
Nossa Senhora da Abadia
O chamado da Santíssima Mãe ecoará sempre
através do tempo: "Porque o Senhor Javé nada
faz sem revelar o seu segredo aos profetas, seus
servos". Am 3, 7
O chamado da Santíssima Mãe ecoará sempre
através do tempo: "Porque o Senhor Javé nada
faz sem revelar o seu segredo aos profetas, seus
servos". Am 3, 7
A história da devoção de Nossa Senhora da Abadia está ligada ao Mosteiro, ou Abadia da Ordem de Cister, do povoado de Bouro de Santa Maria, município de Amares, distrito de Braga, em Portugal.
Amares ocupa a região central do Minho, tendo como limites a serra do Geres e a
confluência dos rios Homem e Cávado. Terra de grande fervor religioso, desde o
alvorecer da nação portuguesa, pois a região desfrutava de certa autonomia
religiosa até ser incorporada à diocese de Braga, em 1514. Próximo à serra de
Geres fica o povoado do Bouro de Santa Maria, onde no final do século IX,
existia o Mosteiro da Montanha.
Nessa época, durante as invasões dos árabes muçulmanos, os monges tiveram de abandonar a Abadia às pressas, ocultando a imagem da Virgem Maria, numa gruta mais distante. Séculos mais tarde, a Abadia foi ocupada pelo solitário eremita Frei Lourenço, já idoso e com fama de santidade. A ele, mais tarde se juntou Paio Amado, um fidalgo da corte de Dom Afonso Henrique, que após a morte da esposa abandou a vida mundana para se dedicar somente a Deus.
Nessa época, durante as invasões dos árabes muçulmanos, os monges tiveram de abandonar a Abadia às pressas, ocultando a imagem da Virgem Maria, numa gruta mais distante. Séculos mais tarde, a Abadia foi ocupada pelo solitário eremita Frei Lourenço, já idoso e com fama de santidade. A ele, mais tarde se juntou Paio Amado, um fidalgo da corte de Dom Afonso Henrique, que após a morte da esposa abandou a vida mundana para se dedicar somente a Deus.
Alguns anos depois, diz a tradição que, certa noite durante as orações, o então
Frei Paio avistou uma misteriosa luz, no meio do bosque da montanha. No dia
seguinte contou ao Frei Lourenço, que à noite se juntou à ele para as preces e
também viu a intensa luz surgir no mesmo local. Ao amanhecer os dois foram para
lá e encontraram a antiga imagem da Virgem Maria na entrada da gruta. Alí
ergueram uma capela para sua veneração e passaram a residir nas proximidades.
A notícia da prodigiosa
descoberta chegou à corte e logo aos dois eremitas se agregaram outros, dando
início à um mosteiro sob as regras da Ordem de Cister, criada por São Bernardo.
Mas a comunidade cresceu tanto, que construíram uma nova Abadia, não muito
distante às margens do rio Cavado, onde se transferiram levando aquela imagem
aparecida de Nossa Senhora. Foi quando ocorreu o outro milagre, pois a imagem
sempre desaparecia da nova Abadia e voltava ao antigo altar. Assim, surgiu o
culto à Nossa Senhora da Abadia, cuja fama dos milagres chegou aos ouvidos do
rei, na capital da corte. Cristão fervoroso, Dom Afonso Henrique sabendo da
penúria por que passava esses monges, enviou uma volumosa esmola e lhes
entregou as terras do Bouro para administração, em 1148.
No final do século
XX, em 1989, esse povoado se chamava Bouro de Santa Maria e o edifício da velha
Abadia cisterciense foi transformado numa aconchegante Pousada. É um recanto de
oração e lazer, para os peregrinos e devotos que visitam o Santuário de Nossa
Senhora da Abadia, distante quatro quilômetros, especialmente em 15 de agosto,
data de sua festa.
Não existem
registros precisos sobre a chegada dessa devoção ao Brasil. A informação mais
antiga diz que o culto foi introduzido em Goiás, por um garimpeiro português,
de Braga. Ele mandou vir de lá, uma cópia da imagem dessa invocação, para pagar
uma promessa feita à Nossa Senhora da Abadia. Também foi ele que iniciou a
construção do atual Santuário em Muquém, no município goiano de Niquelândia. É
alí que ocorre, desde 1748, a mais antiga romaria dedicada à Santa Padroeira de
Muquém, que reúne devotos de todo nordeste goiano e dos estados do Tocantis,
Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O
culto cresceu muito entre os garimpeiros do povoado de Ribeirão da Água Suja e
daí se espalhou pelo Triângulo Mineiro e por todo estado de Minas Gerais. Por
isto, em 1870, o Bispo de Goiás autorizou a construção do segundo Santuário de
Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, na atual Romaria. O município acabou
recebendo esse nome devido a quantidade de romarias que para lá acorrem o ano
todo, especialmente em agosto, quando no dia 15, acontece a festa da Padroeira
da maioria das cidades dessa região. Em Uberaba, a celestial protetora é
venerada sob o título de Santa Maria da Abadia do Bouro.
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