9 de Dezembro de 2013
ANO A
Lc 5,17-26
Comentário do
Evangelho
É Deus quem perdoa
A fé dos que carregavam o
paralítico provoca a reação de Jesus: “Homem, teus pecados são perdoados” (v.
20). Mas “quem pode perdoar os pecados, a não ser Deus?” (v. 21). Por isso os
escribas e fariseus presentes vão acusar de blasfêmia a declaração de Jesus. No
entanto, o passivo divino empregado – “teus pecados são perdoados” – revela que
o sujeito da ação de perdoar é Deus. É Deus quem perdoa, e o mediador do perdão
de Deus é Jesus. O perdão efetivo pode ser verificado pela cura: “...
levantando-se diante de todos, pegou a maca e foi para casa, glorificando a
Deus” (v. 25). O perdão, do qual Cristo é o mediador, liberta da enfermidade e
solta a língua: no início do relato nem uma palavra foi atribuída ao
paralítico; no término do relato, no entanto, ele sai “glorificando a Deus”, em
reconhecimento da ação de Deus.
Carlos
Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Espírito que cura
interiormente, toca o mais íntimo de meu ser, para que eu consiga superar o meu
egoísmo, e seja capaz de levar os benefícios de Deus a quem precisa de mim.
Vivendo a Palavra
O
coração humano não é capaz de imaginar o que o Pai tem preparado para aqueles
que amam. E Jesus traz os primeiros sinais: a cura do corpo, a inclusão dos
discriminados, o perdão dos pecados. Tenhamos consciência de que também são
estes os sinais que devem distinguir a sua Igreja entre os homens.
Reflexão
Nós temos muitas dificuldades para
vermos os verdadeiros valores que devem marcar a existência humana e, por isso,
não damos importância a eles e até mesmo fechamos o nosso coração à ação
divina, dificultando a sua realização. É o caso do Evangelho de hoje, no qual a
importância maior é dada para a cura do corpo, sem levar em consideração a cura
espiritual e o julgamento de que esta é impossível. Os tempos messiânicos são a
expressão da verdadeira hierarquia de valores, na qual os perenes estão acima
dos temporais.
Recadinho
A perseverança,
alicerçada na fé nas palavras de Deus, nos tornam capazes de presenciar milagres!
Mas que tipo de milagres desejamos?
Será que não ficamos olhando ao nosso redor e sonhando
com coisas absurdas? - Você já presenciou alguma coisa maravilhosa? - O que
você considera sua maior maravilha? - Algumas pessoas levaram o paralítico até
Jesus. Tenho muitas oportunidades de levar alguém a se aproximar de Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário
do Evangelho
MANIFESTOU-SE O PODER DE DEUS
A religiosidade de Israel
ansiava por manifestações espetaculares do poder de Deus na história humana. As
antigas tradições referiam-se a grandiosos gestos salvíficos de Javé, em favor
de seu povo. Os profetas, por sua vez, referiam-se às ações que o Messias
realizaria, quando de seu advento. Todas elas formidáveis!
O
ministério de Jesus consistiu numa contínua manifestação do poder divino, sem,
contudo, se enquadrar nos esquemas tradicionais vigentes. Já por sua origem e
condição social distanciava-se das esperanças de um Messias de estirpe
sacerdotal ou régia. Seu despojamento e sua opção pela pobreza impediam que o
identificassem com o esperado Messias glorioso e poderoso.
O modo
como manifestava o poder divino tinha alguns traços característicos: visava
sempre recuperar a dignidade humana, de tantas formas aviltada; estava a
serviço da libertação do ser humano, de toda sorte de opressão; buscava
reconciliá-lo com Deus, por meio do perdão dos pecados; protegia-o da rigidez
das tradições religiosas. Consistia em possibilitar ao ser humano caminhar com
os próprios pés, liberto de todas as amarras que o impedem de pôr-se à
disposição de Deus e do próximo. É a libertação para o amor!
O
episódio da cura do paralítico, colocado diante de Jesus através de um buraco
aberto no teto da casa, é uma das muitas maravilhosas manifestações do poder de
Deus.
Oração
Pai,
teu poder divino manifestou-se, de modo admirável, no ministério de Jesus.
Torna-me também beneficiário deste poder que me abre para o amor misericordioso.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada
mês)
Oração
Cheguem
à vossa presença, ó Deus, as nossas orações suplicantes, e possamos celebrar de
coração puro o grande mistério da encarnação do vosso Filho. Que convosco vive
e reina, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES DE HOJE
09 de DEZEMBRO - SEGUNDA
Liturgia comentada
Quem pode perdoar pecados... (Lc 5,
17-26)
Corremos o risco de valorizar as coisas
visíveis, sem perceber a ação misteriosa de Deus em nossa vida. Assim, neste
Evangelho, temos os dois planos da ação divina: o exterior (devolver o
movimento a um paralítico) e o interior (perdoar seus pecados).
Em um primeiro momento, comovido pela
fé dos quatro amigos que, diligentemente, trouxeram o enfermo à sua presença,
Jesus lhe confere o perdão dos pecados. Claro que isto não se nota “do lado de
fora”, é um milagre íntimo da onipotente misericórdia de Deus. Os escribas e
fariseus ali presentes entendem as palavras de Jesus como autêntica blasfêmia,
pois “só Deus pode perdoar pecados”. Não podem crer na transformação ocorrida
naquele doente.
Logo, em tom de desafio, Jesus ordena
ao paralítico que se erga do catre e volte para casa, carregando a enxerga.
Isto, sim, podia ser visto e comprovado. E Jesus o fez como sinal de que seu
primeiro gesto também fora verdadeiro.
Deixando de lado a evidência de que
muitos males físicos têm como raiz algum tipo de pecado crônico, fixemos nosso
pensamento em um ponto de máxima atualidade. Nossa sociedade está paralisada
diante das crises e desafios do novo milênio. Violência e insegurança,
corrupção e depravação dos costumes, rebeldia e choque de gerações - de todos
esses males, brota na humanidade uma terrível sede de reconciliação. Vale a
pena recordar as palavras do saudoso Papa João Paulo II:
“O mesmo olhar indagador, se é
suficientemente perspicaz, captará no seio da divisão um desejo inconfundível,
da parte dos homens de boa vontade e dos verdadeiros cristãos, de recompor as
fraturas, de cicatrizar as lacerações e de instaurar, em todos os níveis, uma
unidade essencial. Este desejo comporta, em muitos casos, uma verdadeira
nostalgia de reconciliação, mesmo quando não é usada tal palavra.”
(Reconciliação e Penitência, 3.)
A causa mais profunda da doença
existencial de nosso tempo, que se manifesta como stress e depressão, vazio e
ausência de sentido, pode ser identificada como um sentimento de culpa que rói
a alma humana. Lá no fundo, o homem sabe que se afastou do Pai, recusou sua
voz, maculou sua imagem.
Como o pródigo do Evangelho, o homem
“sabe” que existe um lar à sua espera. E intui que a comida dos porcos não
alimentará seu espírito. Por isso mesmo, tem saudades de Deus. Por que, então,
não voltar à casa do Pai?
Orai sem cessar: “Volta, Israel, ao teu
Senhor!” (Os 14,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Jesus nos liberta da paralisia do pecado
Nós, que somos paralisados por causa do pecado, nos levantemos da
prostração e vamos ao encontro d’Aquele que nos liberta de todo o mal.
“E Jesus disse: ‘Homem, teus pecados estão perdoados’” (Lc 5,20).
Aquelas pessoas tentavam, de alguma forma, levar aquele
paralítico, que estava em cima de um leito, para poder apresentá-lo a Jesus.
Subiram até pelo telhado, arrancaram as telhas e, no meio da assembleia,
apresentaram o homem paralítico ao Senhor Jesus.
Jesus ficou comovido com tamanha fé. E antes de dizer ao
paralítico que levantasse e andasse, a primeira coisa que o Senhor disse foi:
“Teus pecados estão perdoados”, para que eu e você tenhamos convicção disto: de
que nada nesta vida nos paralisa mais e nos mantém mais presos – com
nossos pés “embaraçados” – do que os nossos pecados!
Sabe, meus irmãos, nossa vida, muitas vezes, encontra-se parada
e daí as pessoas querem recorrer a “isso” ou “àquilo”. “Por que a minha vida
não anda?” “Por que a minha vida não vai para frente?” E, algumas vezes, até
acumulando pecado sobre pecado.
E hoje o Senhor também nos diz que os pecados – sejam eles quais
forem – paralisam a nossa vida, quando nós acumulamos pecado sobre pecado,
quando não nos arrependemos daqueles enlaces, correntes e redes, que o pecado
vai criando em nós, para nos manter presos, para não nos dar a liberdade. De
modo que, muitas vezes, o pecado é uma força maior do que nós: ele nos arrasta
“pra lá e pra cá”, e é uma dureza quando o pecado vira vício! Qualquer vício!
Vício de beber, vício das drogas, vício de mentir, vício de fofocar. Isso nos
mantém cativos e escravos dele.
A primeira coisa que precisamos pedir a Deus é a graça de sair
da paralisia que o pecado causa em nós, sair do espírito da prostração, que o
pecado causa em nós. É difícil, para uma pessoa escrava de algum vício, ter
força até para ir à igreja, ser fiel aos sacramentos, como para procurar a
própria graça da confissão. Porque, deixe-me lhe dizer, a vida espiritual dela
está paralisada.
Mas este homem do Evangelho de hoje viu que sua vida não podia
continuar daquela forma. E muitas pessoas o ajudaram. Descobriram o telhado
para levá-lo ao encontro de Jesus.
Nós também precisamos levar os paralíticos ao Senhor. Se os
primeiros paralíticos somos nós, então peçamos ajuda aos irmãos: “Me ajude,
minha irmã! Me ajude, meu irmão! Me leve a Jesus, porque eu preciso d’Ele, para
me libertar da paralisia que prende os meus pés”.
Para isso, muitas vezes, no meio de nós, na nossa casa, na nossa
família, precisamos abrir as portas, carregar pessoas no colo, abrir telhados,
portas e janelas para levar tantos paralíticos ao encontro de Jesus. Quando
o Senhor perdoa os nossos pecados, as nossas pernas, o nosso coração e tudo
aquilo que começa a paralisar nossa vida sai da frente e, assim, a nossa vida
começa a ter outro sentido e outra direção.
Nós, que somos paralisados por causa do pecado, nos levantemos
da prostração e vamos ao encontro d’Aquele que nos liberta de todo o mal!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Facebook Twitter
LEITURA ORANTE

Em união com todos que se encontram
neste ambiente virtual,
iniciamos nossa Leitura Orante do
Advento, com a
Canção do Advento
Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem saciar nossa sede de Paz!
1. Ó vem, como chega a brisa do vento,
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo!
2. Ó vem, como a chuva no
chão
Trazendo fartura de vida e de pão!
3. Ó vem, como chega a
luz que faltou
Só tua palavra nos salva Senhor!
4. Ó vem, como chega a
carta querida
Bendito carteiro do Reino da Vida!
5. Ó vem, como chega o
filho esperado
Caminha conosco Jesus Bem amado!
6. Ó vem, como chega o
Libertador
Das mãos do inimigo nos salva Senhor
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente na Bíblia, o
texto: Lc 5,17-26, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Um dia Jesus estava ensinando, e alguns fariseus e alguns mestres da Lei
estavam sentados perto dele. Eles tinham vindo de todas as cidades da Galiléia
e da Judéia e também de Jerusalém. O poder do Senhor estava com Jesus para que
ele curasse os doentes. Alguns homens trouxeram um paralítico deitado numa cama
e estavam querendo entrar na casa e colocá-lo diante de Jesus. Porém, por causa
da multidão, não conseguiram entrar com o paralítico. Então o carregaram para
cima do telhado. Fizeram uma abertura nas telhas e o desceram na sua cama em
frente de Jesus, no meio das pessoas que estavam ali. Jesus viu que eles tinham
fé e disse ao paralítico:
- Meu amigo, os seus pecados estão
perdoados!
Os mestres da Lei e os fariseus
começaram a pensar:
- Quem é este homem que blasfema
contra Deus desta maneira? Ninguém pode perdoar pecados; só Deus tem esse
poder.
Porém Jesus sabia o que eles estavam
pensando e disse:
- Por que vocês estão pensando assim?
O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão
perdoados" ou "Levante-se e ande"? Pois vou mostrar a vocês que
eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.
Então disse ao paralítico:
- Eu digo a você: levante-se, pegue a
sua cama e vá para casa.
No mesmo instante o homem se levantou
diante de todos, pegou a cama e foi para casa, louvando a Deus. Todos ficaram
muito admirados; e, cheios de medo, louvaram a Deus, dizendo:
- Que coisa maravilhosa nós vimos
hoje!
Naquela época, a doença
era entendida como causada pelo pecado. Assim pensavam: o pecado invisível
era causador dos males visíveis. Para curar aquele paralítico Jesus vai direto
à raiz: “os seus pecados são perdoados”, diz ao paralítico. Em seguida, reagem
os mestres da Lei. Para eles, Jesus estava blasfemando contra Deus, pois só
Deus pode perdoar pecados. Jesus, sabendo o que eles estavam pensando, os
questionou e lhes deu mais uma prova de sua divindade, mandando ao paralítico
se levantar e andar. O homem, curado, obedeceu e foi para sua casa, louvando a
Deus. Foi curado por dentro e por fora. Conquistou, pela graça, a capacidade de
caminhar por si.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Nossos pastores na Conferência de Aparecida,
confirmaram esta certeza de que Jesus Cristo liberta toda pessoa de todo pecado:“Nossa alegria baseia-se no amor do
Pai, na participação no mistério pascal de Jesus Cristo que, pelo Espírito
Santo, faz-nos passar da morte para a vida, da tristeza para a alegria, do
absurdo para o sentido profundo da existência, do desalento para a esperança
que não engana. Esta alegria não é um sentimento artificialmente provocado nem
um estado de ânimo passageiro. O amor do Pai nos foi revelado em Cristo que nos
convida a entrar em seu reino.”( DAp 17).
Creio que Jesus Cristo me liberta de todos os males?
Onde o encontro?
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Faço minha oração pessoal e depois, rezo a
Oração a Nossa Senhora da Anunciação
Todas as gerações vos proclamem bem-aventurada,
ó Maria!
Crestes na mensagem celeste,
e em vós se cumpriram grandes coisas,
como vos fora anunciado.
Maria, eu vos louvo!
Crestes na encarnação do Filho de Deus
no vosso seio virginal
e vos tornastes Mãe de Deus.
Raiou então o dia mais feliz da história da humanidade!
Os homens tiveram o Mestre divino,
o Sacerdote único e eterno,
a Hóstia de reparação,
o Rei universal!
A fé é dom de Deus e fonte de todo bem.
Maria, alcançai-me a graça de uma fé viva,
forte, atuante; uma fé que salva e santifica!
Fé no Evangelho, na Igreja, na vida eterna.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
A cada instante, buscarei em Jesus, a minha libertação de todo mal.
Bênção natalina
(bem-aventurado Alberione)
Jesus Menino coloque a sua mãozinha
sobre tua cabeça e derrame
sobre ti
a sua luz, conforto e alegria.
Amém!
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai
Santo, ensina-nos a distribuir de graça os dons que recebemos de graça. Que a
nossa presença junto aos companheiros de caminhada seja para eles incentivo
para viverem o Amor e para seguirmos juntos o Cristo Jesus, teu Filho e nosso
Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.