Hoje, na festa de Nossa Senhora, a Virgem das
Dores, escutamos palavras pungentes de boca do ancião Simeão: «E a ti, uma
espada traspassará tua alma!» (Lc 2,35). Afirmação que, no seu contexto, não
aponta unicamente à paixão de Jesus Cristo, senão que ao seu mistério, que
provocará uma divisão no povo de Israel e, por conseguinte uma dor interna em
Maria. Ao longo da vida pública de Jesus, Maria experimentou o sofrimento pelo
fato de ver a Jesus rejeitado pelas autoridades do povoado e ameaçado de morte.
Maria, como todo discípulo de Jesus, teve de
aprender a colocar as relações familiares em outro contexto. Também Ela, por
causa do Evangelho, tem que deixar ao Filho (cf. Mt 19,29), e há de aprender a
não valorizar a Cristo segundo a carne, ainda quando tinha nascido dela segundo
a carne. Também Ela há de crucificar sua carne (cf. Ga 5,24) para poder ir se
transformando a imagem de Jesus Cristo. Mas, o momento forte do sofrimento de
Maria, no que Ela vive mais intensamente a cruz, é o momento da crucificação e
a morte de Jesus.
Também na dor, Maria é modelo de perseverança
na doutrina evangélica ao participar nos sofrimentos de Cristo com paciência
(cf. Regra de São Bento, Prólogo 50). Assim tem sido perante sua vida toda e,
sobre tudo, no momento do Calvário. Assim, Maria transforma-se em figura e
modelo para todo cristão. Por ter estado estreitamente unida à morte de Cristo,
também está unida a sua ressurreição (cf. Rm 6,5). A perseverança de Maria na
dor, fazendo a vontade do Pai, lhe dá uma nova irradiação no bem da Igreja e da
Humanidade. Maria nos precede no caminho da fé e do seguimento de Cristo. E o
Espírito Santo nos conduz a nós a participar com Ela nessa grande aventura.
Fonte Comentário: Dom Josep Mª SOLER OSB Abade
de Montserrat (Barcelona, Espanha)
HOMILIA
Todo sofrimento pode se transformar em frutos
de salvação
Deus está conosco e em Maria, aquela que soube
sofrer tudo em Deus, Ele ensina para nós que todo sofrimento pode se
transformar em frutos para a nossa salvação.
“Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma” (Lucas 2, 35).
Nós hoje
celebramos a Senhora das Dores, Maria, a Mãe de Deus, a Mãe de Jesus, aquela
que acompanhou os passos do seu Filho desde que foi concebido no seu ventre até
a ressurreição gloriosa d’Ele. Ela acompanhou as alegrias da vinda de Jesus até
a Sua glória. Mas, muitas vezes, as alegrias em Deus são recheadas também de
espinhos, de dores, de sofrimentos. Contudo, toda a dor e todo o sofrimento
deem ser vividos com um sentido e com uma luz.
A luz de Deus traz sentido pleno à nossa vida. Por isso, em Maria, todos os
seus sofrimentos foram vividos por amor ao seu Filho Jesus e foram oferecidos
para a salvação de toda a humanidade. Os sofrimentos de Maria não foram poucos,
os sofrimentos dela foram por causa do seu Filho ou com Ele. Desde o momento em
que Nossa Senhora aceitou e deu seu “sim” a Deus, ela sofreu a rejeição, a
incompreensão, a perseguição, a solidão, o abandono, a dor e a tristeza. E
também viu seu Filho ser rejeitado, ser incompreendido, ela viu seu Filho não
ser amado.
Tudo
aquilo que um filho sofre a mãe sofre junto e, muitas vezes, sofre muito mais,
porque a mãe leva para si, carrega para si, tudo aquilo que o seu filho vive. No entanto, Maria não transformou os seus
sofrimentos numa agonia sem fim ou sem sentido; ela os transformou em lágrimas
de salvação, que foram todas para o coração de Deus, e ela está vertendo, hoje,
para a nossa salvação.
Deixe-me dizer a você: Maria é companheira, é solidária, está junto de
todos aqueles que sofrem. Ela sofre com você, mãe; sofre com você, pai; sofre
com você, jovem; ela sofre as dores da humanidade, se faz solidária e se faz
presente em nossa vida. Assim como ela foi consolo para o seu Filho, foi
consolo para os seus, ela é também consolo para nós! Ela vem enxugar nossas
lágrimas, vem nos ajudar a não nos perdermos em nossos sofrimentos e,
sobretudo, a não nos entregarmos ao desespero.
Nós podemos passar pelo vale de lágrimas, podemos passar por sofrimentos
até torturantes, mas não podemos nos desesperar, perder a direção, perder o
sentido, perder o rumo da vida, jamais! Deus está conosco e em Maria, aquela
que soube sofrer tudo em Deus, Ele ensina para nós que todo sofrimento pode se
transformar em frutos para a nossa salvação.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
LEITURA ORANTE
Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos,
para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes
de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo
19,25-27, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Perto da cruz de
Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Clopas, e também
Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele
amava, disse a ela:
- Este é o seu filho.
Em seguida disse a ele:
- Esta é a sua mãe.
E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.
As mulheres e um discípulo assistem a crucifixão de Jesus. O Mestre não está
só. Ali, ao pé da cruz, inicia-se a "comunidade dos crentes". Este
aspecto é claro quando Jesus confia o discípulo à mãe e a mãe ao discípulo.
Maria é indicada como mãe. Não com um nome, mas com uma função. Também o
discípulo não é chamado pelo nome, mas como "discípulo que ele
amava". Também uma função representativa. Maria e o discípulo têm, embora
de modo diferente, relação com a Igreja. A mãe de Jesus torna-se Mãe do
discípulo e de todos os discípulos. Desta forma pode-se concluir que a Mãe de
Jesus, ao pé da cruz, tornou-se Mãe da Igreja. Assim também, o último ato de
Jesus na cruz foi fundar a Igreja
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
O que o texto me diz no momento?
Tenho Maria como minha Mãe?
Como é meu
relacionamento com ela?
E meu relacionamento com a Igreja?
Como se dá?
Os
bispos, na Conferência de Aparecida, disseram: " Uma autêntica
evangelização de nossos povos envolve assumir plenamente a radicalidade do amor
cristão, que se concretiza no seguimento de Cristo na Cruz; no padecer por
Cristo por causa da justiça; no perdão e no amor aos inimigos. Este amor supera
o amor humano e participa no amor divino, único eixo cultural capaz de
construir uma cultura da vida. No Deus Trindade a diversidade de Pessoas não
gera violência e conflito, mas é a mesma fonte de amor e da vida. Uma
evangelização que coloca a Redenção no centro, nascida de um amor crucificado,
é capaz de purificar as estruturas da sociedade violenta e gerar novas
estruturas. A radicalidade da violência só se resolve com a radicalidade do
amor redentor. Evangelizar sobre o amor de plena doação como solução ao
conflito deve ser o eixo cultural "radical" de uma nova sociedade. Só
assim o Continente da esperança pode chegar a se tornar verdadeiramente o
Continente do amor." (DAp 543).
Sinto-me membro de Corpo, cuja Cabeça é Jesus?
Sou capaz de sofrer por causa de
Cristo?
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Canto com o Padre Zezinho, scj,
Mater Dolorosa
Tu que, ao sangue do teu Filho mistura tuas lágrimas.
Tu, que sem perder teu brilho sufoca tuas mágoas.
Tu que tens teu Filho morto nos teus braços de mulher
Ora pelas mães! Ora pelas mães!
Pelas mães dos assassinos
Pelas mães dos que morreram
Todas elas vestem luto
Pois morreram com o filho
Ora pelas mães que estão sem paz
Pois nelas a violência dói bem mais
Ora pelas mães que estão sem paz
Pois nelas a violência dói bem mais.
CD Quando me chamaste - Pe. Zezinho - Paulinas COMEP
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os
olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de
Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.
Vou demonstrar pela vida que vivo como Igreja da qual Maria é a Mãe. Escolho
uma frase ou palavra para memorizar. Vou repeti-la durante o dia.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
Oração Final
Pai Santo, que nos livras da
angústia pelo que fizemos – ou não fizemos – no passado e dos medos criados no
presente que vivemos, protege-nos contra a ansiedade quanto ao futuro.
Ensina-nos, Pai amado, a depositar nossa esperança em Tuas mãos
Misericordiosas, nós pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.