
São Próspero de Aquitânia
Professor da Fé
Séculos IV e V
Professor da Fé
Séculos IV e V
Próspero estudou na sua cidade natal, Aquitânia,
atual Limoges, França, e logo se tornou escritor e teólogo. As suas obras são
quase as únicas fontes de informação sobre ele próprio. Escrevia tanto em verso
como em prosa. Por causa do poema "De um esposo a sua mulher",
atribuído à sua autoria, chegou-se a supor que ele pudesse ter sido casado.
Porém é certo que ele nunca se ordenou sacerdote, embora tenha vivido no
mosteiro de Marselha, desde 426. Até morrer, manteve-se apenas um monge leigo.
Também não foi mártir e nem patrocinou prodígio algum. Entretanto a Igreja o
venera como "Professor da Fé".
No meio dos sacerdotes marselheses, Próspero viu difundir-se a doutrina
herética apregoada por Pelágio, que negava o pecado original e a necessidade da
graça divina para a salvação humana. Portanto o ser humano seria capaz de
salvar-se apenas praticando o bem e segundo a sua própria vontade, pois a graça
divina era importante, mas não indispensável.
Próspero, desde o seu ingresso no mosteiro, tomou parte ativa na luta contra os
erros doutrinais divulgados por Pelágio, que os monges marselheses se
interessavam em sua propagação. Próspero defendeu e trabalhou pessoalmente com
Agostinho, pois tinha o mesmo entendimento que ele sobre a graça divina. Por
isso contou a Agostinho que os "marselheses" eram-lhe os novos
opositores doutrinais. Instigado, Agostinho escreveu aquela que foi a sua maior
obra: "Da predestinação dos santos e dom da perseverança". Agostinho
morreu logo após, em 430.
Mas nem mesmo após sua morte as críticas dos "marselheses" à sua
doutrina atenuaram. Por isso, um ano depois, Próspero decidiu ir a Roma para
pedir a intervenção do papa Celestino I. que mandou uma carta aos bispos da
França para que acabassem de vez com as críticas ao grande mestre e doutor da
Igreja, Agostinho.
Só então Próspero transferiu-se para Roma, em 435, onde continuou com suas
obras. Escreveu um comentário sobre os salmos e, principalmente, sobre seu mestre
Agostinho, assentando-lhe a doutrina e corrigindo certos exageros encontrados
nos seus textos. Próspero captava com facilidade o pensamento muitas vezes
obscuro de Agostinho, devido à sua apurada educação literária e filosófica. Ele
próprio se tornou um teólogo de rara grandeza para a Igreja.
A partir de 440, Próspero foi convocado pelo papa Leão Magno para ser seu
secretário, exercendo a função até depois de 463, quando faleceu. Deixou um
grande número de escritos teológicos eclesiásticos, sempre em resposta às
diversas calúnias e objeções à rígida doutrina de Agostinho. Aliás, o conteúdo
era tão apurado e preciso que continuaram convencendo também os outros
pontífices que se sucederam em Roma durante séculos.
O único indício de homenagem a são Próspero de Aquitânia remonta à Antigüidade,
que é uma pintura na igreja de São Clemente, em Roma. Sem dúvida, trata-se
deste santo, porque naquela igreja o papa Zózimo, em 417, condenou o
"pelagianismo", heresia que o grande teólogo combateu ferrenhamente
por meio de suas obras.
Próspero de Aquitânia só foi canonizado no século VIII, por isso foi inserido
erroneamente no Martirológio Romano por César Baronio, que o confundiu com o
bispo de Régio Emilia, seu homônimo, que foi martirizado pela fé no século VIII.
Motivo pelo qual os dois santos recebem as homenagens litúrgicas no mesmo dia,
25 de junho.
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