Marcos 6,17-29
Comentário do Evangelho
Anúncio do Reino
Os detalhes desta narrativa sobre a execução de João têm dois efeitos: ironizam um rei fraco e sensual e advertem os discípulos de Jesus nas comunidades que se inclinam a interpretar Jesus como messias poderoso. De Jesus, assim como de João, não se deve esperar a glória e o poder, mas, sim, o serviço humilde e divino, porém frágil diante dos poderosos deste mundo. O dom da vida eterna não pertence aos poderosos, mas a Deus.
O desfecho da vida de João Batista é apresentado em paralelo, como prefiguração do desfecho da vida de Jesus: anúncio do Reino, perseguição, articulação dos poderosos e morte. E para ambos se tem a percepção de sua permanência nas comunidades, após a morte.
José Raimundo Oliva
Vivendo a Palavra
O
confronto entre Herodes e João Batista – entre o reino dos homens e o Reino de
Deus – continua pelos séculos a fora. Até hoje. É preciso que tenhamos a
consciência clara de que ninguém pode ser mero espectador, mas todos nós, mesmo
em silêncio, participamos do confronto. Em que lado nos alinhamos?
Reflexão
Todos nós temos dificuldades para viver
a radicalidade exigida pelo Evangelho e diversas vezes nos acovardamos diante
das ameaças. Uma das maiores ameaças que sofremos hoje, quando procuramos viver
o Evangelho, encontra-se no fato de que a sociedade ridiculariza todos aqueles
que não fundamentam a sua vida nos valores do mundo. Mas isso também acontecia
nos tempos de Jesus, como podemos perceber na narrativa da morte de João
Batista e no julgamento do próprio Jesus. Mas nós não podemos ceder aos
mecanismos que são usados pelo mundo moderno contra o Evangelho; devemos expor
com coerência as verdades da nossa fé.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
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2. Anúncio do Reino
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
Oração
Pai, que as contrariedades da vida jamais me intimidem e impeçam de seguir adiante, cumprindo minha missão de evangelizador.
3. UM EXEMPLO DE LIBERDADE
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)
O relato do destino trágico de João Batista serve de lição para os discípulos de Jesus, no exercício da missão. A liberdade, que o Precursor demonstrou, deverá ser imitada por quem está a serviço do Reino, e se defronta com tiranos e prepotentes, que intimidam e querem calar quem lhes denuncia as mazelas.
Prevalecendo-se de sua condição, Herodes seduziu a mulher do irmão para se casar com ela. João Batista não teve medo de enfrentá-lo, e dizer-lhe não ser permitido conservar como esposa, quem não lhe pertencia. Sua condição real não lhe dava o direito de praticar tamanha arbitrariedade.
O profeta João sabia exatamente com quem estava falando. Ele um "zé ninguém", questionando uma autoridade estabelecida pelo imperador, com direitos quase absolutos sobre os cidadãos. Por isso, não lhe parecia errado atropelar o direito sagrado de seu irmão, de ter uma esposa.
Por outro lado, todos conheciam muito bem o espírito violento da família de Herodes. Mesmo assim, João não hesitou em denunciá-lo publicamente.
Quiçá não contasse com a ira de Herodíades, atingida também pela denúncia. Foi ela quem instigou Herodes a consumar sua maldade: decapitar a quem mandara lançar na prisão, por ter-lhe lançado em rosto o seu pecado.
O testemunho de João Batista inspira a quem se tornou discípulo da verdade.
Oração
Espírito de liberdade, não permitas que eu tema os grandes e prepotentes, quando se trata de denunciar-lhes os pecados e as injustiças.
O heroico exemplo de São João Batista
Postado por: homilia
agosto 29th, 2012
Hoje, dia 29 de agosto, a tradição cristã recorda o martírio de São João Batista, “o maior entre os nascidos de mulher”, segundo o elogio do próprio Messias. Ele prestou a Deus o testemunho supremo do sangue, imolando a sua existência pela verdade e a justiça. Com efeito, foi decapitado por ordem de Herodes, a quem tinha ousado dizer que não era lícito casar com a mulher do seu irmão, como acabamos de ler no Evangelho de hoje.
Falando da morte de João Batista, o Papa João Paulo II diz, na Carta Encíclica “Veritatis Splendor” (cf. n. 91), que o martírio constitui um sinal preclaro da santidade da Igreja. Efetivamente, ele “representa o ponto mais alto do testemunho a favor da verdade moral”. Se são relativamente poucas as pessoas chamadas ao sacrifício supremo, há, porém, um testemunho coerente que todos os cristãos devem estar prontos a dar em cada dia, mesmo à custa de sofrimentos e de graves sacrifícios.
Assim você, meu irmão, não pode nem deve fugir. Desde o início do Cristianismo, percebemos três elementos quase sempre unidos: testemunho, profecia e doação da própria vida. É verdadeiramente necessário um compromisso com estas três vias – por vezes heroicas - para não ceder até mesmo na vida cotidiana: em casa com o marido, com os filhos, colegas do trabalho, com os familiares de perto ou de longe. É necessário saber que as dificuldades nos levam ao compromisso de viver, na totalidade, o Evangelho.
O heroico exemplo de São João Batista nos deve fazer pensar nos mártires da fé que, ao longo dos séculos, seguiram corajosamente as suas pegadas. De modo especial, voltemos à mente os numerosos cristãos que, no mundo inteiro, foram vítimas do ódio e da perseguição religiosa. Mesmo hoje, n’algumas partes do mundo, os fiéis continuam a serem submetidos a duras provações em virtude da sua adesão a Cristo e à Sua Igreja.
Os impérios opressores que existiram na história continuaram deixando seus mártires. Seus projetos elitistas e imperialistas fizeram com que seus chefes continuassem a se embriagar com o sangue dos mártires.
Portanto, o martírio não deve ser buscado por ninguém. Em última palavra, é uma graça de Deus. Mas dele não se deve fugir, se é necessário dar o testemunho e para defender a vida do povo. Jesus também nos ensina que não devemos ter medo daqueles que matam o corpo. Por isso, dar a vida é a melhor forma de amor, a exemplo de Jesus que nos amou até o extremo. O máximo do amor é dar a vida pelos seus. Deste modo, a vida não é tirada, mas é dada livremente.
Foi isso que fez São João Batista em meio à crueldade que ameaçava a fidelidade conjugal: lutou e sendo testemunha – e testemunho fiel – derramou o seu sangue, pagando com a própria vida.
Ontem como hoje, o banquete dos criminosos continua sendo regado a sangue, como foi o de Herodes, como nós ouvimos no Evangelho de hoje. Por isso, lembrar a morte de João Batista é não deixar morrer sua história, é recordar o seu testemunho, sua profecia e sua coragem. É lembrar que, se preciso for, todos devemos estar dispostos a “lavar as nossas vestes e as branquear no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14).
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante
Mc 6,17-29
Preparo-me para a Leitura
Orante, rezando com todos que circulam pela web:
Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém.
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim: eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto
do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 6,17-29.
Pois tinha sido Herodes mesmo
quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele
havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia casado, embora ela fosse
esposa do seu irmão Filipe. Por isso João tinha dito muitas vezes a Herodes:
"Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!"
Herodias estava furiosa com
João e queria matá-lo. Mas não podia porque Herodes tinha medo dele, pois sabia
que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E,
quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de
escutá-lo.
Porém no dia do aniversário
de Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes
deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários,
chefes militares e autoridades da Galiléia. Durante o banquete a filha de
Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito
da dança. Então o rei disse à moça:
- Peça o que quiser, e eu
lhe darei.
E jurou:
- Prometo que darei o que
você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino!
Ela foi perguntar à sua mãe
o que devia pedir. E a mãe respondeu:
- Peça a cabeça de João
Batista.
No mesmo instante a moça
voltou depressa aonde estava o rei e pediu:
- Quero a cabeça de João
Batista num prato, agora mesmo!
Herodes ficou muito triste,
mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde
deixar de atender o pedido da moça. Mandou imediatamente um soldado da guarda
trazer a cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, pôs
num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de
João souberam disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram.
Como aconteceu com
Jesus, aconteceu com João Batista. Teve que se defrontar com os poderosos e
testemunhar a verdade até com a própria vida. Que cena cruel, horrível, trazer
a cabeça de João numa bandeja! Como se fosse um troféu de vitória. Vitória da
paixão, do poder, da mentira, do egoísmo, do incesto, da vingança, dos baixos
instintos! Repugnante! A vida humana servida durante um banquete, numa bandeja!
É a ostentação do mal! No entanto, como Jesus, João Batista não se afastou do
projeto de Deus. Só se submeteu a Deus e a ninguém mais. Foi verdadeiramente
livre!
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz
para mim, hoje?
Sou capaz de dar
testemunho?
Sou coerente com a minha fé?
A minha verdade é a verdade de Deus?
Tenho e me submeto a outras “verdades”?
Deixo-me vencer pelos maus instintos,
pela covardia, pela mentira, pelo mal?
Os bispos na Conferência de Aparecida
lembraram:
“Identificar-se com
Jesus Cristo é também compartilhar seu destino: “Onde eu estiver, aí
estará também o meu servo” (Jo 12,26). O cristão vive o mesmo destino do
Senhor, inclusive até a cruz: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si
mesmo, carregue a sua cruz e me siga” (Mc 8,34). Estimula-nos o testemunho de
tantos missionários e mártires de ontem e de hoje em nossos povos que têm
chegado a compartilhar a cruz de Cristo até a entrega de sua vida.” (DAp 140)
3. Oração (Vida)
O que o texto me
leva a dizer a Deus?
Rezo a Jesus Mestre, com o
bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre, santificai minha
mente e aumentai minha fé.
Jesus, Mestre vivo na Igreja, atraí todos à vossa escola.
Jesus Mestre, libertai-me do erro, dos pensamentos inúteis e das trevas
eternas.
Mestre, caminho entre o Pai e nós, tudo vos ofereço e de vós tudo espero.
Jesus, caminho da santidade, tornai-me vosso fiel seguidor.
Jesus caminho, tornai-me perfeito como o Pai que está nos céus.
Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós.
Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós.
Jesus Vida, fazei-me viver eternamente na alegria do vosso amor.
Jesus verdade, que eu seja luz para o mundo.
Jesus caminho, que eu seja vossa testemunha autêntica diante das pessoas.
Jesus vida, fazei que minha presença contagie
a todos com o vosso amor e a vossa alegria.
4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar
a partir da Palavra?
Sinto-me
discípulo/a de Jesus.
Meu olhar deste dia
será iluminado pela presença de Jesus Cristo, e pelo esforço de testemunhá-lo no
meio em que estou.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos
guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva,
fsp
Oração Final
Pai Santo, que deste
ao Batista força capaz de fazê-lo temido pelos poderosos do seu tempo, arma a
tua Igreja com os mesmos poderes – fé, verdade, coragem e generosidade – para
que seja no mundo o sinal do teu Reino de Amor já presente em nós. Por Jesus
Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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