Marcos 9,30-37
Comentário do Evangelho
Criança como modelo a ser seguido
Jesus e seus discípulos seguem a caminho de Jerusalém, sede da teocracia religiosa da Judeia. Os discípulos ainda não entendem as palavras de Jesus. Estão sujeitos à ideologia das tradições do judaísmo. É uma ideologia que gera a segregação social e econômica e favorece as elites religiosas e leigas. Jesus insiste em esclarecer os discípulos de que não veio para assumir o poder, mas para libertar e promover a vida. Revela que ele é vulnerável à repressão dos poderosos, ciente da ameaça de morte da parte daquelas elites. Os discípulos ainda discutem entre si quem é o maior. Jesus apresenta-lhes a criança como modelo a ser seguido. É a simplicidade, a humildade na fragilidade, a admiração e a esperança diante da vida. Somos crianças diante do dom da vida eterna.
José Raimundo Oliva
Vivendo a Palavra
Também nós, no segredo do coração, somos tentados a
nos perguntar quem entre nós será o maior. Procuremos ouvir Jesus: Ele
recomenda a humildade verdadeira; que reconheçamos que tudo que somos ou temos
é dom de Deus e o modelo a ser seguido não é um homem rico e poderoso, mas uma
criança.
Reflexão
O que faz com que na maioria das vezes não compreendamos corretamente a mensagem de Jesus geralmente são as diferenças que existem entre os nossos interesses e os dele. Enquanto Jesus estava pensando na necessidade da cruz para a realização do Reino de Deus, seus discípulos estavam pensando em um reino com critérios humanos, fundamentado principalmente nas diferenças, nas relações de poder e na hierarquia social, econômica e política. Sempre que não nos colocamos em sintonia com o projeto de Jesus e não colocamos o amor como o critério último das nossas vidas, podemos nos equivocar na compreensão do Evangelho e buscar interpretações que existem muito mais para legitimar os nossos interesses do que para nos conduzir à verdade e ao Reino.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “O Êxito humano se contrapõe ao Projeto de Deus...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Não resisti e dei mais uma "olhadinha" no evangelho de ontem, pois dá até para imaginar a atitude dos discípulos de Jesus diante da tentativa de cura do menino possesso, parece que um empurrava o outro e dizia "Deixa comigo que dou um jeito nesse espírito maligno", e após novo fracasso e nova tentativa lá vinha outro "Sai daí seu fracote, que com o meu carisma esse espírito do mal pode vir quente que estou fervendo". E o coitado do menino caído ao chão e nada de cura, daí vinha outro discípulo "Chegou o cara! Vou botar esse espírito mal prá correr e vai ser agora", mas nada... E tiveram que admitir o fracasso.
Entre os discípulos era assim, as comunidades de Marcos também, e nas nossas comunidades do ano de 2012? Há disputas e concorrências para ver qual pastoral ou movimento faz mais sucesso? Por acaso não temos ainda hoje em nossas comunidades grandes e pequenas, duas eclesiologias, dois grupos, duas tendências, que ainda disputam para ver quem está do lado certo, quem está com a razão? Cada um examine a sua consciência e olhe com humildade para sua comunidade. Pelo menos na minha é assim...
Embora de maneira dissimulada, continuam as disputas e concorrências, entre grupos, entre agentes de pastoral, entre ministros. Que chacoalhada Jesus nos dá no evangelho de hoje... Primeiramente anuncia a vitória definitiva contra as forças do mal, mas que irá acontecer em um aparente fracasso. Só isso já deixou os discípulos desiludidos e temerosos, pois não se podia admitir um Messianismo que se realizasse pelo fracasso.
Nos dias de hoje o homem é motivado a ser vencedor em todas as áreas e dimensões da sua vida. A Sociedade é altamente competitiva, queremos que nossos filhos sejam os melhores em tudo e nunca queremos ficar atrás... Esse espírito de disputa e concorrência, como um fermento estragado acaba contaminando nossos trabalhos pastorais onde nos impomos porque queremos dominar as pessoas, onde buscamos autoridade para que a nossa palavra seja a mais importante nas decisões da comunidade, onde não admitimos que outros façam melhor que nós, e onde nunca queremos ficar para trás... QUE TRISTEZA QUANDO NOTAMOS ISSO EM NÓS E NOS OUTROS...
E o pior é que temos vergonha dessas briguinhas nos bastidores da pastoral ou do movimento, ou até mesmo nos bastidores de uma celebração, (quanto arranca rabo já vi acontecer em uma sacristia, durante a missa). Os discípulos sentiram-se envergonhados porque pelo caminho discutiam quem era o "maioral" quem ficaria mandando, caso o Mestre morresse...
"Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos". Continua a nos dizer o Senhor... Tenhamos sempre isso no coração e na mente se quisermos de fato ser cristãos autênticos!
2. Criança como modelo a ser seguido
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
Oração
Senhor Jesus, tira do meu coração todo ideal humano de grandeza, e faze-me compreender que ela consiste em fazer-me servidor.
3. NOVO MODO DE SER
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
No longo processo de sua formação, os discípulos foram sendo instruídos no modo de ser, característico de quem aderiu ao Reino. Jesus ensinou-os a serem solidários, a cultivar a união fraterna, a estarem sempre prontos para servir. Não tinham sido organizados a partir de critérios humanos de superioridade/inferioridade, pois entre eles deveria reinar a igualdade.
As lições do Mestre nem sempre encontraram corações abertos para acolhê-las. Os discípulos mostravam-se reticentes em abrir mão de sua mentalidade. Daí a preocupação em saber quem, dentre eles, seria o maior. Ou seja, quem teria autoridade sobre os outros; quem seria mais importante, objeto da reverência e do respeito dos demais. Tudo ao inverso do que lhes fora ensinado!
Jesus resumiu, numa frase, um princípio de ação que deveria nortear a vida do discípulo: "Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos". Esta era sua pauta de ação. Ele se apresentava como Servo, e sua vida definia-se como serviço a todos, sem distinção. Nunca esteve em busca de grandezas, muito menos reduziu os discípulos à condição de escravos seus. Não se preocupou em granjear a estima e a reverência alheias, a qualquer custo. Simplesmente seguiu o seu caminho de servidor, esforçando-se por remediar as carências e os sofrimentos humanos. Apresentou-se como exemplo a ser imitado!
Oração
Espírito de simplicidade, que eu não caia na tentação de buscar honrarias, porque si que minha vocação é a de ser servir.
HOMILIA DIÁRIA
Ao servirmos ao próximo encontramos a verdadeira alegria
Postado por: homilia
fevereiro 21st, 2012
No longo processo de sua formação, os discípulos foram sendo instruídos no modo de ser característico de quem aderiu ao Reino de Deus. Jesus ensinou-os a serem solidários, a cultivar a união fraterna, a estarem sempre prontos para servir. Não foram educados com critérios humanos de superioridade ou inferioridade, pois entre eles deveria reinar a igualdade.
As lições do Mestre nem sempre encontraram corações abertos para acolhê-las. Os discípulos mostravam-se reticentes em abrir mão de sua mentalidade. Daí, a preocupação em saber quem, dentre eles, seria o maior, ou seja, quem teria autoridade sobre os outros, quem seria o mais importante objeto da reverência e do respeito dos demais. Tudo ao inverso do que lhes fora ensinado pelo Senhor Jesus!
E então, Jesus resume, numa frase, um princípio de ação que deveria nortear a vida do discípulo: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. Esta era Sua pauta de ação. Ele se apresentava como Servo. E Sua vida definia-se como serviço a todos, sem distinção.
Cristo nunca esteve em busca de grandezas, muito menos reduziu os discípulos à condição de escravos Seus. Não se preocupou em granjear a estima e a reverência alheias, a qualquer custo. Simplesmente seguiu o Seu caminho de servidor, esforçando-se por satisfazer as carências e os sofrimentos humanos. Apresentou-se como exemplo a ser imitado!
Vivemos dias de muita insegurança e decepções com respeito ao comportamento das pessoas. É muito comum, hoje – talvez muitos influenciados pelos meios de comunicação social em geral – a vontade incontestável de crescer socialmente, de “subir na vida”, mas não no sentido espiritual e sim material, para se tornar “celebridade”.
A busca de glória, fama, cargo. Tudo isso, porém, só se pode satisfazer plenamente quando for estruturado na sua raiz, pelo que é bom, pelo que é honesto, alicerçado em Deus.
Você que busca a glória humana, saiba que a celebridade social é muito falsa, fingida e cheia de interesses anexos que vão frustrando aqueles que a alcançam e alcançaram. Até porque num “piscar de olhos” se acaba e a pessoa se sente completamente só e ignorada por aqueles que a aplaudiam enquanto lhes interessava.
Nesse trecho do Evangelho de Marcos, Jesus adverte os apóstolos e lhes diz: “Se algum de vocês quer ser o maior, seja o menor, seja o último, seja aquele que serve.” Quando nos atemos às palavras de Jesus e procuramos segui-las , colocando-as em prática na nossa vida, descobrimos que servir é melhor do que ser servido.
Quando damos um presente como sinal de grande amizade sentimo-nos plenamente realizados só em sentir a alegria e contentamento de quem o recebeu. Ele será, certamente, algo que nunca nos deixará esquecidos por aquele amigo ou por aquela família.
A doação sincera – seja ela material ou espiritual – produz em nós uma alegria inigualável, fruto da presença do nosso Deus, que nos criou, principalmente, para amarmos a todos como Ele nos ama.
A realização pessoal verdadeira não é aquela que faz das pessoas celebridades sociais com um tempo muito curto de glória, mas sim é aquela que nos realiza como verdadeiros seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus.
Os apóstolos tornaram-se verdadeiras “celebridades” para as coisas de Deus. Todos simples, sem estudos e preparo, foram chamados por Jesus e capacitados para a missão de divulgar a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles são e serão até o fim dos tempos as verdadeiras “celebridades”: simples, sem arrogâncias e nunca esquecidas.
Somos também chamados a ser “celebridades”, desde que na humildade, simplicidade e sem aspiração de grandezas. Celebridades do bem!
Peçamos ao Pai celeste que tire do nosso coração os ideais mundanos de glória e nos coloquemos no verdadeiro caminho para sermos glorificados por Ele, fazendo-nos servos de todos.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante
Com todos os internautas,
Inicio a Leitura Orante de hoje:
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto:
Mc 9, 30-37,
e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Os discípulos e seguidores de Jesus Cristo encontram alguns desafios nas relações.
O primeiro é a competição. Está na afirmação de Jesus: "Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos". E a resposta é dada por Jesus através de uma parábola viva: segurou uma criança e a pôs no meio de todos. Abraça-a e diz aos discípulos que ao acolher uma criança estarão acolhendo a Ele. Parece coisa sem muita importância, sem expressão, mas quem receber a criança receberá o Cristo e, por conseqüência, recebe o Pai. Não é um gesto sem importância! Duas atitudes de suma importância para o discípulo de Jesus: colocar-se no último lugar e fazer-se servidor.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O que mais me toca o coração?
Entro em diálogo com o texto.
Reflito e atualizo a Palavra na minha vida,
recordando os bispos da
América Latina e Caribe que disseram:
"Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: "Amem-se uns aos outros, como eu os amei" (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, "todos reconhecerão que sois meus discípulos" (Jo 13,35)." (DAp 138)
3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre,
disseste que a vida eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria,
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.
4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus,
toda pretensão de ser o maior e o melhor, de ser servido,
mas procurando servir e ajudar.
Escolho uma frase ou palavra para memorizar e repeti-la durante o dia.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
I. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, mostra-nos o caminho da humildade.
Dá-nos a simplicidade e a alegria das crianças para acolhermos a Boa Notícia da
chegada do teu Reino em nós e o anunciarmos aos companheiros desta grande
viagem pelo mundo encantado. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do
Espírito Santo.