Quarta-feira, 19 de
setembro de 2012, 10h08
Jéssica Marçal
Da Redação

'Cada fiel deve viver, portanto, o Ano da Fé como uma
oportunidade de
renovação da graça', destacou padre
Wagner
Viver, celebrar, aprofundar a fé católica. Esse é o
chamado que faz o Papa Bento XVI a todos os fiéis para o Ano da Fé,
que se inicia em 11 de outubro próximo e termina em 24 de novembro de 2013.
Tendo em vista a proposta de amadurecimento da fé católica e o chamado à
conversão ao Senhor, o padre Wagner Ferreira, da Comunidade Canção Nova,
acredita que os fiéis devem viver o Ano da Fé com o coração aberto para uma
nova experiência do Senhor Jesus, que é o Salvador da humanidade e dá sentido à
existência humana.
“Cada fiel deve viver, portanto, o Ano da Fé como uma oportunidade de renovação
da graça para poder proclamar com alegria que, em Jesus Cristo, toda e qualquer
pessoa humana encontra a sua dignidade, a sua verdadeira liberdade”.
Mas os fiéis não estão sozinhos nessa tarefa. A Congregação para a Doutrina da
Fé lançou uma nota com indicações pastorais para se viver bem o Ano da Fé. De acordo com padre Wagner, tais
indicações devem ser traduzidas de forma concreta na realidade de cada
comunidade cristã, em suas dioceses e paróquias.
A nota propõe, por exemplo, a realização de congressos e simpósios em torno dos
textos do Concílio Vaticano II e temas presentes no Catecismo da Igreja
Católica. Também há indicações para as conferências episcopais, dioceses,
paróquias, comunidades, associações e movimentos.
“É importante, portanto, que cada fiel esteja atento àquilo que a diocese, a
própria conferência episcopal, a sua comunidade, paróquia, movimento ou
associação da qual a pessoa venha a participar vai promover em relação ao Ano
da Fé”.
O padre lembrou ainda que a fé é um dom de Deus, é Deus quem suscita o ato de
crer, mas ressaltou que a nossa existência deve ser um peregrinar na fé.
Ele citou o exemplo, presente na constituição
dogmática Lumen gentium,
do Concílio Vaticano II, da Bem Aventurada Virgem Maria. Uma das questões
abordadas no documento é o fato dela ter realizado a sua peregrinação na fé.
“Todos nós, a exemplo de Maria, somos peregrinos da fé e, portanto, devemos
fazer progressos na fé. Que se cultive a nossa comunhão com o Senhor para que
aumente em nós a fé de modo que possamos ser, de fato, discípulos de Jesus e
seus missionários”.
Profissão de fé da Igreja: o Credo
Como uma das formas de se aprofundar na fé, o padre destacou o pedido do Papa
para que os fiéis rezem a oração do Credo, que é a profissão de fé da Igreja.
“Toda a comunidade cristã, todo fiel deve rezar, pelo menos diariamente, o
Creio e, a partir dele, aprofundar, porque o Creio nos traz os artigos da fé,
aquilo em que a Igreja crê, que nos faz viver mais intensamente este amor
profundo ao nosso Senhor Jesus Cristo”.
Ele destacou que as paróquias, comunidades e movimentos vão promover diversos
momentos de reflexão, estudo e aprofundamento em torno do Credo para que as pessoas
tenham mais consciência a respeito da sua fé.
“A fé não é somente afetiva e emocional, ela é também racional. Eu creio como
pessoa humana, eu não sou esgotado em afeto, em sentimento, em uma dimensão
emocional. Eu sou, sobretudo, dotado de razão. Portanto, eu devo dar razões
àquilo em que eu creio para que eu possa crer mais, de forma mais clara. Daí a
importância de nós conhecermos e estudarmos a doutrina da Igreja”.
Após o Ano da Fé, o trabalho termina?
O padre destacou que o Ano da Fé é um marco, mas é um ponto de chegada de uma
caminhada que a Igreja vem fazendo. Ele acredita que, sendo um marco, o Ano da
Fé vai contribuir para que haja uma continuidade após o Ano, para que a Igreja
possa viver com mais esperança e alegria a sua fé.
Ele lembrou que as orientações para a vivência do Ano da Fé insistem na questão
do estudo, para que comunidades e paróquias promovam momentos de reflexão com o
povo de Deus. Ele citou, por exemplo, que há muita atenção para a catequese das
crianças e que é necessario também atentar para a catequese dos adultos.
“É preciso ter uma atenção à catequese dos adultos, porque às vezes eles
receberam a catequese lá na infância e, depois, com o decorrer da vida, tem
algumas coisas que precisam ser atualizadas para que a pessoa possa viver
melhor a sua fé”.
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