12 de Novembro de 2013
Ano C

Lc 17,7-10
Comentário do Evangelho
A gratuidade do serviço.
“Somos simplesmente
servos…” (v. 10). Muitas vezes nós traduzimos esta frase deste modo: “Somos
servos inúteis!”. Se o fôssemos, por que Deus nos chamaria ao seu serviço? A
questão é outra. Em primeiro lugar, o apóstolo é servidor de Deus e dos homens.
Antes de se assentar à mesa, no banquete do Reino de Deus, há um trabalho a ser
feito, o anúncio do Reino, o testemunho de Jesus Cristo (cf. At 1,8). Em
segundo lugar, a expressão “Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer”
diz respeito à gratuidade do serviço. A recompensa do apóstolo é Deus mesmo,
seu verdadeiro salário é ser admitido como operário na vinha do Senhor. Quem é
enviado não tem nenhum direito sobre Deus nem sobre seus semelhantes. A
gratuidade exige não só não buscar recompensa, mas renunciar ao prestígio e à
segurança pessoal. Deus é sua força e proteção.
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, reconhecendo-me servo
inútil, quero esforçar-me para ser justo e misericordioso. Somente assim serei
agradável a ti.
Vivendo a Palavra
O Evangelho ensina que o serviço que
prestamos não deve ser contabilizado. Cumprida uma tarefa, estejamos prontos para
a próxima, sem cobrar méritos ou esperar retribuições. Não nos preocupemos com
reconhecimento ou gratidão, mas coloquemos com alegria a serviço tudo o que
temos e somos.
Reflexão
Somos todos servos inúteis. Deus não
precisa de nós, uma vez que ele pode, por si só, realizar todas as coisas. Mas
Deus quis contar conosco, com a nossa colaboração, e isso não em vista da
pessoa dele, mas sim em vista do nosso próprio bem, uma vez que, quando
colaboramos com a obra da salvação da humanidade, estamos de fato participando
de uma obra que não é humana, mas divina, o que se torna para nós causa de
santificação e caminho de perfeição. O amor de Deus por nós é tão grande que
faz da nossa inutilidade fonte de santificação e de vida nova, não só para nós
mesmos, mas também para toda a Igreja, para todas as pessoas.
Recadinho

O
que se poderia fazer para melhorar o relacionamento entre patrões e empregados?
- E a situação das empregadas domésticas? - Será que os mais fracos tem seus
direitos respeitados? - Há injustiças? - Há exploração?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
REFLEXÕES
DE HOJE

12 DE NOVEMBRO - TERÇA
Liturgia comentada
Somos servos inúteis... (Lc 17, 7-10)
Em nossa vida, tudo é graça. Tudo é
dom. Mesmo o bem que fazemos, só o fazemos porque o amor de Deus agiu em nós.
Um santo dizia: “Se eu pequei, Deus me perdoou; se eu não pequei, Deus me
sustentou.” De fato, se o Senhor nos entregar a nós mesmos, a nossas más
inclinações, boa coisa não sairá...
Hoje, mesmo entre o “pessoal” da Santa
Igreja, cresce outra vez a heresia pelagiana. Segundo esta concepção do homem,
nós seríamos capazes de fazer o bem e chegar à salvação apenas contando com
nosso esforço e boa vontade. Leia-se: sem a graça de Deus. Tal mistura de
voluntarismo e esforço heroico (derivada de uma ilusão otimista acerca de nossa
natureza!) acaba por dispensar Deus e colocar-nos em seu pedestal.
Ora. Este acesso de loucura existencial
é diretamente contradito pelo ensinamento de Jesus: “Sem mim, nada podeis fazer.”
(Jo 15, 5.) Em tudo, dependemos do Senhor. Sem o Espírito Santo, nos desviamos
da verdade. Contando apenas conosco, decaímos em terríveis degradações morais.
Ora, no Evangelho de hoje, somos
interpelados por esta frase dura de engolir: “Somos servos inúteis...” Alguns
pretendem atenuar a tradução: “Somos uns servos quaisquer... Somos uns pobres
servidores...” Mas é bater de frente contra a tradução direta (e literal) da
expressão original de São Lucas!
Creio que Jesus sabia o que dizia aos
nos qualificar assim. Por um lado, ao chamar apóstolos e discípulos, é claro
que Jesus contava com nossa cooperação na construção do Reino. Quis precisar de
nossa... inutilidade. Por outro lado, o Mestre devia saber do risco que
corremos quando cumprimos nossa obrigação e nos julgamos credores de Deus, com
direito a regalias e retribuições especiais. Ele sabe como a vaidade modula
nossa voz e orienta nossos gestos. Assim, dá-nos o rótulo de “inúteis” como
antídoto contra a soberba. Que bom!
Após uma de minhas primeiras pregações,
fui cumprimentado por uma freira bem velhinha (já em fase terminal, devido a um
câncer, sem que eu o soubesse). Minha resposta foi pedir-lhe que rezasse por
mim, para que eu não ficasse vaidoso. A baixinha cresceu à minha frente, cheia
de santa fúria, e botou o indicador em meu nariz: “Vaidoso?! Deus sabe que
você, sozinho, não vale nada!”
Deus lhe pague, Irmã Margarida!
Orai sem cessar: “Ó Deus, conheces a
minha tolice!” (Sl 69 [68], 6)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Reflexão
Somos
todos servos inúteis. Deus não precisa de nós, uma vez que ele pode, por si só,
realizar todas as coisas. Mas Deus quis contar conosco, com a nossa
colaboração, e isso não em vista da pessoa dele, mas sim em vista do nosso
próprio bem, uma vez que, quando colaboramos com a obra da salvação da
humanidade, estamos de fato participando de uma obra que não é humana, mas
divina, o que se torna para nós causa de santificação e caminho de perfeição. O
amor de Deus por nós é tão grande que faz da nossa inutilidade fonte de
santificação e de vida nova, não só para nós mesmos, mas também para toda a
Igreja, para todas as pessoas.
HOMILIA
A
GRAÇA DO ELOGIO PELO DEVER CUMPRIDO Lc 17,7-10
Com
esta frase, Jesus não aprova esse tratamento arbitrário do patrão, mas serve-se
de uma realidade muito quotidiana para as pessoas que O escutavam, e ilustra
assim qual deve ser a disposição da criatura humana diante do seu Criador:
desde a nossa própria existência até à bem-aventurança eterna que nos é
prometida, tudo procede de Deus como um imenso presente. Daí que o homem sempre
esteja em dívida com o Senhor, e por mais que faça no Seu serviço as suas ações
não passam de ser uma pobre correspondência aos dons divinos. O orgulho diante
de Deus não tem sentido numa criatura. O que aqui nos pede Jesus, melhor do que
ninguém fez a Virgem Maria, que respondeu diante do anúncio divino: ‘Eis a
escrava do Senhor’ (Lc 1, 38)”. Ela se reconhece na expressão: Somos servos
inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer.
O
que fazemos, reconhecendo afetuosa e alegremente o nosso nada e o nosso pecado,
ditosos de assim proclamar a plenitude e santidade do ser divino. Daqui nascem
aqueles sentimentos de adoração, louvor, temor filial e amor; daqui, aquele
grito de coração: Tu és Santo, tu é o Senhor, tu és o Altíssimo. Estes
sentimentos brotam do coração, não somente quando estamos em oração, mas ainda
quando contemplamos as obras de Deus, obras naturais, em que se refletem as
perfeições do Criador, obras sobrenaturais, em que os olhos da fé nos descobrem
uma verdadeira semelhança, uma participação da vida divina.
Temos
só um dever na terra: cumprir bem nossa obrigação. Apesar de ser uma
simplificação muito fácil, esse modo de dizer ensina que temos de ser
responsáveis por aquilo fazemos. E aquilo que fazemos dirá aos outros quem
somos.
Assim
como o empregado que sabe o que tem de fazer e faz. Faz porque tem de fazer e
pronto. A cozinheira responsável faz bem a comida e não precisa ficar esperando
elogios. Se os elogios vierem, graça a Deus! Mas se não vieram ela já cumpriu
sua obrigação.
Os
elogios, quando sinceros, têm a vantagem de mostrar que acertamos. Podem ser
elogios diretos ou indiretos. Elogio direto vem com palavras de aprovação; e os
elogios indiretos podem vir com gestos de aprovação, como é o caso da comida da
cozinheira; se todos comem e repetem, é um sinal de que a comida estava boa.
Como nossa vida é bastante complexa, como somos seres superiores, temos também,
por natureza, muitas obrigações; não apenas obrigações de trabalho.
Temos
obrigações de religião; por isso se somos cristãos, precisamos respeitar as
exigências inerentes a nossa fé. Temos obrigações sociais; por isso se queremos
conviver bem com as pessoas, precisamos descobrir quais são nossas obrigações
para com elas e tentar uma convivência responsável. Temos obrigação para
conosco mesmos; por isso precisamos cuidar de nossa saúde, da saúde do corpo e
da saúde da alma e assim por diante.
Mesmo
se estivéssemos sozinhos no mundo, ainda assim não estaríamos livres de
obrigações. Mas quem entende a si mesmo e percebe suas relações com o mundo e
com as pessoas, não encara as obrigações como um peso e sim com uma realidade
de vida, que pode lhe fazer felizes.
Convido-te
a rezar comigo: Deus, meu Pai, uma coisa que eu gostaria de ouvir de vós,
quando chegar ao céu, é esse elogio: tu cumpriste a tua obrigação entre na
alegria do Teu Senhor. Mas para eu receber esse elogio preciso muito da vossa
ajuda; preciso saber distinguir a vossa vontade, para não cair no engano de só
fazer a minha. Jesus de Nazaré tinha um único objetivo: fazer a vossa vontade.
Assim Ele disse, e assim Ele cumpriu até ao fim de Sua vida, quando, pregado na
cruz e já sem forças reclamou: TUDO ESTÁ CONSUMADO. Depois, porém, num último
esforço, entregou seu espírito em vossas mãos, num gesto de submissão total.
Ele fez tudo bem feito. Ele cumpriu Sua obrigação. Pai Santo dê-me a graça de
cumprir, como Ele, bem a minha missão para que alegremente eu mereça receber o
grande elogio: Vinde benditos do meu Pai, pelo dever cumprido. Amém.
Fonte
Homilia: Pade Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
LEITURA ORANTE
Lc 17,7-10 -
Discípulo é o que serve

Preparo-me para a
Leitura Orante, rezando, com todos que se encontram na web:
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem)
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94:
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem)
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis)
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis)
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis)
- Sua fidelidade dura eternamente (bis)
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis)
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis)
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis)
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis)
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis)
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis)
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o
texto: Lc 17,7-10
Façam de conta que um de vocês tem um empregado que trabalha na lavoura
ou cuida das ovelhas. Quando ele volta do campo, será que você vai dizer:
"Venha depressa e sente-se à mesa"? Claro que não! Pelo contrário,
você dirá: "Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva enquanto
eu como e bebo. Depois você pode comer e beber." Por acaso o empregado
merece agradecimento porque obedeceu às suas ordens? Assim deve ser com vocês.
Depois de fazerem tudo o que foi mandado, digam: "Somos empregados que não
valem nada porque fizemos somente o nosso dever."
O discípulo é alguém que serve. É
aquela pessoa que aprendeu a superar o próprio egoísmo. Compreendeu a sua
missão de discípulo servidor e reconhece até, ser um “servo inútil”, quer dizer
não é indispensável. Há uma outra compreensão desta expressão. Os santos a
entenderam assim: o discípulo apenas é um instrumento de Deus, um canal do qual
Deus se serve para comunicar a sua graça, o seu amor. O canal por si não
realiza nada. É preciso que a graça de Deus passe por ele, É Deus quem age!
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Pensando na forte expressão “somos servos inúteis” ou na tradução que li“ empregado que não vale nada”, recordo-me das palavras sábias e experientes do bem-aventurado Tiago Alberione, ao reler a história de Deus na sua vida. Disse ele: “Sou como um “semicego” (AD 202), iluminado e guiado passo a passo; uma vez mais, o instrumento inadequado” (cf. AD 209)
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf. Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para “que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar” (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de “ser d’Ele” e fazer parte “dos seus” e participar de sua missão. (DAp 131).
E eu me interrogo: Como é meu discipulado?
Tenho consciência de que sou uma
pessoa escolhida por Deus para seu serviço? De que sirvo a Deus e não a mim
mesmo?
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e
concluo com a oração do bem-aventurado Alberione, cuja festa celebramos no dia
26 de novembro.
“Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém”.
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém”.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Sinto-me discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia será iluminado
pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais
pessoas.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos sabedoria e coragem
para sermos generosos. Que nas nossas relações com o próximo nós não procuremos
buscar vantagens pessoais, mas sejamos movidos unicamente pela compaixão e a
generosidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo
reina na unidade do Espírito Santo.

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