19 de Agosto de 2013
Ano C

Mt
19,16-22
Comentário do Evangelho
Deus na origem de toda bondade
“... que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”. O homem
relaciona vida eterna com fazer algo. É fazendo algo de bom que se alcança a
vida eterna – é esta concepção que subjaz à pergunta daquele anônimo. Em
primeiro lugar, a vida eterna é um dom de Deus. Jesus, por sua vez, vai
ultrapassar a pergunta dele, afirmando que o essencial é buscar quem é o único
bom.
Deus é a fonte de toda bondade, a fonte da vida.
Se algo de bom pode ser feito, é porque Deus está na origem de todo bem. A vida
eterna é dom e, como tal, precisa ser recebida. Não é merecimento pelo
cumprimento irrepreensível da Lei, ainda que o cumprimento da Lei seja vida
(ver: Dt 30,15-16). Só o cumprimento dos mandamentos não é suficiente; então, o
que falta, ainda?
Para ser perfeito, isto é, para amar como se é
amado por Deus, é preciso desapego, pois a vida eterna não se compra. O
seguimento de Jesus é o caminho da vida eterna: “Eu sou o caminho, a verdade e
a vida” (Jo 14,6). “... jovem foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos
bens” (v. 22).
A tristeza mostra que o jovem reconhece o seu
apego. Mas será capaz de optar pela “perfeição”? Ele aceitou e fez o
recomendado por Jesus? Nós não o sabemos! Mas cabe a nós respondermos, diante
de Deus, estas mesmas questões, pois elas nos dizem respeito. A vida cristã
autêntica depende da resposta a estas perguntas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Vivendo a Palavra
Não
basta a boa intenção. Nós precisamos levar a nossa vida seguindo o modelo das
relações vividas por Jesus de Nazaré: relação com nós mesmos, com o próximo,
com a natureza e com o Pai Misericordioso. Nisto se resume toda a Lei e os
Profetas. Esta é a estrada da santidade.
Reflexão
Deus nos ama com amor eterno e, por
isso, quer relacionar-se conosco.A partir disso, devemos perceber qual é o
verdadeiro sentido da religião.O que caracteriza o verdadeiro cristão não é a
mera observância dos mandamentos, mas a busca da perfeição que está no
seguimento de Jesus, portanto no relacionamento com ele. Porém, existem valores
deste mundo que se tornam obstáculo para este relacionamento, como é o caso dos
bens materiais, que impediram o jovem de buscar livremente a vida eterna e a
perfeição, através da caridade e do seguimento de Jesus, embora observasse
todos os mandamentos.
Meditação
Como você encara o dever
para com seus irmãos de sangue? - Como você manifesta humildade? - Que lugar
Nossa Senhora ocupa em sua vida? - Qual o ato de devoção a Nossa Senhora que
mais lhe agrada? - Você se considera uma pessoa de bom coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentários do Evangelho

1- Que devo fazer para ganhar a vida eterna? - José Salviano - 19 de agosto
Aquele jovem que já
seguia os mandamentos, pergunta a Jesus, o que mais ele tinha de fazer para
alcançar vida eterna. Vai, vende todos os teus bens e dá o dinheiro para os
pobres, e terás um tesouro no céu. Disse-lhe Jesus. O jovem ficou muito triste
porque era muito rico.
Aquele jovem, como
muita gente no mundo, havia acumulado, ou herdado um tesouro. Hoje também
existem muitas pessoas que investem no Banco Do Brasil, na Caixa Federal, e em
outros bancos. Compram gado, terras ou imóveis porque a propaganda diz que este
é o melhor negócio, o melhor investimento. Tais pessoas ao fazer todos os tipos
de investimento, constroem um tesouro na Terra.
Outras pessoas
preferem construir tesouros no céu. Optam pelo melhor investimento,
embora muitos não concordam com isso, ou não sabem. Essas pessoas ajudam os
pobres. Dando esmolas, ou contribuindo para que eles saiam da situação de
miséria a que se encontram. Isto, porque às vezes, em vez de dar o peixe, é
melhor a gente dar o anzol para o sujeito ir pescar.
Acabamos de comparar
dois tesouros. Um que é deste mundo, que nos dá muito prazer, segurança,
conforto, vida tranqüila, nos faz importantes e muito respeitados. Porém, é um
tesouro que apesar das precauções, como o seguro, por exemplo, é muito
vulnerável. Uma crise financeira, um grande desfalque, um roubo, um
incêndio, são as traças que corroem o tesouro terreno. Além disso, este
tesouro fica para os outros quando morremos. Não levamos nada para a outra
vida, a qual, não se sabe ao certo para onde se vai, mesmo porque o tesouro
material não nos garante a vida eterna. Pelo contrário, pode mesmo nos fazer
perdê-la.
Já o outro tesouro
acumulado no céu, apesar de não nos proporcionar grandes prazeres nesta
vida, nos garante estar um dia desfrutando a vida eterna. É o tesouro que os
ladrões não levam, é o tesouro que as crises financeiras e os incêndios não
destroem.
Poderíamos idealizar
um terceiro tesouro. Seria uma riqueza moderada, que desse muitos empregos, e
cujos empreendimentos seriam diretamente direcionados para promover os menos
favorecidos ou os excluídos da sociedade. Uma maravilha de tesouro! Mas a grande
pergunta, é: Quem toparia se aventurar neste tipo de investimento? Que
tal você?
Sal
2 - Se tu queres ser perfeito, vai,
vende tudo o que tens, e terás um tesouro no céu –Claretianos - Segunda-feira, 19 de agosto de
2013
Primeira leitura: Juízes 2,11-19 - O
Senhor mandou-lhes juízes; eles, porém, nem aos seus juízes quiseram ouvir.
Salmo responsorial: Salmo 105, 34-37.39-40.43ab e 44 (R. 4a) - Lembrai-vos de nós ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo.
Evangelho: Mateus 19, 16-22- Se tu queres ser perfeito, vai,
vende tudo o que tens, e terás um tesouro no céu.
Jesus quer instruir seus
discípulos e o evangelista quer instruir a sua comunidade, sobre a atitude que
devemos ter diante da pobreza e da riqueza. O diálogo inicial sobre o que
devemos fazer para alcançar a salvação se move na lógica do que todos já sabem.
Cumprir os mandamentos, algo que o jovem rico fez bastante bem.
Contudo, a pergunta chave é a que
se encontra na metade do relato: Que posso fazer ainda? Jesus propõe o
paradigma da perfeição, que acrescenta o cumprimento, os verbos “partilhar e
seguir”. Podemos ser boas pessoas, cumprindo as normas básicas da religião ou
da sociedade, porém, somente é verdadeiro cristão quem partilha
com os pobres sua riqueza e com Jesus sua vida.
Pobreza e seguimento entram em
conflito com a riqueza do jovem. Para tristeza de todos, triunfa a riqueza. O
jovem não compreendeu que em Jesus e nos pobres estava seu grande tesouro e que
por estes vale a pena deixar tudo. – São muitos os cristãos que nunca se
perguntam “que nos falta fazer ainda?”, erroneamente convencidos de que o
batismo e o cumprimento ritual são suficientes. – A propósito, o que nos resta
por fazer ainda?
3 - “passaporte para a casa do
Pai.”- Helena Serpa - 19 de agosto - Evangelho - Mt 19,16-22 - “passaporte para a casa do Pai.”
Os mandamentos nos são dados para que tenhamos aqui uma vida feliz,
entregues à providência de Deus. Ele nos deu a Sua Lei para que a cumpramos e
possamos viver, desde já, o reino dos céus, a vida eterna. Por isso, Jesus é
afirmativo e nos avisa: não chegaremos ao céu pelo que fizermos de bom, porque
só Deus é Bom. Mas nos orienta: “Se tu queres entrar na vida, observa os
mandamentos”. Portanto, os mandamentos são o caminho que nos levam a possuir a
eternidade. A vida eterna começa aqui e, atingir a perfeição do céu, implica em
desapegarmo-nos de tudo o quanto nos prende aqui na terra, projetos pessoais,
vontade própria, ideias humanas, bens materiais e colocá-los à disposição de
Deus em favor de alguém. Todas as nossas ações devem ter um motivo, uma razão de
ser e um objetivo dentro do que Deus nos propõe. O jovem da parábola, cheio de
tristeza, afastou-se de Jesus, porque era muito rico. Ele não percebeu que o
apego à sua riqueza estava tirando dele o direito de perseguir a perfeição
seguindo a Jesus. Que Jesus é o único que pode nos salvar, e com Ele, nós não
precisaremos das riquezas aqui da terra, pois o nosso tesouro está guardado no
céu, para onde caminhamos. Com efeito, crer em Jesus e seguir a Sua Lei é o
passaporte que nos levará a uma vida plena na casa do Pai. – Você é uma pessoa
apegada ao que você possui? – Você também fica triste com esta palavra de
Jesus? – O que mais prende você aqui na terra? – Para você o que significa a
vida eterna?
Helena Serpa
Liturgia comentada
Se queres ser perfeito... (Mt 19,
16-22)
Nos últimos tempos, mesmo em certos
ambientes de nossa Igreja, quando se fala em “perfeição”, brotam sorrisos
céticos, como se a simples ideia de perfeição fosse utopia fora de nosso
alcance. Ou sintoma de orgulho espiritual. Como se fôssemos batráquios, incapazes
de chegar às estrelas... Ora, se os filhos de Deus (fomos adotados no Batismo!)
não fossem capazes de tender à perfeição, não viria do próprio Deus uma ordem
como a que se lê na manhã do Antigo Testamento: “Sede santos, porque eu, o
Senhor, vosso Deus, sou santo”. (Lv 19, 2.) Nem ouviríamos de Jesus, já na luz
plena do Novo Testamento: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celestial é
perfeito”. (Mt 5, 48.)
Além do mais, a “perfeição” não resulta
de práticas de ascetismo ou de algum atletismo espiritual. Santos não são
heróis nem super-homens, mas pecadores que se deixaram transfigurar pelo amor
de Deus. O amor nos aperfeiçoa. A mocinha mimada se casa: nascem os filhos e,
no dia-a-dia, ela aprende a amar e a servir, colocando-se em último lugar tão
somente porque ama os filhos. O amor aos filhos santifica as mães. O garotão
narcisista se forma em medicina e vai trabalhar no asilo das velhinhas. Ali,
leva um choque ao descobrir a velhice com suas cruzes terríveis. Seu coração se
comove e o doutorzinho passa a dedicar-se àquelas vovozinhas de alma e coração.
Pouco a pouco, sem o perceber, será santificado pelo carinhoso amor que foi
brotando nele. O amor aos pacientes santifica os médicos.
Neste Evangelho, encontramos um jovem
que cumpria os mandamentos. Todos os dez! E isto já era admirável. Ao
manifestar desejo de seguir a Jesus, o Mestre leu seu coração e percebeu que,
mesmo sem infringir a Lei, era apegado aos bens que possuía. Ora, sem liberdade
não se pode amar. O apego à matéria constrange o coração do homem, sufoca-o de
cuidados, cerca-o de temores, rouba-lhe a paz. E o Mestre a quem pretendia
seguir nem mesmo um travesseiro possuía, onde pudesse descansar a cabeça. Livre
como os pardais, palmilhava as estradas da Palestina a semear uma estranha
sementeira de amor.
Daí a observação penetrante, que cortou
o peito do jovem como lâmina afiada: “Uma coisa te falta...” Ele poderia ter
pensado: “Uma coisa me falta? Mas tenho tudo. Nada me falta!” Faltava, porém...
Faltava a liberdade que vem do desapego. A liberdade que torna possível um
salto no escuro, um vôo cego no amor divino.
Somos livres para seguir a Jesus?
Orai sem cessar: “Fora de vós, Senhor,
não há felicidade para mim!” (Sl 16 [15], 2)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
O que devemos fazer para possuir o Reino do Céus?
O que nós devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas
precisamos observar.
A
liturgia de hoje nos apresenta um jovem muito rico, que se confronta com Jesus
e Lhe pergunta o que precisaria fazer para possuir a vida eterna. Jesus, hoje,
aponta-nos o caminho que devemos percorrer para possuirmos a vida.
Esse
caminho apontado para o jovem é direcionado também a mim e a você. O que nós
devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas precisamos observar. A
primeira delas é “guardar os mandamentos da lei de Deus, observar os
mandamentos da lei divina”.
Nós
nem podemos pensar nos outros passos se não vivermos o primeiro. Você se
recorda dos dez mandamentos? Amar a Deus sobre todas as coisas, não tomar seu
santo nome em vão, não matar, não roubar, não pecar contra a castidade… Enfim,
aqueles mandamentos que aprendemos desde criança, mas que deixamos de observar
um ou outro.
A
segunda coisa é “saber repartir”. “Se queres ser perfeito, vai,
vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu” (Mt 19,21).
Às
vezes, não precisa ser muito rico, pois todo mundo tem o que partilhar. Muitas
vezes, são os mais pobres que partilham o pouco que têm; outros, retêm as
coisas para si.
Discípulo
de Jesus Cristo não pode ser acumulador de bens, discípulos de Jesus Cristo tem
o dom e a graça da partilha. Nós entraremos no Reino dos Céus se soubermos
observar os mandamentos de do Senhor, partilhar os bens que temos, sejam eles
poucos ou muitos. Sobretudo, temos de cuidar dos pobres, dar atenção aos
necessitados e não fazermos de nada um tesouro na Terra, porque nosso único
tesouro está no Céu, e é ele que devemos guardar para sempre.
Não
podemos nos apegar a nada que é da Terra, porque um tesouro maior, uma graça
maior é reservada para nós no Céu.
Que
hoje saibamos percorrer esses passos que nos conduzem para a eternidade feliz
junto do Pai.
Deus
abençoe você!
Contudo, a pergunta chave é a que
se encontra na metade do relato: Que posso fazer ainda? Jesus propõe o
paradigma da perfeição, que acrescenta o cumprimento, os verbos “partilhar e
seguir”. Podemos ser boas pessoas, cumprindo as normas básicas da religião ou
da sociedade, porém, somente é verdadeiro cristão quem partilha
com os pobres sua riqueza e com Jesus sua vida.
Pobreza e seguimento entram em
conflito com a riqueza do jovem. Para tristeza de todos, triunfa a riqueza. O
jovem não compreendeu que em Jesus e nos pobres estava seu grande tesouro e que
por estes vale a pena deixar tudo. – São muitos os cristãos que nunca se
perguntam “que nos falta fazer ainda?”, erroneamente convencidos de que o
batismo e o cumprimento ritual são suficientes. – A propósito, o que nos resta
por fazer ainda?
Os mandamentos nos são dados para que tenhamos aqui uma vida feliz,
entregues à providência de Deus. Ele nos deu a Sua Lei para que a cumpramos e
possamos viver, desde já, o reino dos céus, a vida eterna. Por isso, Jesus é
afirmativo e nos avisa: não chegaremos ao céu pelo que fizermos de bom, porque
só Deus é Bom. Mas nos orienta: “Se tu queres entrar na vida, observa os
mandamentos”. Portanto, os mandamentos são o caminho que nos levam a possuir a
eternidade. A vida eterna começa aqui e, atingir a perfeição do céu, implica em
desapegarmo-nos de tudo o quanto nos prende aqui na terra, projetos pessoais,
vontade própria, ideias humanas, bens materiais e colocá-los à disposição de
Deus em favor de alguém. Todas as nossas ações devem ter um motivo, uma razão de
ser e um objetivo dentro do que Deus nos propõe. O jovem da parábola, cheio de
tristeza, afastou-se de Jesus, porque era muito rico. Ele não percebeu que o
apego à sua riqueza estava tirando dele o direito de perseguir a perfeição
seguindo a Jesus. Que Jesus é o único que pode nos salvar, e com Ele, nós não
precisaremos das riquezas aqui da terra, pois o nosso tesouro está guardado no
céu, para onde caminhamos. Com efeito, crer em Jesus e seguir a Sua Lei é o
passaporte que nos levará a uma vida plena na casa do Pai. – Você é uma pessoa
apegada ao que você possui? – Você também fica triste com esta palavra de
Jesus? – O que mais prende você aqui na terra? – Para você o que significa a
vida eterna?
Helena Serpa
Liturgia comentada
Se queres ser perfeito... (Mt 19,
16-22)
Nos últimos tempos, mesmo em certos
ambientes de nossa Igreja, quando se fala em “perfeição”, brotam sorrisos
céticos, como se a simples ideia de perfeição fosse utopia fora de nosso
alcance. Ou sintoma de orgulho espiritual. Como se fôssemos batráquios, incapazes
de chegar às estrelas... Ora, se os filhos de Deus (fomos adotados no Batismo!)
não fossem capazes de tender à perfeição, não viria do próprio Deus uma ordem
como a que se lê na manhã do Antigo Testamento: “Sede santos, porque eu, o
Senhor, vosso Deus, sou santo”. (Lv 19, 2.) Nem ouviríamos de Jesus, já na luz
plena do Novo Testamento: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celestial é
perfeito”. (Mt 5, 48.)
Além do mais, a “perfeição” não resulta
de práticas de ascetismo ou de algum atletismo espiritual. Santos não são
heróis nem super-homens, mas pecadores que se deixaram transfigurar pelo amor
de Deus. O amor nos aperfeiçoa. A mocinha mimada se casa: nascem os filhos e,
no dia-a-dia, ela aprende a amar e a servir, colocando-se em último lugar tão
somente porque ama os filhos. O amor aos filhos santifica as mães. O garotão
narcisista se forma em medicina e vai trabalhar no asilo das velhinhas. Ali,
leva um choque ao descobrir a velhice com suas cruzes terríveis. Seu coração se
comove e o doutorzinho passa a dedicar-se àquelas vovozinhas de alma e coração.
Pouco a pouco, sem o perceber, será santificado pelo carinhoso amor que foi
brotando nele. O amor aos pacientes santifica os médicos.
Neste Evangelho, encontramos um jovem
que cumpria os mandamentos. Todos os dez! E isto já era admirável. Ao
manifestar desejo de seguir a Jesus, o Mestre leu seu coração e percebeu que,
mesmo sem infringir a Lei, era apegado aos bens que possuía. Ora, sem liberdade
não se pode amar. O apego à matéria constrange o coração do homem, sufoca-o de
cuidados, cerca-o de temores, rouba-lhe a paz. E o Mestre a quem pretendia
seguir nem mesmo um travesseiro possuía, onde pudesse descansar a cabeça. Livre
como os pardais, palmilhava as estradas da Palestina a semear uma estranha
sementeira de amor.
Daí a observação penetrante, que cortou
o peito do jovem como lâmina afiada: “Uma coisa te falta...” Ele poderia ter
pensado: “Uma coisa me falta? Mas tenho tudo. Nada me falta!” Faltava, porém...
Faltava a liberdade que vem do desapego. A liberdade que torna possível um
salto no escuro, um vôo cego no amor divino.
Somos livres para seguir a Jesus?
Orai sem cessar: “Fora de vós, Senhor,
não há felicidade para mim!” (Sl 16 [15], 2)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
O que devemos fazer para possuir o Reino do Céus?
O que nós devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas
precisamos observar.
A
liturgia de hoje nos apresenta um jovem muito rico, que se confronta com Jesus
e Lhe pergunta o que precisaria fazer para possuir a vida eterna. Jesus, hoje,
aponta-nos o caminho que devemos percorrer para possuirmos a vida.
Esse
caminho apontado para o jovem é direcionado também a mim e a você. O que nós
devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas precisamos observar. A
primeira delas é “guardar os mandamentos da lei de Deus, observar os
mandamentos da lei divina”.
Nós
nem podemos pensar nos outros passos se não vivermos o primeiro. Você se
recorda dos dez mandamentos? Amar a Deus sobre todas as coisas, não tomar seu
santo nome em vão, não matar, não roubar, não pecar contra a castidade… Enfim,
aqueles mandamentos que aprendemos desde criança, mas que deixamos de observar
um ou outro.
A
segunda coisa é “saber repartir”. “Se queres ser perfeito, vai,
vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu” (Mt 19,21).
Às
vezes, não precisa ser muito rico, pois todo mundo tem o que partilhar. Muitas
vezes, são os mais pobres que partilham o pouco que têm; outros, retêm as
coisas para si.
Discípulo
de Jesus Cristo não pode ser acumulador de bens, discípulos de Jesus Cristo tem
o dom e a graça da partilha. Nós entraremos no Reino dos Céus se soubermos
observar os mandamentos de do Senhor, partilhar os bens que temos, sejam eles
poucos ou muitos. Sobretudo, temos de cuidar dos pobres, dar atenção aos
necessitados e não fazermos de nada um tesouro na Terra, porque nosso único
tesouro está no Céu, e é ele que devemos guardar para sempre.
Não
podemos nos apegar a nada que é da Terra, porque um tesouro maior, uma graça
maior é reservada para nós no Céu.
Que
hoje saibamos percorrer esses passos que nos conduzem para a eternidade feliz
junto do Pai.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
LEITURA ORANTE
Mt 19,16-22 - A Deus tudo!

Preparo-me
para a Leitura, rezando:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima - Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja
e na profundidade do meu ser,
eu vos adoro, amo e agradeço
1.
Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? Leio, na Biblia, atentamente, o texto Mt
19,16-22, observando o que Jesus requer de quem o segue.
Certa vez um homem chegou perto de Jesus e perguntou:
- Mestre, o que devo fazer de bom para conseguir a vida eterna?
Jesus respondeu:
- Por que é que você está me perguntando a respeito do que é bom? Bom só
existe um. Se você quer entrar na vida eterna, guarde os mandamentos.
- Que mandamentos? - perguntou ele. Jesus respondeu:
- "Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso
testemunho contra ninguém, respeite o seu pai e a sua mãe e ame os outros como
você ama a você mesmo."
- Eu tenho obedecido a todos esses mandamentos! - respondeu o moço.
- O que mais me falta fazer?
Jesus respondeu:
- Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, e dê o dinheiro
aos pobres, e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga. Quando o
moço ouviu isso, foi embora triste, pois era muito rico.
Para seguir Jesus, viver seu Evangelho não basta cumprir os mandamentos.
É preciso estar livre - "venda tudo o que tem, e dê o dinheiro aos pobres
e, depois, vem e me siga". Livres de tudo, para ter tudo, estar com Aquele
que é o Tudo. A Deus não se entrega pela metade. É o que diz padre Zezinho,
scj, na canção
Águia Pequena.
Tu me fizeste uma das tuas criaturas
Com ânsia de amar
Águia pequena que nasceu para as alturas
Com ânsia de voar
E eu percebi que as minhas penas já cresceram
E que eu preciso abrir as asas e tentar
Se eu não tentar não saberei como se voa
Não foi a toa que eu nasci para voar.
Pequenas águias correm risco quando voam
Mas devem arriscar
Só que é preciso olhar os pais como eles voamE aperfeiçoar
Haja mau tempo haja correntes traiçoeiras
Se já tem asas seu destino é voar
Tem que sair e regressar ao mesmo ninho
E outro dia, outra vez recomeçar.
Tu me fizeste amar o risco das alturas
Com ânsia de chegar
E embora eu seja como as outras criaturas
Não sei me rebaixar
Não vou brincar de não ter sonhos se eu os tenho
Sou da montanha e na montanha eu vou ficar
Igual meus pais vou construir também meu ninho
Mas não sou águia se lá em cima eu não morar.
Tenho uma prece que eu repito suplicante
Por mim, por meu irmão
Dá-me esta graça de viver a todo instante
A minha vocação
Eu quero amar um outro alguém do jeito certo
Não vou trair meus ideais pra ser feliz
Não vou descer nem jogar fora o meu projeto
Vou ser quem sou e sendo assim serei feliz.
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qualquer que seja minha vocação: leigo, religioso, religiosa, sacerdote,
devo estar dentro do Projeto de Deus. Digo, no dia-a-dia, "sim" ao
plano de Deus para mim? Ou, ignoro este projeto? Especificamente para os
religiosos, os bispos da América Latina disseram:"a vida consagrada é chamada a
ser uma vida discipular, apaixonada por Jesus-caminho ao Pai misericordioso, e
por isso, de caráter profundamente místico e comunitário. É chamada a ser uma
vida missionária, apaixonada pelo anúncio de Jesus-verdade do Pai, por isso
mesmo, radicalmente profética, capaz de mostrar a luz de Cristo às sombras do
mundo atual e os caminhos de uma vida nova" (DAp 220).
3.Oração
(Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo:
Espírito vivificador,
a ti consagro o meu coração:
aumenta em mim o amor a Jesus,
Vida da minha vida.
Faze-me sentir filho amado do Pai.
Amém.
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Somos chamados a encarnar o Evangelho no coração do mundo.
Meu novo olhar é iluminador, ou seja, com minha vida,
vou iluminar com a luz de Cristo as sombras do mundo atual
e indicar às pessoas com quem convivo os caminhos de uma vida nova.
Afinal, esta a missão de todo cristão.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patricia Silva, fsp
Pai Santo, que o nosso amor aos irmãos
se manifeste em ajuda eficaz em suas dificuldades. Que sejamos cuidadosos com o
próximo, generosos na partilha dos bens e talentos com que nos cumulaste, e
agradecidos a Ti, Pai amado, sobretudo pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez
um de nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário