
São Marino
+366
Nas últimas décadas do século III, dois cristãos,
Marino e Leão, procedentes da ilha de Arbe, na Dalmácia, viajaram para Rimini,
Itália, atraídos pela oportunidade de trabalhar como escultores, onde
evangelizaram a região e ali morreram. Os dados que temos além desses fazem
parte de uma vigorosa tradição cristã.
Ela nos conta que, assim que Marino chegou, procurando pedras para o seu
trabalho, descobriu a região do monte Titano, ficando maravilhado pela
imponência do monte e beleza do local, tanto assim que sempre que podia voltava
para lá. Além de trabalhar no seu ofício, desenvolvia a missão de converter a população
riminiense ao cristianismo. Devido a essa atividade, certa vez uma senhora
pagã, maldosa e sem caráter, querendo impedi-lo de propagar a religião, dizendo
ser sua esposa, acusou-o às autoridades de professar o cristianismo.
Como era época de perseguição aos cristãos imposta pelo imperador Diocleciano,
ele foi obrigado a refugiar-se na floresta do monte Titano, a qual conhecia
muito bem. Todavia a citada senhora foi atrás dele tentando dar crédito às suas
acusações. Marino não encontrou outra maneira de defender-se dela a não ser com
suas orações e jejum, aguardando por um milagre da Providência divina. E ele
chegou. A senhora, vendo sua total entrega à vontade de Deus, converteu-se e
redimiu-se. Voltou a Rimini, onde se explicou às autoridades e à população.
A tradição narra, também, que Marino e Leão, para evitar outras experiências
daquele tipo, retiraram-se para junto de uma pequena comunidade que vivia no
alto do monte Titano, estabelecendo a região como seu definitivo refúgio.
Depois, Leão transferiu-se, sozinho, para o vizinho monte Feretrio, atual
Montefeltro. Mas o terreno onde ficou Marino era de propriedade de dona
Felicíssima, uma das mais influentes matronas da comunidade, cujo filho,
Veríssimo, amante da caça, decidiu fazer de Marino sua presa. Ao ser
encontrado, ele se defendeu da violência somente com a força das orações ao
Senhor; foi escutado imediatamente, pois, quando o jovem tentou atingi-lo,
ficou paralisado como uma estátua.
Sabendo do fato prodigioso, a mãe, dona Felicíssima, foi em seu socorro,
suplicando a Marino o perdão pelo ato tão violento do filho Veríssimo, que,
graças ao desespero da mãe e à intercessão das orações de Marino, voltou à
normalidade. Depois, converteu todos da família de dona Felicíssima, que doou a
Marino as terras daquela região do monte Titano. Além disto, pelo seu trabalho
de pregação e a conversão de cristãos, o bispo de Rimini, Gaudêncio, também
venerado como santo, conferiu a Marino a ordem do diaconato.
Marino morreu no ano 366. Foi sepultado na igreja que ele mesmo havia erguido e
dedicado a são Pedro, atualmente dedicada a são Marino. O local tornou-se meta
de uma peregrinação tão vigorosa que seu culto foi reconhecido pela Igreja pela
devoção dos fiéis, sendo festejado no dia 3 de setembro. O mais interessante é
que da sua atuação evangelizadora frutificou um país. Assim, na história de
Igreja, são Marino é o único santo fundador de um país e padroeiro da república
que leva o seu nome, a pequenina e bela República de São Marino
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