Bem-aventurada Joana Maria da Cruz
1792-1879
Fundou a Congregação das Irmãzinhas dos Pobres
Joana nasceu numa aldeia de Cancale, França, em 25
de outubro de 1792. Seu pai era um pescador e morreu no mar quando ela tinha
quatro anos. Logo conheceu a pobreza e começou a trabalhar como empregada num
castelo. Sustentava a família enquanto ajudava os idosos abandonados e pobres.
Joana era sensível à miséria dos idosos que encontrava nas ruas, dividindo com
eles seu salário, o pão e o tempo de que dispunha.
Aos dezoito anos de idade, recusou uma proposta matrimonial de um jovem
marinheiro, sinalizando: "Deus me quer para ele". Aos vinte e cinco
anos, deixou sua cidade para ser enfermeira no hospital Santo Estêvão. Nesse
meio tempo, ingressou na Ordem Terceira fundada por são João Eudes.
Deixou o hospital em 1823 e foi residir e acompanhar a senhorita Lecoq, mais
como amiga do que enfermeira, com quem ficou por doze anos. Com a morte da
senhorita Lecoq, herdou suas poucas economias e a mobília. Assim, sozinha,
associou-se à amiga Francisca Aubert e alugaram um apartamento, em 1839. Lá
acolheu a primeira idosa, pobre, doente, sozinha, cega e paralítica. Depois
dessa, seguiram-se muitas mais. Outras companheiras de Joana uniram-se a ela na
missão e surgiu o primeiro grupo, formando uma associação para os pobres, sob a
condução do vigário do hospital Santo Estêvão.
Em 1841, deixam o apartamento e alugam uma pequena casa que lhes permite
acolher doze idosos doentes e abandonados. Sozinha, Joana inicia sua campanha
junto à população para recolher auxílios, tarefa que cumprirá até a morte. Mas
logo sensibiliza uma rica comerciante e com essa ajuda consegue comprar um
antigo convento. Ele se tornou a Casa-mãe da nascente Congregação das
Irmãzinhas dos Pobres, sob a assistência da Ordem Hospedeira de São João de
Deus, hábito que depois recebeu, tomando o nome de Joana Maria da Cruz.
Adotando o voto de hospitalidade, imprimiu seu próprio carisma: "A doação
como apostolado de caridade para com quem sofre por causa da idade, da pobreza,
da solidão e outras dificuldades".
Assim foi o humilde começo da Congregação, que rapidamente se estendeu por
vários países da Europa. Quando Joana morreu na França, em 29 de agosto de
1879, na Casa-mãe de Pern, as irmãzinhas eram quase duas mil e quinhentas, com
cento e setenta e sete casas em dez países.
Em setembro de 1885, estabeleceram-se na América do Sul, fundando a primeira
Casa na cidade de Valparaíso, no Chile, a qual logo foi destruída por um
terremoto e reconstruída em Viña del Mar. Atualizando-se às necessidades
temporais, hoje são quase duzentas casas em trinta e um países na Europa,
América, África, Ásia e Oceania.
Uma obra fruto da visão da fundadora, Joana Jugan, madre Joana Maria da Cruz,
que "soube intuir as necessidades mais profundas dos anciãos e entregou
sua vida a seu serviço", para ser festejada no dia de sua morte, como
disse o papa João Paulo II quando a beatificou em 1982.
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