ANO A

Lc 18,9-14
Comentário do
Evangelho
Duas atitudes do homem diante
de Deus.
Os destinatários da parábola são apresentados logo no primeiro
versículo do evangelho de hoje: aqueles que fechados sobre si mesmos, sobre
suas próprias obras, consideram os outros como inferiores e, por isso, se
enganam na sua relação com Deus. A parábola apresenta duas atitudes do homem
diante de Deus. O fariseu, embora reconheça que o cumprimento da Lei é dom, se
apresenta soberbo e autossuficiente diante de Deus. Para ele a salvação é
merecimento em razão de suas próprias obras, e não dom de Deus que deve ser
acolhido. A consequência dessa atitude é o juízo condenatório e o desprezo
pelos outros. O publicano, ao contrário, se apresenta diante de Deus humilde,
consciente de sua falta, necessitado da misericórdia do Senhor. Há uma prática
religiosa que, voltada para si mesma ou para a pessoa que a pratica, se
transforma em pura vaidade e sutilmente rejeita um Salvador, pois o que ele
pratica é, para ele, a sua justificação. A salvação é dom de Deus. O que nós
fazemos deve ser a expressão da gratidão e da consciência do dom recebido.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me consciente de minha condição
de pecador, livrando-me da soberba que me dá a falsa ilusão de ser superior a
meu próximo e mais digno de me dirigir a ti.
Vivendo a Palavra
Orgulho, presunção, confiança nas nossas próprias
forças – talvez esteja aqui a maior das tentações. Tenhamos cuidado para
reconhecer que tudo o que somos e que temos é pura graça, generosidade total do
Pai Misericordioso. Esta é a primeira condição para partilharmos nossa vida com
os irmãos.
Reflexão
Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a
salvação não pode ser alcançada por nossas ações, uma vez que a pessoa não pode
salvar-se por si mesma, mas por uma ação amorosa e gratuita do próprio Deus.
Nós não nos salvamos, aos homens isso é impossível, mas Deus nos salva, pois
para ele tudo é possível. Sendo assim, a nossa salvação depende antes de tudo
da postura que temos diante de Deus. O fariseu contava os seus méritos diante
de Deus, o que não lhe garantiu a salvação, enquanto que, ao demonstrar as suas
misérias e os seus pecados diante de Deus, o cobrador de impostos reconhecia
que somente Deus poderia salvá-lo e implora por essa salvação e, por isso, ele
foi atendido em suas preces.
Recadinho

Respeito
meu próximo a todo custo? - Não sou como os outros homens! Diz o fariseu. Sou
assim também? - Meu Deus, tem piedade de mim! Sei rezar assim? - Em que
momentos rezo? - Sei retribuir a bondade e misericórdia que Deus tem para
comigo?
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
SOBERBA E
HUMILDADE
Jesus não suportava a soberba de quem se gabava
de ser justo, olhando os outros com desdém. Este comportamento o irritava por
revelar uma falsa imagem de Deus, completamente contrária àquela ensinada por
ele. O deus dos soberbos e orgulhosos é preconceituoso, deixa-se impressionar
por exterioridades, é injusto para com os fracos, é facilmente enganável. A um
deus assim, dirige-se o fariseu da parábola contada por Jesus. Assumindo uma
postura de evidente arrogância, dirige-se a seu deus, prestando-lhe contas de
suas práticas religiosas, como que a exigir uma recompensa generosa.
O Deus
anunciado por Jesus é, radicalmente, diferente: é o Pai atento a seus filhos,
de modo especial, aos fracos e pequeninos. Valoriza qualquer esforço humano de
superar o pecado, para colocar-se, com humildade, no caminho da conversão. Vê o
mais íntimo do ser humano, onde percebe seus sentimentos e intenções. Portanto,
não é um Deus a quem se possa enganar.
Diante
da atitude dos soberbos, Jesus não tinha dúvidas quanto ao fim que os esperava.
Eles serão humilhados ao se encontrarem na presença do Pai. Recomenda-lhes,
então, a humildade, porque só ela é capaz de sensibilizar a Deus, para a pessoa
obter dele a justificação. Portanto, quem se vanglória de ser justo, está
preparando sua própria condenação.
Oração
Espírito de humildade,
liberta-me da soberba, porque ela me afasta do Pai. E faze-me reconhecer, com
humildade, minhas próprias limitações.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório –
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, alegrando-nos
cada ano com a celebração da Quaresma, possamos participar com fervor dos
sacramentos pascais e colher com alegria todos seus frutos. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE
29 DE MARÇO – SÁBADO
HOMILIA
TENDE PIEDADE DE
MIM QUE SOU PECADOR!
O Evangelho de hoje nos mostra com
clareza qual é o pensamento que Jesus tem a respeito da nossa oração, e não
somente no que se relaciona ao nosso vínculo com os outros, mas especialmente
diante de Deus, que nos conhece mais do que nós mesmos.
Lendo o evangelho de hoje eu fiquei
muito feliz porque acredito que essa mensagem seja capaz de mudar de forma
concreta a minha vida e a tua, uma vez que passamos a compreender o sentido
real e concreto do ato de ser humilde e não apenas do conceito de humildade, podemos
ser transformados interiormente e executar gestos no nosso cotidiano que irá
nos proporcionar sentimentos bons e alegres.
É interessante verificar os dois
tipos de oração! O Fariseu nomeia todas as suas observâncias, tudo que ele faz,
conforme manda o a Lei! Ele não conta nenhuma mentira - ele faz isso mesmo. Só
que ele confia absolutamente no poder da sua prática para garantir a salvação.
Assim dispensa a graça de Deus, pois se a Lei é capaz de salvar, não precisamos
da graça! E ainda se dá o luxo de desprezar os que não viviam como ele - ou
porque não queriam, ou porque não conseguiam!: Ó Deus, eu te agradeço, porque
não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como
esse cobrador de impostos.
O publicano também não mente quando
reza! Longe do altar, nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia
no peito em sinal de arrependimento de dizia: Meu Deus, tem piedade de mim que
sou pecador. E era a verdade mesmo - ele era vigarista, ladrão opressor do seu
povo, traidor da sua raça - mas ele tem consciência disso, e não só disso, mas
do fato de que por ele mesmo é incapaz de mudar a sua situação moral. A sua
única esperança é jogar-se diante da misericórdia de Deus. Para o espanto dos
seus ouvintes, Jesus afirma que o desprezado publicano voltou para a casa
"justificado" por Deus, e não o outro. Pois é Deus que nos torna
justos por pura gratuidade, e não em recompensa por termos observado as
minúcias duma Lei.
E como entrou o farisaísmo nas nossas
tradições de espiritualidade! Como as nossas pregações reduziam a fé e o
seguimento de Jesus à uma observância externa duma lista de Leis! Como
reduzimos Deus a um mero "banqueiro", que no fim da vida faz as
contas e nos dá o que nós "merecemos", segundo uma teologia de
retribuição! Quem tem a conta em haver com Ele, ganhará o céu, e quem está em
dívida irá para o inferno! E a graça de Deus? E a cruz de Cristo? Paulo mudou
de vida quando descobriu que a Lei, por tão importante que fosse como
"pedagogo", não era capaz de salvar, mas que é Deus que nos salva,
sem mérito algum nosso, através de Jesus Cristo! Com esta descoberta, se
libertou! E defendia este seu "evangelho" a ferro e fogo! O texto de
hoje nos convida para que examinemos até que ponto deixamos o farisaísmo entrar
em nossas vidas; até que ponto confiamos em nós mesmos como agentes da nossa
salvação; até que ponto nos damos o direito de julgar os outros, conforme os
nossos critérios. Uma advertência saudável e oportuna que alerta contra uma
mentalidade "elitista" e "excludente", que pode insinuar-se
na nossa espiritualidade, como fez na dos fariseu, sem que tomemos consciência
disso!
Portanto, esse evangelho é
transformador, ele vem ensinar para nós que a nossa oração é um meio de
comunicação eficaz com o Pai, mas só subirá aos céus se nascer de um coração
humilde, simples e puro! Se quisermos ser justificados e elevados diante de
Deus, precisamos diminuir para que Deus cresça em nós! Meu Deus, é preciso que
eu diminua e que Cristo cresça em mim. Dai-me Senhor um coração puro e humilde
e assim como aquele cobrador de impostos clamou a ti eu também Te peço agora:
tende piedade de mim que sou pecador.
Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA DIÁRIA
A humildade é o
caminho que nos conduz a Deus
Que
Deus hoje nos conceda a humildade do publicano, que Deus nos conceda a
humildade para sermos capazes de nos reconhecer como pecadores, que nós somos,
e o tamanho de nossa fraqueza e de nossa miséria.
”O
cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os
olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim
que sou pecador!”(Lucas 18,13)
No nosso modo de nos
relacionarmos com Deus existem duas maneiras, essas maneiras de nós nos
relacionarmos com Ele é a maneira como nós dirigimos a nossa vida e também nos
relacionamos uns com os outros. Nós, muitas vezes, podemos ser fariseus no
nosso modo de proceder e assim também seremos no nosso modo de rezar. Nós nos
achamos santos, justificados; achamos que somos bons, fazemos o que é correto;
fazemos nossos deveres de casa, não fazemos extravagâncias, não cometemos
grandes pecados.
Por
outro lado, olhamos ao nosso lado e vemos tanta gente pecadora, tanta gente
maldosa, tanta gente cometendo coisas abomináveis. Nós não, nós estamos
justificados e é assim que nós olhamos o mundo e as pessoas. Julgamos,
condenamos e nos absolvemos, nos achamos o máximo, nos sentimos muitas vezes
justificados por aquilo que fazemos e acaba que a nossa oração é assim também!
Nós
estamos sempre pedindo pelos pecadores do mundo, rezando por eles, por este,
por aquele, pedindo: ”Senhor, converta fulano, converta sicrano”. E para nós
pedimos: ”Senhor, conceda-me mais isso, conceda-me mais aquilo”. Às vezes, não
entendemos por que a nossa oração não chega ao coração de Deus.
Do
outro lado um publicano, símbolo daquele que tem pecados, mas, reconhece seus
pecados, reconhece a sua indignidade; muitas vezes tem até vergonha de entrar
na Igreja, de se aproximar de nós que somos de Igreja, de tocar no padre,
porque se sente tão pecador. Do lado de fora da Igreja, na sua casa, onde se
encontra, rebate no peito e diz: ”Senhor, tende piedade de mim, porque eu sou
muito, mais muito pecador”. Essa oração chega no fundo do coração de Deus,
porque não é a oração de quem se justifica, mas, a oração de quem reconhece as
suas misérias, de quem muitas vezes não tem forças para se levanta, mas ainda
tem visão para reconhecer seus erros, seus pecados e suas misérias.
Que
Deus hoje nos conceda a humildade do publicano, que Deus nos conceda a
humildade para sermos capazes de nos reconhecer como pecadores que nós somos e
o tamanho de nossa fraqueza e de nossa miséria, para que clamemos do fundo do
nosso coração: ”Senhor, tenha misericórdia e piedade de mim, porque eu sou
pecador!”
Que
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE
Lc 18,9-14 - A oração do fariseu e a do publicano

- A todos nós que nos
encontramos neste ambiente virtual,
paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso
Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do
Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no
amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando
com São Patrício:
VIVO
Vivo pela força de Deus,
pelo poder de Deus a me sustentar,
pela sabedoria de Deus a me orientar,
pelos olhos de Deus iluminando meu
caminho!
Vivo
Pela Palavra de Deus pronunciada
antes de mim,
Pela mão de Deus a me proteger,
Pelo caminho de Deus aberto à minha
frente!
Cristo em meu descanso
Cristo no coração de toda pessoa que
pensa em mim,
Cristo nos lábios de toda pessoa que
fala em mim,
Cristo em todos os olhos que me vêem,
Cristo em cada ouvido que me escuta.
Fica comigo, Senhor!
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto, na minha
Bíblia, Lc 18,9-14, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Dois homens foram
ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos. O fariseu
ficou de pé e orou sozinho, assim: "Ó Deus, eu te agradeço porque não sou
avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também
porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te
dou a décima parte de tudo o que ganho."
- Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!"
E Jesus terminou, dizendo:
- Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido.
- Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: "Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!"
E Jesus terminou, dizendo:
- Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido.
Nesta parábola, Jesus fala de um
fariseu que vive uma falsa religiosidade e de um publicano autêntico. O
fariseu, satisfeito de si mesmo, se julga melhor e despreza os demais. Ele dá
graças a Deus pela sua própria bondade e observâncias. O publicano era tido
como pecador. Diante de Deus ele não rejeita este rótulo. Assume-o no
arrependimento. E pede piedade: “tem pena de mim, ó Deus”. Nesta parábola,
Jesus nos ensina que o arrependimento e a confissão de nossos pecados são
atitudes de humildade que nos libertam diante de Deus.
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Como
Jesus, pelo poder do Espírito, tenho algo a agradecer ao Pai.
O que o texto me diz no momento?
O
texto me fala da autêntica oração que supõe o reconhecimento de nossos limites
e da ação de Deus. Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram: “O sacramento da reconciliação é o lugar onde o pecador experimenta
de maneira singular o encontro com Jesus Cristo, que se compadece de nós e nos
dá o dom de seu perdão misericordioso, faz-nos sentir que o amor é mais forte
que o pecado cometido, nos liberta de tudo o que nos impede de permanecer em
seu amor, e nos devolve a alegria e o entusiasmo de anunciá-lo aos demais com o
coração aberto e generoso.”
(DAp 254).
3.Oração
(Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Faço minha oração pessoal, ofereço o meu trabalho do dia:
Rezo com todos os
internautas:
Pai santo, vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.
Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;
para... (continue esta oração)
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.
Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;
para... (continue esta oração)
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da
Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos
de Deus. Vou viver meu diz com o coração agradecido ao Pai e na alegria de
poder testemunhá-lo.
Bênção
- Deus nos abençoe e
nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, faze-nos humildes
para reconhecer que a Tua Presença em nós santifica e nos consagra. Pelos dons
que recebemos de Tua misericórdia, sejamos agradecidos, e generosos na sua
partilha com os companheiros do caminho. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na
unidade do Espírito Santo.
