16.02 • FELICIDADE - Padre Joãozinho - Lc 6,17.20-26



Canal do Youtube: Padre Joãozinho

Publicado em 15 de fev. de 2025


Pe. Joãozinho, scj - #minisermao - (16/02/25) - FELICIDADE

O segredo da felicidade não está em ter todas as coisas, poder tudo e usufruir todo prazer. Feliz é quem tem fome, sabe o caminho e mantém a vontade de vencer! Aquele que está satisfeito, já se acomodou; mas aquele que tem fome, vai pra mesa com apetite! E é isso que valoriza o alimento que se tem ou que se faz buscar esta comida onde ela estiver, custe o que custar! As pessoas felizes são insatisfeitas, tem um coração aberto, uma mente aberta para conhecer, e as mãos abertas para investir e para ganhar, sabendo que, para isso, é preciso perder (Lc 6,17.20-26).
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15.02 • CREMOS EM MILAGRES - Padre Joãozinho - Mc 8,1-10



Canal do Youtube: Padre Joãozinho

Publicado em 14 de fev. de 2025


Pe. Joãozinho, scj - #minisermao - (15/02/25) - CREMOS EM MILAGRES

Cada partilha esconde um milagre. Deus ultrapassa nossa generosidade e transforma o pouco em muito! Temos apenas sete pães e uma multidão faminta, mas o milagre multiplica a nossa miséria! Somos tão fracos e tão pequenos diante daquele grande desafio, daquele obstáculo aparentemente intransponível! Mas acreditamos que tudo podemos n'Aquele que nos fortalece. Nós cremos em milagres e, quando olhamos para trás, atravessamos aquele mar, aquele rio; superamos aquele desafio, porque Deus nos deu asas, como as águias, para ultrapassar a nossa pequenez (Mc 8,1-10).

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Homilia Dominical | As bem-aventuranças e a busca da felicidade (6º Domingo do Tempo Comum) - Padre Paulo Ricardo



Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 15 de fev. de 2025

O ser humano está em constante busca de realização. Contudo, frequentemente procura a felicidade onde ela não se encontra. Não é nas riquezas, não é nos prazeres, nem nas alegrias e aplausos deste mundo que se encontra a verdadeira fonte de nossa realização. “Ai de nós”, na verdade, se achamos ser possível receber das criaturas o que só Deus pode nos dar. Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este domingo e evite cair nas quatro ilusões de quem busca a felicidade nesta vida.

Homilia Diária | Eucaristia, o alimento do amor (Sábado da 5.ª Semana do Tempo Comum) - Padre Paulo Ricardo



Canal do Youtube: Padre Paulo Ricardo

Publicado em 14 de fev. de 2025

A nossa vida é como um deserto. Estamos em peregrinação e não temos morada permanente em lugar algum. Por isso, precisamos, até chegar à pátria verdadeira, de um alimento para o caminho. É a Eucaristia, prefigurada no maná dado a nossos pais na fé, pão vivo e espiritual que contém não só a graça, mas o próprio Autor dela. Que melhor ajuda poderiam ter dado os Céus para nos fazer chegar à salvação? Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este sábado, dia 15 de fevereiro, e descubra a grande graça que podemos receber quando recebemos a Eucaristia de forma digna.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Lc 6,17.20-26 - 16/02/2025


Carta magna

“Naquele tempo, Jesus desceu da montanha com os discípulos e parou num lugar plano. Ali, estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. Levantando os olhos para os seus discípulos, disse: ‘Bem-aventurados sois vós'.” (Lucas 6,17.20-26)



Novo Moisés

Eu vou parar por aqui, porque o texto é muito longo. Depois, você pode meditar com mais calma no capítulo sexto do Evangelho de São Lucas, porque é o discurso das bem-aventuranças.
Nós estamos no sexto domingo do tempo comum, no dia do Senhor. Nós recebemos o discurso de Lucas, o discurso da montanha.
Mas, na verdade, em Lucas, Jesus desce da montanha, para numa planície, num lugar plano, diz o texto, e proclama aquela que nós podemos chamar de Carta Magna do cristianismo. Jesus se apresenta como o novo Moisés que, descendo da montanha, ou seja, da intimidade com Deus, fala agora ao povo, comunica ao povo as verdades divinas, as coisas mais preciosas para a vida de alguém. Verdades que não estão escritas mais nas tábuas de pedra, mas está escrito no coração de cada pessoa.
O sermão é direciona àqueles que querem se configurar completamente a Cristo. É uma espécie de releitura dos Dez Mandamentos, porque, se formos ver as bem-aventuranças, ali estará um caminho para quem quiser ser igual ao Cristo, quem quer se configurar a Ele.
E não se trata do mínimo, do nível baixo de vida cristã, mas do máximo, ou seja, todos são chamados a essa plenitude de vida, a esse grau de santidade. São páginas luminosas de um lado, é claro, mas de outro também estão coisas bem difíceis, expressas através dos diversos “ais, ai de vós”.
Jesus quer iluminar de tal forma o coração do povo, que ele não quer deixar ninguém perdido nas trevas, porque isso ele sabe que comporta duras consequências. Nenhum de nós é chamado a uma vida decadente, permeada de pecados, de vícios, maldades, sentimentos de ódio. Jesus chama cada um de nós a uma vida cheia de plenitude, cheia da vida de Deus, repleta de sentimentos de misericórdia, de compaixão, de pureza, de resiliência diante do sofrimento.
Eu lhe pergunto: você quer esse projeto de vida para você? O projeto das bem-aventuranças, ele é para você. Por isso eu peço: responda, com o seu coração, esse apelo de Jesus para a sua vida neste dia de hoje. Não deixe que o ano de 2025 passe sem que você tenha assumido o compromisso de buscar mais a Deus, de viver mais os mandamentos d’Ele, de ser uma pessoa mais misericordiosa com o outro, para que, quando o Senhor te chamar para a Sua glória, você esteja diante d’Ele e ouça Ele lhe dizer: Bem-aventurado.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Donizete Heleno Ferreira
Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2003 no modo de compromisso do Núcleo.

HOMILIA DIÁRIA - (CANÇÃO NOVA) - Mc 8,1-10 - 15/02/2025


Não é numerologia

“Naqueles dias, havia, de novo, uma grande multidão que não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: ‘Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e nada tem para comer. Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe’. Os discípulos disseram: ‘Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?’ Jesus perguntou: ‘Quantos pães tendes?’ Eles responderam: ‘Sete’. Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão; depois, pegou os sete pães, deu graças, partiu e ia dando aos Seus discípulos para que os distribuíssem para o povo.” (Marcos 8,1-10)



Simbologia dos números

Nós temos o relato da multiplicação dos pães, que está no Evangelho de Marcos. Os discípulos têm consigo sete pães. E nós sabemos que a Palavra de Deus é marcada pela simbologia dos números.
Não se trata de fazer numerologia. Estejamos atentos! Por exemplo, o valor simbólico do número sete equivale à plenitude, à perfeição. Então, esse número 7 no Evangelho de hoje tem um significado importante, porque dizer que eles tinham 7 equivale a dizer que eles tinham tudo para oferecer à multidão.
O problema se tornou a multidão, porque ter sete pães não permitiria dar, de forma satisfatória, comida para quatro mil pessoas, que era o número da multidão. Até porque nem seria possível comprar essa quantidade de pão numa região escassa, numa região deserta e sem recurso.
Quem é capaz de multiplicar o que nós temos? Quem é capaz de potencializar a nossa humanidade para fazê-la se tornar um dom para toda a humanidade? Cristo, e apenas Cristo! É ao Seu comando que a multidão se senta e agora se torna expectante, expectadora do milagre de Deus. E nós somos assim, espectadores da graça de Deus no sentido de que nós vemos a Sua força agir, porque é Deus o protagonista, e não somos nós.
Por isso o que aconteceu no Evangelho de hoje não foi uma mera partilha; foi a ação milagrosa de Deus, porque os nossos meios são sempre escassos, insuficientes. Chega um momento na nossa vida que temos que nos render à poderosa ação de Deus, pois existe um limite para a ação humana.
Depois de fazer a multidão se sentar, Jesus eleva a oração de ação de graças ao Pai, porque a Sua confiança está n’Ele, a Sua confiança está em Deus. Por isso, se até Jesus ensinou que a nossa oração deve ser um abandono em Deus, por que nós insistimos em confiar em nós mesmos?
Por fim, Ele parte os pães e os entrega aos discípulos para que, agora sim, estes os distribuam a toda a gente. Satisfeitos ficaram todos, diz o texto, porque só Deus é capaz de saciar a fome da nossa alma.
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Donizete Heleno Ferreira
Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2003 no modo de compromisso do Núcleo.

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 16/02/2025

ANO C


6º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

“Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” Lc 6,21

“Os dois caminhos.”

Lc 6,17.20-26

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Deus transmitiu à humanidade sua Lei para, assim, ajudá-la alcançar a perfeição. Jesus veio esclarecer todo entendimento humano, nos ensinando mais uma vez, que a vida traz suas consequências dependendo do sentido que vamos dando às nossas decisões.
https://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/corrigido-16-02-2025-6-dom-tc.pdf

Comentário do Evangelho

As Bem-Aventuranças: O Caminho da Verdadeira Felicidade


As bem-aventuranças revelam a essência daqueles que confiam plenamente no Senhor e permitem ser transformados por Ele. Afinal, não basta ser chamado, é necessário trilhar um caminho de santidade, sustentado pela Palavra viva de Deus. Além disso, perseverar com a força do Cristo ressuscitado torna-se essencial para todo discípulo.
Na primeira leitura, a profecia de Jeremias, em tom sapiencial, destaca dois caminhos: o da bênção e o da maldição. Aquele que confia apenas no ser humano e se afasta de Deus cava a própria ruína. Foi o que ocorreu com os reis de Israel, que experimentaram a destruição de Jerusalém e o exílio, vivenciando a desolação comparada à aridez do deserto. Por outro lado, confiar no Senhor é como estar junto a águas abundantes que geram vida e frutos.
Para os cristãos, a esperança no Senhor alcança sua plenitude na fé em Jesus ressuscitado. Especialmente em tempos de provação, quando muitos enfrentam perdas, é fundamental crer que todos, um dia, experimentarão a ressurreição. Assim, sofrimento e morte nunca terão a última palavra; a vida plena prevalecerá.
Após a escolha dos Doze na montanha, o Evangelho de Lucas apresenta o discurso das bem-aventuranças na planície. Diferente de Mateus, Lucas retrata um ambiente onde uma grande multidão, incluindo pessoas de regiões pagãs, se reúne para ouvir Jesus. O Mestre se dirige aos discípulos, mas sua mensagem alcança principalmente os “pobres”, os anawin, ou seja, os famintos, aflitos e perseguidos — aqueles que não têm segurança material.
No contexto dos profetas e dos escritos sapienciais, Jesus contrapõe os “bem-aventurados”, que são felizes e sustentados pelo Senhor, aos “ricos”, que encontram sua consolação nas coisas passageiras deste mundo. Contudo, essa oposição não representa uma luta de classes, mas um chamado à confiança em Deus e à vivência de sua misericórdia. Afinal, Ele age em favor dos necessitados, fazendo justiça e trazendo esperança aos que sofrem.
Os que se bastam a si mesmos acabam se fechando à graça divina. Em contrapartida, os bem-aventurados testemunham a plenitude do amor de Deus e vivem uma alegria autêntica. Dessa forma, eles já experimentam o Reino de Deus, superando sofrimentos, perseguições e lágrimas. Isso porque sua maior riqueza está em viver plenamente em Deus.
https://catequisar.com.br/liturgia/as-bem-aventurancas-o-caminho-da-verdadeira-felicidade/

Reflexão

Descendo da montanha, Jesus proclama o “Sermão da planície”. Nesse texto, temos as “bem-aventuranças” e as “mal-aventuranças” do Evangelho de Lucas. Na planície, Jesus defronta-se com numerosos discípulos e grande multidão das cidades vizinhas e, então, inicia o discurso numa linguagem direta e olhando de frente a realidade do povo sofrido e ansioso por uma Boa Notícia. Jesus proclama felizes os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos por causa da fé. Em contrapartida, proclama os “ais” contra os ricos, os saciados, os que riem e os elogiados. As bem-aventuranças não são um apelo ao conformismo. Ao contrário, conclamam os pobres e famintos a levantarem a cabeça, na certeza de que, no empenho pela justiça, sua situação haverá de mudar. Os pobres não são felizes por causa de sua pobreza e miséria, mas porque Deus está com eles. Jesus não condena os ricos, mas os chama a ser solidários e partilhar do muito que têm com os que nada ou pouco possuem.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/16-domingo-7/

Reflexão

«Folgai nesse dia, exultai»

Rev. D. Enric RIBAS i Baciana
(Barcelona, Espanha)

Hoje voltamos a viver as bem-aventuranças e as “mal-aventuranças”: «Bem-aventurados sóis vós...», sim agora sofres em meu nome; «Ai de vós...», se agora ris. A fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho faz com que sejamos rejeitados, escarnecidos nos medos de comunicação, odiados, como Cristo foi odiado e crucificado. Há quem pensa que isso se deve à falta de fé de alguns, mas talvez—bem visto— é devido à falta de razão. O mundo não quer pensar nem ser livre; vive imerso desejando a riqueza, do consumo, do doutrinamento libertário que se enche de palavras vãs, vazias onde se escurece o valor da pessoa e se burla dos ensinamentos de Cristo e da Igreja, uma vez que —hoje por hoje— é o único pensamento que certamente vai contra a correnteza. Apesar de tudo, o Senhor Jesus nos infunde coragem: «Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. ( )... Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas» (Lc 6, 22.23).
João Paulo II, na encíclica Fides et Ratio, disse: «A fé move a razão ao sair de seu isolamento e ao apostar, de bom agrado, por aquilo que é belo, bom e verdadeiro». A experiência cristã em seus santos nos mostra a verdade do Evangelho e destas palavras do Santo Padre. Ante um mundo que se satisfaz no vicio e no egoísmo como fonte de felicidade, Jesus mostra outro caminho: a felicidade do Reino do Deus, que o mundo não pode entender, e que odeia e rejeita. O cristão, entre as tentações que lhe oferece a “vida fácil”, sabe que o caminho é o do amor que Cristo nos mostrou na cruz, o caminho da fidelidade ao Pai. Sabemos que entre as dificuldades não podemos desanimar-nos. Se procuramos de verdade o Senhor, alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas (cf. Lc 6,23).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «A Misericórdia quer que sejas misericordioso, a Justiça deseja que sejas justo, pois o Criador quer verse refletido na sua criação, e Deus quer ver reproduzida à sua imagem no espelho do coração humano» (São Leão Magno)

- «O Sermão da montanha está dirigido a todo o mundo, no presente e no futuro, e só se pode entender e viver seguindo Jesus, caminhando com Ele» (Bento XVI)

- «A bem-aventurança prometida coloca-nos perante as opções morais decisivas. Convida-nos a purificar o nosso coração dos seus maus instintos e a procurar o amor de Deus acima de tudo (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.723)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-02-16

Reflexão

As “Bem-aventuranças”, paradoxos do cristão

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Jesus chama muitas vezes “felizes” aos seus discípulos. As “Bem-aventuranças” são palavras de promessa, que servem ao mesmo tempo como orientação moral. Cada “bem-aventurança” descreve, por assim dizer, a situação fática dos discípulos de Cristo: São pobres, estão famintos, choram, são odiados, perseguidos... São “qualificações” práticas, mas, também indicações teológico-morais.
Apesar da situação de ameaça na que Jesus vê os seus, esta se converte em promessa quando a enxerga com a luz que vem do Pai. Para o discípulo, as “Bem-aventuranças” são um paradoxo: Invertem-se os critérios do mundo apenas se enxergam as coisas desde a escala de valores de Deus. As “Bem-aventuranças” são promessas nas que resplandece a nova imagem do mundo e do homem que Jesus inaugura e, nas que "se invertem os valores".
—Quando “enxergo” através de ti, Senhor, então vivo com novos critérios, começo a “tocar” algo do que está por vir (o Céu) e entra a alegria na tribulação.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-02-16

Comentário sobre o Evangelho

O sermão da montanha: As Bem-aventuranças


Hoje assistimos ao “Sermão da Montanha”. Jesus nos dá coragem: Ele permanece sempre ao nosso lado, especialmente nas dificuldades (pobreza, tristeza, incompreensão…). Em realidade é um perigo “andar sozinho” pela vida: saciados, rindo, louvado pelos demais…
—Jesus é realista (há dificuldades!) e, ao mesmo tempo, otimista (Ele me acompanha). Caminhando com Deus nosso andar é alegre, mesmo que encontremos a dor como companheira de viagem.
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-02-16

Homilia

A PALAVRA DE DEUS: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

O mundo com seus bens temporais e passageiros não nos satisfaz. Ele e seus bens aqui ficam, e nós, um dia, saímos dele e batemos às portas da eternidade. E Jesus é nosso modelo de quem soube viver bem aqui. E, hoje, Ele nos propõe esse seu caminho de vitória: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!”.
Ele foi “pobre” a começar de si mesmo: como ninguém renunciou a si, para se encher de Deus, da vida do Pai, mesmo ao preço de sofrimentos e até da morte. Aqui passou fome, chorou, foi odiado, expulso, insultado, amaldiçoado. Mas, ressuscitado pelo Pai, hoje é eternamente bem-aventurado.
Quem, mesmo pagando o mesmo preço, por causa dele, lhe seguir os passos, esse será bem-aventurado, terá grande recompensa no céu. Assim foram tratados os profetas, hoje, felizes no céu. É a ressurreição, essa resposta do Pai à fidelíssima vida e missão de Jesus aqui na terra, que deu sentido à sua passagem pelo mundo.
“Maldito”, realmente infeliz, é quem vive exclusivamente neste e para este mundo, quem busca só a consolação do mundo, quem “agora” tem fartura, “agora” ri, e é elogiado por todos: assim tratavam os falsos profetas. Ao terminar esse “agora”, passará fome, terá luto e lágrimas, pois irá só, e de mãos vazias baterá às portas da eternidade. Os bens em que confiaram aqui ficarão!
Sim, “se é para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, nós somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão”. E, “se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor”; mas, Ele “ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”, abriu seu caminho de eternidade feliz a seus seguidores. Ele passou por aqui; não foi nem é daqui!
Então, “maldito”, infeliz é “o homem que confia no homem” e nos bens, com o coração longe do Senhor, como que vegetando no deserto sem nada frutificar. Ao contrário, “bendito”, bem-aventurado é “o homem que confia no Senhor”, é como árvore junto às águas “que nunca deixa de dar frutos”.
Bem-aventurado é quem, o mais semelhante a Jesus, unido a Ele, tendo-o como “videira” na qual vive enxertado como “ramo”, produz frutos de vida, de esperança a seus irmãos, e vive já aqui a eterna vida de Deus, que é Amor, doação; é e existe-para-o-outro. Outra promessa de Jesus: se frutificarmos aqui em favor dos necessitados, estes um dia nos abrirão as portas da eternidade no céu.
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=16%2F02%2F2025&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: Ó DEUS, que prometeis permanecer nos corações retos e sinceros, concedei-nos por vossa graça viver de tal maneira que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=16%2F02%2F2025&leitura=meditacao

COLETÂNEA DE HOMILIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 16/02/2025

ANO C


6º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

“Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” Lc 6,21

“Os dois caminhos.”

Lc 6,17.20-26

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Deus transmitiu à humanidade sua Lei para, assim, ajudá-la alcançar a perfeição. Jesus veio esclarecer todo entendimento humano, libertando das interpretações erradas que o homem havia dado a Lei Divina. Centrou-se no essencial: o amor a Deus manifestado no amor aos homens.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Deus transmitiu à humanidade sua Lei para, assim, ajudá-la alcançar a perfeição. Jesus veio esclarecer todo entendimento humano, libertando das interpretações erradas que o homem havia dado a Lei Divina. Centrou-se no essencial: o amor a Deus manifestado no amor aos homens. Deu-se a si mesmo como modelo de vida, apontando-nos o verdadeiro caminho rumo ao Pai.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, este é o Dia do Senhor, dia de celebrarmos a sua vitória sobre o pecado e a morte. Ressuscitado, Ele está no meio de nós, na potência do Espírito Santo. Somos felizes porque o Senhor nos concedeu a possibilidade de estarmos reunidos em seu nome, para ouvir sua Palavra e partilhar do seu Corpo e Sangue. Que esta Eucaristia nos faça confiar sempre no Senhor e somente nele colocar nossa esperança.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Com este domingo inicia-se a leitura do discurso da "planície", com que Lucas apresenta a nova lei: a vida moral do cristão. No fundo toda moral natural se pode resumir nesta norma: age segundo aquilo que és. A ação moral está incluída na linha da natureza. Na Bíblia as coisas são diferentes. As bem-aventuranças não são lei, mas evangelho. A lei abandona o homem às próprias forças e não o incita a adaptar-se à ela até o extremo. O evangelho, ao contrário, põe o homem diante do dom de Deus e o incita a fazer desse inexprimível dom o fundamento de sua vida.
Fonte: NPD Brasil em 17/02/2019

BENDITOS E FELIZES...

No sexto domingo do tempo comum temos diante de nós uma grande indagação. Em quem colocamos nossa confiança? Resposta que precisa ser dada de forma clara e mediante profunda reflexão.
Na primeira leitura vemos a famosa afirmação “Maldito homem que confia no homem e que busca apoio na carne, e cujo coração se afasta do Senhor” Jr17,5. Por muitas vezes corre- se o risco de interpretar o início dessa afirmação como se tivéssemos de viver em uma eterna desconfiança dos que nos cercam, e não é essa a intenção do profeta, mas do contrário , mostrar que nossa segurança deve vir do Senhor!
No evangelho temos Jesus que ao descer da montanha, após proferir as celebres ‘bem-aventuranças’, aponta quem são os destinatários dessas maravilhas anunciadas, os pobres de espírito.
O pobre desde um ponto de vista bíblico é sempre aquele que sozinho não consegue sair da situação em que se encontra e exatamente por isso precisa de uma mão estendida e só quem está em solo firme pode puxar para cima o que está em solo movediço.
No campo da fé também é assim. O Senhor espera de nós liberdade para nos relacionarmos com os bens materiais, liberdade para aderirmos a Ele e dessa forma sabermos que nossa segurança vem do alto, vem de Deus e, desse modo, termos vida plena trazendo tantos outros irmãos a também tê-la.
Texto: Equipe Diocesana - Diocese de Apucarana - PR

ALEGRAI-VOS E EXULTAI!

No Evangelho deste Domingo lemos o texto das bem-aventuranças, do Evangelho de S.Lucas (Lc 6,17-20-26). Na primeira parte do texto, Jesus proclama “felizes” os pobres, os que pedem ajuda e aqueles que acolhem o Evangelho, assumindo até o fim as consequências que ele pode trazer, mesmo perseguições e martírio.
Na segunda parte do texto, Jesus faz ameaças àqueles que vivem fechados em si mesmos, pensando que não precisam mais de nada e de ninguém, que se consideram saciados e realizados em suas vidas, desprezando até mesmo a ajuda de Deus. Eles irão experimentar a sua carência e miséria um dia!
No dia 19 de março de 2018, com a Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate” o Papa Francisco indicou o “caminho das bem-aventuranças” como via de santificação para todos. A santidade é o chamado que Deus faz a todos e deve ser a característica da vida cristã: “Esta é a vossa vocação: a santidade”. Pelo Batismo, fomos acolhidos como filhos e filhas do Deus três vezes santo, perfeitíssimo em santidade. Para os filhos de Deus só existe um modo de viver digno de Deus: sendo santos.
É por esse motivo que Jesus chama os discípulos a viverem de maneira santa, convertendo-se ao Evangelho do reino de Deus e abandonando o que não condiz com a santidade de Deus. São Paulo e os demais apóstolos, na pregação do Evangelho, insistem na busca da vida santa, no abandono das “obras das trevas”, na passagem “da morte para a vida nova”, no abandono do “homem velho” e de suas práticas, para assumir a forma de vida do “homem novo”, que se orienta pelo Espírito de Deus em seu agir.
Jesus proclamou as bem-aventuranças e também foi o primeiro a viver conforme elas. Ele nos deu o exemplo de vida santa, para que o possamos imitar. As bem-aventuranças, em última análise, baseiam- se na firme confiança em Deus, na certeza de suas promessas, na firmeza de sua palavra, que não engana nem abandona quem a acolhe e pratica fielmente.
Viver de maneira santa, conforme as bem-aventuranças, é ter Deus no centro de nossa existência e orientar a vida inteira para Ele, nada fazendo que seja contra Deus. E isso nos ajudará também a viver de maneira correta as nossas relações com o mundo e com as pessoas. O santo é uma pessoa de bem. E já vive feliz neste mundo, pois vive para Deus.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Fonte: NPD Brasil em 17/02/2019

VIVENDO A PALAVRA

Jesus declara felizes os pobres, os perseguidos, os que têm fome. Não por serem pobres, não terem o que comer ou serem perseguidos, mas porque eles vivem como os profetas: não se acomodam, nem estão satisfeitos, pesados, egoisticamente acostumados; não perderam ainda a capacidade de sonhar e lutar por um mundo mais justo. Assim Ele quer que sejamos nós, a sua Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2019

Reflexão

Em contraste com Mateus, que apresenta o “sermão da montanha”, Lucas traz o “sermão da planície”. Temos, no Evangelho de hoje, as quatro “bênçãos em favor dos pobres” e os quatro “ais contra os ricos”. Descendo da montanha onde escolheu seus apóstolos, Jesus se defronta com numerosos discípulos e grande multidão e proclama o discurso das bem-aventuranças. Jesus inicia o discurso da planície empregando uma linguagem direta e olhando de frente a realidade do povo sofrido e ansioso por uma Boa Notícia. Jesus proclama felizes os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos por causa dele. Em contrapartida, proclama os ais contra os ricos, os saciados, os que riem e os que são elogiados. As bem-aventuranças proclamadas por Jesus não são um apelo ao conformismo; ao contrário, conclamam os pobres e famintos a levantarem a cabeça, na certeza de que, no empenho pela justiça, sua situação haverá de mudar. Os pobres não são felizes por causa de sua pobreza e miséria, mas porque Deus está com eles. Jesus não deseja condenar os ricos; apenas os chama para que sejam solidários e partilhem do muito que têm com os que nada ou pouco têm.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 17/02/2019

Reflexão

Em contraste com Mateus, que apresenta o “sermão da montanha”, Lucas traz o “sermão da planície”. O texto do Evangelho apresenta as quatro “bênçãos em favor dos pobres” e os quatro “ais contra os ricos”. Descendo da montanha onde escolheu seus apóstolos, Jesus se encontra com numerosos discípulos e grande multidão; diante deles proclama o discurso das bem-aventuranças. Jesus inicia o discurso da planície empregando uma linguagem direta e olhando de frente a realidade do povo sofrido e ansioso por uma boa notícia. Jesus proclama felizes os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos por causa de Jesus. Em contrapartida, proclama os ais contra os ricos, os saciados, os que riem e os que são elogiados. As bem-aventuranças proclamadas por Jesus não são um apelo ao conformismo; ao contrário, conclamam os pobres e famintos a levantarem a cabeça, na certeza de que, no empenho pela justiça, sua situação haverá de mudar. Os pobres não são felizes por causa de sua pobreza e miséria – o próprio Jesus condena a miséria e a fome -, são felizes porque Deus está com eles. Além de palavras de ânimo, as bem-aventuranças são também uma contestação contra a exploração e a concentração, e um apelo de solidariedade dos ricos em favor dos mais necessitados.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 13/02/2022

Meditando o evangelho

SORTES CONTRASTANTES

O contraste traçado entre ricos e pobres revela duas posturas humanas distintas, diante de Deus, da sociedade e dos bens deste mundo, e a consequente sorte reservada a cada uma delas. Enquanto uma é fonte de bênção e salvação, a outra atrai para si maldição e condenação. O discípulo deve ter suficiente discernimento para saber que postura assumir.
O pobre, vivendo na carência por ter sido excluído da participação dos bens deste mundo, terá como herança o Reino de Deus. Já que não foi objeto da atenção de seus semelhantes, Deus mesmo se encarregará de tomar partido a seu favor. A privação será superada, pois o Pai o saciará. Seu pranto transformar-se-á em riso, pois lhe serão dados motivos de alegria. O ódio, o insulto e a rejeição de que são vítimas não devem ser motivo de tristeza, já que receberão a recompensa por parte do Pai, que está no Céu.
O rico, vivendo na abundância, sem dar-se conta das necessidades alheias, será punido com a fome. Tendo colocado sua esperança nos bens materiais, haverá de experimentar a carência deles. As gargalhadas vazias, talvez até diante do sofrimento do próximo, resultarão em aflição e pranto. Os louvores e as bajulações de que foi objeto resultarão inúteis, quando se defrontar com o juízo divino.
O discípulo sensato saberá que caminho tomar, para não partilhar a sorte dos que irão receber o castigo divino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Prece
Espírito de autenticidade, move-me sempre a assumir a verdadeira atitude de discípulo, que centra sua vida no projeto do Pai, e só por ele será recompensado.
Fonte: Dom Total em 17/02/2019 13/02/2022

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. BEM AVENTURADOS OS POBRES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há sempre quem veja a predileção de Deus pelos pobres, neste evangelho, apenas como uma forma de consolo aos pobres que sofrem neste mundo. Uma espécie de slogan “Sofra agora e goze depois”. Esse pensamento reforça o sistema explorador e opressor e ao mesmo tempo acalma e acomoda o pobre, tirando dele a vontade de lutar pelos seus direitos. Não é preciso lutar para mudar a situação pois é Deus que quer assim.
Embora neste evangelho Lucas fale literalmente da pobreza e riqueza material, é preciso prestar atenção em um detalhe: Jesus proclama as Bem Aventuranças olhando para os seus discípulos, que naquele momento era um grupo numeroso em meio à multidão. O evangelho não compactua com a pobreza, consequência da ganância e egoísmo do homem, a Igreja de Jesus Cristo terá sempre de ter uma palavra de ajuda e de esperança a favor da massa empobrecida, principalmente dos países da América Latina, onde de maneira vergonhosa e pecaminosa ainda temos uma massa de miseráveis ao lado de grandes conglomerados econômicos e latifundiários, que com seu poder coloca os governantes e legisladores a seu serviço.
No evangelho de Lucas o sermão das Bem aventuranças é situado em uma planície, após Jesus e seus discípulos terem descido da montanha assinalando assim, que Deus vem ao encontro do homem, como resposta ao seu sofrimento, como proposta de uma vida nova em uma sociedade onde não haja mais divisões entre classes sociais. Mas quem dará atenção e acolhimento a este projeto?
A primeira leitura responde que o homem tem duas alternativas: poderá ser feliz e bendito se souber fazer a escolha certa para viver bem esta vida, confiando no Senhor e no plano de Salvação, ou então será maldito se confiar em outro homem, não na pessoa, mas nos projetos humanos que sempre são falhos, porque atribuem um valor absoluto a coisas que passam e que são transitórias. O Diretor proprietário de um grande império econômico que a vida inteira acumulou sua fortuna de maneira egoísta, nunca se importando com o projeto de Deus e muito menos com as pessoas, na hora derradeira de sua vida mergulhará em uma crise profunda, extremamente dolorosa porque irá constatar aterrorizado que fez a escolha errada ao colocar toda sua confiança e esperança de felicidade nos bens materiais, dos quais não levará consigo um único centavo para a outra vida.
Não foi Deus que dividiu a humanidade entre ricos e pobres, essa divisão é consequência do pecado, a desgraça que há de cair na vida de um rico que nunca se importou em conhecer Deus e o seu projeto de Salvação, não é castigo divino mas apenas consequência de sua escolha.
A referência do evangelista é sempre o Reino de Deus onde se fazer pobre pelo reino não significa ser masoquista, passando fome e toda sorte de privações pois isso, com toda certeza Deus nunca desejou, como também ele não faz de suas bênção uma varinha mágica que enriquece e dá prosperidade a algumas pessoas transformando pobres em ricos e ricos em milionárias, como tenta ensinar certa corrente religiosa defensora da teologia da prosperidade. Nada na vida de fé acontece em um passe de mágica pois este não é o método de Deus.
Portanto, ser bem aventurado e feliz diante do evangelho, não é apenas uma questão de ter ou não ter muitos bens materiais, mas sim de ter se tornado discípulo do Senhor, vivendo a vida de acordo com os valores do seu reino que é a justiça e a paz, consequência da igualdade, partilha e fraternidade. Quem trilha este caminho, sem se desviar para os tentadores atalhos que o mundo nos coloca, será feliz e bendito porque confiou e colocou toda sua esperança, não naquilo que o mundo oferece mas sim na vida nova que vem da graça de Deus, e que se estende para muito além dos limites da nossa vida biológica.
É para estes benditos e benditas que o evangelho traz a boa nova, pessoas que não estarão isentas de sofrimentos, privações e até perseguições, por terem optado pelo evangelho de Cristo, que desafia e põe em cheque o conceito de felicidade que o mundo nos ensina, porque mostra-nos no Senhor Ressuscitado, que esta vida terrena é apenas caminho para se chegar na verdadeira vida, sonhada, desejada e construída ainda nesta nossa peregrinação por este mundo.
Nossas comunidades cristãs nas quais participamos, já aderiram com fidelidade a proposta que Deus nos faz em Jesus Cristo, ou pelo contrário, acabamos trazendo para dentro da comunidade certos valores sedutores que o mundo nos apresenta? A resposta a essa pergunta nos indicará se pertencemos ou não ao grupo dos Bem Aventurados...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Felizes vós que agora estais chorando...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

No coração do projeto de Jesus estão os bem-aventurados. Quem é verdadeiramente feliz aos olhos de Deus? Deus ama a todos e para a salvação de todos enviou seu Filho Jesus ao mundo, mas tem especial predileção por alguns. Olha com bons olhos aqueles que fazem o mundo andar, que movimentam as águas, que introduzem na vida a esperança.
Há quem interprete a palavra “felizes” das bem-aventuranças com o sentido de “para a frente”. “Para a frente pobres, para a frente famintos, para a frente angustiados!” São Lucas apresenta três categorias de bem-aventurados, válidas para todas as pessoas deste mundo: os pobres, os famintos e os angustiados. E acrescenta a bem-aventurança dos seguidores de Jesus.
Na contramão dos três grupos coloca os ricos, os saciados, os que riem. Os seguidores de Jesus devem prestar atenção quando forem aprovados por todos. Se todo mundo falar bem deles é porque não estão defendendo a justiça e a verdade. Jesus fala a todos os pobres, a todos os famintos e a todos os que choram.
O texto, porém, diz que ele ergueu os olhos para os discípulos, como se quisesse dizer: “Espero que vocês façam parte dos pobres, famintos e aflitos, e não dos ricos e satisfeitos”[...].
Fonte: NPD Brasil em 17/02/2019

MENSAGEM

Toda pessoa deseja ser Feliz. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “O próprio Deus colocou no coração do homem um desejo íntimo de felicidade”. (CIC 1718). E na procura da felicidade, busca muitas vezes segurança na riqueza, no prazer, no poder, no êxito e promoção pessoal… Qual é o caminho para conquistá-la? As leituras bíblicas apontam dois caminhos: um leva à plena realização, o outro geralmente à decepção…
A 1a Leitura inicia com uma afirmação: “Infeliz o homem que CONFIA no homem”. (Jr 17,5-8) Onde buscamos nossa segurança? Nos valores propostos pelos homens? Quando confiamos demais nas pessoas: amargamos grandes ilusões… Quando confiamos demais em nós: temos o perigo da autossuficiência… Quando confiamos demais nas coisas: provamos dolorosas frustrações… Por isso, o Senhor alerta que esse não é o caminho certo… e acrescenta: “Feliz o homem que CONFIA NO SENHOR, e cuja esperança é o Senhor”. “É como a árvore plantada à beira da torrente… nunca deixa de dar frutos.” Só Deus é a fonte segura de felicidade e de vida plena.
O Salmo reforça a mesma ideia: “É feliz quem a Deus se confia…” (Sl 1)
Na 2a Leitura: Paulo afirma que é feliz quem deposita sua fé e esperança no “Cristo Ressuscitado”. (1Cor 15,12.16-20) A ressurreição dá sentido à nossa vida e à nossa fé, e é garantia de nossa própria ressurreição…
No Evangelho: Jesus propõe um caminho seguro para a felicidade, através das BEM-AVENTURANÇAS. (Lc 6,17.20-26) É o discurso inaugural de Jesus, no qual Lucas apresenta quatro Bem-aventuranças e quatro Advertências (Mt 8): O Local é a Planície… (não a montanha) Os Destinatários mais diretos são os Discípulos… (não o povo) O Mundo proclama “felizes” os que têm dinheiro, poder, influência… Jesus declara “felizes” os pobres e amaldiçoados os ricos gananciosos.

1 - AS BEM-AVENTURANÇAS: “Bem Aventurados VÓS que sois POBRES, porque vosso é o Reino de Deus!”. Os discípulos tinham deixado tudo para seguir Jesus. Não colocaram a sua segurança nos bens materiais… Por isso são bem-aventurados, porque para eles chegou o Reino de Deus. Bem Aventurados VÓS, que tendes FOME, que CHORAIS, que sois PERSEGUIDOS… A Bem-aventurança deles não se deve à situação de pobreza, de fome, de lágrimas e perseguição, mas porque, com a vinda do Reino, essas situações dolorosas desaparecerão.

2 - AS MALDIÇÕES: “Ai de VÓS, que sois RICOSFARTOSELOGIADOS… que agora RIDES,” enquanto tantos choram… Denunciam a lógica dos que têm o coração cheio de orgulho e autossuficiência. Colocam-se numa situação que impede a aceitação da riqueza oferecida por Deus. As Bem-aventuranças manifestam o que Jesus já havia dito no início da sua atividade, na sinagoga de Nazaré: ele foi enviado pelo Pai ao mundo para libertar os oprimidos. As “Advertências” aos ricos não significam que Deus não tenha para eles a mesma proposta de salvação; mas significam que, se persistirem numa lógica de egoísmo e de injustiça, eles não têm lugar no “Reino” que Jesus propõe. Onde está a nossa felicidade? Onde colocamos a nossa segurança? nos amigos influentes que conquistamos? no dinheiro que temos na poupança? nos bens materiais, que possuímos? no poder que exercemos, na posição social, que ocupamos? no luxo e no conforto que construímos? nos elogios e homenagens que recebemos? Nenhuma pessoa… nenhuma riqueza… nenhuma posição social, nenhuma fama poderá nos trazer a verdadeira felicidade… Só Deus poderá saciar plenamente a nossa fome de felicidade… FELIZ: – Não é quem possui todos os tesouros da terra. FELIZ: – É quem faz de DEUS o seu verdadeiro Tesouro.
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa
Fonte: Correio do Pantanal em 17/02/2019

Viver sob a luz da Palavra

“Exultai naquele dia, pulai de alegria, porque vossa recompensa será grande” (Lc 6,23)

O evangelho deste 6º domingo do Tempo Comum traz o sermão da montanha ou as bem-aventuranças. O sermão de Cristo é dirigido aos discípulos e as pessoas que procuravam Jesus a fim de serem libertos das impurezas.
O sermão da montanha é um convite a vivermos mais fielmente sob a luz da Palavra que traduz a vontade de Deus. O que possuímos nesta vida é passageiro, temporário, corruptível.
O meu sofrimento deve ser compreendido segundo a vontade de Deus. A felicidade plena não está na forma como vivemos a vida: na abundancia ou na penúria. Ela é alcançada pela perseverança no amor a Deus e sua santa vontade como expressamos na oração do “Pai Nosso”.
Paz e bem!
Reflexão feita pelos noviços
Fonte: Vida Cristã Franciscanos em 17/02/2019

Comentário

O Evangelho deste domingo reúne uma das passagens mais surpreendentes e nucleares da pregação de Jesus: as Bem-aventuranças, que com a sua linguagem paradoxal são um ensinamento sobre a verdadeira felicidade que todos os homens procuram. São Josemaria as definia como “um poema de amor divino”[1]. De fato, como explica o Papa Francisco, “as Bem-Aventuranças são o retrato de Jesus, a sua forma de vida; e constituem o caminho da verdadeira felicidade, que também nós podemos percorrer com a graça que Jesus nos concede”[2]. Lucas mostra o Mestre de pé sobre uma planície, pregando com autoridade e majestade. Misturados com a multidão, hoje podemos sentir as suas palavras como dirigidas a nós.
“Bem-aventurados vós, os pobres”. Na vida de um cristão a pobreza não é opcional: sem ela não se é discípulo nem se é feliz. Todos nós devemos vivê-la como o Mestre. E para encarnar a pobreza no meio do mundo, São Josemaria recomendava: “Aconselho-te a ser parco contigo mesmo e muito generoso com os outros. Evita os gastos supérfluos por luxo, por veleidade, por vaidade, por comodismo...; não cries necessidades”[3]. Diante de um clima geral de consumismo, é necessário verificar com frequência se estamos desprendidos das coisas que usamos; se vivemos leves de bagagem para seguir Jesus de perto e começar a possuir “o Reino de Deus”. Se vivermos a pobreza, saberemos também cuidar dos outros com generosidade, especialmente dos pobres e dos necessitados, a quem nunca olharemos com indiferença.
“Bem-aventurados, vós que agora tendes fome”. Na opulência dos ricos e saciados não há lugar para Deus e para os outros. Por outro lado, quem vive com sobriedade e temperança começa a “ser saciado” por Deus. Trata-se de gozar dos bens terrenos com gratidão, mas de tal modo que eles nos levem a desejar os bens espirituais. Esta bem-aventurança nos convida também a trabalhar com confiança na providência: enquanto procuramos ganhar com retidão o sustento necessário, mantemos a serenidade diante das possíveis dificuldades, porque Deus nunca abandona os seus filhos.
Jesus também diz que são bem-aventurados os que agora choram, porque mais tarde vão rir. Quando um cristão tenta imitar o Mestre, “experimenta relação interior entre a cruz e a ressurreição”[4], como explicava Bento XVI. Unidos a Cristo, adquirimos a força para transformar o sofrimento em amor redentor. Temos então a mesma alegria que o Senhor viveu na sua Paixão, porque com ela o dom do Espírito Santo nos alcançou e abriu as portas do Céu. Com esta esperança e consolo, o cristão é consolo para os outros; “pode ter a coragem de compartilhar o sofrimento alheio, e deixa de fugir das situações dolorosas”[5], diz o Papa Francisco.
Finalmente, Jesus chama bem-aventurados os que sofrem perseguição ou rejeição por sua causa. A nossa coerência de cristãos comuns pode chocar ou incomodar os outros. Mas devemos ser corajosos para refletir em nosso comportamento o rosto amável de Jesus que todas as pessoas buscam. Aqui podemos seguir o conselho dado por São Pedro aos primeiros cristãos: “Se tiverdes que sofrer por causa da justiça, felizes de vós! Não tenhais medo de suas intimidações, nem vos deixeis perturbar. Antes, declarai santo, em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo” (1 Pedro 3, 14-18).Em resumo, e ao contrário do que poderia parecer, a nossa felicidade não reside na posse ilimitada de bens. Também não se trata de obter a aprovação dos outros a todo o custo. A felicidade está antes na identificação com Cristo.

[1] São Josemaria, Anotações de uma meditação, 25-XII-1972, (AGP, P09, p. 186), cita publicada en E. Burkhart y J. López, Vida cotidiana y santidad. 3: En la enseñanza de San Josemaría, Rialp, Madrid 2013. 125.
[2] Papa Francisco, Audiência 6 agosto 2014.
[3] São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, 123.
[4] Bento XVI, Jesus de Nazaré I, p. 78.
[5] Papa Francisco, Gaudete et exultate, 76.
Fonte: Opus Dei em 17/02/2019

COMENTÁRIO

Meditaremos hoje as bem-aventuranças. Lucas apresenta Jesus falando aos seus discípulos e para uma grande multidão, numa planície.
Interessante notar que Lucas diz que Jesus está numa planície, enquanto Mateus, em seu evangelho, capítulo 5, versículos de 1 à 12, apresenta Jesus proclamando as bem-aventuranças do alto de uma colina. Afinal, Jesus estava numa planície ou numa colina?
Se, planície ou colina, tanto faz. Jesus nunca escolheu lugar para ensinar. Na sua simplicidade, algumas vezes o vimos pregando sentado no chão, outras vezes agachado e, certamente, não faria a menor cerimônia se tivesse que subir numa cadeira ou banquinho para ser mais melhor ouvido.
Segundo Mateus, Jesus é o Messias que realiza todas as promessas feitas no Antigo Testamento. Jesus é o novo Moisés que veio para conduzir e salvar o seu povo. Por isso, Mateus apresenta o Mestre sempre próximo da multidão e falando de pontos altos, sobre um barco ou montanha.
Lucas, no entanto, procura mostrar a mesma coisa de outra maneira, mostra que, mesmo sendo Grande, mesmo sendo Deus, Jesus se coloca no mesmo nível do povo, no meio da multidão. Por isso o apresenta na planície. Para nós, mais importante que o relevo ou o local, é a presença de Jesus e a mensagem das bem-aventuranças.
Em Lucas, encontramos quatro bem-aventuranças dirigidas aos pobres, excluídos e marginalizados; os que têm fome, os que choram, os que são odiados e os que são perseguidos por causa de Jesus. As outras quatro não sei se podem ser chamadas de bem-aventuranças, na verdade são sérias repreensões ou advertências para aqueles chamados ricos.
Os pobres que Jesus se refere, não são somente os pobres de bens e que não têm o que comer ou vestir. Os pobres de Jesus são os humildes, os desapegados de seus bens, são aqueles que vivem a partilha, vivem o evangelho. São aqueles cuja maior riqueza é a amizade de Deus.
O mesmo critério vale para os ricos. Existem pessoas que moram em castelos, donas de grandes fortunas, mas que sabem viver a pobreza e a partilha. No entanto, Jesus as adverte para que tomem cuidado, pois é muito difícil ter todas essas coisas, sem ficar presos a elas.
Aqui, o termo rico tem o sentido de ganância e poder. O rico que Jesus se refere, é prisioneiro do consumismo e escravo do dinheiro, é até mesmo aquele pobre de bens materiais, que quer tudo só para si, que não divide e não pensa no próximo. A esse Jesus diz: “Infeliz você que pensa não necessitar de Deus, só porque é rico de bens materiais e se acha plenamente satisfeito com as coisas deste mundo!”
A doutrina de Jesus é o oposto da nossa. Ele atrai para perto de si, aquele que o mundo enjeita, e chama de feliz aquele que o mundo chama de desgraçado. Jesus enaltece o pobre, o que passa fome, o odiado e perseguido. Chama de feliz o que chora, não porque chora, mas porque será consolado. Chama de feliz o pobre, não por ser pobre, mas porque dele é o Reino dos Céus.
Esse é um apelo para uma conversão profunda, é uma advertência para o grande mal do apego às coisas terrenas. É também uma forma de dizer que será recompensado, no céu, quem lutar por justiça e paz, apesar de na terra, só receber perseguição, sofrimento e dor.

COMENTÁRIO

FELICIDADE E AS BEM-AVENTURANÇAS

E, levantando os olhos para os seus discípulos, disse: ‘bem-aventurados vós…” (Lc 6,20)

Jesus para numa planície com os discípulos e com grande multidão, e junto a estes, faz este belo sermão das bem-aventuranças, apontando caminhos à felicidade, e, ao mesmo tempo nos adverte com quatro “ais”. Ao me juntar a multidão, na leitura do Evangelho, ainda hoje, experimento as palavras ecoar em meu interior e entendo que Jesus fala de minha felicidade. Mas, qual será o caminho da felicidade?
Jesus, vem e fala de felicidade, fala de vida, não fala de uma ética fundada em deveres e obrigações, mas, sim, numa ética de felicidade e ventura. Pelas Palavras de Jesus, entendemos que as bem-aventuranças atraem para a felicidade substituindo os mandamentos que são proibitivos. E, mais interessante, que esta promessa de felicidade não será para depois da morte, mas, já felicidade nesta vida.
O (CIC 1718), nos diz: “O próprio Deus colocou no coração do homem um desejo íntimo de felicidade”, mas, às vezes, buscamos a felicidade: na riqueza, no prazer, no poder, no êxito e promoção pessoal… Temos dois caminhos a seguir: a) plena realização e b) decepção. Qual escolhemos?
Se a felicidade nasce dentro de nós: daquilo que sentimos, que valorizamos, que vivemos… precisamos ser o que somos em serenidade, mantendo nossa paz interior, pois só assim a felicidade se unirá a gratuidade. Pois, na gratidão, temos a certeza que estamos em Deus e Deus conosco.
Por ocasião do Retiro Quaresmal, que iremos iniciar em breve, recebo de um dos participantes, um livro de presente, ao qual recomendo a leitura. Chama-se: “FELICIDADE”, o que realmente importa para uma vida bem-sucedida. Pois a vida é ameaçada, finita, frágil. O que a sustenta, senão a Felicidade. Os autores: Anselm Grün, que está entre os mais importantes autores da atualidade e Walter Kohl, empresário e analista financeiro, filho do ex-chanceler Helmut Kohl. Editado pela Editora Vozes, em 2018.
Boa oração!
Fonte: Caritatis em 17/02/2019

REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL

NOTAS PARA COMPREENSÃO DO TEXTO:

- TIRO era uma cidade fenícia situada numa ilha do Mediterrâneo, cidade pagã, que tinha intercâmbios comerciais com Israel.

- SIDÔNIA (também chamada SIDON) era a principal cidade fenícia, também cidade pagã que tinha intercâmbios comerciais com Israel. Hoje ela faz parte do Líbano.

Nota-se no evangelho de Lucas, mais do que nos outros evangelistas, uma presença maior de pessoas de nacionalidade estrangeira, pagãos como os tírios e sidônios pelos motivos seguintes. Lucas não era judeu, era pagão convertido(...) Por isso, uma das características do seu evangelho é a universalidade, isto é, ele procura enfatizar que Jesus veio para todos: judeus e pagãos. Portanto, ele é descomprometido com os usos e costumes judeus e direciona o seu evangelho para os pagãos, infiéis, pobres e indiferentes.

BEM-AVENTURADOS VÓS, "OS POBRES", PORQUE VOSSO É O "REINO DE DEUS"

Embora estivesse acompanhado de grande multidão quando inicia o sermão das bem-aventuranças, Jesus se dirige aos seus discípulos, é o que se nota. Isso não quer dizer que as bem-aventuranças sejam um privilégio dos seus discípulos. É que Jesus quis confiar esse legado precioso às colunas-mestras da sua Igreja: os discípulos, que são os divulgadores-mestres da sua doutrina.
"Bem-aventurados vós, os pobres..." - Mas que pobres? Será que os ricos não entram no Reino de Deus? Não há dúvidas que Ele se dirigiu aos pobres (os desprovidos de bens), mas foi com o seu olhar voltado para o "despojamento", o estado de espírito ideal para se aceitar o Reino. Os "pobres" são equiparados às crianças ("os pequeninos") e aos humildes, que são os mais disponíveis. Os ricos, de modo geral, não são disponíveis para aceitá-lo, porque o coração deles, geralmente, já está ocupado. Veja o trecho de Mateus (Mt 6, 19 e ss): "Não ajunteis para vós tesouros na terra..., pois onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração." Jesus não entregou o seu Reino à classe social dos pobres. Os ricos também terão o Reino, desde se façam como a maioria dos pobres: "despojados". A famosa coluna-laranja do jornalzinho "O Domingo" de 11/02/07 do Padre Nilo Luza dia isso com excepcional clareza: "A riqueza se torna problema quando conquista o coração da pessoa, no seu pequeno mundo...Há grande diferença entre "possuir" os bens materiais e "ser possuído" por eles...Quando a riqueza toma conta do coração humano, a pessoa se inclina para os bens materiais e os idolatra."
Mostrando o sentido exato dessa bem-aventurança, que é o pensamento de Jesus, Mateus explicita-a na sua versão: "bem-aventurados os pobres em espírito..."

EQUÍVOCOS SOBRE O ENDEUSAMENTO DAS RIQUEZAS

1) O mundo moderno põe a felicidade suprema no "T E R", que para eles devia ser escrito sempre com inicial maiúscula, pois ele é um deus a quem o mundo sacrifica tudo: honra, consciência, virgindade, paz, saúde e a própria vida.

2) Para os judeus do Antigo Testamento, o "T E R" significava bênção divina. "Ser pobre significava ser desprezado por Deus" (Frei Clarêncio Neotti). Por quê? Para eles, interpretando mal as Sagradas Letras, a pobreza como a doença eram tidas como castigos do pecado.

3) Baseados nessa interpretação errônea dos judeus, algumas igrejas protestantes criaram a "Teologia da Prosperidade", que se extravasa na apologia exagerada do "TER".

4) Não deixemos que o "dinheiro" domine também o nosso coração. Ele é sorrateiro. O seu domínio começa quando nossa necessidade de Deus vai enfraquecendo. Quando os nossos pedidos aflitivos de ajuda feitos a Ele estiverem rareando, é bom verificar se as riquezas já não tomaram conta do nosso coração.
FRANCISCO VALMIR ROCHA

REFLEXÕES DE HOJE

DOMINGO

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 17/02/2019

HOMILIA DIÁRIA

A confiança do nosso coração deve estar somente no Senhor

Bem-aventurados os pobres que têm em Deus a sua única confiança

“Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor.” (Jeremias 17,5)

Na liturgia deste domingo, Jesus está exaltando os pobres, os que têm fome, os que choram. Ele exalta todos aqueles que são odiados e perseguidos por causa do Evangelho. Ele lamenta por aqueles que são ricos, que têm farturas, que não passam por necessidades; aqueles que riem pelo que tem e não se preocupam com aqueles que não têm nada.
No Evangelho de hoje, Jesus nos aponta que o caminho da confiança está em Deus. É n’Ele que o nosso coração tem de se refugiar, se apoiar, porque Ele é o nosso sustento.
Não coloquemos a nossa esperança e confiança nos homens. Não as coloquemos em homem algum, nem nos da política, nem nos das empresas ou dos negócios. Pois, todos os seres humanos, a começar em mim, são falíveis. E, Deus é o único que não é.
Não podemos fazer outra coisa, a não ser conduzir os corações para Deus. Apontar que Ele é o Senhor; que é o Messias; o Salvador. Os homens podem apenas serem os colaboradores; frágeis colaboradores da graça de Deus. Mas, ai do homem, que põe em si a sua confiança. Ai do homem, que faz dos seus bens materiais, do seu poder, daquilo que tem, motivos da sua valorização. Ai daqueles que confiam no que o outro tem, no que o outro pode, e no que o outro irá fazer.
A confiança do nosso coração deve estar somente no Senhor. É Ele quem cuida de nós; é Ele quem é o nosso refúgio.
Não é para vivermos desconfiados uns dos outros, achando que ninguém presta; é só para darmos a devida proporção. Confiar no outro até onde se pode confiar. Nunca colocar alguém no lugar de Deus ou acima d’Ele. Nunca colocar alguém no mesmo patamar de Deus.
Deus acima de todos os nossos pensamentos, dos nossos sentimentos, da nossa confiança. Em Deus iremos aprender a viver uns com os outros. Por isso, bem-aventurados os pobres que têm em Deus a sua única confiança. Bem-aventurados os pobres que sabem confiar no Senhor. É Ele quem sabe saciar a nossa pobreza, consolar as nossas lágrimas e cuidar do nosso coração.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 17/02/2019

HOMILIA DIÁRIA

Viva a bem-aventurança de ser de Deus

“Levantando os olhos para os seus discípulos, disse: ‘Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir! Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem!’.” (Lucas 6,20-22)

Um detalhe bonito que o Evangelho de Lucas nos apresenta é esse: Jesus levantando os olhos para os Seus discípulos. Jesus vê os Seus discípulos, Ele vê nos Seus discípulos e em cada um de nós também a pobreza, a fome, o choro, as injustiças, as fadigas, as tribulações. Jesus reconhece nos Seus discípulos e em cada um de nós essa possibilidade da vivência das bem-aventuranças, Jesus reconhece isso. Jesus vê e dá um significado diferente, Ele transforma todas essas realidades de fome, de pobreza, de choro, de injustiça, transforma isso em bem-aventurança, em possibilidade de santificação.
Bem-aventurado, aqui, não é porque eu sou uma pessoa que sofro, que choro, uma pessoa que não tem sorte, uma pessoa injustiçada, mas porque, mesmo se eu estiver nesta condição, Deus estará comigo. Por isso somos bem-aventurados. Não é simplesmente ou meramente porque passamos por essas dificuldades, mas é porque passamos por elas na companhia de Deus, é porque nós transformamos essas realidades em oportunidades para nos santificar, para sermos pessoas mais de Deus, para sermos pessoas mais fiéis.

Vamos viver essa bem-aventurança, uma aventura bela de sermos de Deus, de acolhê-Lo na nossa vida

Ninguém pode viver nenhuma dessas condições estando sozinho, faça chuva ou faça sol, Deus precisa estar comigo. Na alegria e na dor, Deus precisa estar comigo. Na abundância, mas também no momento que faltar, Deus precisa estar comigo. Quem decide viver sozinho esses momentos de tribulação está vivendo já o inferno sem se dar conta, porque o inferno é justamente estar sozinho, é viver sozinho. E Deus quer ser a companhia para os nossos corações no momento em que faltar alguma coisa, no momento em que nós passarmos pela pobreza, no momento em que nós estivermos chorando, no momento em que nós formos injustiçados, traídos, decepcionados, Deus quer ser a nossa companhia para transformar todos esses sofrimentos em bem-aventurança.
Para que a vida seja uma bem-aventurança, ou seja, uma bela aventura, Deus precisa encontrar espaço para caminhar comigo e com você! Deixemos Deus caminhar conosco, vamos viver essa bem-aventurança, uma aventura bela de sermos de Deus, de acolhê-Lo na nossa vida até mesmo nos momentos mais difíceis. Ele é a nossa companhia, Ele quer ficar sempre do nosso lado!
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/02/2022

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, quando as limitações humanas nos levarem ao sofrimento, ajuda-nos a transformar os momentos de dor em atitudes de solidariedade com os companheiros do caminho; a nossa solidão, em testemunho da presença do teu Reino de Amor em nossos corações, como foi anunciado por Jesus Cristo, teu Filho Unigênito feito nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/02/2019