quarta-feira, 5 de março de 2025

LITURGIA DIÁRIA - 05/03/2025


Tema do dia

CINZAS: É O MOMENTO FAVORÁVEL, O DIA DA SALVAÇÃO

Agora voltem para mim, fazendo jejum. O Senhor é compaixão, lento para a cólera e cheio de amor. Toquem a trombeta, proclamem o jejum, convoquem uma assembleia, chamem velhos, jovens e crianças e digam: «Senhor, tem piedade do teu povo!». Jl 2,12-18)
Fonte: Arquidiocese BH em 14/02/2018

PALAVRAS DO SANTO PADRE

A palavra de Deus nos dá a orientação correta para vivermos bem a Quaresma. Quando fazemos algo bom, às vezes somos tentados a ser apreciados e a ter uma recompensa: a glória humana. Mas essa é uma falsa recompensa porque nos projeta para o que os outros pensam de nós. Jesus nos pede que façamos o bem porque é bem. Ele nos pede que sintamos que estamos sempre sob o olhar de nosso Pai celeste e que vivamos em relação a Ele, não em relação ao julgamento dos outros. Viver na presença do Pai é uma alegria muito mais profunda do que a glória mundana. Portanto, que nossa atitude nesta Quaresma seja a de viver em segredo, onde o Pai nos vê, nos ama e nos espera. É claro que as coisas externas também são importantes, mas devemos sempre escolher e viver na presença de Deus. Façamos na oração, na mortificação e na caridade fraterna o que pudermos, humildemente, diante de Deus. Assim, seremos dignos da recompensa de Deus, o Pai.(Mensagem áudio para a iniciativa "KeepLent" (10 de fevereiro de 2016)

Oração para antes de ler a Bíblia


Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Fazei, ó Pai, que pela leitura da Palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

QUARTA-FEIRA DE CINZAS, Ano C
Cor: Roxo


Primeira Leitura (Jl 2,12-18)
Quarta-feira de Cinzas - 05/03/2025

Leitura da Profecia de Joel

“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo”.
Quem sabe, se ele se volta para vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção, oblação e libação para o Senhor, vosso Deus? Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; congregai o povo, realizai cerimônias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu aposento, e a esposa, seu leito.
Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os ministros sagrados do Senhor, e digam: “Perdoa, Senhor, a teu povo, e não deixes que esta tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem”. Por que se haveria de dizer entre os povos: “Onde está o Deus deles?” Então o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Responsório Sl 50(51),3-4.5-6a.12-13.14.17 (R. cf. 3a)
Quarta-feira de Cinzas - 05/03/2025

— Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos.
— Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos.

— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!
— Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
— Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso! Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!

Segunda Leitura (2Cor 5,20-6,2)
Quarta-feira de Cinzas - 05/03/2025

Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos: Somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus.
Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: “No momento favorável, eu te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho (Mt 6,1-6.16-18)
Quarta-feira de Cinzas - 05/03/2025


Tu, porém, quando orares, entra em teu quarto mais retirado, tranca a tua porta e ora a teu Pai, que está no escondido!

— Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!
— Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba!

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.
Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.
Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Oração para depois de ler a blia


Dou-Te graças, meu Deus, pelos bons propósitos, afetos e inspirações que me comunicastes nesta meditação; peço-Te ajuda para colocá-los em prática. Minha Mãe Imaculada, meu protetor São José e Anjo da minha guarda, intercedem todos por mim. Amém.

CINZAS: INÍCIO DA QUARESMA


CINZAS: INÍCIO DA QUARESMA

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

A Quarta-Feira de Cinzas marca em toda a Santa Igreja o início do tempo da Quaresma, um tempo em que somos convidados a praticar o jejum, a penitência e a caridade. Não devemos confundir o período quaresmal com tristeza, com um ar de velório, mas muito pelo contrário, é um tempo no qual somos chamados por Deus a mudar algumas atitudes e chegarmos renovados na celebração da Páscoa. É o tempo do deserto, do encontro com o Senhor. Ela nos encaminha para a Páscoa!
Na Quarta-Feira de Cinzas, todo católico deve participar da Santa Missa e receber em sua cabeça a imposição das cinzas. O significado não é simplesmente de receber as cinzas na cabeça, mas quer nos chamar à conversão: Convertei-vos e crede no Evangelho e também dizer que do pó viemos e ao pó voltaremos. O povo do Antigo Israel para reparação de seus pecados punha cinzas na cabeça e se vestiam de saco em sinal de penitência: “No dia vinte e quatro desse sétimo mês, o povo de Israel se reuniu para jejuar a fim de mostrar a sua tristeza pelos seus pecados. Eles já haviam se separado de todos os estrangeiros. Em sinal de tristeza, vestiram roupas feitas de pano grosseiro e puseram terra na cabeça. Então se levantaram e começaram a confessar os pecados que eles e os seus antepassados haviam cometido. Durante mais ou menos três horas, a Lei do SENHOR, seu Deus, foi lida para eles. E nas três horas seguintes eles confessaram os seus pecados e adoraram o SENHOR” (cf. Ne 9, 1-2).
A cinza feita com a queima dos ramos secos que foram abençoados no Domingo de Ramos do ano passado quer recordar que o sinal de nossa vida cristã e de nossa profissão de fé precisa ser renovado. Aliás, serão muitos os sinais que nos serão tirados durante a quaresma e que só retornarão a partir da semana santa, culminando com a renovação das promessas batismais na noite da Vigília Pascal.
A Igreja no Brasil com a Quarta-feira de Cinzas também inicia a Campanha da Fraternidade, que é uma forma de tomarmos consciência de situações de pecados que tem repercussão no social e nos chama à conversão, além de toda a mudança de vida que nós somos chamados a vivenciar neste tempo favorável de jejum e penitência. Na Campanha da Fraternidade todo ano é escolhido um tema social, onde somos chamados a viver e pô-lo em prática como um gesto concreto durante o período quaresmal. Um tema que alerta a todos nós católicos, mas também a nossa sociedade e os nossos governantes para olharem por aqueles que mais sofrem e que estão feridos em sua dignidade. Neste ano de 2020, o tema da Campanha da Fraternidade é: Fraternidade e Vida – Dom e compromisso, e o lema, “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (cf. Lc 10,33-34). Somos convidados a partir deste tema e deste lema a cuidar daqueles que estão feridos, esquecidos pela sociedade, que ninguém cuida, que as pessoas fingem que vê e não vê, passam adiante. Somos convidados a sermos bons samaritanos para essas pessoas e cuidar daqueles que se encontram feridos.
A intenção ao iniciar a Quaresma impondo cinzas em nossas cabeças é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma, é fazer-nos lembrar de que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.
Ao celebrarmos a Quarta-Feira de Cinzas iniciamos o tempo que tem como símbolo o número 40 como encontramos em tantas outras situações do povo de Deus: mas, de modo especial, recordamos os quarenta dias que Jesus passou no deserto, sendo tentado por Satanás (iremos ouvir esse texto no primeiro domingo da quaresma). Somos convidados a vencermos as tentações do mal no dia a dia, assim como Jesus conseguiu vencer. É o que período quaresmal nos convida a vencer as tentações e procurar mudar de vida.
Recordamos, também, os 40 anos de peregrinação do Povo de Israel no deserto, até chegar na Terra Prometida, recordando-nos assim que a nossa vida é um caminhar (sair das escravidões de nossas vidas e caminhar para a vida da graça). Cada ano renovamos essa passagem pelo deserto até chegar na Terra em que corre leite e mel. E para nós cristãos, peregrinamos aqui na Terra rumo ao Céu, onde nos encontraremos definitivamente com Deus e aguardaremos a ressurreição assim como Jesus.
Isso nos mostra que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.
Com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas, somos convidados a refletir que desta vida não levaremos nada, não adianta acumularmos riquezas, rancor ou ódio, ou mesmo revanchismos. Não levaremos nada daqui, mas somente o amor, a misericórdia e a compaixão, que demonstraremos aos nossos irmãos. Somente o bem que aqui plantamos e vamos colher no céu. Definitivamente, nos recorda que do pó viemos e ao pó voltaremos, por isso: convertei-vos e crede no Evangelho. Que a nossa vida não nos pertence, mas pertence a Deus.
Na Quarta-Feira de Cinzas e durante o tempo quaresmal, na liturgia, não se canta e nem recita o Hino do Glória e nem o Aleluia que só retomaremos (salvado exceções), com alegria e entusiasmo na Vigília Pascal, na Noite Santa da Ressurreição do Senhor, porque assim entramos no sentido espiritual que esse tempo nos convida. Portanto, vivenciamos a Quaresma como um tempo voltado para a oração, a penitência e o jejum. O sacerdote durante esse tempo usa o paramento na cor roxa, chamando-nos a atenção para fazermos penitência. Há dois momentos durante o ano em que a Igreja nos exorta a fazer uma boa confissão, que é na Quaresma e no Advento. Para nos preparar para duas grandes celebrações da nossa fé – Páscoa e Natal. É claro isso é mínimo, pois somos convidados a, em outros momentos do ano, nos confessarmos, mas esses são dois momentos fortes e propícios para isso.
Esmola, jejum e oração: tripé da espiritualidade quaresmal. Estas três palavras são propostas como características da espiritualidade da quaresma: esmola, jejum e oração. A oração sobretudo deve animar a espiritualidade da Quaresma. Uma oração feita no silêncio do próprio quarto, da interioridade para meditar a Palavra, para deixar que a Palavra compenetre e transforme a nossa vida. E então, seremos capazes de jejum. A oração em que pedimos que o Senhor venha ao nosso encontro, venha iluminar nosso itinerário quaresmal, para uma profunda conversão. Lembrando que não é só jejum da carne, dos alimentos, mas de palavras inúteis, do uso do celular em excesso, do uso das redes sociais em excesso, um jejum de multiplicar as fake news. A dimensão da esmola que se torna sensibilidade social, atenção aos mais pobres e solidariedade.
A Quaresma é um tempo favorável para que nós melhoremos como cristãos e como cidadãos. Só iremos melhorar olhando para o Senhor Jesus que nos amou até dar a sua vida, que preparou a sua missão como os grandes profetas, como o seu povo lá no deserto, purificando-se, orando e entrando em diálogo com o Pai.
Por fim, no início do tempo quaresmal somos chamados a nos abster de carne vermelha, para assim nos lembrarmos do sacrifício de Cristo na Cruz por nós, com jejum e abstinência de carne na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa. Porém em toda a quaresma (com exceção dos domingos), em especial às sextas feiras somos chamados a um tempo de penitência.
Que Deus nos abençoe para iniciarmos com a Quarta-Feira de Cinzas uma boa preparação para a Páscoa, com o período Quaresmal. Que Maria interceda para que entendamos bem o significado deste tempo para as nossas vidas. E com ele, aprendamos a amar mais os nossos semelhantes, principalmente, aqueles que mais sofrem, sendo “Bons Samaritanos e cuidando das feridas daqueles que se encontram doentes”.

CNBB faz abertura da Campanha da Fraternidade 2025


Tradicionalmente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lança a campanha, este ano falando sobre Ecologia Integral

Escrito por Redação A12
05 MAR 2025 - 11H29 (Atualizada em 05 MAR 2025 - 16H57)

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou a cerimônia de lançamento da Campanha da Fraternidade 2025 (CF 2025), tradicionalmente na Quarta-feira de Cinzas (5). O evento foi realizado na sede da entidade, em Brasília (DF) com uma missa, presidida pelo secretário-geral, dom Ricardo Hoepers.
Durante a cerimônia, uma live conduzida pelo secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, e pelo coordenador de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, foram apresentados a Mensagem do Papa Francisco para a CF e um vídeo com um balanço dos projetos apoiados, em 2024, pelo Fundo Nacional de Solidariedade, composto com recursos da Coleta Nacional da Solidariedade.

Mensagem do Papa à CNBB diante da Campanha da Fraternidade

Papa Francisco enviou sua mensagem à CNBB por ocasião da Campanha da Fraternidade 2025. No texto, o Santo Padre felicita a Conferência dos Bispos pela realização da Campanha, há mais de 60 anos. Francisco também louvou o “esforço em propor o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal a Cristo”, baseada na Carta Encíclica Laudato Si’ e complementada com a Exortação Apostólica Laudate Deum.

“Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas.


Santo Padre relacionou o tema da CF deste ano com a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para a COP 30, que será realizada em novembro em Belém do Pará, na Amazônia.

“Que as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.”

Alinhado ao Jubileu, Francisco desejou que a Quaresma traga frutos e encha os católicos brasileiros de esperança;

“Faço votos que a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral”.


E encerrou pedindo bênçãos por intercessão de Nossa Senhora Aparecida:

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, concedo de bom grado a Bênção Apostólica a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim.”

Fonte: CNBB

11 coisas que todo católico deve saber sobre a Quarta-feira de Cinzas


A Igreja celebra a Quarta-feira de Cinzas, dando início à Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa. Recordamos algumas coisas essenciais que todo católico precisa saber para poder viver intensamente este tempo.

1. O que é a Quarta-feira de Cinzas?

É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a se converterem e a se prepararem verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.
A Quarta-feira de Cinzas é uma celebração que está no Missal Romano, o qual explica que no final da Missa, abençoa-se e impõe-se as cinzas obtidas da queima dos ramos usados no Domingo de Ramos do ano anterior.

2. Como nasceu a tradição de impor as cinzas?

A tradição de impor a cinza é da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e se apresentavam ante a comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.
A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos por volta do ano 400 d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma passou a impor as cinzas no início deste tempo.

3. Por que se impõe as cinzas?

A cinza é um símbolo. Sua função está descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125 do Diretório sobre a piedade popular e a liturgia:
“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Deve-se ajudar os fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação pascal”.

4. O que as cinzas simbolizam e o que recordam?

A palavra cinza, que provém do latim “cinis”, representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Esta adotou desde muito cedo um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e penitência.
A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra” (Gn 2,7); “até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3,19).

5. Onde podemos conseguir as cinzas?

Para a cerimônia devem ser queimados os restos dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Estes recebem água benta e logo são aromatizados com incenso.

6. Como se impõe as cinzas?

Este ato acontece durante a Missa, depois da homilia, e está permitido que os leigos ajudem o sacerdote. As cinzas são impostas na fronte, em forma de cruz, enquanto o ministro pronuncia as palavras Bíblicas: “Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás” ou “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

7. O que devem fazer quando não há sacerdote?

Quando não há sacerdote, a imposição das cinzas pode ser realizada sem Missa, de forma extraordinária. Entretanto, é recomendável que antes do ato participem da liturgia da palavra.
É importante recordar que a bênção das cinzas, como todo sacramental, somente pode ser feita por um sacerdote ou um diácono.

8. Quem pode receber as cinzas?

Qualquer pessoa pode receber este sacramental, inclusive os não católicos. Como explica o Catecismo (1670 ss.), “sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela”.

9. A imposição das cinzas é obrigatória?

A Quarta-feira de Cinzas não é dia de preceito e, portanto, não é obrigatória. Não obstante, nesse dia muitas pessoas costumam participar da Santa Missa, algo que sempre é recomendável.

10. Quanto tempo é necessário permanecer com a cinza na fronte?

Quanto tempo a pessoa quiser. Não existe um tempo determinado.

11. O jejum e a abstinência são necessários?

O jejum e a abstinência são obrigatórios durante a Quarta-feira de Cinzas, como também na Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 e menores de 60 anos. Fora desses limites, é opcional. Nesse dia, os fiéis podem ter uma refeição “principal” uma vez durante o dia.
A abstinência de comer carne é obrigatória a partir dos 14 anos. Todas as sextas-feiras da Quaresma também são de abstinência obrigatória. As sextas-feiras do ano também são dias de abstinência. O gesto, dependendo da determinação da Conferência Episcopal de cada país, pode ser substituído por outro tipo de mortificação ou oferecimento como a oração do terço.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cleofas (Informação do site - Algumas melhorias estão sendo implementadas. Em breve o site estará normalizado! Agradecemos a sua compreensão!) e