Este é meu Filho amado!
domingo, 12 de janeiro de 2014
HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 12/01/2014
12 de Janeiro de
2014
ANO A

Mt 3,13-17
Comentário do
Evangelho
Jesus
é batizado por João
À notícia do Batismo de
Jesus no evangelho de Marcos (Mc 1,9-11), Mateus acrescenta um diálogo entre
João Batista e Jesus, cujo objetivo é afirmar que Jesus é maior que João
Batista. A finalidade da perícope do Batismo de Jesus é, desde o início do
relato evangélico, afirmar a identidade e a missão de Jesus.
O trecho do livro do profeta Isaías proposto para
este domingo é parte de um dos cânticos do servo sofredor. Lembre-se de que no
texto de Isaías por ele mesmo o servo é todo o povo de Israel. A releitura
cristã dos “cânticos do servo sofredor” transformará esse personagem coletivo
num indivíduo: o servo, por excelência, é Jesus, o Cristo. No trecho que nos é
proposto, trata-se, fundamentalmente, da eleição e da missão do servo do
Senhor. Israel é escolhido por Deus. O texto pode ser dividido em duas partes:
vv. 1-4, apresentação do servo por parte de Deus, e vv. 6-7, diálogo do Senhor
com o servo, no qual se explica a sua eleição e a sua missão. Como no texto do
evangelho que cita, transformando o texto de Isaías (42,1; Mt 3,17), é Deus
quem apresenta o seu servo. A missão do servo é escolha de Deus. O sustento do
servo na realização de sua missão é o Espírito. A missão do servo (Is 42,6-7)
tem uma dupla característica: é mediador da Aliança e libertador dos cativos.
Desde o Antigo Testamento, essas duas realidades estão intrinsecamente
relacionadas: o Deus que faz Aliança com o seu povo, é o Deus que o libertou do
país da escravidão para a vida (cf. Ex 20,1; Dt 5,6).
Por que Jesus, segundo o nosso texto, se submeteu
ao Batismo de João (cf. Mt 3,15)? O Batismo de João era para a conversão, o
arrependimento, o perdão dos pecados (cf. Mt 3,1). Jesus não tinha pecado (cf.
Hb 4,15), embora tenha sido tentado. A resposta só pode ser esta: para ser
solidário com a nossa humanidade pecadora. É por essa razão que o autor da
carta aos Hebreus pode afirmar que ele se compadece de nossas fraquezas, pois
ele mesmo foi provado, sem sucumbir (cf. Hb 4,15). O gênero literário da cena
do Batismo é “visão interpretativa”: a voz celeste interpreta a katabasis
(descida) do Espírito. Os céus se abrem para que desçam sobre a terra as
realidades celestes (cf. Is 63,19 ou 64,1), em nosso caso o Espírito que
reveste Jesus com o seu poder para a missão que ele recebe do Pai. A voz serve,
ainda, para declarar a identidade de Jesus: é o Filho em quem o Pai habita.
Carlos Alberto
Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, pelo batismo,
teu Filho Jesus foi investido da missão de salvador solidário com os pecadores.
Torna-me digno dele, acolhendo-o como meu Salvador.
Recadinho

Você
sabe quando foi batizado? - Que lugar ocupa o Espírito Santo em sua vida? - Sua
presença manifesta a ação do Espírito Santo que age em você? - Na vivência da
fé, que lugar ocupa a humildade em sua vida? - Cite alguns gestos seus que
demonstram publicamente sua fé.
Padre Geraldo
Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
SOLIDÁRIO COM OS PECADORES
Quando Jesus se
apresentou para ser batizado, João não só recusou-se a atendê-lo, como tentou
dissuadi-lo, por reconhecer nele o Messias esperado. Daí sua exclamação: “Sou
eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?”.
João
era procurado por toda sorte de pecadores, em busca do batismo purificador, de
modo a se prepararem para a chegada do Messias. Arrependidos, e esperançosos de
serem acolhidos por ele, uma verdadeira multidão ia até o Batista, de todas as
partes. Este impunha-lhes duras exigências de conversão. Por isso, ficou
confuso ao se deparar com Jesus, para quem seu batismo não teria nenhuma
utilidade.
O
batismo do Messias teve a finalidade de mostrar publicamente sua solidariedade
com a humanidade pecadora que viera salvar. Desde o início do seu ministério,
Jesus, na qualidade de Filho dileto de Deus, colocou-se junto do povo,
destinatário privilegiado de seu envio por parte do Pai. Sua presença no mundo
justificava-se pela preocupação divina de reconduzir toda a humanidade à
comunhão com Deus. Logo, quanto mais afastado de Deus estivesse o pecador,
tanto mais Jesus estaria interessado por ele.
Daí
ter recordado a João ser necessário “cumprir toda a justiça”. Esta expressão
referia-se ao desígnio salvador de Deus para toda a humanidade. Desígnio do
qual tanto Jesus quanto João Batista eram mediação. Naquele momento, competia a
João revelar o rosto solidário do Messias Jesus.
Oração
Pai,
pelo batismo, teu Filho Jesus foi investido da missão de salvador solidário com
os pecadores. Torna-me digno dele, acolhendo-o como meu Salvador.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste
Portal a cada mês)
Oração
Deus
eterno e todo-poderoso, que, sendo Cristo batizado no Jordão e pairando sobre
ele o Espírito Santo, o declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos
vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar
constantemente em vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE

12 de JANEIRO - DOMINGO
Liturgia comentada
Os céus se abriram... (Mt 3,13-17)
Desde os tempos do último profeta, Deus
se mantinha calado. Cerca de 150 anos do silêncio de Deus. Mal-estar ou
expectativa? Ruptura ou preparação? O Senhor se cansara de falar a um povo de
dura cerviz, que se recusava a dobrar a coluna cervical e obedecer à voz do
Sinai?
Não creio. Em lugar de um “deus
emburrado” que volte as costas ao seu povo bem-amado, prefiro pensar em um
tempo de silêncio – um longo Advento de século e meio! - que prepara a irrupção
impensável do Filho de Deus encarnado, nascido de Mulher, assim como todo o
corpo da orquestra faz absoluto silêncio, atento ao maestro, antes de abrir os
primeiros acordes da nova sinfonia.
Céus fechados fazem pensar em
in-comunicação, mas podem significar outra coisa: a reverente expectativa
diante das cortinas que ainda não permitem ver o cenário da ação dramática.
Céus abertos, sem dúvida, indicam que o drama já começou. O Filho de Deus está
entre nós e já se dispõe a iniciar sua missão salvífica.
Qual será a chave poderosa capaz de
abrir aos homens sedentos as fontes da salvação. Qual será a “isca” irrecusável
que leva o Pai a se debruçar de novo sobre a terra dos homens? Sem dúvida, o
Filho bem-amado. Ou melhor, a obediência plena e sem reservas do Filho, objeto
das preferências e dos agrados do Pai.
Ao entrar no mundo, o Filho obedece a
um anseio profundo do Pai, que quer a salvação de todos os homens: “Pai, tu não
quiseste sacrifícios nem oblações, mas me formaste um corpo. Holocaustos e
sacrifícios não te agradam. Então, eu disse: ‘Eis que venho, ó Pai, para fazer
a tua vontade’”. (Cf. Hb 10,5-7.)
Tendo o Jordão como pano de fundo, o
Pai contempla o Filho em sua humanidade, mergulhado nas águas do rio. Misturado
aos pecadores, o Salvador atesta sua total solidariedade com aqueles a quem
deve salvar. Natural, o Pai sorri diante desse misto de obediência filial e de
compromisso com os homens e mulheres da mesma raça à qual seu Filho aceitou
aderir em tudo, exceto o pecado.
De agora em diante, os céus jamais
voltarão a se fechar, pois Jesus Cristo – como bradamos em cada Eucaristia –
está no meio de nós.
Orai sem cessar: “Senhor, a vossa
bondade chega até os céus!” (Sl 36,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
12 de janeiro – BATISMO DO SENHOR
ESTE É O MEU FILHO AMADO, EM QUEM ME COMPRAZO
I. INTRODUÇÃO GERAL
A profecia de Isaías sobre o Servo de Deus é prefiguração da
vida de Jesus, o Servo por excelência, totalmente consagrado a Deus para salvar
o gênero humano. O evangelho substitui a expressão “meu servo”, da primeira
leitura, pela proclamação “meu Filho amado” para indicar a natureza divina de
Cristo. O Pai e o Espírito Santo garantem a identidade de Jesus como Filho de
Deus e o apresentam aos seres humanos, destinatários da salvação. As palavras
de Pedro, no discurso a Cornélio, fazem eco às palavras de Isaías e às do
evangelho: Jesus foi ungido por Deus com o Espírito Santo (At 10,38). Em todos
os textos bíblicos da liturgia de hoje se afirma que Jesus é totalmente guiado
pelo Espírito Santo no cumprimento de sua missão.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. Evangelho (Mt 3,13-17): O Espírito de Deus veio sobre ele
Jesus é o Messias, Filho de Deus. João Batista é seu precursor.
Da mesma forma, o batismo praticado por João é uma prefiguração do batismo
cristão. O batismo de João convocava para o arrependimento e para a conversão.
Jesus, sendo justo, não precisava ser batizado por João. No entanto, quis
cumprir toda a justiça, ou seja, quis realizar integralmente a vontade do Pai:
elevar o ser humano pecador à filiação divina. Com o mergulho nas águas do rio
Jordão, o Filho de Deus solidarizou-se com a humanidade pecadora para
resgatá-la do pecado e elevá-la à condição de filha de Deus. Em sentido
inverso, cada batizado solidariza-se com a vida de Jesus e deve seguir o mesmo
caminho de entrega total por amor. Uma entrega de si mesmo, que é o reflexo da
entrega do Pai à humanidade para salvá-la do pecado, do egoísmo e do desamor.
Na vivência do batismo se realiza a vocação humana do amor a Deus e do amor ao
próximo.
2. I leitura (Is 42,1-4.6-7): Sobre ele está o meu Espírito
O Servo de Deus, nesse texto de Isaías, é uma personificação de
Israel, cuja missão era levar para as nações a justiça e o direito. Isso
significa que o povo de Israel estava destinado a exteriorizar a justiça e o
direito entesourados nas Sagradas Escrituras e fazer deles um patrimônio das
demais nações da terra. Essa missão deveria ser realizada sem a utilização do
poder tirânico, comum aos grandes impérios mundiais; a influência de Israel
sobre as nações deveria libertá-las da cegueira espiritual e das trevas da
idolatria. O Espírito de Deus, agindo no Servo (Israel), possibilitaria a
efetivação dessa missão – ou seja, a transmissão das Sagradas Escrituras, até
que estas fossem postas em prática por todas as nações. As Sagradas Escrituras
seriam o caminho para que os povos chegassem até Deus.
A releitura cristã desse texto bíblico viu em Jesus o pleno
cumprimento da vocação de Israel.
3. II leitura (At 10,34-38): Deus o ungiu com o Espírito Santo e
com poder
Pedro começou seu discurso na casa de Cornélio (primeiro gentio
convertido à fé cristã) reconhecendo as intervenções divinas que o levaram a
entender claramente como a salvação foi destinada a todos os povos.
Pedro deu-se conta de que Deus não faz distinção de pessoas.
Esse foi um grande passo na compreensão humana da revelação divina. Que Deus
ama todas as pessoas e deseja ser adorado por todas as gentes já estava claro
para os seguidores de Jesus. Mas até aquele momento se pensava que, se um
gentio quisesse seguir Jesus, deveria primeiramente converter-se ao judaísmo
para depois ter acesso à salvação. O discurso na casa de Cornélio mostra que
Pedro chegou à conclusão de que a mensagem e obra de Jesus estão destinadas a
todos, sem exceção. Digna de destaque é a afirmação de que Deus ungiu Jesus
“com o Espírito Santo e com poder”: isso significa a chegada do Reino de
fraternidade e paz a todos os povos. Os milagres e exorcismos realizados sob a
unção do Espírito do Cristo ressuscitado são sinais que atestam a instauração
desse Reino na história.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
O foco da homilia deve ser a vida cristã sob a ação do Espírito
Santo, que nos faz filhos e filhas de Deus. Jesus disse a João: “Convém que
cumpramos toda justiça” (Mt 3,15). No sentido bíblico, “justiça” significa
“ajustar-se à vontade de Deus”. A justiça que Jesus deseja é o cumprimento
perfeito da vontade do Pai. A condição indispensável ao cristão para viver o
batismo é deixar-se conduzir pelo Espírito Santo, buscando em tudo a vontade de
Deus. A vivência do batismo cristão se efetiva principalmente na luta pela
implantação da fraternidade universal, em que todos são filhos do mesmo Pai.
Mas a luta do cristão será baseada na não violência: sem “esmagar a cana
quebrada” nem “apagar a mecha que ainda fumega” (Is 42,3). Essa luta se dará
pela proclamação das exigências de implantação da justiça e do direito. Agindo
assim, o cristão estará ajustado à missão do Filho muito amado no qual o Pai se
compraz.
Aíla Luzia Pinheiro
Andrade
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail:
aylanj@gmail.com.
12 de janeiro – Batismo
do Senhor
O NOSSO COMPROMISSO BATISMAL
Com a celebração do Batismo do Senhor, concluímos o tempo do Natal e
passamos ao tempo litúrgico comum. Tempo que vai nos revelar a missão de Jesus
e o chamado feito a cada um de nós no dia do nosso batismo: sermos anunciadores
da boa-nova do Reino.
O batismo de João era de arrependimento e conversão; por isso, Jesus não
precisaria ter sido batizado, visto que nele não havia pecado algum. Mas o
Senhor busca o batismo e se solidariza com o povo, une-se com quem precisa ser
salvo. Jesus quis, desde o início da sua missão, pôr-se ao lado dos pecadores,
pobres, marginalizados, rejeitados… Fez-se um deles, aceitou a condição deles,
para percorrer com eles o caminho rumo à liberdade. De que modo se comporta, em
nossos dias, a nossa comunidade? Manifesta solidariedade com os que na vida
erraram ou, em vez disso, julga-os, condena-os, falando mal deles?
O Espírito Santo se manifesta sobre Jesus quando este é batizado por
João. Ao mesmo tempo, Jesus é revelado como Filho amado do Pai. Também nós, ao
sermos submetidos à infusão da água batismal em nome da Trindade, recebemos o
Espírito e fomos proclamados filhos e filhas amados do Pai. O Espírito é a
força que nos prepara e impulsiona para a missão. E esta requer que nos
despojemos de privilégios pessoais e de toda mentalidade exclusivista a fim de
estarmos livres para mergulhar no mundo em que vivemos e ir ao encontro das
irmãs e irmãos necessitados da nossa dedicação e acolhida.
O batismo nos põe diante da grandeza de nossa vocação cristã. A exemplo
de Jesus, o cristão é convidado a viver sob a inspiração do Espírito Santo,
fazendo de sua vida um anúncio da caridade e da reconciliação. Assim, somos
chamados a sair de nossa casa, de nosso lugar seguro e de nosso comodismo para
assumir, na comunidade, a missão que o Senhor nos deu.
Mas nem sempre estamos à altura dessa missão. De fato, se todo cristão
batizado fosse realmente participante da missão de Jesus, não haveria, na
comunidade e na sociedade, pessoas marginalizadas, abandonadas, pobres,
carentes de amor. Essa é uma preocupação que merece atenção e cuidado.
Senhor, fazei-nos compreender nosso batismo como engajamento na missão
de Jesus, vosso Filho, enviado para trazer a salvação à humanidade.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
12 de janeiro:
Batismo do Senhor
BATIZADOS PARA A MISSÃO
Jesus dirige-se da Galileia para o rio Jordão, indo ao encontro de João
Batista para ser batizado por ele. Une-se ao povo que vai até João em busca do
batismo. Antes mesmo de ser batizado, Jesus já se põe ao lado do povo.
Como batizado, Jesus deve “cumprir toda a justiça”. O tema da justiça
perpassa o Evangelho de Mateus. Nas periferias do império opressor e no meio do
povo, Jesus mostra a que veio. A ação salvífica de Deus está sendo concretizada
nas ações do seu Filho.
Do céu, o Espírito de Deus desce sobre Jesus e o unge para a missão. O
Espírito é a manifestação do amor do Pai presente na pessoa de Jesus e de todos
os que seguem seus passos e assumem o compromisso de dar continuidade ao seu
projeto. A pessoa de Jesus e de seus seguidores é o ninho onde o Espírito quer
pousar e estabelecer morada.
No batismo, Jesus é proclamado publicamente “Filho amado de Deus”. Deus
estabelece comunicação direta entre o céu (esfera divina) e a terra (esfera
humana) e nos fala abertamente a respeito de quem é Jesus. Por meio de seu
Filho, Deus refaz a aliança com toda a humanidade.
Em geral, logo que um filho nasce, uma das primeiras preocupações dos
pais católicos é levá-lo ao batismo. E aqui cabe uma pergunta: qual o sentido
de levar os filhos para ser batizados? Não é para livrá-los de alguma doença,
imunizá-los das dificuldades e problemas do mundo ou deixá-los calmos e dóceis
diante dos pais e da sociedade. No batismo, somos ungidos com o mesmo Espírito
que ungiu Jesus e nos tornamos membros da Igreja e discípulos missionários de
Cristo. Com o batismo, somos proclamados publicamente “filhos amados e queridos
de Deus” e convidados a viver a honestidade e a justiça do reino. O teólogo
Schillebeeckx dizia que a “luz de Deus só pode queimar sobre a terra com o
azeite de nossa vida. Sobretudo com o azeite do amor e da justiça”.
Pe. Nilo Luza, ssp
HOMILIA
O BATISMO DE JESUS
Mt 3,13-17
Hoje a igreja celebra o Batismo de
Jesus, e alguns aspectos são marcantes para a nossa reflexão. Em primeiro
lugar, precisamos ter uma boa idéia do que seja o Batismo. O Evangelho deste
dia apresenta o encontro entre Jesus e João Batista nas margens do Rio Jordão.
Na circunstância, Jesus foi batizado por João. O Batismo de Jesus por João
Batista é o ato inaugural do ministério de Jesus. Pode-se dizer que seja a
Epifania histórica do Senhor. Atraído pela mensagem de João Batista, Jesus
abandona sua rotina de vida em Nazaré da Galiléia, procura o Batismo de João na
região do além Jordão e começa a formar seu próprio discipulado para, a seguir,
iniciar seu próprio ministério, assumindo elementos do anúncio de João Batista.
O que significa para nós o Batismo? É
para nós o primeiro dos Sacramentos da nossa igreja católica. Ao pé da letra,
batismo significa imersão. Na simbologia da nossa igreja, o batismo é o ato que
nos transforma de criaturas em filhos de Deus. Por tradição, é feito quando
ainda somos bebês de colo, já que se temia que as crianças morressem antes de
serem batizadas e não fossem consideradas filhas de Deus, e conseqüentemente
não irem para o céu. Quando já estamos mais crescidos, "conscientes"
dos nossos atos, recebemos o Sacramento da Confirmação (ou Crisma), no qual
afirmamos ter plena consciência da nossa filiação divina, bem como da nossa
responsabilidade advinda dessa filiação.
Na época de Jesus, o Batismo era realizado na idade adulta, e significava algo
que eu gostaria que cada um de nós parasse um pouco para refletir: a
purificação dos pecados. Lembre-se que as pessoas iam a João Batista para se
confessar e receber o batismo. Senão vejamos: A pessoa confessava os pecados, e
se dirigia para o Rio Jordão, onde era mergulhada por João Batista. Era como se
fosse um renascimento! Observe: O mergulho lava a sujeira física, e leva a
pessoa de volta ao ventre da mãe, que é o lugar onde ninguém tinha pecado. Da
mesma forma que nascemos sem pecado, ao renascermos pelo Batismo, também
nascemos limpos de qualquer pecado, e preparados para uma vida nova! Então
temos direito a entrar no Reino do Céu.
Por que Jesus foi se batizar? Ele não tinha nenhum pecado! Já era o Filho de
Deus! Ele foi se batizar para nos dar o exemplo! Se até Ele se fez humilde a
ponto de se colocar na fila dos pecadores, quem somos nós para nos acharmos
perfeitos? Ao ser batizado, Jesus começou uma nova etapa da sua vida, e Ele
parou de dizer que ainda não era a sua hora. A partir do Batismo, Jesus começou
a sua peregrinação pela Palestina, para anunciar a chegada do Reino dos Céus.
O episódio do batismo de Jesus
coloca-nos frente a frente com um Deus que aceitou identificar-se com o homem,
partilhar a sua humanidade e fragilidade, a fim de oferecer ao homem um caminho
de liberdade e de vida plena. Eu, filho deste Deus, aceito ir ao encontro dos
meus irmãos mais desfavorecidos e estender-lhes a mão? Partilho a sorte dos
pobres, dos sofredores, dos injustiçados, sofro na alma as suas dores, aceito
identificar-me com eles e participar dos seus sofrimentos, a fim de melhor os
ajudar a conquistar a liberdade e a vida plena? Não tenho medo de me sujar ao
lado dos pecadores, dos marginalizados, se isso contribuir para promovê-los e
para lhes dar mais dignidade e mais esperança?
No batismo, Jesus tomou consciência da sua missão, recebeu o Espírito e partiu
em viagem pelos caminhos poeirentos da Palestina, a testemunhar o projeto
libertador do Pai. Eu, que no batismo aderi a Jesus e recebi o Espírito que me
capacitou para a missão, tenho sido uma testemunha séria e comprometida desse
programa em que Jesus se empenhou e pelo qual ele deu a vida? Renovemos o nosso
Batismo!
Pai, ensina-me a cumprir toda a justiça, a exemplo de Jesus, fazendo-me
solidário com quem se afastou de ti e precisa novamente encontrar-te.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça
Katchipwi Sayla
A Voz do Pastor
Batismo do Senhor
Domingo 12/01/2014
Batismo de Jesus
Liturgia de 12.01.2014
Canal
do Youtube: Dermeval Neves
HOMÍLIA DIÁRIA
O batismo nos dá a graça de sermos
discípulos do Senhor
A unção que recebemos no batismo é a graça de sermos marcados para
sempre como propriedade de Deus, como pertencentes a Ele.
”Depois
de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o
Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele”(Mt 3,16).
Nós
hoje celebramos a festa do batismo de Jesus, Nosso Senhor e Mestre foi submisso
ao batismo de João, mesmo ele [João] se negando a batizá-Lo, Jesus disse: ”Que
a justiça se cumpra, que assim seja feito!” E Ele deixa-se batizar por João,
para nos ensinar que todos nós temos que passar pelo batismo, pelo novo
nascimento. Quem nasce da carne é carne, quem nasce do Espírito é do Espírito!
Todos
nós hoje somos convidados a refletir sobre o nosso batismo, sobre esta graça
primeira que nós recebemos de Deus. A maioria de nós éramos ainda crianças
quando fomos lavados nas águas batismais. Se você tem a graça de ir à
igreja onde você foi batizado um dia, além de ir ao Sacrário; diante do
crucifixo, da imagem de Nossa Senhora, procure o batistério desta igreja,
procure a pia batismal, o lugar onde você nasceu para Deus.
Que
lugar sagrado, que lugar abençoado! É o seu “Rio Jordão”, é o lugar onde o
Espírito se manifestou pela sua vida. Mas hoje indo à igreja, à capela do local
onde você mora, procure saber onde está a pia batismal; ali nascem os filhos de
Deus, ali nós nascemos para sermos todos de Deus.
E
o que o batismo faz em nossa vida? Ele nos configura a Cristo Jesus, nos torna,
por adoção, filhos de Deus, o batismo nos dá a graça da unção. A unção que
recebemos no batismo é a graça de sermos marcados para sempre como propriedade
de Deus, como pertencentes a Ele.
Todos
nós temos no nosso peito aquele óleo do crisma infuso em nós, a marca que
levaremos para a eternidade, a marca que imprime em nosso ser o caráter e a
graça de sermos de Deus. O batismo nos dá a graça de sermos discípulos do
Senhor, seguidores d’Ele. Ele mesmo disse: ”Ide pelo mundo, batizai-os e
tornai-os meus discípulos”.
Uma
vez que somos batizados nós pertencemos à escola de Jesus. Como seria bom se os
pais e os padrinhos levassem o batismo mais a sério; se entendessem que batismo
é compromisso de educar na fé, ensinar na fé, de querer acima de tudo viver
como filho de Deus.
Como
seria bom se escolhêssemos melhor os padrinhos para batizar nossas crianças,
que fossem realmente homens e mulheres comprometidos com a fé, com o seguimento
de Jesus! Como seria bom se nós refletíssemos a cada dia sobre o que o batismo
significa em nossa vida. Jesus saindo da água ou melhor das águas do Rio
Jordão, viu o Espírito pairar sobre Ele e uma voz do céu dizendo: ”Este é meu
Filho amado!”
Todo
batizado é templo da Santíssima Trindade, o Espírito, que está em nós, nos
mostra Jesus, e o Pai olha para a nossa vida e nos diz: ”Este é meu filho
amado!” Que nós sejamos, pelo nosso batismo, filhos muito amados no Pai do Céu!
Deus
abençoe você!

Padre Roger Araújo
LEITURA ORANTE
Mt 3,13-17 - Batismo de Jesus

Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso
Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito
Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no
amor de Cristo!
Preparo-me para a
Leitura, rezando:
Jesus Mestre, ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da
internet),
para melhor meditar e comungar
com a vossa Palavra.
Oferecimento do dia
Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração.
Agradeço-vos porque me criastes, me fizestes cristão, me conservastes a vida e a saúde.
Ofereço-vos o meu dia: que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade.
E que faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas.
Livrai-me do pecado, do perigo e de todo o mal.
Que a vossa graça, benção, luz e presença permaneçam sempre comigo
e com todos aqueles que eu amo. Amém.
Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração.
Agradeço-vos porque me criastes, me fizestes cristão, me conservastes a vida e a saúde.
Ofereço-vos o meu dia: que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade.
E que faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas.
Livrai-me do pecado, do perigo e de todo o mal.
Que a vossa graça, benção, luz e presença permaneçam sempre comigo
e com todos aqueles que eu amo. Amém.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o
texto do dia?
Leio atentamente
o texto na Bíblia: Mt 3,13-17
Naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Mas João tentou convencê-lo a mudar de idéia, dizendo assim:
- Eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize?
Mas Jesus respondeu:
- Deixe que seja assim agora, pois é dessa maneira que faremos tudo o que Deus quer.
E João concordou.
Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse:
- Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!
Naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Mas João tentou convencê-lo a mudar de idéia, dizendo assim:
- Eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize?
Mas Jesus respondeu:
- Deixe que seja assim agora, pois é dessa maneira que faremos tudo o que Deus quer.
E João concordou.
Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse:
- Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!
O batismo de Jesus é considerado a segunda epifania ou manifestação. A primeira foi ao magos. No batismo, Jesus se integra à comunidade cristã e aos judeus presentes. Naquela cerimônia, o que era sinal de arrependimento para o povo, para ele é sinal de justiça. E justiça, na Bíblia, significa, amor de Deus para todos. Para todos! Assim, ungido, Jesus declara sua missão.
Quando Jesus saiu da água, aconteceu a
manifestação da Santíssima Trindade: "viu o Espírito de Deus" e ouviu
o testemunho amoroso do Pai: "Este é o meu Filho querido".
No Batismo de cada cristão ouve-se
também esta proclamação: "Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo".
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O que o texto diz para mim, hoje?
O nosso batismo deriva do batismo
de Cristo. Ser batizado é ser enxertado em Cristo, é aceitar a
justiça e os desafios provenientes do anúncio do Evangelho. Ser
imerso na água do batismo é aceitar morrer ao pecado. Disseram os bispos,
em Aparecida: "Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação do
Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de Deus e a chamar Deus
“Abba”(Paizinho!). Como todos os batizados e batizadas da América Latina e do
Caribe “através do sacerdócio comum do Povo de Deus”, somos chamados a viver e
a transmitir a comunhão com a Trindade, pois “a evangelização é um chamado à
participação da comunhão trinitária” (DAp 157).
3.Oração
(Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Renovo o meu Batismo, renovando a minha fé e meu compromisso cristão.
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Renovo o meu Batismo, renovando a minha fé e meu compromisso cristão.
Creio em Deus-Pai, todo poderoso,
criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu a mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém.
criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria
Padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu a mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém.
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a minha vida cristã coerente com meus compromissos do meu batismo, em contínua conversão e dando testemunho de minha fé.
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a minha vida cristã coerente com meus compromissos do meu batismo, em contínua conversão e dando testemunho de minha fé.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde.
Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se
compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê
a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp

