3 de Outubro de 2013
Ano C

Lc
10,1-12
Comentário do Evangelho
O discípulo é portador da paz.
Setenta
ou setenta e dois, dependendo do manuscrito, é o número dos enviados.
Baseando-nos em Gênesis 10, que diz ser setenta o número das nações que compõem
a humanidade, podemos dizer que nossa perícope diz respeito à universalidade da
missão da Igreja, enviada pelo seu Senhor, “a toda cidade e lugar para onde ele
mesmo devia ir” (v. 1). Trata-se de colheita (v. 2), pois o agricultor é Deus
(cf. Jo 15,1); é Deus quem faz a boa semente frutificar (cf. Mc 4,26-29). Para
esta missão universal é que Jesus dá as orientações. O conteúdo do anúncio é a
proximidade do Reino de Deus, anúncio que deve ser feito mesmo em situações
adversas (cf. vv. 9.11). Como o discípulo não é maior que o Mestre, os
discípulos enviados devem ter presente a possibilidade de hostilidade,
resistência e rejeição da missão cristã: “Eis que vos envio como cordeiros para
o meio de lobos” (v. 3; ver também: vv. 10-11). Mas não se paga o mal com o
mal, por isso o discípulo é portador da paz, que é dom do Cristo Ressuscitado:
“… dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’” (v. 5). Na rejeição, sacudir o
pó da sandália (v. 11), isto é, não se deixar abater pelo fracasso, pois a
segurança e a força vêm do Senhor.
Vivendo a Palavra
Nós somos os discípulos de hoje. O Mestre nos
envia a anunciar aos irmãos a Boa Notícia de que o Reino do Céu já está em nós
(ainda que não em sua plenitude). O anúncio deve ser feito a todos, mesmo
àqueles que não nos receberem – ‘sacudindo a poeira’, isto é, sem guardar
ressentimentos.
Reflexão
Jesus escolheu outros setenta e dois
discípulos, que não eram os Apóstolos e os enviou à sua frente aos lugares onde
ele deveria ir, nos mostrando, assim, que a obra evangelizadora da Igreja não é
uma atividade exclusiva dos que pertencem à sua hierarquia, mas é compromisso
de todos os que lhe pertencem, que são Igreja, porque todos são, pela graça do
batismo, operários da messe do Senhor. E os leigos e leigas, de um modo
especial, estão sujeitos às ameaças do mundo por isso são enviados como
cordeiros no meio de lobos, uma vez que irão testemunhar, no meio do mundo, os
valores que não são do mundo, despertando para si o ódio do mundo, que rejeita
o Reino de Deus que é anunciado.
Meditação

O
que sua comunidade faz pelas vocações? - Existe realmente apoio aos que se
dedicam a evangelizar? - Procura participar de promoções de cunho vocacional? -
Sua presença é presença de paz? - Tem verdadeiro espírito missionário?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
REFLEXÕES DE HOJE

03 DE OUTUBRO - QUINTA
Liturgia comentada
Cordeiros no meio de lobos... (Lc
10,1-12)
O lobo é um animal carnívoro. Um
predador. Movido pelo instinto, ataca e destrói. O cordeiro é um herbívoro. Seu
traço dominante é a mansidão. De espírito gregário, vive em grupo,
pacificamente.
Jesus Cristo não podia ter escolhido
melhor imagem para significar a missão daqueles que foram encarregados de
anunciar a paz. O Messias que Isaías descreveu profeticamente como o cordeiro
que se deixa conduzir ao matadouro, ovelha muda que se deixa tosquiar (Is 53),
não podia tornar-se um chefe de quadrilha ou um general à frente de uma milícia
de conquistadores. O anúncio da Boa Nova não é campanha de conquista, mas
proposta de paz.
A sociedade humana não parece ter
compreendido bem as intenções de Jesus. Nossas bandeiras e brasões mostram
águias e leões, aves de rapina e outros símbolos de força, poder e destruição.
A polícia brasileira, que deveria ser por vocação uma organização que se
aproximasse do povo para prestar serviços, adota emblemas com caveiras,
serpentes e punhais, inspirando medo e repulsa. Nós, Igreja, não podemos ser
assim...
Aliás, a própria história da Igreja e
sua incontável legião de mártires confirma que Jesus tinha toda razão ao falar
de cordeiros entre lobos. Presas entre predadores. Desde a lapidação de Estêvão
e a execução do apóstolo Tiago (cf. At 7,58; 12,2), um rio de sangue correu dos
corpos dos cristãos perseguidos e torturados. E era com notável alegria que
eles se abandonavam aos carrascos, pedindo a Deus que não lhes imputasse tal
crime.
Depois disso, como poderíamos assumir
uma posição vitimista, infantil, e chorar lágrimas de esguicho porque a Igreja
e seus membros sofrem calúnias e perseguição? O próprio Senhor nos avisou que
seria assim. Ele nunca nos prometeu rosas, mas foi o primeiro a aceitar os
espinhos...
Um de nossos símbolos litúrgicos é o
Cordeiro imolado, que ergue o estandarte da vitória. Mas ele traz as marcas de
sua Paixão, pois não há ressurreição sem morte. Pena que nossa visão da morte
de Jesus no Calvário deixe na sombra sua força, sua coragem, sua ousadia! É bem
mais fácil sacar da espada e cortar orelhas... Difícil é seguir sempre adiante,
como Cristo, para cumprir a nossa missão...
Orai sem cessar: “Minha cidadela é
Deus, o Deus que me é fiel!” (Sl 59,18)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Temos sido fiéis aos
mandamentos do Senhor?
Façamos um bom exame de consciência e
perguntemos ao nosso coração: “Qual é o lugar que os mandamentos do Senhor,
nosso Deus, estão assumindo em nossa vida?”
“Este é um dia santo para o Senhor, nosso Deus, não fiqueis
tristes, pois a alegria do Senhor será a vossa força” (cf. Ne 8,10).
Meus irmãos, o capítulo 8, do Livro de Neemias, tem um sentido
muito especial para todos nós, porque ele nos aponta o restabelecimento da lei,
da ordem e da relação do povo de Deus para com o Senhor.
Uma vez que esse povo havia sido infiel a Deus, ele fora
condenado ao exílio e, agora, está de volta para reconstruir o país,
reconstruir a Terra do Senhor; a qual Ele próprio havia dado a essas pessoas. O
povo se volta para escutar o governador Neemias e Esdras, o sacerdote do Senhor,
que apresenta ao povo, sofrido, machucado e triste, a Lei do Senhor, nosso
Deus.
Naquele dia todo o povo se comprometeu a observar a Lei do
Senhor, porque o que o havia levado para o exílio, para o sofrimento, para o
desterro e para tudo aquilo que vivia de tragédias e desgraças foi o
afastamento do Senhor.
Mas Deus teve misericórdia e piedade do Seu povo, conduziu-o da
Terra do exílio, como fez da outra vez quando o trouxe da escravidão. O Senhor
traz e restabelece novamente o Seu povo na Terra Prometida e ali começa a
grande reconstrução, por isso o povo mistura lágrimas com sorrisos de alegria,
por estar estabelecido novamente nessa Terra, comprometido a viver a Lei do
Senhor.
É muito importante para nós, para nossa família, que hoje
façamos um compromisso com Deus; que hoje renovemos a nossa aliança com o
Senhor, pois nós, muitas vezes, estamos em um verdadeiro cativeiro por causa
dos nossos pecados, porque nos afastamos do Senhor, Aquele que nos salva e nos
conduz pela mão.
Nós precisamos ter um compromisso de fidelidade com o Altíssimo,
e este compromisso acontece quando colocamos em prática os mandamentos do
Senhor. Estes mandamentos não são apenas para serem aprendidos e decorados na
catequese. Os mandamentos do Senhor, nosso Deus, são a expressão da nossa
aliança e do nosso amor para com o Senhor – o Deus da nossa vida.
Façamos hoje um bom exame de consciência, façamos uma avaliação
da nossa conduta e perguntemos ao nosso coração e ao nosso interior: Qual é o
lugar que a Palavra de Deus, que os mandamentos do Senhor, nosso Deus, estão
assumindo em nossa vida? Nós estamos sendo fiéis a esses mandamentos? Nós
estamos sendo fiéis a esta aliança com o Senhor?
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO
INICIAL
Preparo-me para a Leitura Orante,
rezando:
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim:
eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso:
eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.
1- LEITURA (VERDADE)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, o texto: Lc 10,1-12.
Jesus Mestre organiza a equipe de discípulos. Tem objetivo, conteúdo,
estratégia e missão claros.
Equipe: setenta e dois discípulos. Setenta (setenta e dois) na tradição judaica
significava o número dos povos do mundo. O número de setenta discípulos
manifesta o objetivo de Jesus com relação à humanidade inteira. O novo Povo de
Deus envolverá todos os povos da terra.
Objetivo: Atenção à vida das pessoas ("cura dos doentes") e anúncio do
Reino de Deus.
Conteúdo: preparar a acolhida do Senhor (pré-missão).
Estratégia: oração, despojamento, ir ao encontro, visitar todas as casas,
iniciando com saudação de paz.
Missão: a "colheita". Ou seja: formar o novo Povo de Deus.
2- MEDITAÇÃO
(CAMINHO)
O que a Palavra diz para mim?
Respondo aos apelos e convites de Jesus Mestre? Atualizo a Palavra, ligando-a à
minha vida.
Faço parte do Novo Povo de Deus. Sou também convocado/a a ser discípulo/a
missionário/a atento/a ao bem das pessoas e ao anúncio do Reino. Como disseram
os bispos, em Aparecida: " Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa
alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma
tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher."(DAp 18).
Qual o meu compromisso com a Igreja? Minha fé é dinâmica, comunicativa. Às
vezes, tenho minha fé e compromissos adormecidos, sem expressão.
3- ORAÇÃO
(VIDA)
O
que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Em silêncio dou minha resposta de adesão ao Senhor que me convoca e envia e
"peço ao dono da plantação que mande mais trabalhadores".
E rezo:
Senhor, que a Messe não se perca por falta de operários. Desperta nossas
comunidades para a Missão. Ensina nossa vida a ser serviço.
4-
CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)
Qual o novo olhar que a Palavra
despertou em mim?
Renovo meu compromisso de ir ao encontro das pessoas para lhes anunciar a paz.
Disseram os bispos, em Aparecida: "Com os olhos iluminados pela luz de Jesus
Cristo ressuscitado, podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os
nossos povos da América Latina e do Caribe, e cada um de seus
habitantes".(DAp 18).
BÊNÇÃO
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo,
acolhe-nos entre os teus mensageiros. Envia-nos o Espírito para que sejamos
arautos humildes e alegres, muito mais testemunhas do teu Amor do que
professores de uma doutrina, muito mais discípulos do que alunos, muito mais
irmãos do que mandatários. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.

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