
Vaticano, 11 Out. 12 / 12:23
pm (ACI/EWTN Noticias).- Recordando os cinquenta anos da abertura do
Concílio Vaticano II, o evento eclesial mais importante do Século XX, o Papa Bento XVI inaugurou com uma multitudinariaEucaristia na Praça de São Pedro na manhã deste 11 de
outubro o Ano da Fé, convocado com o objetivo de promover a Nova Evangelização.
Bento XVI presidu a Missa com um total de 400 concelebrantes: 80 cardeais, 14 padres
conciliares ainda vivos, 8 patriarcas de Igrejas orientais, 191arcebispos e bispos participantes
do XIII Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e 104
Presidentes de Conferências Episcopais de todo o mundo, incluindo o Cardeal
Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB. Estavam também presentes na
celebração o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I e o Primaz da
Comunhão Anglicana, Rowan Williams.
Segundo a nota publicada hoje pela Rádio Vaticano,
o Papa iniciou sua homilia explicando que a celebração desta manhã foi
enriquecida com alguns sinais específicos: a procissão inicial, recordando a
memorável entrada solene dos padres conciliares nesta Basílica; a entronização
do Evangeliário, cópia do que fora utilizado durante o Concílio; e a entrega,
no final da celebração, das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica.
“O Ano da fé que estamos inaugurando hoje está
ligado coerentemente com todo o caminho da Igreja ao
longo dos últimos 50 anos: desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo
de Deus Paulo VI, que proclamou um "Ano da Fé", em 1967, até chegar
ao o Grande Jubileu do ano 2000, com o qual o Bem-Aventurado João Paulo II propôs
novamente a toda a humanidade Jesus Cristo como único Salvador, ontem, hoje e
sempre”, recordou Bento XVI na homilia da Missa.
Bento XVI evocou também o Beato João XXIII no
Discurso de Abertura do Concílio Vaticano II, quando apresentou sua finalidade
principal: “que o depósito sagrado da doutrina cristã fosse guardado e ensinado
de forma mais eficaz”.
Embora o Concílio Vaticano II – observou o Papa -
não tenha tratado da fé como tema de um documento específico, no entanto,
esteve todo ele inteiramente animado pela consciência e pelo desejo de, por
assim dizer, imergir mais uma vez no mistério cristão, para o poder propor de
novo e eficazmente para o homem contemporâneo. Como dizia Paulo VI, dois anos
depois da conclusão do Concílio: “Se o Concílio não trata expressamente da fé,
fala da fé a cada página, reconhece o seu caráter vital e sobrenatural,
pressupõe-na íntegra e forte, e estrutura as suas doutrinas tendo a fé por
alicerce”
Bento XVI recordou que ele mesmo teve ocasião de
experimentar que “durante o Concílio havia uma emocionante tensão em relação à
tarefa comum de fazer resplandecer a verdade e a beleza da fé no hoje do nosso
tempo, sem a sacrificar às exigências do tempo presente, mas também sem a
manter presa ao passado”.
“Na fé ecoa o eterno presente de Deus, que
transcende o tempo, mas que só pode ser acolhida no nosso hoje, que não torna a
repetir-se. Por isso, julgo que a coisa mais importante, especialmente numa
ocasião tão significativa como a presente, seja reavivar em toda a Igreja
aquela tensão positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao
homem contemporâneo”, afirmou o Papa.
O mais importante, especialmente numa ocasião tão
significativa como a atual –observou Bento XVI- é reavivar na Igreja “aquela
mesma tensão positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao
homem contemporâneo, sempre apoiado na base concreta e precisa, que são os
documentos do Concílio Vaticano II”.
“A referência aos documentos protege dos extremos
tanto de nostalgias anacrônicas como de avanços excessivos, permitindo captar a
novidade na continuidade. O Concílio não excogitou nada de novo em matéria de
fé, nem quis substituir aquilo que existia antes. Pelo contrário, preocupou-se
em fazer com que a mesma fé continue a ser vivida no presente, continue a ser
uma fé viva em um mundo em mudança”, esclareceu.
De fato – prosseguiu o Pontífice – “se a Igreja
hoje propõe um novo Ano da Fé e a nova evangelização, não é para prestar
honras, mas porque é necessário, mais ainda do que há 50 anos!”.
“Nas últimas décadas, observamos o avanço de uma
"desertificação" espiritual, mas, no entanto, é precisamente a partir
da experiência deste vazio que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua
importância vital para nós homens e mulheres. E no deserto existe, sobretudo, necessidade
de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra
Prometida, mantendo assim viva a esperança. A fé vivida abre o coração à Graça
de Deus, que liberta do pessimismo”, asseverou.
Na conclusão da homilia o Papa afirmou que este ano
da Fé pode ser representado como "uma peregrinação nos desertos do mundo
contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem cajado, nem
sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos
Apóstolos ao enviá-los em missão - mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos
quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim
como o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos".
“Que a Virgem Maria brilhe
sempre qual estrela no caminho da nova evangelização. Que Ela nos ajude a pôr
em prática a exortação do Apóstolo Paulo: ‘A palavra de Cristo, em toda a sua
riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros, com toda a
sabedoria... Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do
Senhor Jesus. Por meio dele dai graças a Deus Pai’”, finalizou.
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