Fábio Cláudio Gordiano Fulgêncio nasceu em Cartago,
na atual Tunísia, África, no ano 465. Nasceu numa rica família cristã , seu pai
era um senador romano e a mãe era de uma família local influente. Teve uma
formação intelectual excelente, com caráter firme, espírito de liderança e
habilidade para os negócios. Na juventude se destacou na administração dos bens
da família, o que o levou a ocupar altos postos no setor público. Fulgêncio era
muito culto e educado, interessava-se tanto pela religião quanto pelas artes e
literatura. Freqüentava um mosteiro vizinho, onde orava com os monges e
vasculhava sua biblioteca. Os biógrafos afirmam que após ler os comentários de
Santo Agostinho sobre o salmo 36, decidiu-se pela vida de austeridade e de
solidão.
A África romana do seu tempo, era reino o dos Vassalos, com a capital em
Cartago, o que vale dizer que os arianos dominavam e os católicos eram súditos.
A convivência era difícil e o rei Trasamundo havia recomeçado as perseguições.
Fulgêncio tentou ir para o Egito ao encontro dos monges do deserto, mas o navio
que o transportava teve de ancorar em Siracusa, onde as notícias dos conflitos
da igreja egipciana o fizeram desistir. Em 500, foi a vez de Roma
decepcioná-lo, na época governada por Teodorico, onde os cristãos também
estavam submissos. Voltou para a África.
Foi na sua pátria que Fulgêncio se ordenou sacerdote. Em 510, o rei que
desejava a extinção total da Igreja, proibiu que houvesse sucessor para os
bispos falecidos. Mas os cristãos os elegeram em segredo, e um deles foi
Fulgêncio, designado para a diocese de Ruspe, na Tunísia mesmo.O rei soube e
mandou exilar todos, sessenta, na ilha italiana da Sardenha, que pertencia aos
seus domínios. Pelo menos lá, os cristãos viviam em paz.
No mosteiro do exílio, Fulgêncio se tornou professor dos bispos, padres,
monges, e conselheiro e pacificador entre a população. Tornou-se, dentro da sua
humildade, um líder, uma figura que nem mesmo o rei podia ignorar. De fato, o
rei mandou que viesse para a capital, onde o deixou livre para o ministério
sacerdotal, pedindo que o ajudasse no esclarecimento das questões da fé, ou
seja, respeitava muito Fulgêncio. Tanto que o mandou de volta para a Sardenha,
para acalmar os súditos arianos radicais.
Durante os anos em que ali permaneceu, escreveu muito. Além de tratados
religiosos, manteve uma vasta correspondência com seus discípulos e superiores,
bem como com as maiores autoridades da Igreja de então, Só quando o rei morreu,
Fulgêncio pode retornar para sua pátria e sua sede episcopal em Ruspe. Foi
recebido em triunfo, reorganizou a diocese, restabeleceu a ordem e a
disciplina. Morreu no dia primeiro de janeiro de 533, aos sessenta e oito anos,
pregando a caridade como "o caminho que conduz ao céu".
O Concílo Vaticano II, no decreto sobre a atividade missionária da Igreja, faz
menção ao pensamento de São Fulgêncio expresso em uma carta ao rei Trasamundo.
Este Santo, comemorado anteriormente no dia 12 de janeiro, continua ensinado
através dos séculos. A Igreja determinou a festa de São Fulgêncio para o dia de
sua morte.

São Fulgêncio nasceu no
ano 467, de família romana estabelecida em Cartago, de família muito rica. Foi
procurador dos impostos da província. Após haver lido o comentário de Santo
Agostinho do salmo 36, orientou decisivamente sua vida à austeridade e à
procura da solidão. Tentou mesmo ir ao encontro dos monges egípcios, mas o
navio que o transportava teve de ancorar em Siracusa. Foi ordenado sacerdote, e
pouco depois teve a noticia de que estava entre os candidatos ao episcopado por
ser um homem de grande cultura teológica e humanística, que ao amor do estudo
unia a prática da ascese cristã.
Era demais.
Fulgêncio foi se esconder num lugar remoto, até que soube que todos os bispos
tinham sido consagrados. Quando reapareceu havia ainda uma sede vacante, a
pequena cidade de Ruspe, e os bispos se apresentaram a consagrar o
recalcitrante monge, justamente na hora, pois o irritadíssimo rei Transmundo
mandou para o exílio na Sardenha, com Fulgêncio outros 59 bispos católicos. Em
Cagliari, Fulgêncio pode organizar uma intensa atividade religiosa. O rei
Transmundo que gostava de aparecer como teólogo, submeteu algumas questões
difíceis e ofereceu assim a Fulgêncio a oportunidade de redigir alguns tratados
teológicos que se tornariam célebres.
Com a morte do rei
Transmundo em 523, os bispos exilados puderam voltar às suas sedes. Fulgêncio
então conseguiu finalmente dirigi a sua pequena diocese de Ruspe no estilo bem
monástico por nove anos. Viveu pobremente, dedicando grande parte do seu tempo
à oração em comum e à composição de obras doutrinais e pastoriais num mosteiro
que fizera junto a catedral. Como Pai e Pastor do seu rebanho, devolvia aos
pobres todo o dinheiro que conseguia. Emocionava a todos em suas pregações, até
mesmo o bispo de Cartago, que ouvindo-o pregar na basílica de Furnos, chorou de
comoção.
São Fulgêncio
morreu no dia 1 de Janeiro do ano 532, em Ruspe, aos sessenta e cinco anos de
idade, rodeado pelos seus sacerdotes e depois de haver distribuído aos pobres
os últimos bens.
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