
e saciada, ela se torna discípula.
Com o evangelho de
hoje estamos, certamente, diante de uma das páginas mais belas do evangelho.
Aquela mulher samaritana, ao redor do poço de Jacó, nasceu para a fé em Jesus
Cristo, como nós na fonte batismal fomos gerados para a vida de fé, a fim de
vivermos como um povo consagrado ao Senhor.
O trecho do livro do
Êxodo nos recorda um momento da longa travessia do povo de Deus pelo deserto,
ao longo de quarenta anos. O povo que empreendeu a travessia pôde experimentar,
não obstante sua infidelidade e suas resistências, a fidelidade de Deus, sua paciência,
sua generosidade, seu cuidado, sua ternura. O povo murmura porque não tem água.
Nós que ouvimos o evangelho, e renascemos nas águas do Batismo, sabemos que
aquela água que faltava ao povo e que lhe foi dada por Deus era a prefiguração
da água dada por Jesus Cristo, uma água que mata definitivamente a sede. Sem
água a vida está profundamente ameaçada. Não só a vida pessoal, mas a unidade
do povo de Deus. Queriam, diz o nosso texto, apedrejar Moisés. Diante da
dificuldade, duvidaram de Deus, da sua promessa e da sua fidelidade. Só põe em
questão a fidelidade e a lealdade de Deus quem não é capaz de ser fiel e leal.
É preciso, sustentados pelo cuidado de Deus que nos acompanha na travessia da
história, lutarmos contra o medo, o desespero, a murmuração.
Era meio-dia quando do
encontro de Jesus com a samaritana, ao redor do poço de Jacó, lugar de tantos
encontros que transformaram a vida das pessoas. Foi lá que Jacó se apaixonou
por Raquel. A observação da hora parece querer fazer o leitor compreender que,
diante de Jesus, estamos em plena luz do dia. Aquele que é a “luz do mundo”
ilumina também a Samaria, desprezada pelos outros judeus. O diálogo entre Jesus
e aquela mulher é catequético, cuja finalidade é despertar a fé, o desejo da
água que ela não podia recolher de nenhum poço; água que é dada somente pelo
único Senhor da vida. Dando ouvidos a Jesus, ela poderá exprimir o desejo pela
água que faz viver. O cântaro da purificação é superado pela água do Espírito
Santo derramado no coração dela, lei interna da caridade. Iluminada e saciada,
ela se torna discípula, testemunha de Jesus Cristo. Essa mesma água nos foi
dada por ocasião do nosso Batismo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,
em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e
acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.
Vivendo a Palavra
Jesus ensina a superar preconceitos e a
substituir discriminação por inclusão, ainda que surpreendendo ao próprio
beneficiado como, no caso, a samaritana. Ele goza da plena liberdade de Filho
do Pai Misericordioso e quer que também nós desfrutemos dela com alegria e
confiança, nascidas na certeza de que somos filhos muito amados.
Recadinho

Sua
vida é um testemunho público de “Jesus que passa”? - Há preocupação com o
essencial ou apenas em coisas externas e secundárias? - Você busca sempre a
“água” e o “pão” da vida? - Seu exemplo de vida é um testemunho de fé? - Cite
um exemplo de como você anuncia que Jesus é o Redentor!
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
O DOM DE DEUS
Jesus tornou-se o dom de Deus na vida da mulher
que ele encontrou junto ao poço de Siquém. A descoberta do dom divino deu-se de
maneira gradativa. A reação inicial da mulher foi de rejeição, fruto de
preconceitos. Ela não podia compreender como um judeu tivesse a ousadia de
dirigir-se a uma samaritana, dado a inimizade histórica entre estes dois
grupos.
O
comentário de Jesus, diante desta negativa, despertou nela um certo interesse.
A alusão à possibilidade de obter "água viva" suscitou um
mal-entendido: a mulher entreviu a possibilidade de ver-se livre da obrigação
de buscar água, naquele poço tão profundo. Assim, quando Jesus falou de uma
água que jorra para a vida eterna, ela manifestou o desejo de obtê-la. Para
isso, o Mestre colocou como condição que trouxesse consigo seu marido. Foi
quando Jesus começou a penetrar na vida pessoal da samaritana, mostrando
conhecê-la muito mais do que ela pensava. O Mestre manifestou seu interesse por
aquela mulher desconhecida. A partir daí ela começou a se abrir para a fé. O
tema da água foi substituído pela questão da adoração a Deus. De modo
pedagógico e delicado, Jesus conduziu-a nos meandros da fé, a ponto de fazê-la
compreender que tinha diante de si o Messias longamente esperado.
Assim
que ela acolheu o dom de Deus na pessoa de Jesus, tornou-se proclamadora de sua
presença como Messias salvador. E muitos acreditaram, a partir do testemunho da
mulher.
Oração
Pai, em Jesus, tu nos
destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé,
e deixar minha vida ser transformada por ele.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, fonte de toda
misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração
como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para
que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela
vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE

23 DEMARÇO – DOMINGO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS
PARA O PRÓXIMO DOMINGO
23 de março – 3º DOMINGO DA QUARESMA
Por Celso Loraschi
I. INTRODUÇÃO GERAL
Deus é a fonte de todos os bens. Acompanha com carinho os seus filhos e filhas na caminhada desta vida. Fornece-lhes alimento e força a fim de que seu projeto de vida digna para todos se realize no mundo. É preciso caminhar com a certeza de conquistar a terra prometida por Deus, onde a justiça e a paz se abraçam. O povo de Deus não pode cair na tentação de voltar atrás e acomodar-se dentro de sistemas que exploram e matam. Deus caminha com seu povo e o liberta das opressões. Os conflitos e as dificuldades fazem parte do processo de construção de um mundo novo (I leitura). Jesus é “Deus-conosco”, a água viva que sacia a nossa sede de plenitude. Ele nos ensina o caminho de superação dos legalismos e nacionalismos que dificultam a aproximação e o diálogo entre pessoas e povos. Ele nos proporciona a possibilidade de reconhecer o rosto de Deus nas tradições e culturas diversas e, assim, adorá-lo “em espírito e verdade” (evangelho). São Paulo, na carta aos Romanos, demonstra que a fé em Deus torna a pessoa justa. Isso acontece por meio de Jesus Cristo, que entregou sua vida por amor a todos nós, pecadores (II leitura). Por ele, caminhamos na esperança que não decepciona, pois ele nos salvou gratuitamente.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. I leitura
(Ex 17,3-7): Deus caminha com seu povo
O povo de Israel caminha pelo deserto, em processo de
libertação da escravidão do Egito. O tempo passa, as dificuldades aumentam. O
entusiasmo dos primeiros momentos do êxodo dá lugar a reclamações. Aparece a
tentação do desânimo e da volta ao regime anterior. De fato, a água é elemento
essencial para a sobrevivência do povo. Como não reclamar numa situação dessas?
O povo põe-se na dependência da liderança. Jogam as
dificuldades aos pés de Moisés e o condenam por tirá-los do Egito. Moisés
poderia argumentar que ninguém os obrigou a sair de lá. Porém não os condena e
dirige-se a Deus para expor-lhe o problema que os aflige. Deus sempre ouve a
oração quando acompanhada do empenho pelo bem comum. Junto com as demais
lideranças (os anciãos), Moisés testemunha a ação gratuita de Deus em favor dos
que murmuram. Estes estão em processo de aprendizagem. Ao chegarem à terra
prometida, organizados em tribos, saberão organizar uma sociedade nova de forma
participativa e administrá-la de forma corresponsável.
A vida itinerante caracteriza-se por inseguranças, perigos,
cansaços… A formação do povo de Israel deu-se num processo de caminhada, de
tensões entre grupos e de descoberta de princípios orientadores para uma
convivência pacífica. A utopia da terra prometida conservou-lhe a resistência e
o ânimo para caminhar. Isso seria impossível sem a fé na providência divina.
A rocha representa a impossibilidade radical do ser humano de
encontrar, por si só, saídas para suas crises e problemas de toda ordem. É a
ilusão de achar que tudo se pode solucionar com os recursos inventados pela
lógica humana. Porém, somente a fé em Deus possibilita as verdadeiras soluções
que garantem vida para todos os povos. Somente a certeza de sua presença viva
faz que a história humana se torne história de libertação. Deus é fonte de
vida. É generosamente providente: oferece gratuitamente todos os recursos
necessários à vida de seus filhos e filhas.
2. Evangelho (Jo
4,5-42): Jesus, a água viva
Como sabemos, os samaritanos são considerados inimigos
históricos dos judeus. São um povo de raça mista e possuem outra concepção
religiosa. Para um judeu, ser chamado de “samaritano” era enorme ofensa. A
origem dessa hostilidade remonta ao tempo da invasão assíria no Reino do Norte,
em 722 a.C., quando a cidade de Samaria foi destruída e boa parte da população
deportada. A região foi povoada por colonos assírios que se casaram com
hebreus. Mais tarde, no período pós-exílico, o sistema religioso do templo de
Jerusalém exclui os samaritanos.
Jesus passa pela região de Samaria, na cidade de Sicar
(antiga Siquém), onde fora enterrado Josué, o sucessor de Moisés. Jesus está
fatigado e senta-se à beira do poço que era do patriarca Jacó. Na tradição
judaica, o poço representa a garantia da água oferecida por Deus ao povo, como
a água jorrada da rocha durante o êxodo. O poço é figura do culto e da Lei
judaica, cuja autoria era atribuída a Moisés. Da observância da Lei e do culto
brotava a água viva da Sabedoria. A ideia dominante era que o poço da água viva
era o próprio templo de Jerusalém.
Jesus está em caminhada. Chega ao local do poço à “sexta
hora”, o que corresponde ao meio-dia. É a mesma hora em que Jesus vai ser
condenado à morte (19,14). É o final de sua caminhada. Com sua morte, Jesus se
torna o Caminho para todos os que o seguem. Jesus, ao sentar-se no poço, está
na verdade revelando que ele mesmo é o poço da água viva. Toma o lugar da Lei,
do culto, do templo… João vai dizer que Jesus, ao morrer, vai ser traspassado
por uma lança e do seu lado sairão sangue e água (19,34).
A mulher representa o povo samaritano com sua tradição
religiosa. Os seus “cinco maridos” são uma referência aos cinco deuses
cultuados pelos antepassados (cf. 2Rs 17,29-32). Jesus oferece à mulher o
verdadeiro culto, que é ele próprio. De fato, quem toma a iniciativa do diálogo
é o próprio Jesus, que pede água. Corresponde à atitude do próprio Deus da
aliança, que sempre busca o seu povo, apesar de suas infidelidades. A
samaritana (o povo impuro e marginalizado), não os líderes religiosos de
Jerusalém, reconhece Jesus como o Messias, fonte de onde jorra água para a vida
eterna.
A grande novidade de Jesus é a proposta de total mudança de
mentalidade com relação a Deus: ele o chama de Pai. E, como Pai de todos, não
necessita de determinado lugar para ser cultuado: nem na Samaria, nem em
Jerusalém. A mudança de mentalidade também significa entrar numa nova relação
com o próximo, a qual derrubará as barreiras entre judeus e samaritanos. Ambos
os povos poderão adorar a Deus já não com rituais fixados pela rigidez
legalista, mas “em espírito e verdade”.
Sendo Deus a fonte de todo amor e de toda vida, Pai de todos
os povos, deseja ser adorado de modo verdadeiro em todos os lugares. Ele busca
pessoas que o adorem com lealdade. Jesus, o Filho, viveu o amor desta maneira:
na fidelidade ao Pai, deixou-se conduzir pelo Espírito da Verdade. Do coração
de todos os que seguem Jesus brotam rios de água viva, pois saberão amar como
ele amou.
3. II leitura (Rm
5,1-2.5-8): A nova condição humana
Paulo, nos capítulos anteriores ao texto da liturgia deste
domingo, procurou convencer os judeus de que a justificação se dá pela fé, sem
a necessidade das obras da Lei. Percebe-se que, mesmo no interior da comunidade
cristã, há pessoas de origem judaica, apegadas à tradição legalista, com
dificuldades de aceitar a doutrina da graça divina.
A partir do capítulo 5, vemos Paulo debruçado sobre os traços
que caracterizam uma pessoa que, pela fé em Jesus Cristo salvador, passou a ser
nova criatura. Ele parte da certeza de que fomos justificados pela fé, de forma
definitiva. Aceitar essa verdade é entrar numa nova condição humana conferida
pela graça de Deus. O primeiro efeito desta é a paz com Deus. Podemos viver agora
permanentemente sob abundantes bênçãos divinas. É um estado de bem-estar e
alegria. A graça nos confere inteireza pessoal e capacidade de relacionamento
fraterno com o próximo.
A paz que provém da fé e é graça de Deus, concedida
plenamente em Jesus Cristo, também nos liberta do medo da condenação.
Aproxima-nos de Deus de tal modo, que podemos amá-lo e glorificá-lo em tudo o
que somos e fazemos. Portanto, o estado de graça nos conserva na harmonia com
nós mesmos, com os outros, com a natureza e com Deus. O ser humano, assim, está
revestido de imortalidade já nesta vida mortal.
O pecado já não
tem poder sobre a graça. A inimizade com Deus foi definitivamente derrubada
pela reconciliação que Jesus, pela sua morte, trouxe à humanidade pecadora.
Essa regeneração do gênero humano o torna capaz de viver na vontade divina, na
certeza da realização plena. Vive-se, então, na esperança que não decepciona.
Ela firma nossos passos e não nos deixa na confusão, nem na dispersão, nem na
timidez, nem no desapontamento. Ela se alicerça na certeza do amor sem limites
de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo e não por
meritocracia. Tanto judeus como gentios recebem o dom da reconciliação e da
paz. O amor de Deus derramado sobre todos os povos é força ativa, capaz de
mudar o mundo.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
– Deus liberta o povo da escravidão do
Egito. Caminha com ele pelo deserto. Mesmo quando o povo
se queixa e duvida da presença de Deus, este não o condena nem o abandona. Ouve
a oração de Moisés e das outras lideranças e faz nascer água da rocha. Sacia a
sede do povo para que este não desanime na caminhada para a terra prometida.
Essa caminhada de 40 anos é lembrada pela Igreja, de modo especial, neste tempo
da Quaresma. É preciso caminhar com perseverança, confiando na presença de
Deus. Ele ouve nossas preces, perdoa-nos e nos acompanha na caminhada de nossa
vida. É tempo de superar os queixumes e arregaçar as mangas para que a terra
que Deus nos deu seja realmente a casa de todos, conforme nos interpela a
Campanha da Fraternidade, sem que ninguém seja escravizado, vendido como
mercadoria ou explorado.
– Jesus tomou a iniciativa de ir ao encontro dos samaritanos, inimigos dos judeus. Estabelece um
diálogo com a mulher, representante do povo da região da Samaria. Do diálogo
nasce a mútua compreensão. Por meio do diálogo, Jesus se revela: ele é a fonte
de água viva. Para manter a intimidade com Jesus, bebemos de sua palavra e nos
alimentamos de seu corpo na eucaristia. Além de nos saciar, tornamo-nos fonte
de água viva. Como fez a samaritana, tornamo-nos discípulos missionários,
portadores da boa notícia da salvação de Deus para todos.
– Uma vez reconciliados com Deus, é impossível
não irradiar seu amor. Assim fez são Paulo, a
ponto de entregar-se totalmente como ministro da reconciliação. Muitos caminhos
que o mundo moderno nos oferece dificultam a compreensão e a acolhida da graça
divina e a paz entre pessoas e povos. Vivemos dispersos, divididos, confusos,
inseguros, apegados aos bens materiais, à fama, ao que nos satisfaz
momentaneamente… Somente a paz que vem do amor de Deus é capaz de construir a
família humana e nos realizar verdadeiramente. Para isso, precisamos resgatar o
valor do silêncio, da meditação da palavra de Deus, da oração pessoal, familiar e comunitária, da
contemplação, do cuidado e da promoção dos direitos comuns.
Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com Concentração
em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos Apóstolos no
Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
E-mail: loraschi@itesc.org.br
23 de março: 3º
Domingo da Quaresma
ÁGUA VIVA PARA SEMPRE
Foi transformador o encontro de Jesus com a
samaritana junto ao poço de Jacó. O encontro pessoal com Jesus, o diálogo
profundo com ele sobre a sede de Deus e de vida, simbolizados pela água,
permitiram à samaritana rever a própria vida e testemunhar a novidade de uma
água que sacia a sede para sempre.
Num mundo em que a palavra de ordem é a
autossuficiência, Jesus se mostra necessitado. Pede água a uma mulher da
Samaria, terra considerada impura pelos judeus. Provoca nela a abertura à sua
palavra, chamando ao encontro pessoal, ao diálogo, que é a única forma de as
pessoas se conhecerem verdadeiramente. E assim faz a samaritana reconhecer-se
necessitada também, não de uma água de poço, mas de algo que sacie a sede de
Deus, a sede de vida eterna.
No encontro com Jesus, a samaritana é levada
a rever a própria vida revendo as relações, pois a Deus não se alcança num
intimismo individualista. Dá pena ver cristãos dizerem que encontraram Jesus
apenas quando começaram a frequentar outras denominações cristãs. O que faltou
para que tais pessoas tivessem um encontro pessoal e transformador com o
Mestre? Por que, para além de doutrinas e regras, não puderam encontrar a
pessoa concreta do Filho de Deus?
Um compromisso sério com Jesus é exigente e
implica a construção de relações fraternas na comunidade. Exige revisão de
vida, para tomarmos consciência dos nossos anseios mais profundos. Afinal, para
além da sede de água, que tipo de sede buscamos saciar na vida?
Jesus é a Água Viva que mata a nossa sede de
Deus. E a água que ele nos dá se torna em nós fonte de água que jorra pela
eternidade. Na comunidade dos que celebram fisicamente em templos de pedra e
que adoram espiritualmente na fidelidade ao Espírito Santo, somos chamados a
dar ao mundo o testemunho de nossa fé, a exemplo da samaritana. Para que o
próprio Espírito continue se derramando pela vida do mundo, por meio de nossa
intimidade com Jesus. Uma intimidade que constrói comunidade.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
23 de março – 3°
Domingo da Quaresma
O ENCONTRO TRANSFORMADOR
Os evangelhos estão cheios de episódios sobre pessoas que tiveram sua
vida transformada para sempre ao encontrar-se com Jesus Cristo. Ter um encontro
pessoal com Cristo leva a ter a certeza da cura, da libertação, da
solidariedade, da salvação, de uma vida nova… Com a samaritana do evangelho
deste domingo não foi diferente. O encontro com Jesus no poço de Jacó mudou
radicalmente a vida dessa mulher.
É interessante observar o seu progresso na descoberta da pessoa de
Cristo. Para ela, no começo, ele era somente um viajante judeu, depois se torna senhor; depois é um profeta,
em seguida é oMessias; por fim,
juntamente com sua gente, proclama-o salvador do mundo.
“Uma característica comum a todas estas narrações é a força
transformadora que encerram e manifestam os encontros com Jesus, visto que
desencadeiam um autêntico processo de conversão, comunhão e solidariedade. E um
dos encontros mais significativos é o da samaritana”, como dizia João Paulo II.
Tudo mudou para ela naquele dia graças ao encontro com o Senhor Jesus, que a
deixou abalada a ponto de abandonar o pote de água e correr para anunciar às
pessoas da aldeia a sua descoberta e a sua felicidade: “Vinde ver um homem que
me disse tudo quanto fiz. Não será ele o Messias?” Por causa do seu testemunho,
muitos samaritanos abraçaram a fé em Jesus e ele teve de ficar ali por dois
dias.
A exemplo da samaritana, nós também nos encontramos com Jesus Cristo no
nosso dia a dia, na celebração da Palavra, na oração pessoal, no trabalho, no
campo ou pelas estradas, e ele se manifesta na pessoa de um amigo, de algum
desconhecido… Nesses encontros, Jesus tem sempre algo para nos dizer, tem
sempre orientações para nos propor que guiam a nossa vida rumo à felicidade e à
plena realização. Será que esses encontros com o Senhor transformam o nosso
ser? Porque, na verdade, o fato de encontrar Jesus deveria nos transformar em
oferendas vivas, em testemunhas vivas de Cristo. E ser testemunha de Jesus é
refletir, viver e praticar tudo que ele ensinou: o amor, o perdão, a solidariedade…
Irmãos e irmãs, este tempo da Quaresma é particularmente favorável para
que cada um de nós faça um bom exame de consciência e descubra se a própria
vida e conduta têm refletido o rosto amável de Jesus Cristo.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
“UMA FONTE DE ÁGUA QUE JORRA PARA A
VIDA ETERNA”
Primeira Leitura: Ex 17,3-7;
Sl 94,1-2.6-7.8-9;
Segunda Leitura: Rm 5,1-2.5-8;
Evangelho: Jo 4,5-42
Situando-nos brevemente
No Ano A, a partir do terceiro domingo da Quaresma, a liturgia da Palavra assume uma vertente mais claramente batismal, acompanhando gradativamente os catecúmenos a celebrar a iniciação cristã na grande vigília Pascal, e toda a comunidade a redescobrir e renovar a graça da própria iniciação. Esta é, pois, um processo dinâmico que nos acompanha ao longo da vida, até a páscoa/passagem definitiva da morte à vida plena no Senhor, constituída por nosso “êxodo” pela morte natural.
Sl 94,1-2.6-7.8-9;
Segunda Leitura: Rm 5,1-2.5-8;
Evangelho: Jo 4,5-42
Situando-nos brevemente
No Ano A, a partir do terceiro domingo da Quaresma, a liturgia da Palavra assume uma vertente mais claramente batismal, acompanhando gradativamente os catecúmenos a celebrar a iniciação cristã na grande vigília Pascal, e toda a comunidade a redescobrir e renovar a graça da própria iniciação. Esta é, pois, um processo dinâmico que nos acompanha ao longo da vida, até a páscoa/passagem definitiva da morte à vida plena no Senhor, constituída por nosso “êxodo” pela morte natural.
O primeiro e o segundo domingo, nos três ciclos A, B, C, temem
comum a narração de Jesus tentado no deserto e o evento de sua transfiguração:
clara alusão à frágil situação humana, marcada pela original criação à imagem e
semelhança de Deus, mas exposta à tentação da auto-suficiência. Deus, porém,
não abandona seus filhos e os chama a recuperar aquela beleza original, através
da conformação a Jesus, na sua páscoa e morte e ressurreição.
A partir do terceiro domingo, as leituras e em particular os
textos do evangelho iluminam os vários aspectos do processo interior que a
participação na Páscoa de Jesus, através da iniciação cristã, ativa em nós.
No diálogo com a mulher de Samaria (3º domingo), Jesus revela a si
mesmo como a água viva que alimenta a existência da páscoa. Desvela que a
nascente desta água perene se encontra dentro do poço profundo e obscuro da
própria pessoa, pela presença e pela energia vital de seu Espírito.
O próprio Jesus é a luz: ele mesmo deixa vislumbrar a meta da vida
e ilumina o caminho. Com dom do Espírito, Jesus não somente cura, no batizado,
a cegueira do pecado, mas também cria nele a capacidade da visão, para enxergar
a vida e avaliar as coisas, segundo a verdade de Deus (4º domingo – cura do
cego de nascença).
O encontro com Jesus na fé, acolhendo com amor e confiança sua
presença de amigo e sua palavra, ativa, no batizado, o princípio de vida nova,
a vida segundo o Espírito, que é início de ressurreição desde o presente (5º
domingo – ressurreição de Lázaro).
A Quaresma, com o dinamismo interior que se exprime na estrutura
ritual, constitui um precioso itinerário espiritual. As celebrações dos
domingos, com a sucessão das características próprias, desenvolvem uma
pedagogia espiritual capaz de sustentar o crescimento pessoal de cada um e o
caminho de toda a comunidade do povo de Deus.
Recordando a Palavra
As três leituras apresentam uma situação de vida na qual cada um
pode, facilmente, reconhecer seu próprio caminho. Uma surpreendente pedagogia
divina acompanha e estimula o crescimento rumo à plena libertação de toda
humana ilusão.
A sede, como a fome, constitui uma das experiências mais
traumáticas da vida humana. A procura para satisfazer suas exigências a
transforma em potente motor que impede a pessoa a uma contínua busca, até que
seja satisfeita. Nesta luta para a vida, se encontra, porém, a tentação de se
apegar a tudo o que parece ar resposta imediata ou de buscar solução no
passado.
Diante da aridez do deserto, Israel desconfia das promessas de
deus, se queixa de insuportável fadiga e sonha com a água e a carne que o Egito
lhe garantia, embora em condição de escravidão. Contudo o Deus de Israel é o
Deus que constrói o futuro, não somente do passado; é o Deus da libertação, não
o Deus da escravidão. Ordena a Moisés que vá para frente e promete que ele
mesmo estará lá, pronto para operar novas maravilhas. “Passa adiante do povo
(...). Toma a vara com que feriste o rio Nilo. Eu estarei lá, diante de ti sobre
o rochedo (...). Ferirás a pedra e dela sairá água para o povo beber”. (1ª
leitura: Ex 17,5-6).
Jesus estará sempre à frente dos discípulos no caminho para
Jerusalém, renovando seu compromisso com a missão recebida, e pedindo aos
discípulos para “segui-lo”, sem voltar atrás (cf. Lc 9,51-62). Ele está sempre
diante de nós e nos convida a segui-lo.
O salmo responsorial (Sl 94) constitui a clássica reflexão sobre a
peregrinação e Israel no deserto, marcada por inúmeras oportunidades de
experimentar a fidelidade e a potência de Deus e por repetidos endurecimentos
do coração do povo, incapaz de se abrir ao futuro de Deus. No contexto da
Quaresma, este salmo constitui um convite vigoroso a valorizar este tempo de
graça, como tempo rico de novas oportunidades de conversão e de crescimento na
relação com o Senhor.
Na Carta aos Romanos (2ª leitura), Paulo destaca a gratuidade da
iniciativa com a qual Deus estabeleceu o conosco uma relação de autêntica
renovação em Cristo Jesus, derramando nos nossos corações seu Espírito,
princípio de vida nova, fundamento da esperança e penhor da plena participação
em sua vida. “Por ele, só tivemos acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos
firmes, mas ainda nos ufanamos a esperança da glória de Deus. E a esperança não
decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,2. 5).
Jesus, em seu encontro com a mulher samaritana junto do poço de
Jacó (evangelho), revela a absoluta liberdade com a qual ele se doa a todos e a
cada pessoa. Ao mesmo tempo, com delicada pedagogia, ele faz a mulher passar da
procura de solução insuficiente às exigências mais elementares da vida, como a
água, para a atenção aos mais profundos anseios de verdade, de beleza e de
vida, que estão em seu coração, escondidos dela mesma.
O próprio Jesus se faz mendicante e companheiro de procura.
“Dá-me de beber”. O gesto de proximidade guia a mulher a descer às
profundidades do poço que se encontra nas entranhas de sua própria experiência.
“Se conhecesse o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu
lhe pedirias, e ele te daria água viva” (Jo 4,10). Ela, com surpresa, descobre
que o sedento estrangeiro está, de fato, lhe oferecendo uma água que não se
pode recolher dentro do balde e sim no coração. “Mas quem beber da água que
darei, nunca mais terá sede (...). Senhor dá-me dessa água...” (Jo 4,14-15).
Tal invocação recebe, em resposta, a abertura de uma perspectiva
ainda mais inesperada: participar do novo culto a Deus em Espírito e plenitude,
superando toda divisão e redução aos critérios religiosos humanos: “Mas vem a hora,
e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
verdade” (Jô 4,23).
Os discípulos são conduzidos a percorrer um caminho de abertura e
conversão aos critérios de Deus, parecidos com o caminho feito pela mulher da Samaria.
Com estranhamento ao encontrar Jesus falando com a mulher estrangeira, porém
solícitos para que o mestre com algo depois de tanta fadiga da viagem, eles são
conduzidos por Jesus a mudar de horizonte: “Eu tenho um alimento para comer,
que vós não conheceis (...). O meu alimento é fazer a vontade daquele que me
enviou e levar a termo a sua obra” (Jo 4,32. 34).
Esta mudança de horizonte constitui a passagem/páscoa que os
discípulos terão dificuldade a cumprir em si mesmos, até que o Espírito
converta o coração deles e o próprio Jesus lhes abra a mente depois da
ressurreição. Os discípulos, iluminados e fortalecidos pelo Espírito,
conseguirão dar testemunho de Jesus, somente depois da Páscoa.
A mulher samaritana, ao contrário, parece mais disponível a
deixar-se guiar pela novidade extraordinária encontrada em Jesus, e inicia
imediatamente a dar testemunho dele. ‘’Muitos samaritanos daquela cidade
acreditaram em Jesus, por causa da palavra da mulher que testemunhava: ‘’Ele me
disse tudo o que eu fiz’’ (Jô 4, 39).
Ela se torna a ‘’primeira evangelizadora’’,
antecipando, profeticamente, o alegre anúncio da ressurreição,dado por Maria
Madalena e pelas mulheres aos discípulos, na madrugada de Páscoa.
Atualizando a Palavra
A
sociedade moderna se torna sempre mais secularizada e espiritualmente árida.
Para muitas pessoas, Deus é o ‘’ausente’’. Uma recente análise sobre a situação
da pessoa na sociedade atual destaca, todavia, que o homem contemporâneo, mesmo
no drama de suas situações existenciais, espera, de maneira confusa, conhecer e
encontrar o Deus dos viventes e que dá a vida. Ele sente nostalgia da presença
de Deus. Sofre a sede do infinito, embora, muitas vezes, não consiga dar este
nome á água que está procurando para saciar sua sede.
A nostalgia nasce das desilusões deixadas pelo que foi imaginado e
seguido como ‘’deus’’, capaz de satisfazer a sede de sentido da existência, tão
frágil e quase desertificada interiormente. “Em mim desfalece o meu espírito,
meu coração se consome (...). A ti estendo minhas mãos, como a terra seca,
anseio por ti ‘’(SL 143,4. 6).
O batismo mergulha o cristão na nascente da água viva, que
continuará a fecundar toda a sua existência.
Experiência de plenitude, e simultânea urgência de uma sede
insaciável, expressão de uma fé, às vezes incipiente, que cresce com o
progresso do amor, e leva consigo a força para perseverar na esperança. ‘’Ao
pedir à samaritana que lhe desse de beber, Jesus lhe dava o dom de crer. E,
saciada sua sede de fé, lhe acrescentou o fogo do amor’’ (prefácio do domingo).
A esperança, ao longo do caminho, não decepciona em sua tensão rumo à
plenitude, pois ‘’o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo que nos foi dado’’ (2º leitura, Rm 5,5).
Jesus dá testemunho do amor de Deus para com todos os homens e
mulheres, qualquer que seja a condição deles. Até os ‘’samaritanos’’, os
diversos, os problemáticos, os excluídos, segundo as categorias sociais e
religiosas vigentes, são destinatários deste amor divino que ‘’tem sede’’ de
todos e a todos oferece a possibilidade de encontrar a ‘’água que dá vida’’,
aquela que no fundo, eles estão procurando mesmo em seus desvios.
Ao pedir á mulher da Samaria água para saciar sua sede, é o
próprio Jesus a se aproximar, partilhando a mesma fraqueza e a mesma
necessidade dela e de todo homem e mulher. Com seu gesto, desperta a
consciência da samaritana para a procura mais profunda, que ela traz consigo, e
acaba oferecendo à sua fé o manancial perene do Espírito que brotará dentro
dela mesma (Jo 4,13-15).
‘’Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados dos
fardos, e vos darei descanso. Tomais sobre vós o meu jugo e sede discípulos
meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós.
Pois meu jugo é suave e meu fardo é leve’’ (Mt 11,28-30).
Esta mesma atitude de Jesus está no centro dos gestos e da
cotidiana pregação de Papa Francisco, impelindo a Igreja inteira a assumi-la com os homens e as mulheres do nosso tempo, para que
eles possam se encontrar com o coração de Jesus. Alguns bem-pensantes ficam
escandalizados, achando que assim se vai enfraquecer a força das leis da
Igreja... como acontecia com Jesus.
Ligando
a Palavra com a ação eucarística
Na
preparação das oferendas para a Eucaristia, há um pequeno rito talvez percebido
por poucos, sobretudo em seu significado simbólico. É o gesto com o qual o
sacerdote derrama algumas gotas de água no cálice, misturando-as com o vinho. A
água representa nossa frágil realidade humana que se abre ao Senhor, como no
mistério da encarnação. O vinho e a água misturados são apresentados ao Senhor,
para que, pela força vital de sua Palavra e do Espírito Santo, sejam
transformados no sangue vivo de Cristo que sacia a sede de seu povo, pois é a
páscoa do Senhor a nascente perene da água viva.
Jesus abre esta animadora perspectiva também para o caminho da
nossa vida. Um caminho sujeito a tantas provações, tentações, fadigas e até
desvios, como testemunha a dura experiência de Israel no deserto, embora já
tivesse experimentado a fiel providência de Deus (1ª leitura - Ex 17,3-7).
No fundo de si próprio, porém, este incerto vagar guarda a saudade
de sua nascente e de sua meta, mesmo quando acaba perdendo o contato com a
nascente da água viva, para construir, com suas próprias mãos, cisternas
rasgadas, atraído por projetos que se revelam inconsistentes e vazios, como
lamenta o profeta Jeremias (Jr 2,5).
O salmista, porém, interpreta, com esperança, o que permanece no
fundo do coração e que pode abrir novos caminhos: ‘’Minha alma tem sede de
Deus, do Deus vivo: quando hei de ir ver a face de Deus?’’ (Sl 42,3).
De onde estamos atingindo nossa água: do manancial do Espírito que
fica jorrando dentro de nós ou das cisternas rasgadas que o mundo nos
proporciona?
A sede da posse sem medida, a cobiça na exploração dos recursos
ambientais estão desertificando a vida do homem, as relações entre as pessoas e
os povos, ameaçando o desenvolvimento sustentável.
Ainda pior. O tráfico cruel de pessoas chupa, sem piedade, o
sangue inocente das vítimas, como nos lembra a Campanha da Fraternidade de 2014.
Participando do único cálice do sangue precioso de Cristo na Eucaristia, somos
transformados pelo Espírito Santo no único corpo vivente de Cristo, solidários
uns com os outros.
Sugestões para a celebração
Ø A acolhida atenciosa das pessoas, ao
entrarem na igreja para participar da celebração, é um ato de grande relevância
humana e pastoral, a ser atuado com fé e com cuidado. Do modo como uma pessoa
se sente acolhida, pode depender a qualidade de sua participação na celebração.
No irmão e na irmã acolhidos, é o próprio Cristo que é acolhido. N o irmão e
irmã que me acolhem é o próprio Cristo que me acolhe. Os fariseus se
escandalizam com a acolhida cheia de ternura e misericórdia dos pecadores por
parte de Jesus. Os discípulos ficam admirados por Ele falar com a mulher
samaritana. Em Jesus, porém, cada um encontra sua casa. Assim seja em nossas
comunidades e em nossas assembléias, no meio das quais está o Senhor
Ressuscitado.
Ø Evidenciar a progressiva dinâmica
batismal dos próximos domingos (3,4,5), destacando como ela conduz os
catecúmenos, que estão se preparando para receber os sacramentos da iniciação
cristã na Vigília Pascal, a mergulharem no grande Tríduo Pascal, e a cada
membro da comunidade a renovar a graça e as promessas de seu Batismo. O ato
penitencial pode ser acompanhado pela benção e a aspersão da água benta,
memória da água batismal.
Ø A partir da atitude carinhosa e
evangelizadora de Jesus para com a mulher samaritana, apresentar o sacramento
da Reconciliação como um encontro transformador com o próprio Jesus, uma
experiência de acolhida sem reserva e de renovação.
Ø Ao renovar a proclamação da fé, hoje se
pode evidenciar que o’’o senhorio’’ de Jesus, destacado com a formulação
‘’Creio em um só Senhor, Jesus Cristo’’, se exprime através do serviço de amor
aos mais marginalizados e problemáticos, partilhando suas dificuldades, como
fez Jesus com a mulher samaritana.
Ø Para dar maior coerência interior à
celebração, é conveniente escolher hoje a Oração Eucarística sobre
Reconciliação I (Como é grande, ó Pai, vossa misericórdia-Missal página 866).
Ø Os cantos para as celebrações
quaresmais podem ser encontrados no CD da campanha da fraternidade
2014: Hino da CF 2014 e cantos para a Quaresma Ano A.
Fonte:
Roteiros Homiléticos da Quaresma, Março e Abril– CNBB 2014 - Ano A
DOMINGO, 23 DE MARÇO DE 2014
Homilia do 3º Domingo
da Quaresma,
por Pe. Paulo Ricardo
por Pe. Paulo Ricardo
Chamados para amar a
Deus
O Evangelho deste domingo oferece-nos a
passagem da samaritana. São João relata que, “cansado da viagem, Jesus
sentou-se junto ao poço [de Jacó]”, “por volta de meio-dia” e “chegou uma
mulher de Samaria para tirar água”. Essa imagem evoca outros trechos do Antigo
Testamento: como o ponto de encontro de Isaac e sua mulher, Rebeca [1]; de Jacó
e sua esposa, Raquel [2]; e de Moisés e Sefra, filha de Raguel [3]. O poço está
intimamente ligado ao amor esponsal, entre o homem e a mulher.
Lendo a passagem da samaritana a partir
de um sentido místico, é possível ler Jesus que pede “Dá-me de beber” como um
Esposo que sente sede das almas que desposa. Logo depois, porém, Ele revela que
é Ele mesmo quem nos quer dar de beber: “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem
é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria
água viva”. A samaritana, não compreendendo o significado profundo das palavras
de Jesus, dá-lhe ocasião de explicar que o poço de água viva de que fala não é
o poço de Jacó, mas Ele mesmo: “Todo aquele que bebe desta água terá sede de
novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a
água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida
eterna”. Essa “fonte de água” na alma dos que creem no Cristo é, como explica
Jesus mais adiante [4], o dom do Espírito Santo.
Neste Evangelho, existe também um
paralelo muito próximo com o que acontece na Cruz. Assim como Jesus se senta
próximo ao poço, pedindo de beber, pendurado no madeiro da cruz, Ele diz:
“Tenho sede” [5]. E assim como, depois, Ele revela ser a fonte de que brota
água viva, na Cruz, de seu lado aberto, jorram sangue e água [6]. Nessas
passagens, Jesus mostra ser a rocha da verdadeira água; a de Meriba, lembrada
na primeira leitura de hoje [7], era apenas uma prefiguração. Mostra também ser
a fonte maravilhosa que jorra do templo, profetizada por Ezequiel [8].
Aplicando tudo isso à nossa vida, somos
chamados a amar a Deus. Ele tem sede do nosso amor: seja à beira do poço, onde
acontece o matrimônio místico entre Cristo e a alma esposa, seja no madeiro da
Cruz, onde Ele manifesta seu amor infinito por nós e nos pede que O amemos de
volta. Deus tem sede de nós, rebaixa-se de modo a necessitar-Se do nosso amor.
Fá-lo porque, em Seu amor, é Ele mesmo quem quer Se dar a nós: “Se tu
conhecesses o dom de Deus (...), tu mesma lhe pedirias (...) e ele te daria água
viva”.
Mas, como corresponder a esse grande
amor divino? Precisamos entender que só Deus pode dar-nos a virtude de amá-Lo
com verdadeira caridade. Por isso, é importante que Lhe peçamos essa graça,
assim como o fez a samaritana: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha
mais sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la”.
Do mesmo modo que atendeu ao pedido
daquela mulher – tanto que, de seu primeiro amor interesseiro, ela passa a
reconhecer Jesus como o próprio Messias, abandonando o seu cântaro à beira do
poço para anunciá-Lo [9] –, Ele atenderá o nosso pedido, fazendo-nos evoluir do
amor dos principiantes – que começa com a luta sincera contra o pecado mortal,
contra o “cavar cisternas fendidas” denunciado pelo profeta Jeremias [10] –,
passar pelo amor dos mais adiantados – no combate ao pecado venial e às doenças
espirituais, na busca de estar mais a sós com Deus e no amor ao próximo – até
chegar, finalmente, ao amor dos perfeitos – no qual, como canta São João da
Cruz, “sólo en amar es mi ejercicio”.
Por fim, bebendo de Cristo, brotarão de
nós mesmos “rios de água viva”, pois Ele mesmo nos configurará a Si.
Deus quer o nosso amor. Amemo-Lo. O
amor é o distintivo do cristão. Como fez a samaritana, tenhamos a coragem de
abandonar os falsos ídolos e saciar a nossa sede na verdadeira fonte de água
viva: Jesus.
Referências:
Cf. Gn 24, 11-14
Cf. Gn 29, 1-30
Cf. Ex 2, 15b-22
Cf. Jo 7, 37-39
Jo 19, 28
Cf. Jo 19, 34
Cf. Ex 17, 3-7
Cf. 47, 1
Cf. Jo 4, 28
Cf. 2, 13
A voz do pastor
3º Domingo da Quaresma
Domingo 23/03/2014
Canal do Youtube:
Mas qual é o resultado? A vida, a dor
humana, tudo se torna imensamente mais absurdo. Perdeu-se a medida. Se na nossa
vida faltar a visão da eternidade, todo sofrimento, todo sacrifício parece
absurdo, desproporcionado, nos «desequilibra», derruba-nos. São Paulo escreveu:
«A leve tribulação de um momento nos produz, sobre toda medida, um pesado
caudal de glória eterna». Em comparação com a eternidade da glória, o peso da
tribulação lhe parece «leve» (a ele, que sofreu tanto na vida!) precisamente
porque é «passageiro». Com efeito, acrescenta:
«As coisas visíveis são passageiras,
mas as invisíveis são eternas» (2 Cor 4, 17-18). Já para o filósofo Miguel de
Unamuno, dizia a um amigo que reprovava, como se fosse orgulho ou presunção,
sua busca de eternidade, respondia nestes termos: «Não digo que mereçamos um
mais além, nem que a lógica o demonstre; digo que precisamos, mereçamos ou não,
simplesmente. Digo que o que passa não me satisfaz, que tenho sede de
eternidade, e que sem esta tudo me é indiferente. Sem ela, já não existe
alegria de viver... É fácil demais afirmar: ‘Devemos viver, devemos
conformar-nos com esta vida’. E os que não se conformam?». Não é que quem
deseja a eternidade mostra que não ama a vida, mas sim quem não a deseja, dado
que se resigna tão facilmente ao pensamento de que aquela deva terminar.
Seria um enorme lucro, não só para a
Igreja, mas também para a sociedade, redescobrir o sentido de eternidade.
Ajudaria a reencontrar o equilíbrio, a relativizar as coisas, a não cair no
desespero diante das injustiças e a dor que há no mundo, ainda lutando contra
elas. A viver menos freneticamente.
Na vida de cada pessoa, houve um momento
em que se teve certa intuição da eternidade, ainda que confusa. Devemos estar
atentos para não buscar a experiência do infinito nas drogas, no sexo
desenfreado e em outras coisas nas quais, no final, só permanece a desilusão e
a morte. «Todo aquele que beber desta água voltará a ter sede», disse Jesus à
samaritana. Deve-se buscar o infinito no alto, não no que é baixo; acima da
razão, não por abaixo dela, nas ebriedades irracionais.
Está claro que não basta saber que a
eternidade existe; é preciso também saber o que fazer para alcançá-la.
Perguntar-se, como o jovem rico do Evangelho: «Mestre, o que devo fazer para
ter a vida eterna?». Leopardi, na poesia O Infinito, fala de uma cerca que
oculta da vista o último horizonte. Qual é, para nós, esta cerca, este
obstáculo que nos impede de olhar para o horizonte último, para o eterno? A
samaritana, aquele dia, compreendeu que devia mudar algo em sua vida se
desejava obter a «vida eterna», porque em pouco tempo a encontramos
transformada em uma evangelizadora que relata a todos, sem hesitar, o que Jesus
lhe disse: «Ele disse-me tudo o que eu fiz.».
Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA DIÁRIA
Jesus é a fonte da
água viva!
Jesus é a água viva, quem d’Ele bebe jamais
terá sede! Jesus nos sacia dessa sede de eternidade que nós temos e preenche os
vazios da nossa alma e do nosso coração.
”Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo. Mas quem beber
da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe der se
tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna” (João 4, 13-14).
O relato do Evangelho de hoje nos mostra o encontro de Jesus com
a samaritana, junto ao posto de Jacó. Relato lindo, maravilhoso, cheio de
ensinamentos profundos para a nossa vida! Vamos hoje nos deter em um ponto
importante: a água que essa mulher vai buscar na fonte.
Como nós precisamos da
água, como a água para nós é o símbolo grande da vida, a nossa vida é
preenchida pela água, o nosso corpo, o mundo em que nós habitamos! É
impossível pensar na vida sem pensar na água, talvez queiramos viver a vida e
não dar tanta importância para ela, mas só existe vida onde a água está. Se a
água seca, a vida também seca, por isso, essa mulher vai ao poço, ela vai ali
todos os dias buscá-la [água].
Mas, é porque temos a
água em nossas casas, tudo canalizado e a água chega com a abundância e nós, muitas
vezes, não damos significado e valor a essa beleza da natureza, esse dom, esse
presente do céu que significa para nós.
Entre tantas coisas
importantes que a água pode significar, ela é o símbolo da pureza; a água
cristalina, pura, límpida; essa água nos lava, cai no nosso corpo, a água com a
qual a mamãe lava seu filho, seu bebê, dá banho nele, é a mesma água que
irá nos lavar a vida inteira e não vai permitir que o nosso corpo caminhe em
meio a essa terra e seja tomado pelas impurezas e sujeiras deste mundo.
Que dom maravilhoso, que
dom precioso é a água! A água, que se faz presente em nosso batismo, como
símbolo e como dom do Espírito Santo, a água derramada em nossa cabeça nos
purifica e nos lava dos nossos pecados, a água do próprio Espírito, a água que
nos redime e faz de nós criaturas novas.
Nesta Quaresma nós
precisamos de um banho nessa fonte de água viva, que é o próprio Jesus; Ele vem
para nos salvar e nos purificar. E um outro dom maravilhoso da água é que ela
sacia a nossa sede. “Dá-me de beber”, diz Jesus.
Essa mulher foi, muitas
vezes, buscar essa água para beber, da qual ela bebeu e saciou sua sede, mas
você sabe que nós bebemos da água, ela sacia nossa sede momentânea, mas a sede
depois volta e nós até, muitas vezes, cansados, ou querendo coisas mais
práticas, substituímos água por refrigerante, por sucos, na tentativa de que
outras coisas saciem mais a nossa sede.
A nossa alma tem uma
sede muito mais profunda, nós temos uma sede de satisfação, nós temos uma sede
de realização, nós temos uma sede de eternidade; nós temos sede de coisas mais
profundas! Vamos nos preenchendo com coisas momentâneas, vamos nos preenchendo
com coisas deste mundo, vamos saciando nossa sede com aquilo que, na verdade,
cria um buraco maior dentro de nós e nos deixa ainda mais sedentos.
Jesus é a água viva,
quem d’Ele bebe jamais terá sede! Jesus nos sacia dessa sede de eternidade que
nós temos, Ele preenche os vazios da nossa alma e do nosso coração e dá sentido
à nossa resistência. Que nós também hoje possamos ir ao “poço de Jacó” buscar
essa água, que nos lava e sacia a nossa sede!
Que Deus abençoe você!
LEITURA ORANTE
Jo 4,5-42 - O encontro com a Samaritana
Preparo-me para a oração, rezando com
todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo,
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser,
eu vos adoro, amo e agradeço.
E invoco o Espírito Santo para que me ilumine na Leitura Orante:
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis.
E acendei neles o fogo do vosso amor.
- Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.
- E renovareis a face da terra.
Oremos:
Ó Deus, que instruistes os corações dos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo,
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser,
eu vos adoro, amo e agradeço.
E invoco o Espírito Santo para que me ilumine na Leitura Orante:
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis.
E acendei neles o fogo do vosso amor.
- Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado.
- E renovareis a face da terra.
Oremos:
Ó Deus, que instruistes os corações dos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
1.
Leitura (Verdade)
- O que a Palavra
diz?
Começo lendo atentamente o texto do dia, na minha Bíblia : Jo 4,5-42.
Começo lendo atentamente o texto do dia, na minha Bíblia : Jo 4,5-42.
Chegou, pois, a uma
cidade da Samaria, chamada Sicar, perto da propriedade que Jacó tinha dado a
seu filho José. Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se
junto à fonte. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria buscar água.
Jesus lhe disse: "Dá-me de beber!" Os seus discípulos tinham ido à
cidade comprar algo para comer. A samaritana disse a Jesus: "Como é que
tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?" De
fato, os judeus não se relacionam com os samaritanos. Jesus respondeu: "Se
conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: 'Dá-me de beber', tu lhe
pedirias, e ele te daria água viva". A mulher disse: "Senhor, não
tens sequer um balde, e o poço é fundo; de onde tens essa água viva? Serás maior
que nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual bebeu ele mesmo, como também
seus filhos e seus animais?" Jesus respondeu: "Todo o que beber desta
água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá
sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando
para a vida eterna". A mulher disse então a Jesus: "Senhor, dá-me
dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar
água"... Senhor, vejo que és um profeta! Os nossos pais adoraram sobre
esta montanha, mas vós dizeis que em Jerusalém está o lugar em que se deve
adorar". Jesus lhe respondeu: "Mulher, acredita-me: vem a hora em que
nem nesta montanha, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não
conheceis. Nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. Mas
vem a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e verdade. Estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é Espírito,
e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade". A mulher
disse-lhe: "Eu sei que virá o Messias (isto é, o Cristo); quando ele vier,
nos fará conhecer todas as coisas". Jesus lhe disse: "Sou eu, que
estou falando contigo".... Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram
em Jesus por causa da palavra da mulher que testemunhava: "Ele me disse
tudo o que eu fiz". Os samaritanos foram a ele e pediram que permanecesse
com eles; e ele permaneceu lá dois dias. Muitos outros ainda creram por causa
da palavra dele, e até disseram à mulher: "Já não é por causa daquilo que
contaste que cremos, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é
verdadeiramente o Salvador do mundo".
Neste encontro, Jesus
conversa com uma mulher da Samaria. Ela própria se surpreende, porque os judeus
não falavam com os samaritanos, a quem tratavam com hostilidade. O maravilhoso
diálogo se desenvolve num jogo de pedir e recusar para chegar ao grandioso
"dom de Deus". Falam de água do poço e da água viva, falam da vida
familiar, falam da salvação, de culto, até que Jesus se apresenta claramente:
"O Messias sou eu que estou falando contigo". Chegaram os discípulos
e a mulher foi dizer aos seus vizinhos que encontrara o Messias. Com seu
testemunho e também porque escutaram o Mestre, muitos creram nele.
2.
Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
Como são meus diálogos com Jesus?
- O que a Palavra diz para mim?
Como são meus diálogos com Jesus?
Os bispos, na Conferência de
Aparecida, disseram: "A admiração pela
pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta
consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de
toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um
“sim” que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a
Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o
amou primeiro “até o extremo” (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece
neste amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que vás” (Lc 9,57)." (DAp 136).
3.
Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a
Deus?
Rezo com toda a Igreja a
Oração da Campanha
da Fraternidade de 2014
Ó Deus, sempre ouvis o clamor do
vosso povo
e vos compadeceis dos oprimidos e
escravizados.
Fazei que experimentem a libertação
da cruz
e a ressurreição de Jesus.
Nós vos pedimos pelos que sofrem
o flagelo do tráfico humano.
Convertei-nos pela força do vosso
Espírito,
e tornai-nos sensíveis às dores
destes nossos irmãos.
Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como vossos filhos e filhas,
na liberdade e na paz.
Por Cristo nosso Senhor.
Amém!
4.
Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da
Palavra?
Meu olhar de contemplação é um olhar
de conversão que cancela tudo aquilo que em minha vida é acomodação,
indiferença, omissão, como evitar as pessoas que precisam de mim. Que Deus
abençoe este meu propósito.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, que nós façamos o bem sem discriminações. Livra-nos, Pai
amado, de julgamentos, condenações, exclusões de irmãos por quaisquer razões
que sejam. Queremos amar a todos, como somos amados por Ti e pelo Cristo Jesus,
teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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