
VATICANO, 30 Jan. 13 / 11:23
am (ACI/EWTN Noticias).- Em sua habitual audiência geral das
quartas-feiras, o Santo Padre refletiu neste 30 de janeiro sobre a oração do
Credo, no marco da Ano da Fé enfatizando a primeira definição de Deus que o
Credo apresenta: ser Pai e Criador. O Papa remarcou também que a onipotência de
Deus não se revela anulando nosso sofrimento, mas respeitando a liberdade
humana e acompanhado o homem com amor de Pai.
Segundo a nota divulgada pela Rádio Vaticano, o
Papa afirmou que “nem sempre é fácil falar hoje de paternidade” sobretudo
no mundo ocidental onde as famílias desagregadas, os compromissos de trabalho
sempre mais exigentes, as preocupações e frequentemente a dificuldade de
enquadrar as contas familiares, a invasão dos meios de comunicação de massa são
alguns dos fatores que podem impedir uma relação serena e construtiva entre
pais e filhos.
Bento XVI assinalou que pode ser problemático imaginar Deus como um pai não tendo modelos adequados de paternidade. “Para quem teve a experiência de um pai demasiado autoritário e inflexível, ou indiferente e pouco afetuoso, ou até mesmo ausente, não é fácil pensar com serenidade a Deus como Pai e abandonar-se a Ele confiança”.
Bento XVI assinalou que pode ser problemático imaginar Deus como um pai não tendo modelos adequados de paternidade. “Para quem teve a experiência de um pai demasiado autoritário e inflexível, ou indiferente e pouco afetuoso, ou até mesmo ausente, não é fácil pensar com serenidade a Deus como Pai e abandonar-se a Ele confiança”.
“Mas a revelação bíblica nos ajuda a superar essas
dificuldades falando-nos de um Deus que nos mostra o que significa
verdadeiramente ser "pai", e é sobretudo o Evangelho, que nos revela
este rosto de Deus como um Pai que ama até o ponto da entrega de seu próprio
Filho para a salvação humanidade. A referência à figura do pai, portanto, nos
ajuda a compreender algo do amor de Deus, que continua infinitamente maior,
mais fiel, mais total do que o de qualquer homem”.
“Mas poderíamos nos perguntar: como é possível
pensar num Deus onipotente olhando para a Cruz de Cristo?”, questiona o Papa.
Bento XVI ressaltou que muitas vezes nós
gostaríamos de uma onipotência divina segundo os nossos esquemas mentais e
nossos desejos: “um Deus “onipotente” que resolva os problemas, que nos evite
qualquer dificuldade, que mude o andamento dos fatos e anule a dor”.
“Mas a fé no Deus Todo-Poderoso nos leva por
caminhos muito diferentes: aprender a conhecer que o pensamento de Deus é
diferente do nosso, que os caminhos de Deus são diferentes dos nossos, e até
mesmo a sua onipotência é diferente: não é expressa como uma força automática
ou arbitrária, mas é marcada por uma liberdade amorosa e paterna. Na realidade,
Deus, criando criaturas livres, dando-lhes liberdade, deu-lhes parte de seu
poder, deixando-nos o poder de nossa liberdade. Então, Ele ama e respeita a
livre resposta de amor ao seu apelo”.
“Como Pai, Deus quer que nos tornemos seus filhos
e viver como tal em seu Filho, na comunhão, na intimidade plena com Ele. Sua
onipotência não é expressa em violência, não é expressa na destruição de todo o
poder de encontro como queremos, mas se expressa no amor, misericórdia, perdão,
aceitando a nossa liberdade e incansável chamada à conversão do coração, em uma
atitude aparentemente fraca - Deus parece fraco, se pensarmos em Jesus que ora,
e que se deixa matar. Aparentemente fraco, feito de mansidão, paciência e amor,
Ele mostra que este é o caminho certo para ser poderoso! Este é o poder de
Deus! E este poder vai triunfar!”, enfatizou o Papa.
“Então, quando dizemos "Creio em Deus Pai
Todo-Poderoso", expressamos nossa fé no poder de Deus que em seu Filho
morto e ressuscitado derrota o ódio, o pecado, o mal e nos dá a vida eterna, aquela dos filhos que querem estar para
sempre na "Casa do Pai". Dizer "Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso",
em seu poder, em seu modo de ser Pai, é sempre um ato de fé, conversão,
transformação de nossos pensamentos, todo o nosso amor, o nosso modo de vida”.
“Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor que
sustente a nossa fé, para ajudar-nos a encontrar a verdadeira fé e nos dê a
força de anunciar Cristo crucificado e ressuscitado Cristo e dar testemunho do
amor de Deus e do próximo. E queira Deus que possamos receber o dom da nossa
filiação, a viver plenamente a realidade do Credo, no amor confiante do Pai e
na sua onipotência misericordiosa, que é a verdadeira onipotência que salva”,
concluiu o Pontífice.
No final da catequese, Bento XVI saudou os
peregrinos de língua portuguesa presentes na praça de São Pedro: “Queridos
peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Saúdo de modo particular os
brasileiros vindos do Rio de Janeiro e de Brasília. Fortalecidos com a certeza
de que sois filhos de Deus, anunciai Cristo crucificado e ressuscitado a todas
as pessoas com quem tenhais contato, dando testemunho d’Ele através do amor a
Deus e ao próximo. E desça a minha bênção sobre vós, vossas famílias e
comunidades.
http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24779
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